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Preparatório OAB

Direito Penal – Parte Geral


Prof. Getúlio G. Castro
Princípio da insignificância ou criminalidade
de bagatela
Mesmo quando a conduta atinja bem jurídico tutelado pelo direito penal e
cause dano, porém um dano insignificante, não será alvo de resposta penal.

O princípio da insignificância se relaciona com a tipicidade e a doutrina de


vanguarda tem ensinado que a tipicidade moderna é composta de tipicidade
formal, que é a adequação da conduta ao comportamento descrito na lei, e a
tipicidade material que a a efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
penalmente tutelado. (STF, HC 97.189 e STJ, HC 86.913)
Requisitos para configuração da
insignificância
• Mínima ofensividade da conduta;

• Nenhuma periculosidade social da ação;

• Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;

• Inexpressividade da lesão jurídica provocada.


OBSERVAÇÕES
• Criminoso Habitual – estilo de vida no cometimento de crimes. Não aplicação da
insignificância – STF, RHC118.014. Não é reincidência e habitualidade. Portanto é possível
insignificância para reincidente. STF, HC 181.389 de 2020
• Para militares, em virtude da elevada reprovabilidade da conduta, não se aplica a
insignificância, pois o Estado é responsável pela segurança pública. STF, HC114.194
• Condições da vítima também são levadas em consideração para avaliar se realmente a
lesão causada na vítima pode ser considerada insignificante. STF, HC 111.017
OBSERVAÇÕES - cont.

• Roubo e demais crimes com violência ou grave ameaça – não aplicação,


pois não há que se falar em mínima ofensa, ainda que o valor patrimonial
seja de pequena monta, pois há ofensa, também, à integridade da pessoa;
STJ, HC 60.185

• Crimes contra a Administração Pública: via de regra não se aplica, STJ, S.


599. Contudo, o STF já admitiu aplicação em situações extremas (STF, HC
107.370), peculato de folhas da repartição, clipes, impressão...
OBSERVAÇÕES – cont.

• Crimes ambientais: Via de regra não se aplica em face da relevância


coletiva do bem jurídico tutelado, entretanto o STF já admitiu em
situações extremas. STF, Inq. 3788/DF; STF, Pleno, AP439; STJ. RHC
56.296

• Violência doméstica ou familiar contra mulher – Não se aplica. STJ,


S. 589; STF, RHC 133.043
Princípio da insignificância ou bagatela
imprópria
Lesão configurada, mas a aplicação da pena se mostra desnecessária
(Art. 59, CP);

Ex.: Furto privilegiado, que na época do julgamento o autor já reparou


o dano, não teve demais condutas reprováveis, é primário, sem
antecedentes. Todas as circunstâncias apontam para a desnecessidade
da aplicação da pena.
* Espécie de “perdão judicial” – causa supralegal de extinção da
punibilidade!
Lei penal no tempo

Quando se considera cometido o crime?

Teorias:
- Atividade (Art. 4º, CP)
- Resultado
- Ubiquidade
Ex.: Menor
Retroatividade benéfica
Art. 5º XL, CRFB/88
A sucessão de leis no tempo traz algumas situações que a teoria do tempus regit actum é
mitigada pela teoria da retroatividade benéfica:

- Lei nova cria figura penal (novatio legis incriminadora): eficácia será ex nunc, ou seja,
pro futuro, a lei penal que cria novo crime não retroage.

- Lei que extingue o crime (abolitio criminis): é lei que deixa de considerar crime
conduta até então tida como criminosa. Alcança todos os efeitos penais da condenação, o réu
deve ser colocado imediatamente em liberdade e a condenação não pode ser vir para
reincidência ou maus antecedentes. É causa de extinção da punibilidade Art. 107, III, CP*.
- Lei mais benéfica ao réu (Lex mitior ou novatio legis in mellius): é aquela lei
penal que de qualquer forma beneficia o réu. Retroage.
* Combinação de lei – Lex tertia - Poderia o julgador utilizar um pedaço de
uma lei e um pedaço da outra?
Ex.: Lei A comina crime com pena de 1 a 4 anos e multa. Lei B que revoga lei
A comina pena de 2 a 8 anos sem multa. Quem cometeu o crime sob a égide
da lei A poderia se beneficiar da Lei B para ficar com uma pena de 1 a 4 sem
multa?
STF, chegou a entender possível (HC 95.435). Lei de Drogas com nova
causa de diminuição de pena (Art. 33, §3º)

Entretanto a jurisprudência pacificou-se no sentido de não permitir a


combinação de leis no tempo - STJ, S. 501
É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais
favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976,
sendo vedada a combinação de leis.
Lei temporária e excepcional
Lei temporária: é aquela que a proporia lei já traz o termo final de sua
vigência, ou seja, a lei entra em vigor já com data certa para o termino de
sua validade. A vigência é pré-determinada.
Lei excepcional: são leis penais com vigência durante certo período
excepcional, ou seja, são que regulam situações de anormalidade ou
exceção, não tem data certa para o termino da vigência, vigem enquanto
durar a situação excepcional para a qual foi criada. Ex.: Lei que considera
crimes algumas conduta durante o estado de sítio (Art. 137, CR)
Lei temporária e excepcional
• Características:
- Intermitentes: são auto-revogáveis, ou seja, não necessitam
que outras leis a revoguem, basta a ocorrência da data final ou o
término da situação excepcional para que percam a vigência.
- Ultratividade: são aplicáveis aos fatos que ocorrem dentro do
período de sua vigência, mesmo após terem sido revogadas, ou seja,
mesmo que entre em vigor uma lei mais benéfica ao réu, ela ainda
responderá nos termos da lei excepcional ou temporária. Art. 3º, CP
Formas de conduta
• Ação.
Corresponde a um comportamento positivo, um fazer penalmente
relevante, se relaciona com uma norma proibitiva.

• Omissão.
Corresponde a um comportamento negativo, ou seja, um não fazer
penalmente relevante. Se refere às normas perceptíveis. Se caracteriza
quando o agente não faz o que dele se esperava (dever jurídico) ou
quando faz diverso daquilo que dele se esperava (dever jurídico).
Omissão
• Omissão Própria ou Pura. O próprio tipo penal descreve a omissão
relevante. Ex.: Art. 135 (omissão de socorro); Art. 168-A (apropriação
indébita previdenciária); Art. 244 (Abandono Material).

• Omissão Imprópria ou Impura ou Espúria. O tipo penal descreve um


comportamento comissivo, entretanto, outra norma penal é que
impõe o dever jurídico de agir ao omitente, qual seja, Art. 13, §2º, CP
– ponte que liga a omissão ao crime comissivo, por isso é chamado
também de crime comissivo por omissão.
Teoria Normativa

É a teoria adotada pelo CP acerca da omissão. Para esta teoria é o


dever jurídico que torna a omissão penalmente relevante. Assim, o
dever jurídico de agir é ditado pela norma penal (por isso teoria
normativa), quem se omite diante desse dever jurídico, comete o crime
por omissão.
OMISSÃO PRÓPRIA OMISSÃO IMPRÓPRIA
O agente tem um dever genérico de agir. O agente tem um dever específico de
Não tem destinatário certo, atinge a todos evitar o resultado. Não atinge a todos, é
indistintamente, dever de solidariedade. endereçado a personagens especiais,
referidos no Art. 13, §2º CP.

A omissão está descrita no tipo. Subsunção O tipo não descreve omissão. Subsunção
direta, ação ajusta-se perfeitamente a indireta, necessita-se da ponte (Art, 13,
previsão legal. §2º CP) para ligar a omissão ao tipo
penal.

Não admite tentativa, são delitos de mera Admite tentativa.


conduta.
CRIME DOLOSO AULA 01/09/2022

CRIME DE HOMICÍDIO SÓ ADMITE TENTATIVA SE A OMISSÃO FOR DOLOSA


SE A OMISSÃO FOR CULPOSA NÃO ADMITE TENTATIVA
• Previsão legal: Art. 18, I CP NÃO EXISTE CRIME CULPOSO TENTATO

• Conceito: é a vontade consciente dirigida a realizar ou aceitar realizar a


conduta prevista no tipo penal incriminador.
• Elementos do dolo NA CULPA O AGENTE NADA QUER, PORÉM POR NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA
OU IMPERÍCIA, O FATO ACABA POR ACONTECER, PORÉM O RESULTADO ERA
PREVISÍVEL

- Consciência (elemento intelectivo) EX. MÃE QUE DEIXA DE AMAMENTAR SEU FILHO POR VONTADE
PRÓPRIA, SE A CRIANÇA MORRE, ELA RESPONDE POR
HOMISSIDIO POR OMISSÃO
- Vontade (elemento volitivo) SE A POLÍCIA CHEGA E IMPEDE, ELA RESPONDE POR TENTATIVA
DE HOMISSIDIO

Obs.: dolo não se confunde com desejo. No dolo, o agente quer o resultado
delitivo como consequência de sua própria conduta. No desejo, espera o
resultado delitivo como consequência de conduta alheia ou evento alheio.
Teorias do dolo
• Teoria da vontade: dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração
penal;
• Teoria da representação: para esta teoria ocorre dolo toda vez que o agente,
prevendo o resultado como possível, continua a sua conduta. (crítica: não
distingue dolo eventual e culpa consciente).
• Teoria do consentimento ou assentimento: ocorre dolo sempre que o agente,
prevendo o resultado como possível, decide prosseguir com a conduta,
assumindo o risco de produzi-lo. (a parte final distingue a culpa consciente do
dolo eventual).
* O CP adotou a primeira (teoria da vontade) e a terceira teoria (teoria do
consentimento ou assentimento), Art. 18, I, CP
Espécies de dolo
• Dolo direto ou determinado ou intencional ou imediato ou incondicionado:
ocorre quando o agente prevê determinado resultado, dirigindo sua conduta no
sentido de realizar esse mesmo resultado.
• Dolo indireto ou indeterminado:
- dolo alternativo: o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua
conduta na busca de realizar qualquer um deles. Ex.: Ferir ou matar. Sempre
responde pelo resultado mais grave, pois estava ao alcance da sua vontade.
- dolo eventual: o agente prevê pluralidade de resultados, porém, dirige sua
conduta na realização de um deles, aceitando produzir o outro. Ex.: agredir grávida,
quer ferir e aceita aborto. * Teoria Positiva do Conhecimento (Reinhart Frank) para
identificar o dolo eventual “aconteça o que acontecer, vou agir”
O AGENTE PREVÊ, ASSUME O RISCO
"FODA-SE"
Espécies de dolo

• Dolo de 1º grau: dolo direto.

• Dolo de 2º grau: também chamado de dolo necessário. Neste dolo o


agente produz resultado paralelo ao visado, pois necessário à
realização deste. Ex.: bomba no avião
Dolo de 2º Grau Dolo Eventual

O resultado paralelo é certo e O resultado paralelo é incerto, eventual,


necessário. Ex.: para matar o desafeto possível, desnecessário. Ex.: a morte é
coloca uma bomba no avião em que ele possível, desnecessária ao fim almejado.
está com outras pessoas. Ferir, acaba matando.
Espécies de dolo

• Dolo geral por erro sucessivo: ocorre quando o agente,


supondo já ter alcançado um resultado por ele visado,
pratica nova ação que efetivamente o provoca. Espécie de
erro de tipo acidental, não isentando o agente de pena. (Ex.:
atira, supondo que já matou, joga o corpo no rio, vem
morrer afogado.) O AGENTE NÃO RESPONDE POR OCULTAÇÃO DE CADÁVER, POIS A VÍTIMA ESTAVA VIVA QUANDO FOI
JOGADA NO RIO. NÃO HAVIA CADÁVER. ART. 17 DO CP - CRIME IMPOSSÍVEL, MEIO ABSOLUTAMENTE
INEFICAZ
CRIME CULPOSO
• Conceito: consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito
não querido, ou aceito pelo agente, mas que foi por ele previsto
(culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) e que
podia ser evitado se o agente atuasse como o devido cuidado. (Art.
33, II CPM)
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela,
atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em
face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou,
prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia
evitá-lo.
• Espécies de crime culposo.
É A CULPA DO AGENTE COM HABILIDADES ESPECIAIS
EX: ATIRADOR DE FACAS DO CIRCO, ASSUME O RISCO, PORÉM NÃO QUER O RESULTADO
SE ERRA E ACERTA A ESPOSA, CAUSANDO-LHE A MORTE, RESPONDE PELA CULPA, POIS NÃO QUERIA O
RESULTADO
• Culpa consciente: o agente prevê o resultado, decidindo prosseguir
com sua conduta acreditando não ocorrer ou que pode evitá-lo com
suas habilidades. Também chamada de culpa com previsão.
• Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado que, entretanto,
lhe era inteiramente previsível. Também chamada de culpa sem
previsão.
• Culpa própria: gênero do qual são espécies a culpa consciente e a
culpa inconsciente. O agente com sua conduta não quer nem assume
o risco de produzir o resultado.
• Culpa imprópria: é aquela em que o agente, por erro, fantasia
situação de fato, supondo estar acobertado por causa excludente de
ilicitude, caso de descriminante putativa, em razão disso provoca
intencionalmente o resultado ilícito, evitável. Apesar de a ação ser
dolosa, o agüente responde por culpa por razoes de política criminal
(Art. 20, p.1º 2ª parte CP). A culpa imprópria também é conhecida
como: culpa por extensão, por equiparação ou por assimilação
CONSCIÊNCIA VONTADE

DOLO DIRETO Prevê Quer

DOLO EVENTUAL Prevê Não quer, assume o risco

Não quer, nem aceita


CULPA CONSCIENTE Prevê produzir o resultado,
acredita poder evitar.

