Você está na página 1de 8

DIREITO PENAL

 Princípios Básicos do Direito Penal


1) Exclusiva Proteção a Bens Jurídicos – NORTEADOR – CF Art. 5º caput

CF Supralegal, não é norma constitucional

Leis - Ordinária; Complementares; Medida provisória; Decretos autônomos. (infraconstitucional)


EX: Cod. Penal

- Decretos Executivos; Resoluções; Instruções Normativas; (atos regulamentadores das Leis)


Atos Regulamentares

2) Intervenção Mínima do Estado (Se divide em 2 princípios menores)


Mínima: Democrático; Estado possui: Jus puniendi
- O Direito Penal deve proteger os bens jurídicos MAIS importantes contra as agressões MAIS violentas
3) Princípio da Fragmentariedade
- O Direito Penal não deve ser utilizado quando outros ramos do Direito puderem intervir, sendo a sua aplicação o
último recurso (ultima ratio)
4) Princípio da Subsidiariedade
5) Princípio da Insignificância (Bagatela) STF / STJ

Tipicidade Moderna
Fato Típico:
Lei bruta: - Conduta
O que está escrito - Nexo Causal
- Resultado
Tipicidade Formal OK - Tipicidade
+
Tipicidade Material X

- Natureza Jurídica é a EXCLUSÃO DA TIPICIDADE supralegal (fora da lei)


 Requisitos Objetivos:
1) Mínima ofensividade da conduta do agente
2) Ausência de periculosidade social da ação
3) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
4) Inexpressividade da lesão jurídica provocada

 Dispositivos Constitucionais Aplicáveis ao Direito Penal – Maioria do Art. 5º CF/88


1) Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1º, III, CF) – Em criar crimes
- Proibição de incriminação de condutas SOCIALMENTE INOFENCIVAS
1) Princípio da Humanidade (Art. 5º, XLVII, CF) – Ligado com o anterior
- As PENAS não devem violar a incolumidade física e mental
 Não haverá penas (Art. 5º, XLVII, CF):  Ninguém será submetido (Art. 5º III):
1) De morte (salvo com guerra) 5) Cruéis 1) Tortura; tratamento desumano; degradante
2) De caráter perpétuo (Max. 30 anos)
3) De trabalhos forçados
4) De banimento
3) Princípio da Legalidade
Sentido Amplo: Particulares (Art. 5º II, CF)
Sentido Estrito: Administração Pública (Art. 37, CF) Legalidade Penal: Art. 5º XXXIX, CF e Art. 1° CP

- Lei em Sentido Estrito e Formal: Crimes e contravenções, penas e medidas de segurança


4) Princípio da Culpabilidade (Art. 5º, LVII, CF)
Vedação a responsabilidade objetiva  Implícito:
- Actio libera in causa (Art. 26 CP) - Processual: Presunção de inocência (I.P.)
! Exceções: - Rixa qualificada - Penal: Culpabilidade (Juízo de reprovação)
- Tentativa
5) Princípio da Retroatividade Benéfica de Lei Penal (Art. 5º, XL, CF)
Regra: NÃO RETROAGE + MAL
Exceção: RETROAGE para beneficiar + ULTRAGIR
6) Princípio do Fato (Não se pune pensamentos)
Necessário é que ocorra a exteriorização do fato humano com uma ação ou omissão
7) Princípio da Alteridade ou Transcendentalidade (Não se pune autolesão, EM REGRA)
Mal a bem jurídico de 3°, se pune.
8) Princípio da Lesividade ou Ofensividade (Tanto ao agente quanto ao legislador)
Lesão ou perigo de lesão a bem jurídico de 3º
9) Princípio da Adequação Social (1- Base ao Legislador; 2- Descrimina crimes vigentes)
Conduta socialmente adequada / sociedade não reprova tal ação ou omissão
10) Princípio do “NON BIS IN IDEM”
Proibição de punir, pelo mesmo fato, duas vezes (1- Julgamento; 2- Punição)
Exceções: Art. 6º; Art. 7º I; Art. 8º CP.
11) Princípio da Proporcionalidade
- Adequação (Social)
- Necessidade
- Proporcional
12) Princípio da Intranscendência (Art. 5º XLV, CF)
A pena não passará para outra pessoa (salvo: limite da herança = dividas)
13) Princípio da individualização da pena (Art. 5º XLVI, CF)
A lei regulará:
1) Pena individual 3) Perda de bens 5) Prestação de serviços sociais
2) Privativa ou restritiva de liberdade 4) Multa 6) Suspenção ou interdição de direitos
14) OUTROS DISPOSITIVOS:
1) Racismo (Art. 5º XVLL) Imprescritíveis e
2) Ação de Grupos Armados (Art. 5º XLIV) Inafiançáveis
3) Crimes Hediondos e Equiparados (Art. 5º XLIII) Sem: Fiança; Graça; Anistia
4) Devido Processo Legal (Art. 5º LIV) – Contraditório + Ampla Defesa
5) Tribunal Penal Internacional (Art. 5º § 4º)
6) Vedação de Tribunal de exceção (Art. 5º XXXVII)
7) Tribunal do Júri (Art. 5º XXXVIII) – Crimes Dolosos contra a Vida
8) Proteção ao Salário (Art. 7º, X)
9) Imunidades Parlamentares: Dep. Estadual (Art. 27 § 1º); Dep. Federal e Senador (Art. 53)
10) Foro Privilegiado (Art. 26, X)
11) Crimes de Responsabilidade (Art. 86) – Comuns: STF; Responsabilidade: Senado
12) Crimes Ambientais (Art. 225 § 3º) – Não necessita dupla imputação
13) Crimes contra Criança e ao Adolescente (Art. 227, § 4º)
14) Prisão Judiciária ou em Flagrante (Art. 5º LXI)
 Direito Penal – Introdução
 Infração Penal (Divisão DUALISTA ou Dicotômica)
1) Crime (delito)
2) Contravenção Penal