Não prevê, embora


CULPA INCONSCIENTE
previsível.
Crime preterdoloso.
Previsão legal: Art. 19 CP.
Conceito doutrinário: espécie de crime agravado pelo resultado.
Estrutura do crime preterdoloso:
Dolo – Culpa: lesão corporal seguida de morte→ esse é o crime
preterdoloso, Art. 129, §3º, CP.
- Elementos do crime preterdoloso:
• Conduta dolosa visando determinado resultado;
• Provocação de resultado culposo mais grave que o desejado;
• Nexo causal entre conduta e resultado.
• 4.4 Crimes agravados pelo resultado:
• Nem todo crime agravado pelo resultado é preterdoloso. Preterdolo é
espécie de crime agravado pelo resultado.
• a) Dolo – Dolo: Latrocínio, Art. 157, §3º
• b) Culpa – Culpa, Art. 258, 2ª parte.
• c) Culpa – Dolo: homicídio culposo de transito, agravado dolosamente
pela omissão de socorro, Art. 303, L. 9.503/97
• d) Dolo – Culpa: lesão corporal seguida de morte→ esse é o crime
preterdoloso.
ITER CRIMINIS
Caminho do crime – composto por fase interna e fase externa.

• Fase interna: cogitação


• Fase externa: preparação, execução e consumação

* Exaurimento não integra o iter criminis


art. 289 - crime de moeda falsa
art. 291 - adquirir maquinismo para fabricar moeda falsa
o ato preparatório de um crime é tipificado por lei como ato executório para prática de um outro crime
Tentativa

Também conhecida como conatus, crime imperfeito, crime manco ou


crime incompleto. Iniciada a prática dos atos de execução a
consumação não se dá por circunstâncias alheias à vontade do agente –
Art. 14, II, CP
Tentativa – Teorias

CP adotou com regra a teoria dualista, note entretanto que existe


excepcionalmente adoção da teoria monista nos casos dos crimes de
atentado ou de empreendimento, pois nesses casos o legislador por
liberalidade resolver punir a consumação da mesma forma da
tentativa. Ex.: Art. 352, CP
Não admitem tentativa
• Crimes culposos
• Crimes preterdolosos
• Unissubsistentes: não é possível dividir o iter criminis. Ex.: crimes contra
honra verbais.
• Omissivos puros
• Perigo abstrato
• Contravenções penais – Art. 4º Decreto-lei 3.688/41
• Crimes condicionados Ex.: Art. 122
• Crimes de atentado ou de empreendimento
• Crimes habituais
• Crimes obstáculo
Desistência voluntária e Arrependimento
eficaz
• Previsão legal, Art. 15, CP

• Espécies de tentativa abandonada ou qualificada


O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução
(desistência voluntária) ou impede que o resultado se produza
(arrependimento eficaz), só responde pelos atos já praticados.

Na tentativa simples a consumação não se dá por circunstâncias alheias à


vontade do agente, não tentativa abandonada a consumação não se dá por
ato voluntário do próprio agente
Desistência voluntária e Arrependimento
eficaz
• Natureza jurídica – polêmica
- Causa de exclusão da tipicidade: se a tentativa, quando o resultado não
ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente é típica. Atípica seria
quando o resultado não ocorre por ato do agente. (Miguel Reale Jr; Rogério
Greco; Frederico Marques, Damásio Jesus);
- Causa de extinção da punibilidade: para esses o início da execução já gera
tentativa, que por si é típica, não é o fato de ser abandonada depois que a
tornaria atípica. É causa que extingue a punibilidade. (Zaffaroni, Rogério
Sanches, Nelson Hungria)
Desistência Voluntária
• Identificação – Fórmula de Frank
Tentativa: Quer prosseguir, mas não pode
Desistência Voluntária: Pode prosseguir, mas não quer

*Voluntariedade ≠ Espontaneidade
Elementos: início da execução + não consumação por circunstâncias
inerentes à vontade do agente (abandono de dolo)
Consequência
• Responde pelo atos até então praticados.
Ex..: “A” com intenção de matar, desfere 3 facadas em “B”, mas
abandona sua intenção inicial, deixando “B” viver, causando-lhe,
porém, lesões graves. – Responder pela lesão consumada e não
tentativa de homicídio
Arrependimento eficaz
Também conhecido como arrependimento ativo ou resipiscência
Pratica todos os atos executórios, mas o agente arrependido,
desenvolve nova conduta com o objetivo de impedir a consumação.
- Pressupõe esgotamento dos atos de execução
- Só cabe para crimes materiais

* Mesma observação da espontaneidade


Arrependimento eficaz
• Requisitos:
- voluntariedade
- eficácia do arrependimento, ou seja, a nova conduta do agente
deve obrigatoriamente conseguir impedir a consumação;
Ex.: “A”, querendo matar, desfere cinco tiros em “B”, arrepende-se
voluntariamente e socorre “B” levando-o a um hospital. Permanecendo
vivo, “B”, “A” responderá apenas pelas lesões consumadas
Arrependimento posterior
• Previsão legal: Art. 16, CP

Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o


dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por
ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Arrependimento posterior – Pressupostos
- reparação do dano ou restituição da coisa
* Jurisprudência entende que a reparação ou restituição deve ser
integral (STJ, AgRg no RHC 56.387). Para a doutrina a reparação ou
restituição parcial pode gerar o benefício, desde que haja concordância
da vítima (Rogério Sanches e FMB).
- Até o recebimento da denúncia ou queixa
* se for após, funcionará como atenuante genérica, Art. 65, III, b
Arrependimento posterior – Pressupostos
- Ato voluntário
* mesma observação da voluntariedade e espontaneidade

Critério para dosimetria: maior ou menor presteza = celeridade e


voluntariedade
Arrependimento posterior
• Polêmica: Aplica-se ao corréu?

- STJ, é objetiva, se estende aos corréus. Resp.: 1.187.976/SP

- Doutrina diverge, dizendo que a voluntariedade seria elemento


subjetivo, não podendo comunicar (Luiz Regis Prado)
Crime impossível
• Previsão legal, Art. 17, CP
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Conhecido como quase-crime, crime oco ou tentativa inidônea

• Teoria objetiva temperada ou intermediária: a ineficácia do meio ou a


impropriedade do objeto devem ser absolutas para que não haja punição,
caso contrário estaria configurada a tentativa. Adotada pelo CP
Crime impossível – elementos
• Início da execução
• Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente
• Dolo de consumação
• Resultado absolutamente impossível de ser alcançado
ERRO DE TIPO
• Previsão Legal.
Art. 20 CP: O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime
exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
lei.

• Conceito.
Erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos
constitutivos do tipo penal – Erro de tipo essencial.
Exemplo

Ex.: Pessoa sai do supermercado e no estacionamento aperta o


controle do alarme do carro para desativá-lo. Um carro idêntico ao seu
desarma o alarme, ela entra e vai embora. Quando chega em casa é
que percebe não ser seu o veículo.
Observação
Note, contudo, que o professor Damásio Evangelista de Jesus encabeça
corrente de pensamento moderna que diz que o erro de tipo não atua
somente sobre elementares do fato típico, mas também sobre
circunstâncias, como qualificadoras e agravantes genéricas.
Ex.: Sujeito, desconhecendo a relação de parentesco, induz a própria filha a
satisfazer a lascívia de outrem. Note que nesse caso o sujeito responderá
pelo crime previsto no Art. 227, caput sem a qualificadora prevista no §º1,
pois sobre ela o agente errou, não havia dolo.
Espécies do erro de tipo essencial
• Escusável ou inevitável ou invencível ou desculpável.
Tal modalidade exclui o dolo e a culpa, ou seja, mesmo que o cidadão
tivesse agido com a diligência e cuidados inerentes a um homem
médio, ainda assim teria errado, ou melhor, não teria evitado a falsa
percepção da realidade. Não responderá pelo crime. Ex.: Carro
estacionamento.
Espécies de erro de tipo essencial
• Inescusável ou evitável ou vencível ou indesculpável.
Tal modalidade exclui dolo, mas permite a punição do crime a título de
culpa, se previsto em lei. Nessa situação se o agente tivesse agido com
a diligencia e cuidados inerentes à um homem médio, ou seja, aquele
de prudência mediana, poderia ter evitado o resultado.
Ex.: Caçando com um amigo, no meio da floresta, tendo perdido o
amigo de vista, vê um arbusto se mexendo e atira pensando ser o
animal que se caçava, quando na verdade era o amigo.
Desclassificação
Existem situações que apesar do erro sobre uma elementar do fato típico,
mesmo retirando aquela elementar subsistirá um outro delito, podendo, por
este, responder o agente.
Ex1.: Pessoa, querendo ofender alguém, mas sem conhecer sua condição de
funcionário pública, fere-lhe a honra. Em tese teríamos o crime de Desacato
(Art. 331, CP). Entretanto, em relação à elementar funcionário público,
houve erro, excluindo o dolo em relação à ele. Observe, porém, que mesmo
se excluindo a elementar funcionário público, subsiste o crime de injúria (Art.
140, CP), pois o agente tinha dolo de ofender, apesar de desconhecer a
qualidade de funcionário público da vítima.
Desclassificação
Ex2.: Agente, mediante grave ameaça, constrange mulher à conjunção
carnal, sem saber de sua condição de menor de 14 anos, pois a vítima
tinha compleição física de mulher adulta e não de adolescente. Em tese
teríamos o delito do Art. 217-A – Estupro de vulnerável. Entretanto, em
relação à elementar menor de 14 anos houve erro, afastando-se o dolo
e a culpa. Note, contudo, que mesmo retirando a elementar “menor de
14 anos” subsiste a conduta configuradora do crime de estupro, Art.
213.
Delito putativo por erro de tipo
No delito putativo por erro de tipo o agente quer praticar um crime e
por um erro sobre as elementares, pratica um fato irrelevante para o
direito penal.
Ex1.: Querendo vender cocaína, o agente acaba, por erro, vendendo
talco.
Ex2.: Querendo praticar sexo com pessoa menor de 14 anos, por erro,
acaba praticando sexo com pessoa de 18 anos.
Descriminantes putativas ou imaginárias
• Previsão Legal
Art. 20, §1º, CP

• Conceito.
Descriminantes putativas são espécies de erros em que, se a situação
imaginária efetivamente existisse, legitimaria a ação do agente. São as
causas de exclusão da ilicitude sob erro.
Descriminante putativa

Ex.: Mulher, promotora de justiça, voltando para casa de madrugada na


linha vermelha no RJ, quando para em semáforo vermelho, percebe
sujeito mal encarado vindo rapidamente em sua direção encoberto por
um cobertor. Pensando ser um assaltante atira para se defender, e
mata o que na verdade era somente um pedinte.
Espécies de descriminantes putativas

a) Erro sobre os pressupostos de fato da causa de exclusão da ilicitude

É o caso do exemplo acima, o agente erra sobre aspecto fático da causa


de exclusão da ilicitude. No exemplo a mulher achou que era vítima de
agressão injusta, quando na verdade não havia agressão (Art. 25).
Descriminantes putativas
b) Erro quanto à existência legal da causa de exclusão da ilicitude.
O agente pensa estar acobertado por permissivo legal que em verdade não
existe.
Ex.: Jornal de grande circulação publica erroneamente que o Brasil adotou lei
que permite a chamada eutanásia. Pessoa que tem parente desenganado
pelos médicos em hospital, vai até lá e determina tal procedimento. Note
que em verdade ocorreu o crime de homicídio, entretanto o agente pensava
agir no exercício regular de um direito, que em verdade não existia.
Descriminantes putativas
• c) Erro quanto aos limites da causa de exclusão da ilicitude.
É o caso daquele que excede no uso da causa de exclusão da ilicitude,
deixando assim, de cumprir seus pressupostos fáticos. Ex.: Fazendeiro
que mata todo posseiro que adentra sua fazenda, mesmo que
desarmado. Note que a legítima defesa pressupõe uso moderado dos
meios para a defesa (Art. 25).
Consequências
As descriminantes putativas são tidas como erro de proibição, que
também podem ser escusáveis ou inescusáveis:

• O erro de proibição escusável exclui a culpabilidade pela falta de


potencial consciência da ilicitude
• O erro de proibição inescusável não exclui a culpabilidade,
funcionando apenas como causa de diminuição da pena nos termos
do Art. 21, caput do CP.
Polêmica
Em relação à primeira espécie de descriminante putativa, há antiga
controvérsia doutrinária acerca de sua natureza jurídica. Para os defensores
da teoria extremada da culpabilidade (Guilherme de Souza Nucci, Cezar
Roberto Bitencourt) ela não fugiria à regra, ou seja, seria considerada como
descriminante putativa por erro de proibição.
Já para os defensores da teoria limitada da culpabilidade (Francisco de Assis
Toledo, Damásio Evangelista de Jesus), a primeira espécie de descriminante
putativa seria considerada erro de tipo permissivo, aplicando-se a regra do
erro de tipo, ou seja, se escusável, exclui dolo e culpa não respondendo por
nada; se inescusável, exclui dolo, permitindo a punição por culpa, se previsto
em lei.
Para o CP?