 Crime (delito):
- Sempre mais grave - Conduta Humana
- Previsto no CP (parte especial) e LPE - Conduta Consciente
Penas: Reclusão / Detenção (+ multa) - Conduta voluntária 1º Grau
2º Grau
 Contravenção Penal: DIRETO
- Menos grave - Propositada Art. 18 Dolo INDIRETO
- Previsto no Código de Contravenção Penal - Descuidada I e II Culpa CONSCIENTE
Pernas: Prisão simples / Multa (autônoma) - Classificação: INCONSCIENTE
EX: Crime comissivo; Crime omissivo; Imperícia
Crime material – crime de mera conduta Imprudência
Crime formal – crime especial / próprio Negligência
Crime de mão própria
 Resultado
- Todo crime gera um resultado:
 Naturalístico: Quando muda o mundo exterior
- Lesão (morte; roubo, etc.) – (Crimes consumados / tentativa cruenta) Art. 14 II
 Jurídico: Ameaça de lesão ao bem tutelado
(Tentativa branca) Art. 14 II

 Introdução a Teoria do Crime (Arvore do Crime)


Para ser crime, deve ter as 3 características:
- Fato Típico - Conduta
CRIME (3): - Antijurídico - Nexo Causal
- Culpável - Resultado
- Tipicidade
 Direito Penal – Art. 1º
Princípios:
- Legalidade CF/88 – LEIS Obrigado a cumprir
- Reserva Legal Legalidade - Formal
- Anterioridade: Condutas - Material
anteriores a entrada em
vigor de nova lei, não Medidas provisórias
podem ser punidas. Reserva Legal Decretos
Portarias

Emendas Constitucionais
Feito para cuidar do Direito Penal Leis Complementares
Leis Delegadas
Para criar qualquer tipo penal no Brasil Leis Ordinárias
obrigatoriamente, só pode ser criado por
meio de Lei Ordinária REGRA
 Normas Penais:
- Incriminadoras: Lei Ordinária Reserva Legal só é aplicada para as Normas Incriminadoras
- Não incriminadoras: 1) Permissiva (legitima defesa / Estado de necessidade, etc.)
2) Explicativas (Art. 327 – explica o que é Funcionário Público)
3) Abolitio Criminis (Por meio de decreto – STF)
 Crime
Preceito primário = Conduta não pode ser: Vaga e/ou indeterminada
Preceito secundário = Pena
Regra: para ser crime tem que ter o preceito primário (conduta) e o preceito secundário (pena).
Exceção: Art. 28 Lei de Drogas (11.343/06): Continua sendo CRIMINALIZADA, mas foi DESPENALIZADA
- Porte para uso pessoal (conduta do Art. 28)
- Penas Alternativas: Não é considerado pena para o crime, pois, para responder por crime, deve ser pena de:
RECLUSÃO e DETENÇÃO. Veja:
- Reclusão
Crime/Delito: - Detenção
Infração Penal + Multa
Contravenção Penal: - Prisão Simples
- Multa (autônoma)