O CP adotou, em relação à culpabilidade, a teoria limitada (Item 19 da


Exposição de Motivos do CP). Assim, para o CP, a primeira espécie de
descriminante putativa trata-se de descriminante putativa por erro de
tipo.
Erro determinado por terceiro, Art. 20, §2º
Nesta modalidade de o autor imediato do crime, em verdade, funciona
somente como um instrumento do verdadeiro autor do delito (autor
mediato), pois que aquele está em erro determinado por este.
Responderá pelo delito somente o autor mediato.
Ex.: “A”, “B” e “C” estão caçando. “A” querendo matar “B”, instiga “C” a
tirar em um arbusto que se mexe, dizendo ali estar a caça, quando na
verdade sabe que ali se encontra “B”. Morrendo “B”, somente “A”
responderá pelo homicídio, uma vez que “C”, foi induzido à erro,
servindo como mero objeto para que “C” praticasse o crime.
Aberratio Ictus ou Erro na Execução, Art. 20,
§3º, CP
Nessa modalidade a pessoa erra na execução do crime. Entretanto,
responderá, considerar-se-á as qualidades da vítima virtual.
Ex.: Quer matar o pai, atira e erra acertando o vizinho que estava junto
com o pai, matando-o. Note que neste caso o agente responderá por
parricídio, contando inclusive com a agravante do Art. 61, II, “e” do CP,
mesmo estando vivo o pai.
Error in persona ou Erro sobre a pessoa, Art.
20, §3º
Nesta hipótese há uma falsa percepção da pessoa. Ex.: Agente querendo
matar seu algoz, o espera na saída do supermercado, ao ver pessoa muito
parecida com ele, inclusive com vestimentas idênticas, atira e mata.
Entretanto a pessoa que matou era seu irmão e não seu algoz.
Note que se aplica a mesma solução supra (Aberratio Ictus), ou seja, o
agente responde como se tivesse atingido a vítima virtual. Assim, neste caso
responderá por homicídio e não por fratricídio, ou seja, não se aplicará a
agravante do Art. 61, II, “e” do CP.
Aberratio Criminis ou delicti ou Resultado
diverso do pretendido, Art. 74, CP
Nesta modalidade, o agente pretende praticar determinado delito e,
por erro, acaba por praticar delito diverso do pretendido.
Ex1.: O autor atira uma pedra visando quebrar uma vidraça, erra e
atinge pessoa. De acordo com a norma, responde pelo resultado
produzido a título de culpa: lesão corporal culposa.
Ex2.: O agente atira uma pedra visando atingir uma pessoa e, por erro,
acaba atingindo uma vidraça. Como não há delito de dano culposo (Art.
163), o autor só pode ser responsabilizado por tentativa de homicídio
ou tentativa de lesão corporal, conforme o elemento subjetivo.
Aberratio Criminis ou delicti ou Resultado
diverso do pretendido, Art. 74, CP
Ex3.: O agente atira uma pedra visando atingir uma pessoa e, acaba
atingido a pessoa e a vidraça. Responderá somente pela lesão corporal
(ou homicídio a depender do elemento subjetivo), uma vez que não há
previsão legal de dano culposo.
Ex4.: O agente atira uma pedra visando atingir uma vidraça, acaba
atingindo a vidraça e uma pessoa. Responderá pelo crime de dano (Art.
163) a título de dolo e por lesão corporal ou homicídio culposo (Art.
129, §6º ou Art. 121, §3º). Aplicando-se a técnica do concurso formal,
Art. 70, CP.
ILICITUDE

• Conceito:

a) Conceito analítico: ilicitude é o segundo substrato do crime.

b) Conceito material: por ilicitude (ou antijuridicidade) entende-se a


relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico
como um todo. Conduta típica não justificada.
Relação da ilicitude com a tipicidade
• a) Autonomia (ou absoluta independência): tipicidade não gera
qualquer juízo de valor no campo da ilicitude.
• b) Indiciariedade (ou ratio cognoscendi): a tipicidade gera suspeita de
ilicitude. Presume relativamente a ilicitude.
• c) Absoluta dependência (ou ratio essendi): a ilicitude é a essência de
tipicidade. O fato só permanece típico se também ilícito. Aqui reside o
Tipo Total do Injusto
• d) Teoria Dos Elementos Negativos Do Tipo
Causas de exclusão da ilicitude
Também chamadas pela doutrina de: justificantes, causas de justificação,
discriminantes, eximentes ou tipos penais permissivos. Não confundir com
dirimente que em verdade é causa excludente da culpabilidade e não da
ilicitude

- Causas gerais ou genéricas de exclusão da ilicitude: São as previstas na


parte feral do CP (Art. 23), com aplicação a qualquer espécie de crime. São
elas: legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever
legal e exercício regular de um direito.
Causas especiais ou específicas de exclusão
da ilicitude
São as previstas na parte especial do CP e se aplicam somente à
determinados crimes.

Ex.: Art. 128 (aborto); Art. 142 (injúria difamação); Art. 146, §3º, I
(constrangimento ilegal), Art. 156, §2º (furto de coisa comum).
Causa supralegal – Pressupostos
• a) O consentimento deve ser inequívoco, independente de sua forma;
• b) O consentimento de ser livre, não pode se dar por ameaça ou coação, bem
como por paga ou processa de recompensa;
• c) O consentimento deve ser prévio à prática da infração penal. O consentimento
posterior não tem o condão de afastar a ilicitude.
• d) O ofendido deve ser plenamente capaz para assentir, ou seja, maior de 18 anos
e capaz de entender e de determinar de acordo com seu entendimento.
• e) O bem jurídico protegido pela norma deve ser disponível e de titularidade
somente do ofendido.
Consentimento do ofendido como causa de
exclusão da tipicidade
Em alguns delitos, a discordância do ofendido é elementar do tipo
penal, nesses casos, o consentimento do ofendido tem o condão de
afastar a própria tipicidade, ou seja, a conduta não será crime por falta
de ilicitude e sim por atipicidade.
Ex.: Art. 148 (seqüestro ou cárcere privado); Art. 150 (violação de
domicílio) e Art. 213 (estupro).
ESTADO DE NECESSIDADE
Conceito legal, Art. 24, CP

Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar


de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Ex.: Imagine-se que um motorista, na iminência de atropelar
acidentalmente um transeunte, muda a direção de seu veículo e vem a
atingir outro veículo. Claro se tem que a vida de uma pessoa vale muito
mais do que qualquer bem patrimonial, neste caso, portanto, o bem
sacrificado (veículo) possui valor inferior ao preservado (vida e
integridade física de alguém).
Estado de Necessidade – Pressupostos
• Perigo atual.
Atual significa que deve ser um perigo presente, probabilidade de
dano. Note que perigo atual também abrange o perigo iminente (tal
como na legitima defesa), apesar do silêncio da lei, havendo ainda
alguma resistência doutrinária à esse respeito. Perigo atual ou iminente
não abrange o perigo remoto ou futuro, nem mesmo o perigo passado,
não servindo para a configuração do estado de necessidade.
Estado de Necessidade – Pressupostos
• Perigo não provocado pelo agente.
A situação de risco não pode ter sido provocada pelo agente, por sua
vontade própria, para que possa se escusar utilizando o estado de
necessidade.

* Discussão doutrinária acerca da expressão vontade própria, se a


mesma abrangeria tanto conduta dolosa quando conduta culposa ou se
somente a primeira.
• 1ª Corrente: entende que a situação de risco causada a título de dolo não
permitiria o uso da excludente de ilicitude, porém, se a situação de risco
for causada somente a título de culpa, subsistiria ao causador a
possibilidade de se utilizar do estado de necessidade. Ex.: cinema, incêndio
intencional e cigarro culposo. (Rogério Greco, Damásio e Heleno Fragoso)-
Maior
• 2ª Corrente: entende que não somente a situação de risco causada a título
de dolo, mas também a decorrente de culpa, impediriam o uso da
justificante estado de necessidade. (Magalhães Noronha, Cleber Masson e
Frederico Marques)
Estado de Necessidade – Pressupostos
• Evitabilidade do dano.
Ao que se encontra em situação de risco somente será dado a
justificação se não tinha maneira menos grave de agir para salvar bem
jurídico seu, ou seja, na situação de conflito ente bens jurídicos
protegidos, o sacrifício de um deles somente está autorizado quando a
salvação do outro só possa fazer-se à custa desse sacrifício. Ex.: Cão
feroz
Estado de Necessidade – Pressupostos
• Ameaça de direito próprio ou alheio.
O direito salvaguardado pode ser próprio ou de terceiro. Essa
possibilidade se funda na solidariedade. Não exige relação de
parentesco.
Estado de Necessidade – Pressupostos
• Razoabilidade de sacrifício do bem.
A razoabilidade é que indicará a proporcionalidade entre os bens jurídicos,
ou seja, é a verificação se o bem jurídico protegido é realmente de maior
valor do que o bem jurídico sacrificado. Salvo em casos discrepantes, como
vida e patrimônio, somente será feito esse juízo diante do caso concreto
tendo como vetor a ação do homem médio.
* Se, só se pode salvar uma pessoa quando tem duas em perigo, não importa
idade, vida é vida, pode-se salvar qualquer delas!
Estado de Necessidade – Pressupostos
• Inexistência do dever legal de arrostar o perigo (Art. 24, §1º, CP).
O dever de enfrentar o perigo subsiste enquanto for possível o
enfrentamento. Não se exige que pessoas sacrifiquem suas vidas,
independente da profissão.
`dever legal` - se o dever é contratual não tem a obrigação penal de
enfrentar o perigo. Não será responsabilizado penalmente, embora
subsista responsabilidade civil contratual.
Causa de diminuição de pena. Art. 24, §2º, CP
Se dá nos casos em que o agente sacrificou bem jurídico de maior valor
para preservação de bem jurídico de menor valor, e ainda assim, não
configurou exclusão da culpabilidade pela inexigibilidade de conduta
diversa. Nesse caso incidirá a causa de diminuição de pena prevista no
Art. 24, §2º do CP
LEGITIMA DEFESA
• Previsão e conceito legal.
Art. 23, II e Art. 25 do CP

Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos


meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem
Legítima defesa - pressupostos
• Agressão injusta.
É ação humana que lesa ou expõe a perigo bem juridicamente protegido.
Note que se a agressão parte de animais ou coisas que oferecem risco, não
se configurará a injusta agressão configuradora da legítima defesa. Não se
tem agressão injusta e sim situação de perigo, ou seja, trata-se de estado de
necessidade.
* Animal instrumento
* Perceba ainda que a agressão deve ser injusta, ou seja, contrária ao Direito,
note que não se exige que a agressão esteja prevista como crime, basta que
o agredido não esteja obrigado à suportá-la.
Legítima defesa - pressupostos
• Agressão atual ou iminente
Atual é a agressão presente, que já se iniciou. Ex.: A pessoa está sendo
golpeada com facadas.
Iminente é a agressão que ainda não se iniciou, mas está prestes a
acontecer, em um futuro imediato. Ex.: Pessoa anuncia que cai matar a
outra, vindo em sua direção com uma faca nas mãos.
Agressão pretérita não tem o condão de configurar a legítima defesa,
pelo contrário, é situação típica de vingança não protegida pelo direito.
Agressão futura que, via de regra configura situação de medo, não
possibilitando a utilização da justificante da legítima defesa.
Legítima defesa - pressupostos
• Meios necessários
O entendimento doutrinário é que meios necessários são aqueles em que o agente
tem à sua disposição para repelir a injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu
ou de outrem. Note que dentre os meios necessários o agente deve escolher o
menos grave, observe, contudo, que a analise do caso concreto deve se dar com
base na razoabilidade e da proporcionalidade, uma vez que não se exigirá um
precisão milimétrica daquele que se encontra agredido ou em vias de ser agredido.
* a possibilidade de fuga ou de pedido de socorro da autoridade pública não
impedem a configuração da legítima defesa, há que se analisar a razoabilidade
diante do caso concreto.
Legítima defesa - pressupostos
• Uso moderado dos meios necessários
Além de escolher dentro os meios necessários o menos grave o agente
ainda deve utilizá-lo de forma moderada.
O parâmetro utilizado será sempre o do homem médio, para se analisar
se aquele sujeito, que não é nem o mais diligente, nem o mais relapso,
teria, naquela situação, agido da mesma forma.
Ex.: Ofensa - soco
Alteração – Lei 13.964/19
• Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste
artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de
segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima
mantida refém durante a prática de crimes.
Essa alteração, tal como se deu, mostra-se desnecessária e em nada
muda o instituto da legítima defesa, pois como expressamente diz,
“observados os requisitos do caput”. Assim, funciona apenas como
exemplo de legítima defesa de terceiro, o que já era abarcado pelo
instituto!
Excesso
O excesso se dá quando a pessoa que age em legítima defesa, mesmo
após ter conseguido cessar a agressão injusta, continua sua ação, agora
não mais se defendendo, mas sim agredindo seu algoz. As ações
praticadas após a cessação da agressão injusta devem ser imputadas à
pessoa, pois não mais acobertadas pela justificante.
A legítima defesa sucessiva se dá em situação de excesso. É quando a
pessoa reage contra o excesso de quem inicialmente se encontrava em
legítima defesa.
Legítima defesa e erro na execução.
Se a pessoa em legitima defesa acerta terceiro que nada tem a ver com
a agressão, aplica-se a regra do Art. 73 da mesma forma, ou seja, a
situação se delineia como se o agente tivesse acertado a vítima virtual.
Ex.: “A” repelindo agressão injusta de “B” dispara um tiro contra ele,
errando e acertando “C” que morre. “A” responderá como ser tivesse
conseguido acertar “B”, que naquela hipótese o agredia injustamente,
configurando assim a legítima defesa.
Estrito Cumprimento de Dever Legal
• Previsão legal.
Art. 23, III, 1ª parte do CP

• Conceito.
É uma causa de exclusão da ilicitude em que o agente cumpre
uma obrigação prevista em lei, seja de natureza penal ou
extrapenal.
Estrito Cumprimento de Dever
Exercício Regular de Direito
Legal

Facultativa: o ordenamento
Compulsória: o agente está
Natureza jurídico autoriza o agente,
obrigado a cumprir a lei.
mas ele não está obrigado.
Culpa e Estrito Cumprimento do Dever Legal

Ex.: Bombeiro atendendo a ocorrência, excede a velocidade, “fura”


semáforo e atropela pessoa.