Preceito 1:
Não podem ser: Vagas ≠ Norma Penal em Branco: que nada mais é que um
CONDUTA: Imprecisas complemento. EX: Lei de Drogas (11.343/06) que
não define o que é DROGA, que estão definidas na
portaria do Ministério da Saúde, ou seja, qualquer
nova droga que surgir, deverá ser atualizada nesta
portaria, evitando que a Lei se torne falha por não
Homogênea: Lei + Lei conter os novos tipos de drogas ilícitas que surgem.
Norma Penal em Branco:
Heterogênea: Lei + Lei em sentido material

 Analogia
- In Bonam Partem = Usada para beneficiar
- In Malan Partem
 Interpretação Analógica
- In Bonam Partem - Interpretam a lei em
- In Malam Partem benefício ou a malefício

 Sujeitos do Crime
- Sujeito Ativo: Ação ou Omissão Pessoas Físicas
- Sujeito Passivo: O que sofre / Vítima
 Para o STF e STJ Pessoa Jurídica também pode figurar nos polos Ativo e Passivo:
- Sujeito Ativo: Crimes Ambientais (Punida isoladamente, e não como era antes, punia a PF e a PJ)
- Sujeito Passivo: Crimes compatíveis (EX: Pode ser Sujeito Passivo num crime de roubo, no de estupro NÃO)
 Conflito Aparente de Normas
- Crime mais grave absorve o menos grave
EX: Inviolabilidade de domicilio + furto / Lesão corporal + homicídio
 Princípio da Especialidade: normas especiais irão sobrepor as gerais
EX: Art. 121 homicídio x Art. 121 Infanticídio (Especial) – ou seja, existe um PLUS / características
Vejamos: Porém, INFANTICÍDIO É CRIME PRÓPRIO:
A matou B A matou B - Mãe matando
- Próprio filho
20 anos 1 Hora de vida 20 anos 1 Hora de vida - Logo após o parto
(O mesmo caso, idêntico, nos dois exemplos, mesmas idades, etc.) - Estado puerperal
EX: Comprando mercadorias no exterior = Contrabando / Se for drogas = Contrabando internacional de Drogas

 Princípio da Subsidiariedade (Soldado de Reserva) – para que o autor não fique impune:
1) Expressa: Art. 15 da Lei 10.826/06
PORTE DE ARMAS: Art. 14 – Permitido: Calibre 38; 380.
Art. 15 – Disparo de arma de fogo
Art. 16 – Restrito: Calibre .40; 9mm; Fuzil
EX: No filme Tropa de Elite o Major dá um tiro para o alto na favela, local público e habitável; responderá ele pelo
Art. 15, porque ele tem porte, mas não pode ficar dando tiros atoa, PARA NÃO FICAR IMPUNE, mesmo tempo o
porte, responderá ele pelo disparo em local público habitável.
EX²: Marginal com .40, responderá pelo Art. 16, mesmo que ele dê um tiro para o alto igual o major, o porte ilegal é
crime mais gravoso que o disparo de arma de fogo em local público habitável, ou seja, o Art. 16 absorve o Art. 15,
mesmo que o marginal cometa os 2 crimes.
2) Tácita: excesso de velocidade em locais proibidos; se acontece de matar alguém: homicídio culposo

 Princípio da Consumação
+ Grave absorve o menos grave
Crime fim absorve o crie meio
Para matar tem que ofender a integridade física, ou seja = Lesão corporal + homicídio
 Crime progressivo:
- Desde o inicio tinha-se uma intenção pré-determinada.
EX: Art. 121 – para chegar a morte, passa-se pela lesão: crime mais grave absorve o menor grave.
- Intenção do marginal já era de cometer o mais grave, ou seja, o homicídio.
 Progressão criminosa:
- Tem um primeiro pensamento e muda para pior no decorrer da execução.
EX: “A” tinha intenção de lesionar “B”, no decorrer da ação se enfurece mais ainda e resolve matar.
Nos dois casos o mais grave absorve o menos grave

 Princípio da Alternatividade (Ação múltipla ou Conteúdo Variado)


Art. 33 - Lei 11.343/06
Vários VERBOS: Dia 10
Importou 10 KG Crime ÚNICO: Fato gerador = TRÁFICO
de cocaína Dia 11
Depositou
Dia 12
Vendeu
Art. 317: Corrupção Passiva Dia 13
- PRF: Dia 10 solicitou propina (consumação) Responde por 1 crime cedeu
Dia 11 recebeu de corrupção passiva
Solicitar Como cai em provas: 1) Conceitos
Aceitar Vantagem indevida 2) Caso hipotético (inversão de conceitos)
Receber 3) Objetivos (4)
 Direito Penal – Art. 2º - Lei Penal no Tempo
Art. 2º Lei Penal no tempo – Caput: Abolitio Criminis
 Irretroatividade (regra): + grave
 Retroatividade (exceção): + benéfica
 Ultratividade (extra atividade: movimentando a lei)