A justificante a ser utilizada é o estado de necessidade de terceiro e


não estrito cumprimento do dever legal, vez que a lei não determina
que ninguém aja com imprudência ou negligência!
Comunicabilidade

Em caso de concurso de agentes, a justificante se aplica a todos.

Ex.: Policial em cumprimento de ordem judicial, auxiliado por um


particular, arromba e invade residência. Não há q se falar em dano ou
violação de domicílio a nenhum dos agentes.
Exercício Regular de Direito
• Previsão legal.
Art. 23, III, 1ª parte do CP

• Conceito.
É uma causa de exclusão da ilicitude em que o agente age amparado
por faculdade legal. Ex.: Art. 301 CPP para o particular.
Atividades esportivas

É entendimento doutrinário majoritário que fatos típicos praticados no


exercício de atividades esportivas regulamentadas, desde que não haja
violação das regras, é justificada pelo exercício regular de direito.

Ex.: Lesões ou mortes em box, MMA, etc.


Intervenções Médicas

• Facultativas (cirurgias plásticas): exercício regular de direito, desde


que haja consentimento do paciente.

• Urgência (intervenção para salvar vida): estado de necessidade de


terceiro e exercício regular de direito, mesmo contra vontade ou
autorização. Ex.: Testemunho de jeová e transfusão de sangue.
Ofendículas, ofendículos ou ofensáculas
São meios defensivos pré-ordenados utilizados para a proteção da
propriedade e de outros bens jurídicos, tais como a segurança e o domicílio
(arame farpado, cercas elétricas).

É entendimento doutrinário que tais meios pré-ordenados de defesa têm de


ser visíveis, servindo com advertência e não como “armadilha” para pegar o
possível infrator. Ex.: barbante amarrado na porta e no gatilho da espingarda
– excesso doloso ou culposo imputável.
Ofendículos – natureza jurídica

1ª Corrente: exercício regular de direito (Aníbal Bruno)

2ª Corrente: legítima defesa preordenada (Frederico Marques) - desde


que o artifício só funcione no momento necessário e com a
proporcionalidade a que estaria obrigado o agente pessoalmente.
Culpabilidade: elementos e excludentes
(Dirimentes)
• Imputabilidade: Doença mental; Desenvolvimento mental incompleto ou
retardado e embriaguez acidental completa.

• Potencial consciência da ilicitude: Erro de proibição escusável

• Exigibilidade de conduta diversa: Coação moral irresistível; obediência


hierárquica a ordem não manifestamente ilegal
Critério ou sistema de aferição da
imputabilidade
O CP em seu Art. 26 adotou o critério ou sistema biopsicológico para aferição
da imputabilidade, pois em relação aos menores de 18 anos o critério é o
biológico, pois basta que se complete 18 anos para que se presuma a
imputabilidade. Entretanto, em relação aos doentes mentais ou com
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o critério é o psicológico,
ou seja, há necessidade de avaliação médico-psíquica para se avaliar à
imputabilidade. Assim, é a conjugação dos dois critérios.
Causas de exclusão da imputabilidade
(inimputabilidade)
• Menoridade
Critério biológico, presunção absoluta.
* Note que mesmo se o menor de 18 anos for emancipado civilmente
(Art. 5º, p.ú. CCB/02) será considerado inimputável na esfera penal,
pois não se confunde a capacidade civil com a penal.
* Os crimes permanentes são aqueles em que sua execução se
prolonga no tempo. Assim, se o agente completa 18 anos durante a
execução, poderá ser responsabilizado pelos atos praticados após
completar a maioridade.
Semi-imputabilidade, imputabilidade ou
culpabilidade diminuída, imputabilidade restrita
Se ao tempo da ação o agente era parcialmente capaz de entender o
caráter ilícito do fato e de portar-se de acordo com esse entendimento,
será considerado imputável, porém, fará jus a uma redução obrigatória
de pena de 1 a 2/3.

* Note que aqui há condenação!


Embriaguez
Pode se dar por álcool ou substâncias de efeitos análogos. Importante
se destaque que a única embriaguez geradora de inimputabilidade é a
chamada embriaguez completa involuntária. Assim, se a embriaguez
não for completa ou não for involuntária, não haverá exclusão da
culpabilidade. Embriaguez involuntária é aquela acidental ou fortuita
* Atente-se, porém, que a embriaguez patológica poderá excluir a
culpabilidade, porém, por conta de doença e não da própria
embriaguez, será enquadrado no Art. 26 e não no 28 do CP.
Embriaguez - Fases
• 1ª Eufórica – “fase do macaco”: euforia excitação, comporta-se de
forma cômica e indecorosa
• 2ª Agitada – “fase do leão”: perturbações psicossensoriais, prejuízo
de atenção e memória, prevalência de delitos contra liberdade sexual.
• 3ª Coma – “fase do porco”: sono e instalação progressiva do coma,
pode levar a morte
Doutrinariamente a embriaguez completa é a que chegou ao menos à
segunda fase. A Incompleta se limita à primeira
Teoria da Actio Libera In Causa

Essa é a teoria adota pelo CP para se permitir a punição do agente que


age embriagado, porém de forma pré-ordenada.

Assim, a teoria da actio libra in causa considera um momento anterior


à ação para se aferir a culpabilidade do agente, sendo imputável e se
colocando de forma proposital na condição de embriagado, não
merece a guarida legal para alegação de inimputabilidade.
Concurso de Pessoas

• 1. Previsão legal.

Arts. 29 a 31, CP.

2. Conceito.

É a colaboração empreendida por duas ou mais pessoas para a


realização de um crime ou de uma contravenção penal.
Pressupostos para a configuração do
concurso de pessoas
a) Pluralidade de agentes culpáveis.

O concurso de pessoas depende de pelos menos duas pessoas culpáveis. Assim, se um


dos agentes é isento de pena (não é culpável), não se configura o concurso de pessoas.
Obs.: No crimes plurisubjetivos ou de concurso necessário (Ex.: Art. 288, Art. 137 CP) e
nos eventualmente plurisubjetivos (Art. 155, §4º, IV, CP), não se exige que todos sejam
dotados de culpabilidade, mas que pelo menos um deles a tenha (pseudoconcurso,
concurso impróprio ou aparente de pessoas). Nos unissubjetivos a hipótese será de
autoria mediata.
Pressupostos para a configuração do
concurso de pessoas
b) Relevância causal das condutas para a produção do resultado.
Esse pressuposto quer dizer que as condutas empregadas pelos vários
agentes devem ter contribuído efetivamente para o cometimento do
delito.
Art. 29 “de qualquer modo” entendida como contribuição pessoal,
física ou moral, direta ou indireta, comissiva ou omissiva, anterior ou
simultânea à execução do delito.
A contribuição inócua, ou seja, aquela que mesmo sem ela o crime
teria ocorrido da forma como ocorreu, é considerada irrelevante para o
direito penal. Deve a conduta influir efetivamente no resultado.
Pressupostos para a configuração do
concurso de pessoas
b) Relevância causal das condutas para a produção do resultado.
Via de regra a contribuição é anterior à execução do delito.

Ex.: “A” se compromete com “B” a auxiliá-lo na fuga e a escondê-lo


após matar “C”, e assim acontece.

Participação no homicídio ou favorecimento pessoal, Art. 348?


Pressupostos para a configuração do
concurso de pessoas
c) Vínculo subjetivo.
Também denominado de concurso de vontades ou nexo psicológico, deve
haver entre os agentes um vínculo de ordem subjetiva que os liga
diretamente ao resultado. Vontade homogênea, visando a produção do
mesmo resultado. É o que se denomina de Princípio da Convergência. Caso
isso não ocorra, não haverá um crime praticado em concurso, mas autoria
colateral.
Ex.: “A” escuta “B” falar ao telefone que matará “C” ao final do expediente.
“A”, que tem “C” como desafeto, adere à vontade de “B” e o auxilia, mesmo
sem ajuste prévio – derruba “C” enquanto “B” vem o o golpeia com uma
faca.
Pressupostos para a configuração do
concurso de pessoas
d) Unidade de infração penal para todos os agentes.
O CP adotou como regra de punição para o concurso de pessoas a Teoria
Monista, Monística ou Unitária (item 25 Exp. Mot. CP), ou seja, todo aquele
que concorre para o crime incide nas penas a ele cominada. Assim, tanto os
autores, coautores como os partícipes responderão pelo mesmo crime, na
medida de suas culpabilidades.
Exceções pluralísticas: Aborto c/ consentimento (Art. 124/126); Corrupção
ativa e passiva (Art. 317/333); Bigamia (Art. 235/§1º); Art. 319-A/349-Ax
Pressupostos para a configuração do
concurso de pessoas
e) existência de fato punível.
Esse pressuposto diz que o crime que os agentes em concurso
pretendem cometer tem que se dar ao menos na forma tentada, ou
seja, tem que ter havido pelo menos o início dos atos executórios, pois
não se pune a cogitação ou mesmo o ajuste. Art. 31.
Autoria e participação
A Teoria adotada pelo CP acerca da autoria e participação foi a Teoria
Objetiva ou Dualista, que difere o autor do partícipe, como deixa claro
o item 25 da exposição de motivos do CP.
Para esta teoria, segundo sua subdivisão adotada pelo CP (objetivo-
formal):
- Autor seria quem realiza o verbo núcleo do tipo, ou seja, a conduta
criminosa descrita no preceito primário da norma penal incriminadora;
- Partícipe: seria aquele que de qualquer forma contribuiu para o
cometimento do crime, sem, contudo, ter praticado o núcleo do tipo.
Autoria e participação
* Outras teorias utilizadas pela doutrina e pela jurisprudência para
completar a teoria objetiva adotada pelo CP.
- Teoria da autoria mediata: nessa modalidade, o autor se utiliza de pessoa
sem culpabilidade ou que age sem dolo ou culpa, para cometer o delito.
Perceba que o autor cometeu indiretamente o delito. Ex.: “A”, “B” e “C”
estão caçando na mata fechada. “A” querendo matar “B” diz a “C” que a caça
se encontra atrás do arbusto, quando na verdade lá se encontrava “B”, “C”
atira e mata “B”. Pelo teoria do CP, não teríamos autor!
Autoria e participação
Teoria do Domínio do Fato (Welzel).
Para esta teoria é autor do delito quem possui efetivamente o domínio dos fatos ou
da situação, quem, de fato, determina o crime ou tem o poder de interrompê-lo.
Ex.: Marido contrata “matador de aluguel” para matar sua esposa, pagando metade
do serviço no ato e prometendo a outra metade para após o “serviço”. O matador
cumpre a ordem e recebe seu dinheiro.
Ganhou força após o julgamento do “mensalão” – STF, AP 470 e Lei 12.850/13, Art.
2º, §3º
Punibilidade dos agentes

Observe que a regra do concurso de pessoas é clara (Art. 29) todos


incidem nas penas do mesmo delito, só que serão punidos na medida
de sua culpabilidade, o que se fará durante o processo trifásico de
aplicação da pena de Nelson Hungria.
Participação de menor importância
Art. 29, §1º, CP
É causa de diminuição de pena (1/6 a 1/3) a ser analisada na terceira
fase da aplicação da pena.
É aquela que contribui minimamente para a produção do resultado, são
atos de pouco relevância para o cometimento do delito.
Ex.: Aquele dá uma “carona” para o amigo, sabendo que ele está a
cominho para matar a namorada.
Obs.: Não confundir a participação de menor importância com a
participação inócua. Ex.: matador de aluguel que desiste
Cooperação dolosamente distinta
Art. 29, §2º, CP.

Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-


lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Cooperação dolosamente distinta
Ex.: “A” chama “B” para furtar uma TV em uma casa desabitada. “B”
concorda e diz que ficará vigiando enquanto “A” entra e pega a TV.
Entretanto, quando “A” entra na casa se depara com o morador que
não fora trabalhar naquele dia. “A” atira no morador, matando-o e sai
com a TV.
O dolo de “B” era o de participar de furto (Art. 155) e não de latrocínio
(Art. 157, §3º).
Nesse caso “B” responderá pela pena do Furto. Note, contudo, que se
era possível que “B” soubesse que tal situação poderia ocorrer (se viu,
por exemplo, que “A” estava armado), sua pena será aumentada até a
metade.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.