1) Irretroatividade: Irretroatividade de Lei mais GRAVOSA + Ultratividade de Lei
A matou B Julgamento: A responde pela
(Art. 121) Lei A, Lei revogada,
(Ultratividade de lei)
2016 Deve sempre se 2017 2019 pois Lei B é + GRAVE
(LEI A) : respeitar: Lei do (LEI B):
Pena: 6 a 20 anos tempo do crime Pena: 10 a 20 anos Lei mais grave jamais
+ GRAVE pode retornar para
(Revoga) alcançar fatos
anteriores a ela

2) Retroatividade: Retroatividade de Lei mais BENÉFICA


A matou B Julgamento: A responde pela
(Art. 121) Lei B, Lei não
vigente no tempo
2000 2005 2008 crime, por ser
(LEI A): (LEI B): + BENÉFICA
Pena: 6 a 10 anos Pena: 4 a 8 anos Ficção Jurídica: Para
+ BENÉFICA respeitar a Lei do Tempo
(Revoga) do Crime, o Juiz retorna
a Lei B em 2000, época do
fato, por conta de a Lei B
Ser + BENÉFICA
 Abolitio Criminis (Abolição do Crime)
OBS: Efeitos civis se mantém, por exemplo, se o crime vier acompanhado de MULTA, mesmo que se revogue esse
crime, manter-se-á a MULTA.
Quando surge lei posterior que revoga fato descrito na lei anterior como crime.

2005 2007
(LEI A): (LEI B):
Pena: 6 a 20 anos Deixa de considerar crime
(Revogada) o fato descrito na LEI A

 Regras básicas a aplicação da Lei Penal


1) Tempo do Crime: tempo/momento em que foi cometido o ato criminoso
2) Não pode usar lei revogada

 PARA MEMORIZAR

+ GRAVE Leva a Lei vigente - GRAVE RETROATIVIDADE DA LEI


(Fato) para a época do fato (Julgamento)

- GRAVE Puxa a Lei da época do fato, + GRAVE ULTRATIVIDADE DA LEI


(Fato) revogada, para julgar (Julgamento)
 Sumula 711 – STF
- Crimes Permanentes Usa a lei do momento da cessação da conduta do agente
- Crimes Continuados MESMO QUE SEJA MAIS GRAVE

 Crime Permanente: se protrai no tempo a cada instante


EX: SEQUESTRO

JANEIRO O fato se prolongou por todo o ano DEZEMBRO


INICIO DO FATO PRISÃO
(LEI A) (LEI B) (LEI C)
Pena: 4 a 6 anos Pena: 6 a 8 anos Pena: 10 a 12 anos

Aplica-se a Lei do MOMENTO DA CESSAÇÃO da conduta do agente, mesmo sendo mais gravosa, ou seja, aplica-
se a LEI C, com pena de 10 a 12 anos.

 Direito Penal – Art. 3º - Lei Temporária (Lei excepcional)


Dura enquanto durar sua excepcionalidade: Calamidade pública / Estado de Necessidade dentre outros exemplos:
EX: Lei da copa: data de inicio e data de termino definidas; Piracema.

 Características:
- Ultra-ativas: funcionam fora do tempo
- Extra-ativas: funcionam tanto para frente no tempo como fora do tempo
- Auto revogáveis

SETEMBRO DEZEMBRO FEVEREIRO MAIO


Preso Julgamento

Período Defeso da Lei


Os efeitos da lei funcionam mesmo fora do prazo defeso da mesma, SE O INDIVÍDUO COMETEU A CONDUTA
QUANDO A LEI ESTAVA EM VIGOR, mesmo o julgamento sendo em época que a lei não mais esteja vigorando,
mantear-se-á seus efeitos.

 Combinação de Lei no Tempo


Não poderá haver combinação de lei no tempo, ou seja, o juiz pegar a pena base de uma lei e o teto de outra lei,
formando assim uma “Lei mais benéfica”. O Juiz tem que avaliar no caso concreto qual a melhor lei a ser aplicada no
caso que tem em mãos, tendo cada caso suas peculiaridades e particularidades, como por exemplo se o réu é
incidente ou primário, terá o magistrado que ter a noção de qual lei será a mais benéfica para o réu.

PRIMÁRIO REINCIDENTE
Pena: 4 a 8 anos Pena: 3 a 10 anos
4: Base 3: Base
8: Teto 10: Teto

Se for primário, dificilmente um réu pegue o teto de uma pena, porém se for reincidente, é possível que pegue o
teto da pena.

Você também pode gostar