Ex1.: Art. 123, Infanticídio. Mãe, querendo matar o próprio filho logo
após o parto, sob a influencia do estado puerperal, pede ao vizinho
uma faca para cumprir seu desígnio, o vizinho, sabendo da vontade da
mãe, repassa a faca às suas mãos. A mãe mata o filho.
Circunstâncias incomunicáveis
Ex2.: “A” chama “B” para ajudar a matar seu pai. Enquanto “B” “vigia”,
“A” mata seu pai.
Observe nessa situação que a circunstância pai é de natureza pessoal,
portanto, via de regra, não se comunica. Como tal circunstância, nessa
situação, não é elementar do crime de homicídio, não se comunicará,
de fato.
Assim, “A” responderá pelo homicídio (Art. 121), com a agravante de
ter praticado contra ascendente (Art. 61, II “e”) e “B” responderá
somente pelo o homicídio (Art. 121) sem a agravante
CONCURSO DE CRIMES.
• Conceito.

É o instituto que se verifica quando o agente, mediante uma ou varias


condutas, pratica duas ou mais infrações penais. Pode haver, portanto,
unidade ou pluralidade de condutas. Sempre serão cometidas,
contudo, duas ou mais infrações.
Espécies e sistemas de aplicação da pena
Concurso material ou real, Art. 69, CP.

Nessa modalidade de concurso de crimes o agente, mediante


mais de uma ação pratica dois ou mais crimes. Note que nessa
modalidade há pluralidade de condutas e de resultados.
Concurso material ou real
Sistema de aplicação da pena
• Para o concurso material o sistema de aplicação da pena é o do
cúmulo material, ou seja, somam-se as penas dos delitos cometidos.
• Note que o juiz fará a dosimetria da pena de cada crime (segundo
critério trifásico) e somará somente as penas definitivas.
• Observe ainda que se não houver conexão entre os crimes, ou seja, se
cada crime estiver sendo processado em um processo autônomo,
caberá ao juiz da execução penal o somatório das penas.
Concurso material ou real
Cumulação de reclusão e detenção
Note que se as penas cumuladas são de regimes diversos, ou seja, uma
de reclusão e outra de detenção. O Art. 69, caput, segunda parte, diz
que se executará primeiro a de reclusão, pois, há grande possibilidade
de serem inicialmente executadas em estabelecimentos diversos.
• Fechado: penitenciária
• Semiaberto: Colônia agroindustrial;
• Aberto: Casa do Albergado.
Concurso formal
• Definição.
Também conhecido como concurso ideal, é aquele em que o agente, mediante uma
única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, nos termos do Art. 70
do CP.
Unidade de conduta e a pluralidade de resultados. No que tange à unidade de
conduta, há que se entender que não se confunde com atos, uma conduta pode ser
composta de vários atos. Ex.: Matou uma pessoa com várias facadas.
O STF (HC 91.615), já julgou caso entendendo que desde que os atos se dêem em
um mesmo contexto temporal e espacial, será considerada conduta única. Ex.:
Assaltante chega em casal e rouba os dois celulares, o dele e o dela, em uma
mesma conduta. Dois roubos em concurso formal, conduta única.
Concurso formal próprio ou perfeito
Perfeito ou próprio: se dá quando a pluralidade de crimes decorre de unidade de
desígnios, ou seja, quando o agente mediante uma só ação pratica um primeiro
crime, que pode ser doloso ou culposo e outros crimes necessariamente culposos.
Ex.: “A” quer matar “B” e dispara um tiro contra ele, o projétil transfixa o corpo de
“B” matando-o e atinge a perna “C” que estava por perto, ferindo-o, perceba, a
princípio, que houve somente uma conduta resultando mais de um resultado, o
que caracteriza o concurso formal. Observe ainda que “A” tinha unidade de
desígnio, ou seja, queria (dolo) somente o primeiro resultado, obtendo o segundo
somente a título de culpa.
Concurso formal Imperfeito ou impróprio
Imperfeito ou impróprio: Se dá quando a pluralidade de crimes decorre
de desígnios autônomos, ou seja, quando o agente, mediante uma só
ação quer (dolo) praticar dois ou mais crimes.
Ex.: “A” querendo matar “B” e “C”, obriga-os a ficar enfileirados,
atirando com um fuzil em “B”, o projétil transfixa o corpo de “B”
atingindo também “C”, matando os dois. Perceba, a princípio que
houve somente uma ação resultando em mais de um crime, o que
configura de plano o concurso formal. Observe ainda que os dois
resultado produzidos eram queridos (dolo) pelo agente, tanto que ele
enfileirou as vítimas e atirou com um fuzil.
Concurso formal - Sistema de aplicação da
pena
Para o concurso formal perfeito ou próprio, o sistema adotado pelo CP foi o
da exasperação da pena, ou seja, aplica-se a pena do crime mais grave ou
qualquer deles se idênticos aumentando de 1/6 à 1/2.

Já para a hipótese de concurso formal imperfeito ou impróprio, o Art. 70


determina a utilização do cumulo material, ou seja, somam-se as penas.
Observe que a regra do concurso formal de crimes criada para benefício do
réu, nas hipóteses em que os demais crimes ocorram de forma culposa.
Cúmulo Material Benéfico

Podem existir hipóteses em que a regra do cumulo material se mostrará mais


benéfica que a regra da exasperação da pena. Nesses casos (concurso formal
perfeito), o p.ú. do Art. 69 determina a utilização do cúmulo material.

Ex.: “A” termina o namoro com “B” que inconformado atira uma pedra em
“A” com a intenção de matá-lo, a pedra atinge “A” matando-o e atinge
também “C” causando-o ferimentos. Caso de concurso formal perfeito, uma
vez que não houve desígnios autônomos.
CRIME CONTINUADO

Conceito.

Também chamado de continuidade delitiva, o crime continuado é


modalidade de concurso de crimes que se verifica quando o agente,
por meio de duas ou mais condutas, comete dois ou mais crimes da
mesma espécie e pelas mesmas condições de tempo, lugar, modo de
execução e outras semelhanças, devem os subseqüentes serem havidos
como continuação do primeiro, nos termos do Art. 71 do CP
Pressupostos para configuração do crime
continuado
a) Pluralidade de condutas: não se confunde com atos, podendo uma
conduta ser composta de vários atos.

b) Pluralidade de crimes da mesma espécie.


O entendimento que prevalece em sede doutrinária e jurisprudencial
(STJ, HC 86.860) é que crimes da mesma são aqueles tipificados pelo
mesmo dispositivo legal e tutelarem o mesmo bem jurídico (roubo e
latrocínio – não tutelam o mesmo bem jurídico).
Pressupostos para configuração do crime
continuado
c) Mesmas condições de tempo, lugar, modo de execução e outras
semelhanças.

Mesmas condições de tempo quer dizer que não pode haver um intervalo de
tempo muito grande entes um crime parcelar e outro. A jurisprudência
chegou a fixar um prazo máximo de trinta dias entre um crime e outro, já
para os crimes contra a ordem tributária se admite até 03 messes. (STF, HC
87.495 e HC 89.573).
Pressupostos para configuração do crime
continuado
c) Mesmas condições de tempo, lugar, modo de execução e outras
semelhanças.

Mesmas condições de lugar quer dizer que os delitos devem ter


acontecidos no mesmo lugar ou em lugares próximos. A doutrina e a
jurisprudência entendem mesmas condições de lugar, como mesma
cidade ou, no máximo cidade contíguas, próximas.
Pressupostos para configuração do crime
continuado
c) Mesmas condições de tempo, lugar, modo de execução e outras
semelhanças.

Mesmo modo de execução. Esse pressuposto indica o padrão de agir


do criminoso. Ex.: Vários furtos praticados com “chave falsa”; mesmo
comparsa sempre, mesmo tipo de violência.
Espécies / Classificação e critério de aplicação
da pena
a) Simples ou comum: quando a pena dos delitos parcelares são
idênticas. Ex.: 2 furtos simples (Art. 155, caput). Aplica-se a pena de
qualquer deles aumentada de 1/6 a 2/3.
b) Qualificado: quando a pena dos delitos parcelares são diferentes.
Ex.: 1 furto simples (Art. 155, caput) e 1 furto qualificado (Art. 155,
§4º). Aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada de 1/6 à 2/3.
c) Específico: crimes dolosos, contra vítimas diferentes, com violência
ou grave ameaça à pessoa, Art. 71, p.ú. Aplica-se a pena de qualquer
deles se idênticas ou a do mais grave se diversas, aumentada de 1/6 até
o triplo.
Concurso material benéfico

Tal como no concurso formal, se o concurso material se mostrar mais


benéfico, aplicar-se-á ele. Art. 71, p.ú. in fine.
Teoria Geral da Pena
Finalidades da pena. Teoria:

O ordenamento jurídico brasileiro hoje se adéqua melhor à fórmula


tripartida e dialética oferecida por Roxin, ou seja, com tríplice
finalidade (retribuição, prevenção e ressocialização), funções estas
atuando em diferentes fases:
PENAS PROIBIDAS NO BRASIL – ART. 5º, XLVII,
CRFB/88
• Pena de Morte.

Essa proibição não é absoluta, sendo que o próprio texto constitucional


admite tal pena em caso de guerra declarada. A doutrina diz que o
fundamento dessa ressalva é que em caso de guerra o Direito
fracassou, merecendo assim uma resposta especial. No Brasil executa-
se a pena de morte por fuzilamento.
PENAS PROIBIDAS NO BRASIL – ART. 5º, XLVII,
CRFB/88
• Pena de Caráter Perpétuo.
* Polêmica: O prazo indeterminado da medida de segurança (Art. 97, §1º) foi
recepcionado pela CRFB/88?
Resp: A indeterminação do prazo da medida de segurança não foi recepcionada
pela CRFB/88. (LFG, maior parte da doutrina e STF, HC 84.219 e 97.621).
STJ, S. 527: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o
limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
PENAS PROIBIDAS NO BRASIL – ART. 5º, XLVII,
CRFB/88
• Pena de Trabalho Forçado.

• Pena de Banimento.

• Penas Cruéis Desumanas e Degradantes.


PENAS PERMITIDAS NO BRASIL –
CLASSIFICAÇÃO
Privativas de liberdade; Restritivas de direitos e Multa. * Restritiva de
liberdade e pena corporal
* Restritiva de liberdade: permitida conforme, Art. 5º , XLVI, “a”, possível no
caso de “mandado de distanciamento”, impossível no caso de banimento.
Lembrar que deportação, extradição e expulsão são têm natureza
administrativa (Lei 13.445/17 Lei da Migração);
* Corporal: proibida – cruel.
1 - Privativas de Liberdade
1.1 Reclusão (crime) – max. 40 anos, Art. 75, CP (Alteração L. 13.964/19)
1.2 Detenção (crime) – max. 40 anos, Art. 75, CP (Alteração L. 13.964/19)
1.3 Prisão Simples (contravenções penais) – max. 05 anos, Art. 10, LCP
RECLUSÃO DETENÇÃO
Regime inicial: fechado, semi-aberto e
Regime inicial: semi-aberto e aberto.
aberto.
MS: internação MS: tratamento ambulatorial

Interceptação telefônica: admite-se Interceptação telefônica: não admt.

Preferência na execução Executa-se após a reclusão


Pode acarretar perda do poder familiar, no
caso de crimes dolosos contra filho (Art. Não acarreta perda do poder familiar
92, II, CP)
2 – Restritivas de direito – Art. 43, CP

• 2.1 Prestação de Serviços Comunitários

• 2.2 Interdição Temporária de Direitos

• 2.3 Limitação de Fim de Semana

• 2.4 Prestação Pecuniária

• 2.5 Perda de Bens e Valores


Penas restritivas de direito
Requisitos para concessão da conversão em restritiva de direitos:
I – Em crimes dolosos (cumulativos):
- Condenação não superior a 04 anos;
- Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa;
- Não reincidente específico em crime doloso;
- Princípio da Suficiência da Pena Alternativa.
II – Em crimes culposos:
- Sempre cabe, qualquer que seja a pena, qualquer que seja o
crime.
Penas restritivas de direito
• Qual e quantas penas se aplicará? Art. 44, §2º, CP:

- Condenação até 01 ano: multa ou 01 restritiva de direito.

- Condenação maior de 01 ano: multa + 01 restritiva ou 02 restritivas.


PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA MULTA

Vítimas; dependentes; entidades públicas


Estado.
ou privadas com destinação social.

Fixada em salário mínimo – 1 – 360 s.m. Fixada em dias-multa – 10 – 360 d.m.

Pode ser abatida de eventual reparação


Não admite abatimento.
de danos.

Pode ser convertida em privativa de Não admite conversão em privativa de


liberdade. liberdade.
Alteração Lei 13.964/19
• Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida
de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição.
A execução da pena de multa será requerida pelo MP perante o juízo
da execução penal, obedecido o rito da LEP (Arts. 164-170), com
aplicação subsidiária da Lei 6.830/80.
Não há mais legitimidade, sequer subsidiária do Procuradoria da
Fazenda Pública. (STF, AP 470 e ADI 3150)
Marcos interruptivos da prescrição –Art. 117
• Começa a correr com as consumação – Art. 111
• Interrompe:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
Redução dos prazos de prescrição – Art. 115
São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando:

- Menor de 21 (vinte e um) anos, na data do crime, ou

- Maior de 70 (setenta) anos na data da sentença.


Causas impeditivas de prescrição – Art. 116
Não correm os prazos de prescrição quando:

- Enquanto não resolvida questão prejudicial em outro processo;


- Enquanto o agente cumprir pena no exterior;
- Na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos
Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; L. 13.964/19
- Enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não
persecução penal. L. 13.964/19 (Art. 28-A, CPP)
Alteração Lei 13.964/19
• Confisco alargado
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine
pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a
perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à
diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento lícito.

- É efeito secundário da sentença penal condenatória que estende o


perdimento de bens aos bens que forem julgados incompatíveis com o
rendimento lícito do condenado.
- A apuração deve ser feita pelo MP e o perdimento requerido na denúncia
Parte especial – Novidade importantes
ARTIGO NOVO
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua
anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia ou a de terceiro:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato
não constitui crime mais grave.
Lei de Contravenções Penais DL 3.688/41
Revogação
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou
acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor:

Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.


Parte especial – Novidade importantes
ARTIGO NOVO
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,
conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo e privado sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei
nº 13.772, de 2018)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em


fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir
pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo.
Parte especial – Novidade importantes
ARTIGO NOVO
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou
divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro
de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de
sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018).
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação.
Exclusão de ilicitude
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.
Parte especial – Novidade importantes
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA
Estupro de vulnerável Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações
descritas no caput com alguém que, por enfermidade descritas no caput com alguém que, por enfermidade
ou deficiência mental, não tem o necessário ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por discernimento para a prática do ato, ou que, por
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO) § 2o (VETADO)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
grave: Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. § 4o Se da conduta resulta morte:
§ 4o Se da conduta resulta morte: Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º
deste artigo aplicam-se independentemente do
consentimento da vítima ou do fato de ela ter
mantido relações sexuais anteriormente ao crime.
Parte especial – Novidade importantes
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA
Ação penal Ação Penal
Art. 225 – Nos crimes definidos nos capítulos
anteriores, somente se procede mediante queixa. Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II
§ 1º – Procede-se, entretanto, mediante ação deste Título, procede-se mediante ação penal
pública: pública incondicionada.

I – se a vítima ou seus pais não podem prover às Parágrafo único. (REVOGADO).


despesas do processo, sem privar-se de recursos
indispensáveis à manutenção própria ou da família;

II – se o crime é cometido com abuso do pátrio


poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou
curador.

§ 2º – No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação


do Ministério Público depende de representação.
Parte especial – Novidade importantes
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA
Aumento de pena
Art. 226. A pena é aumentada: IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se o crime é praticado:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o
concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
Estupro coletivo
II – de metade, se o agente é ascendente, a) mediante concurso de 2 (dois) ou
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, mais agentes;
companheiro, tutor, curador, preceptor ou
empregador da vítima ou por qualquer outro
Estupro corretivo
título tiver autoridade sobre ela;
b) para controlar o comportamento
III – (REVOGADO) social ou sexual da vítima.
Estupro Corretivo

Hoje em dia se registram com frequência os casos que têm sido


chamados de “estupros corretivos”. Basicamente eles têm ocorrido de
duas maneiras: tendo como vítimas mulheres lésbicas, para haver uma
“correção” de sua orientação sexual ou para “controle de fidelidade”,
em que namorados ou maridos ameaçam a mulher de estupro por
todos os amigos ou membros de gangues se forem infiéis a seus
“companheiros”.
Parte especial – Novidade importantes
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA
Art. 154-A Invasão de dispositivo informático Art. 154-A Invasão de dispositivo informático
Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou Invadir dispositivo informático de uso alheio,
não à rede de computadores, mediante violação conectado ou não à rede de computadores, com o
indevida de mecanismo de segurança e com o fim fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do
informações sem autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar
titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
para obter vantagem ilícita. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa”. multa.
Parte especial – Novidade importantes
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA

Aumento de pena Aumento de pena


Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena
é aumentada: é aumentada:
I – (VETADO); I – (VETADO);
II – (VETADO); II – (VETADO);
III – de metade, se do crime resultar gravidez; e III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime
IV – de um sexto até a metade, se o agente resulta gravidez;
transmite à vitima doença sexualmente IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
transmissível de que sabe ou deveria saber ser agente transmite à vítima doença sexualmente
portador. transmissível de que sabe ou deveria saber ser
portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com
deficiência.
Parte especial – Novidade importantes
ARTIGO NOVO - Lei nº 14.132, de 2021
Perseguição - Stalking
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física
ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido:


I – contra criança, adolescente ou idoso;
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste
Código;
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego de arma.

§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

§ 3º Somente se procede mediante representação.


Parte especial – Novidade importantes
ARTIGO NOVO - Lei nº 14.188, de 2021
Violência psicológica contra a mulher

Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou
que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação:
(Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave..
ART. 121 – HOMICÍDIO
• Art. 121, caput – Homicídio doloso simples.
• Art. 121, §1º - Homicídio doloso privilegiado.
• Art. 121, §2º - Homicídio doloso qualificado.
• Art. 121, §2º-A – Condições do sexo feminino
• Art. 121, §3º - Homicídio culposo.
• Art. 121, §4º - Majorantes.
• Art. 121, §5º - Perdão judicial.
• Art. 121, §6º - Majorante milícia
• Art. 121, §7º - Majorantes dos feminicídio
ART. 121 – HOMICÍDIO
• Se o sujeito passivo for Presidente da República, do Senado, da
Câmara ou do STF, o crime passa a ser o do Art. 29, da Lei 7.170/83
(Lei de segurança nacional . – homicídio por motivação política.
Art. 29 - Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26.
Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.
• Homicídio preterdoloso é sinônimo de lesão corporal seguida de
morte – Art. 129, §3º.
• Quando ocorre a morte?
Lei 9.434/97 (doação de órgãos) – morte se da com a cessação da
atividade encefálica.
ART. 121 – HOMICÍDIO
• Crime comum, via de regra, tanto para o sujeito ativo como passivo.

- Especializado, no entanto, no tocante às figuras do feminicídio (§2º, VI) e contra


agente ou autoridade do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública.
Homicídio Privilegiado, §1º, Art. 121, CP
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.
• I – Homicídio impelido por motivo de relevante valor social – matar para
atender aos interesses da coletividade. Ex.: Matar o perigoso bandido que
aterroriza vizinhança. Morte do traidor da pátria.
• II – Homicídio impelido por motivo de relevante valor moral – matar para
atender interesses pessoais, porém, ligados ao sentimento de compaixão,
misericórdia ou piedade. Ex.: Eutanásia (a própria exposição de motivos do
CP dá esse exemplo, item 39).
Obs.: O motivo, tanto moral quanto social tem que ser relevante, se não for
relevante não haverá privilégio.
Homicídio Privilegiado, §1º, Art. 121, CP
• Homicídio emocional. Requisitos:
- Domínio de violenta emoção: tem de ser domínio, mera influencia é atenuante,
Art. 65, CP. O domínio é mais absorvente – o domínio cega, a mera influencia
confunde.
- Reagir logo em seguida a injusta provocação da vítima – imediatidade da reação.
A jurisprudência diz que a reação será considerada imediata enquanto perdurar o
domínio da violenta emoção. Intenção de evitar vingança fria e calculada.
- Injusta provocação da vítima. Não traduz necessariamente agressão (pois esta
admite legitima defesa) e pode ser indireta, ou seja, dirigida em face de terceiras
pessoas. Ex.: Pai que mata estuprador da filha. Marido que mata Ricardão – não
cabe legítima defesa da honra.
Obs.: A mera emoção do agente não é suficiente para o reconhecimento do
privilégio
Homicídio Privilegiado, §1º, Art. 121, CP
* O vizinho que ajuda o pai a matar o estuprador da filha, faz jus ao
privilégio?
R.: Art. 30, CP – Comunicabilidade das privilegiadoras:
Assim, o privilégio é circunstância!
Objetivas são ligadas ao meio/modo de execução.
Subjetivas são ligadas aos motivos ou ao estado anímico do agente.
Assim, o privilégio é circunstância de natureza subjetiva, portanto,
incomunicável.
Homicídio qualificado §2º
• I – Motivo torpe
• II – Motivo fútil
• III – Meio cruel
• IV – Modo surpresa
• V – Fim especial
• VI – Feminicídio
• VII – Agente ou Autoridade Forca de Segurança
Homicídio qualificado §2º
I - Mediante paga ou promessa de recompensa – Homicídio
Mercenário ou por mandato remunerado.
Paga – pode ser qualquer vantagem, tal como valor em dinheiro,
crédito, favores de qualquer natureza, inclusive sexuais, recebida antes
do cometimento do homicídio.
Promessa de recompensa – é a promessa de qualquer das vantagens
citadas acima, inclusive promessa de casamento.
Torpe – motivo vil, ignóbil, repugnante e abjeto. Ex.: Matar pai para
ficar com herança ou seguro.
Homicídio qualificado §2º
* A qualificadora é somente para o executor ou também se comunica
ao mandante?
R.: 1ª Corrente: trata-se de circunstância subjetiva incomunicável, nos
termos do Art. 30, CP (doutrina moderna, STJ, Resp 1.415.502, Dje
17/02/2017).

2ª Corrente: trata-se de elementar subjetiva do tipo qualificado,


comunicável nos termos do Art. 30 (STF, HC 71.582, 96.907 e STJ, HC
99.144). Crítica: ex.: pai que, sem coragem, paga para matar estuprador
da filha!
Homicídio qualificado §2º
(Art. 121, §2º, II) – Motivo Fútil.
O motivo fútil se identifica pela desproporcionalidade verificada entra a
motivação do crime e o próprio crime. É o motivo insignificante, de pouca
importância. Ex.: briga de trânsito.
* Ausência de motivo é motivo fútil?
R.: 1ª Corrente: Se motivo pequeno qualifica, ausência de motivo também
qualificará (alguns julgamentos esparsos). Minoritária
2ª Corrente: O crime será qualificado quando o motivo é pequeno e motivo
pequeno não se confunde com ausência de motivo – querer abranger a
ausência de motivo é analogia in malam partem (Bitencourt, Gerco, Masson.
STJ, HC 152.548 e 769.651).
Homicídio qualificado §2º
(Art. 121, §2º, III) – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum.
a) Meio insidioso: é meio desleal, feito através de fraude, dissimulação, meio
maquiavélico, sabotagem, meio sorrateiro. Ex.: encobre com folhagens a
boca de um poço para que a pessoa caia. Sabota os freios do carro.
b) Meio cruel: é o meio que o agente utiliza para aumentar, majorar o
sofrimento da vítima antes da morte. Sofrimento ocasionado
propositadamente, além do considerado normal ao alcance da morte. Ex.:
homicídio à marretadas, começando por regiões não letais do corpo. Corte
para sangrar até morrer, através e fogo, tortura.
Homicídio qualificado §2º
d) Emprego de veneno – Venefício (homicídio com emprego de
veneno). Veneno: substancia biológica ou química, animal, mineral ou
vegetal, capaz de perturbar ou destruir as funções vitais do organismo
humano. Ex.: Inseticida, veneno de cobra ou açúcar para o diabético.
* Para incidir a qualificadora é imprescindível que a vítima desconheça
estar ingerindo a substância venenosa (ignora que está sendo
envenenada), pois é exemplo de meio insidioso. Ex.: Coloca a arma na
cabeça da vítima e obriga a vítima a beber o veneno – qualificado não
pelo veneno, mas por meio que dificultou a defesa da vítima ou mesmo
meio cruel.
Homicídio qualificado §2º
h) Tortura (Lei 9.455/97)

Homicídio qualificado pela tortura (Art. 121, §2º, III) – doloso ≠ Tortura
com resultado morte (Art. 1º, §3º, Lei 9.455/97) – preterdoloso.
(Art. 121, §2º, VI) - contra
a mulher por razões da
condição de sexo feminino:
Especial em razão do sujeito passivo. Mulher. No contexto de violência
doméstica e familiar ou por discriminação ou menosprezo pela natureza
Critérios para identificação:
- Psicológico: leva em consideração a sexualidade mental do agente, o que
ocorre com o transexualismo ou síndrome da disforia sexual;
- Biológico: identifica pelo sexo morfológico, genético ou endócrino.
Melhor critério segundo doutrina é o
- Critério jurídico: ou seja aquele que tenha registro civil do sexo feminino.
Somente esses é que poderão er sujeitos passivos desse delito.
(Art. 121, §2º, VII) - contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição
São sujeitos passivos os integrantes:
- Das forças armadas – exercito marinha e aeronáutica (Art. 142, CR)
- Da polícia federal (Art. 144,I, CR)
- Da polícia rodoviária federal (Art. 144, II, CR)
- Da polícia ferroviária federal (Art. 144, III, CR)
- Das polícias civis (Art. 144, IV, CR)
- Das polícias militares e do corpo de bombeiros militar (Art. 144, V, CR)
- Das guardas municipais (Art. 144, §8º)
- Do sistema prisional
- Da força nacional de segurança pública (Lei 11.473/07)
(Art. 121, §2º, VII) - contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição

São sujeitos passivos os integrantes:


Além dos cônjuges, companheiros ou parentes consanguíneos até o
terceiro grau.
• Exigência do nexo funcional, ou seja, o homicídio deve ter sido
praticado em virtude do exercício do cargo ou em razão desse
exercício.
• Homicídio praticado contra filho adotivo dessas autoridade?
Homicídio privilegiado-qualificado. É
possível?
O entendimento majoritário, inclusive em sede jurisprudencial (STF, HC
98.265), é que é possível um homicídio privilegiado-qualificado, desde que
se trate de qualificadora objetiva, uma vez que o privilégio sempre é
subjetivo (valor social, valor moral e emocional). Ex.: relevante valor moral e
motivo fútil (impossível). Ex.: emocional por afogamento (possível)
• I – Motivo torpe (subjetiva)
• II – Motivo fútil (subjetiva)
• III – Meio cruel (objetiva)
• IV – Modo surpresa (objetiva)
• V – Fim especial (subjetiva)
• VI – Feminicídio (Subjetiva)
• VII – Autoridade de segurança (Subjetiva)
Homicídio privilegiado-qualificado é
hediondo?
A doutrina majoritária diz não ser hediondo o homicídio privilegiado-
qualificado, pelo fato do privilégio se sobrepor à qualificadora, pois o
móvel do agente sempre será um motivo relevante (social ou moral) ou
após um injusta provocação da vítima, o que não se amolda à ideia de
hediondez.
Perdão judicial – Art. 121, §5º
Trata-se de causa de extinção da punibilidade (Art. 107, IX) que é
aplicada quando no homicídio culposo, e somente no culposo, as
consequência da conduta são tão graves ao próprio agente que a
sanção penal se torna desnecessária ou inócua. Ex.: Pai que esquece o
filho no carro. Previsão tb para a lesão culposa (Art. 129, §8º)
• Obs.: STJ, S. 18 - Esta sentença que extingue a punibilidade não pelo
perdão judicial não gera nenhum efeito condenatório, tais como:
reincidência, nome no rol dos culpados, obrigação de reparar o dano.
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, ou por grupo de extermínio.
Milícia privada – características para identificação:
1 – controle do território e da população que nele habita por parte de
um grupo armado irregular;
2 – o caráter coativo desse controle;
3 – ânimo de lucro individual com motivação central
4 – discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à
instauração de uma ordem
5 – participação ativa e reconhecida dos agentes do Estado
§7º - Aumentos de pena do feminicídio
• I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
• II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos ou com deficiência;
• III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.

Aparente conflito entre o §4º e §7º se resolve pela especialidade. Para


este só no caso de feminicídio, utilizando o §4º de maneira subsidiária.
Art. 122 - Induzimento, instigação ou auxílio a
suicídio ou a automutilação – Lei 13.968/19
• Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-
lhe auxílio material para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de


natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.


Art. 122 - Induzimento, instigação ou auxílio a
suicídio ou a automutilação – Lei 13.968/19
§ 3º A pena é duplicada:

I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de


resistência.

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de


computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo


ou de rede virtual.
Art. 122 - Induzimento, instigação ou auxílio a
suicídio ou a automutilação – Lei 13.968/19
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de
natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do
art. 129 deste Código;

§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de


14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para
a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
121 deste Código.
Art. 122 - Induzimento, instigação ou auxílio a
suicídio ou a automutilação – Lei 13.968/19

• * “A” induz “B” a auxiliar “C” a suicidar-se. Que crime praticou “A”?

R.: “A” é partícipe do autor “B” do crime do Art. 122 c/c 29. Assim, esse
crime admite concurso de agentes.
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

• Tipo privilegiado.
Perceba que o legislador, levando em consideração à circunstância da
mãe, sob o estrado puerperal, matar o próprio filho, criou uma forma
especial para esse homicídio. Por isso a doutrina entende que o
infanticídio nada mais é que um homicídio privilegiado.

Trata-se de crime bi próprio, pois o tipo penal exige um qualidade


especial tanto do sujeito ativo quanto so sujeito passivo: Mãe e próprio
filho.
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

• Concurso de pessoas
Coautores e partícipes também se beneficiarão da tal espécie
privilegiada?

R.: O entendimento sedimentado é que em virtude do Art. 30 do CP,


levando-se em consideração que a as circunstâncias estado puerperal e
próprio filho, apesar de subjetivas, são elementares do tipo penal,
comunicando-se, porém, ao coautor ou partícipe atendendo a teoria
monista ou monística.
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

• Durante e logo após o parto.

Para determinar o início e o fim do parto a doutrina penalista vai


buscar os conceito médicos para entender que início do parto normal
pode se dar com as contrações uterinas, ou com o rompimento da
membrana amniótica, ou ainda com a dilatação do colo do útero. Já o
início do parto denominado cesariana, se dá com as primeiras incisões
abdominais praticadas pelo médico.
Aborto – Art. 124 a 128, CP
Conceito: é a interrupção forçada da gravidez com a morte do feto.
• Termo inicial (a quo) e final (ad quem)
Não há um consenso doutrinário acerca do início do processo de gestação. Para alguns
doutrinadores (v.g. Greco e Nucci) a gravidez se inicia a partir da nidação, que é a fixação
do óvulo fecundado na parede do útero. Já outros doutrinadores (v.g.Masson) entendem
que a gravidez se inicia, em verdade com a fecundação.
* Métodos contraceptivos que não impedem a fecundação e sim a nidação. Ex.: DIU e
pílulas do dia seguinte. Para Masson: Exercício Regular de Direito, pois o Brasil permite o
uso de tais métodos. Para Greco, não há problema, pois aborto se daria somente após a
nidação.
Em relação ao termo final da gestação, há um consenso, se dá com o início do parto. Este
se inicia com contrações uterinas, ou com o rompimento da membrana amniótica, ou
ainda com a dilatação do colo do útero.
Assim, a morte do feto após o início do parto poderá configurar infanticídio ou aborto, a
depender do caso concreto.
Aborto – Art. 124 a 128, CP
• Modalidades de abortos criminosos.
a) Aborto provocado pela gestante (Art. 124 – autoaborto): quando a própria
gestante pratica a conduta abortiva.
b) Aborto consentido pela gestante (Art. 124): quando a gestante consente
que outra pessoa lhe provoque o aborto.
c) Aborto provocado por terceira, sem o consentimento da gestante (Art.
125)
d) Aborto provocado por terceira pessoa com o consentimento da gestante
(Art. 126).
* (p.ú., Art. 126) Perceba que se o consentimento é inválido (menor de 14,
doente mental, fraude ou coação), aplica-se a pena do Art. 125
* Exceção à teoria monista: Art. 124 e Art. 126.
Aborto – Art. 124 a 128, CP
• Sujeito ativo e sujeito ativo.
Art. 124 (autoaborto): crime de mão própria, somente a gestante pode praticar.
Pode haver, no máximo participação (Ex.: namorado induz, instiga ou auxilia)
Sujeito passivo é o embrião ou o feto.
- Art. 125: (aborto sem o consentimento): crime comum, sujeito ativo (qualquer
pessoa). Dupla subjetividade passiva: feto ou embrião e a própria gestante.
* Consentimento de pessoa menor de 14 anos ou alienada ou débil mental, o
dissentimento é presumido. Assim, o agente responderá pelo Art. 125 e não pelo
Art. 126
- Art. 126: (aborto com o consentimento): crime comum, sujeito ativo qualquer
pessoa, sujeito passivo: o feto ou embrião. Greco entende, que no caso de
ocorrência de lesão grave ou morte, também a gestante será considerada sujeito
passivo.
Aborto – Art. 124 a 128, CP
• Gêmeos.
Concurso formal improprio ou imperfeito (desígnios autônomos). Se
não sabia, um só! Responsabilidade penal objetiva.
Aborto – Art. 124 a 128, CP
• * gravidez putativa com consequência morte em decorrência do
aborto?
R.: Responde somente pelo homicídio culposo. Aborto impossível, Art.
17
Aborto – Art. 124 a 128, CP
• Aborto legal. Causas especiais de exclusão da ilicitude.
O Art. 128 autoriza duas espécies de aborto:
I – Aborto terapêutico, curativo, necessário, profilático ou preventivo
- Fundamento: conflito de bens jurídicos: vida da mãe, pessoa já formada e
vida do não nascido que ainda goza de expectativa de formação completa.
- Não se exige a anuência da mãe. A vida é bem jurídico indisponível. Assim,
o médico que realizou o aborto necessário, sem o consentimento da
gestante não comete crime algum.
- O médico não depende de autorização judicial, podendo fazer o aborto que
julgar na situação prevista na lei.
Aborto – Art. 124 a 128, CP
II – Aborto sentimental, humanitário, piedoso ou ético.

Fundamento: dignidade da pessoa humana – Art. 1º, III, CR/88 – dignidade sexual.
- Neste é indispensável o consentimento da gestante, sob pena de se configurar o Art. 125
(s/ const.);
- Como não há perigo à vida da gestante nessa situação, não há hipótese de se configurar o
estado de necessidade.
- Também não se exige autorização judicial para a prática pelo médico do aborto, bastando,
que se verifique indícios seguros da prática criminosa, como a s lesões provocadas pelo
crime, boletim de ocorrência, depoimento da vítima e de testemunhas.
- Interpretação extensiva: para abranger vítimas de estupro de vulnerável – Art. 217-A, CP.
- Causa de aumento de pena nos crimes contra a dignidade sexual quando decorrer
gravidez (Art. 234-A, III – L. 12.015/09).
Aborto – Art. 124 a 128, CP
* Aborto eugênico ou eugenésico.
O STF ao julga a ADPF 54 concluiu por maioria de votos pela inconstitucionalidade
da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria
conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, I e II, do CP.
Fundamento: tipificação penal da interrupção da gravidez de feto anencéfalo não
se coadunaria com a Constituição, notadamente com os preceitos que garantiriam
o Estado laico, a dignidade da pessoa humana, o direito à vida e a proteção da
autonomia, da liberdade, da privacidade e da saúde.
Sendo assim, permitido tal modalidade de aborto, desde que devidamente
diagnosticada a anencefalia segundo os critérios definidos pelo CFM através da
Resolução 1989 de 10 de maio de 2012.
Natureza jurídica: Não é crime por falta de tipicidade material, ou seja, não há
ofensa ao bem jurídico vida, uma vez que a mesma é inviável – LFG
• Supremo Tribunal Federal, em 29/11/17, no julgamento do Habeas
Corpus 124.306. Com o voto de Barroso, a 1ª Turma da corte, por
maioria, entendeu que a interrupção da gravidez até o terceiro mês
de gestação não pode ser equiparada ao aborto.

• Decisão isolada por ora, julgamento previsto para agosto desse ano
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
• . Estrutura culposa
Caput – lesão leve §8º - perdão judicial
§1º - lesão grave (Qual.) §9º - lesão doméstica leve (Qual)
§2º - lesão gravíssima (Qual.) §10 – lesão doméstica grave,
§3º - lesão seguida de morte (Qual) gravíssima e seguida de morte c/
aumt pena
§4º - lesão privilegiada (diminuição de
pena) §11 – lesão doméstica leve contra PCD
§5º - substituição de pena § 12 – Autoridade sistema prisional
§6º - lesão culposa § 13 – Lesão contra mulher (Lei
14.188/21)
§7º - aumento de pena da lesão
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
Sujeitos
Via de regra crime comum, sem qualidade especial para SA e SP, salvo
nas seguintes hipótese que se exige qualidade especial do SP:

- Lesão grave (§1º) ou gravíssima (§2º). SP: mulher grávida

- Lesão qualificada pela violência doméstica. SP: ascendente,


descendente, irmã, cônjuge ou companheira do agressor.
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
Dolo
- Todas as modalidades de dolo: animus laedendi ou animus nocendi

Tentativa de lesão não se confunde com vias de fato (contravenção.


D.L. 3.688/41)
- Na tentativa de lesão o agente tem dolo de ofender a integridade
física ou a saúde de outrem, não conseguindo por circunstâncias
alheias à sua vontade. Na Vias de fato o dolo é de agredir, sem lesionar.
EX.: empurrão
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
Consentimento do ofendido e princípio da insignificância
• Cabe o consentimento do ofendido desde que observe: consentimento
livre, inequívoco, prévio, o agente plenamente capaz e bem jurídico
individual e disponível. – causa supralegal de exclusão da ilicitude Ex.:
Piercing; masoquismo, tattoo.

• Princípio da insignificância: cabe para as lesões leves e culposas, quando a


ofensa é ínfima. – causa de atipicidade (tipicidade material) STF, HC 95.445
e RHC 66.869. Ex.: pequenas lesões decorrente de acidente de trânsito
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
Princípio da consunção
Existem alguns crimes que têm como “meio normal” para sua
consecução a violência (Ex.: 157 e 213). Nesse casos a lesão corporal
leve eventualmente sofrida em decorrência da execução desses crimes,
ficam por eles absorvidas, salvo se a própria lei excepcionar (Art. 329,
§2º e Art. 345)
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
Lesão leve – Art. 129, caput
É toda aquela que não é grave, gravíssima, seguida de morte ou
decorrente de violência doméstica ou contra autoridade do sistema
prisional. Trata-se de crime de menor potencial ofensivo, motivo pelo
qual será processada pelo rito sumaríssimo mediante ação penal
pública condicionada (Art. 88, L. 9.099), com a incidência de todos os
benefícios da Lei 9.099/95.
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
Lesão grave – Qualificadoras
O CP classifica somente como graves as lesões descritas nos §§1º e 2º. Porém como
a pena das lesões do §1º (1-5) é menor do que a das lesões do §2º (2-8), a doutrina
convencionou chamar as do §1º de lesões graves e as do §2º de gravíssimas.
São hipóteses de crimes agravados pelo resultado, não necessariamente
preterdoloso. Pois o legislador proibiu que o resultado mais grave se desse a título
de dolo somente na seguida de morte, silenciando, quanto aos demais resultados
agravadores, motivo pelo qual a doutrina entende admitir tanto dolo quanto culpa
em relação ao resultado mais grave (Greco, Esther Figueiredo Ferraz).
Preterdolosos serão (§3º seguida de morte; §1º, II perigo de vida; §1º, IV
aceleração do parto §2º, V seguida de aborto) * Todas são de natureza objetiva –
comunicam-se no concurso de pessoas.
LESÃO CORPORAL – Art. 129, CP
Lesão para fim de transplante
É possível dispor gratuitamente de tecidos e órgãos do próprio corpo
para fim de transplante ou tratamento, desde que o doador seja maior
e capaz e anua com o procedimento, sem causar graves prejuízos à sua
saúde, cumprindo ainda o demais requisitos da Lei de doação – Lei
9.434/97, Arts. 1º a 9º.
O não cumprimento das condições da lei, tipifica crime descrito na
própria Lei 9.434/97, Art. 14, com previsão de qualificadoras idênticas
às do Art. 129 do CP, portanto, nessas circunstâncias, será punida a
auto-lesão, nos termos dispostos na lei especial.
Lesões corporais graves - §1º
I - Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias
Ocupações habituais é entendida pela doutrina como qualquer atividade habitualmente
desenvolvida pela vítima, não necessariamente relacionada ao trabalho. Ex.: Criança de
colo vítima que ficou impossibilitada de mamar por mais de trinta dias. * Depende de
prova pericial Art. 168, §2º, CPP
A atividade deve ser lícita. Assim, o assaltante que foi vítima de lesão e não pode
empunhar uma arma de fogo por mais de trinta dias, não faz incidir a qualificadora.
Estelionatário (habilidade das mãos). Note que a prostituição não é atividade ilícita,
independentemente da discussão se é ou não moral, também faz incidir a qualificadora,
se a prostituta agredida não puder se prostituir por mais de 30 dias.
CBO – Classificação Brasileira de Ocupações MTE
Títulos 5198-05 - Profissional do sexo - Garota de programa, Garoto de programa,
Meretriz, Messalina, Michê, Mulher da vida, Prostituta, Trabalhador do sexo
Lesões corporais graves - §1º
III – Debilidade permanente de membro, sentido ou função.
• Debilidade é o enfraquecimento ou redução da capacidade funcional
e permanente entende-se no sentido de ser duradouro, incerto de
cura, mas não necessariamente perpétuo.
• Membros: braços, mãos, pernas e pés. Ex.: lesão que causa
diminuição da força do braço, que impede de carregar peso.
• Sentidos: visão, olfato, audição, tato e paladar. Ex.: lesão que diminui
a audição.
• Função: atuação exercida por qualquer órgão: digestiva, circulatória,
motora, respiratória. Ex.: Lesão que diminui a capacidade respiratória.
Lesões corporais graves - §1º
IV – Aceleração do parto
• Também é necessariamente preterdoloso, uma vez que havendo dolo
em relação à interrupção da gravidez com morte do feto, tem-se o
crime de aborto.

• Perceba que esse inciso exige que a nascituro sobreviva, pois se


ocorrer o aborto, a qualificadora será a do §2º, V (gravíssima -
aborto).

• Exige a conhecimento da condição de gravida. Responsabilidade


penal objetiva.
Lesões corporais gravíssimas §2º
I – Incapacidade permanente para o trabalho
• A permanência aqui é entendida tal qual no estudo do I, §1º, ou seja,
não exige que seja perpetuo, porém, deve ser duradouro, de
reversibilidade incerta.
• * Discussão doutrinária acerca do trabalho.
É certo que aqui o legislador exigiu que a incapacidade seja em relação
à atividade laborativa, lucrativa, que vise salário qualquer tipo de
remuneração. Prevalece entendimento, apesar de alguma resistência
doutrinária v.g. R. Greco e Mirabete, que a incapacitação é genérica e
não específica para o trabalho, ou seja, deve incapacitar para qualquer
trabalho e não para o trabalho anteriormente exercido (nesse caso
lesão grave)
Lesões corporais gravíssimas §2º
II – Enfermidade incurável

• A qualidade de incurável é analisa segundo o estágio de


conhecimento da medicina no tempo do cometimento do delito. Ex.:
tuberculose, sífilis epilepsia.
• Exige comprovação por perícia
• Transmissão de AIDS dolosamente, configura essa qualificadora e não
homicídio tentado como já se entendeu – Greco, Mirabete e Victor
Eduardo Rios. STJ, HC 160.982
Lesões corporais gravíssimas §2º
III – Perda ou inutilização de membro, sentido ou função.

• Perda seria a retirada forçada, ablação, destruição do membro (Ex.:


arrancou o braço ou teve de ser amputado), sentido (destruição dos
tímpanos) ou função (extirpação do pênis). Já a inutilização, seria a
presença do órgão, ou membro, porém sem a utilidade a que se
destina (ex.: perda do movimento da mão, embora presente).
• * Órgãos duplos. Nessa hipótese estaremos diante de debilidade
(grave - §1º, III) de não perda ou inutilização (gravíssima). Ex.:
Audição, visão e rins. Não se aplica aos membros que são
considerados individualmente. Assim, arrancou um único braço,
configura a perda. (Capez)
Lesões corporais gravíssimas §2º
IV – Deformidade permanente

• Maior parte da doutrina e jurisprudência entendem que essa


qualificadora esta relacionada à estética, portanto, a deformidade
necessita ser visível, não necessariamente na face, mas capaz de
causar impressão vexatória e o consequente desconforto da vítima.
Ex.: queimadura (por ácido – vitriolagem). Em contrário: Masson e
Hungria para quem basta alteração prejudicial e duradoura no corpo
da vítima.
Lesões corporais gravíssimas §2º
V – Aborto.

• É crime preterdoloso. Se houver dolo em relação ao resultado mais


grave (aborto). Será concurso de crimes. Lesão (pode ser qualificada
por outra) + aborto.
Lesão seguida de morte §3º
• Conhecido também como homicídio preterdoloso ou
preterintencional, é necessariamente estruturado como dolo na
conduta antecedente e culpa no resultado consequente.
• Se houver dolo, ainda que seja eventual em relação ao resultado
morte, responderá o agente por homicídio doloso, ficando a lesão
absorvida pelo crime fim (p. consunção)
• Se não houver dolo na conduta e sim culpa, ocorrendo também a
morte culposa. o agente responderá por homicídio culposo, ficando
também a lesão absorvida nesse caso.
Privilégio §4º, Art. 129.

• É a mesma causa de diminuição de pena prevista no §1º do Art. 121


aplicado à lesão corporal. Valendo as mesma observações.

• Atente-se somente que aplica-se à lesão dolosa e não à culposa.


Primeiro, tendo em vista a posição topográfica: privilégio §4º, lesão
culposa §6º. Segundo pela natureza do próprio instituto.

• Aplica-se a qualquer modalidade leve, grave ou gravíssima.


Substituição de pena §5º, Art. 129.

• a) Privilégio: no caso de privilégio na lesão leve o juiz pode aplicar a


diminuição ou substituir a pena. Só no caso da leve.

• b) Lesões recíprocas: perceba que nesse caso os agressores começam


a se agredir injustamente, mutuamente. Ex.: brigas de colegas de
trabalho após discussão acalorada; ou quando alguém é agredido e
somente depois de cessada a agressão retruca a lesão. *Meios para
não configurar legitima defesa
Lesão culposa §6º, Art. 129.

• É a lesão causada por falta de cuidado objetivo (impudência,


negligencia ou imperícia).
• Não há classificação de leve, grave ou gravíssima ainda que haja as
qualificadoras, que deverão ser observadas na dosimetria da pena.
Art. 59, consequências.
• É crime de menor potencial ofensivo de ação penal pública
condicionada. Incide todos os aspectos da Lei 9.099/95.
• *Obs.: se a lesão culposa se dá na direção de veículo automotor,
utiliza-se o CTB (L. 9.503/97, Art. 303) – especialidade.
• * Obs.: Causa de aumento de pena, (Art. 121, §4º, 1ª parte.). Art. 129
Causa de aumento de pena lesão dolosa §7º, Art. 129.

• Aumenta-se de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14


ou maior de 60 anos (Art. 121, §4º 2ª parte) ou se praticada por
milícia ou grupo de extermínio nos termos do §6º do Art. 121
(12.720/12)

• Obs.: A primeira parte do §4º do Art. 121 é causa de aumento de


pena da lesão culposa.
Perdão judicial, §8º, Art. 129.

• É o mesmo perdão do Art. 121, §5º. Servindo as mesmas


considerações. Somente para lesão culposa.

• Ex.: Pai acidente de carro culposo que machuca a filha e a esposa. STF,
AP 277/DF
Lesão em violência domestica. §9º, Art. 129.

• A Lei Maria da Penha (Lei. 11.340/06) modificou a pena para 03


meses a 03 anos, com o objetivo de punir mais severamente (pena
antiga 06 meses a 1 ano) os crimes praticados no âmbito domestico e
familiar contra a mulher e evitar as aplicação da lei 9.099/95 (Art. 41
já afasta).
• Observe que somente se aplica às lesões leves, por óbvio, pois senão
estar-se-ia punindo com menos severidade situação mais grave.
Assim, se lesão é grave, gravíssima ou seguida de morte no âmbito
domestico, aplica-se as qualificadoras respectivas com aumento de
pena 1/3 do §10.
Lesão em violência domestica. §9º, Art. 129.

• Perceba que essa hipótese do §9º se aplica indistintamente à homens


ou mulheres, entretanto, quando a vítima for mulher, aplica-se o
tratamento mais rigoroso previsto na Lei 11.340/06. Ex.:
Impossibilidade de suspensão condicional do processo (Art. 41, L.
11.340/06 Art. 89, L.9.099/95), impossibilidade de aplicação isolada
de multa ou outras prestações pecuniárias (Art. 17, L. 11.340/06) –
STJ, RHC 27.622.
• Abarca empregadas domésticas, hóspedes, estudantes de repúblicas.
Lesão em violência domestica. §10, Art. 129.

Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são


as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço).
- É causa de aumento de pena para as lesões grave, gravíssimas e
seguida de morte para o âmbito de violência doméstica
- Deixa claro que o §9º é para lesão simples
Lesão em violência domestica. §11, Art. 129.
Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço
se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.
- É causa de aumento de pena para as lesões leves (não abarca as
qualificadas) contra pessoas com deficiência no âmbito doméstico ou
familiar.
- Lei 13.146/15 – Estatuto da pessoa com deficiência. É aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação pela e efetiva em sociedade em igualdade de
condições.
Lesão contra autoridades do sistema prisional. §12, Art. 129.
Mesmas observações do homicídio, Art. 121, 2º, VII.
Lesão em razão da condição do sexo feminino. §13, Art. 129.
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição
do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:
(Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).
Art. 129, informações finais
Ação Penal
- Pública condicionada: lesões leves e culposas
- Pública incondicionada: lesões graves, gravíssimas, seguidas de morte
e todas decorrentes de violência doméstica
Lesões Hediondas
- Lesão corporal gravíssima
- Lesão seguida de morte contra integrantes dos órgãos de segurança
pública
* Equimoses e hematomas caracterizam lesão. Eritemas não!
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Espécies de honras
• a) Honra objetiva: é a visão que a sociedade tem do individuo,
reputação social. (calúnia e difamação)

• b) Honra subjetiva: é o sentimento da pessoa sobre ela mesma acerca


de suas qualidades, autoestima (injúria).
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Calúnia – Art. 138, CP
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a
propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Análise das elementares:
a) Imputar fato: observe que a calúnia é a imputação de um fato e não
de uma qualidade. O agente deve atribuir determinado fato à vítima.
• Ex.: Ladrão – não é imputação de fato, não pode ser calúnia vai se
caracterizar como injúria. Calúnia é dizer, por exemplo, que
determinada pessoa subtraiu determinada coisa alheia para si ou para
outrem. Tem de ser um fato determinado com seus elementos
caracterizantes.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Análise das elementares:
b) Definido como crime: o fato atribuído à alguém, deve estar definido
em lei como crime. Assim, se imputar a alguém, por exemplo, um fato
definido como adultério (Art. 240, CP revogado) ou mesmo como
exploração de jogo de azar (contravenção penal, Art. 50, Decreto-lei
3.688/41) não caracterizam calúnia, pois não são fatos definidos como
crimes (proibição da analogia in malam partem). Podem configurar
difamação, pois de toda forma é ofensivo à reputação.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Análise das elementares:
• c) Falsamente: o agente deve saber que o fato que imputa é falso,
pois se o fato é verdadeiro, não haverá o crime de calúnia. Motivo
pelo qual o procedimento admite a chamada exceção da verdade
(§3º) que será adiante estudada.
* Erro de tipo – exclui o dolo. Ex.: vê uma pessoa furtando e imputada à
outra fisicamente semelhante.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Consumação e tentativa.
• São crimes formais, se consumam independentemente da efetiva violação
da honra, basta a pratica da conduta.
• A calúnia e a difamação, por protegerem a honra objetiva, se consumam
quando a imputação da ofensa chega ao conhecimento público (basta uma
pessoa saber), independentemente de a vítima tomar conhecimento. Já à
injúria, por proteger a honra subjetiva, somente se consuma com o
conhecimento da vítima acerca da ofensa.
• Via de regra não admitem o conatus pelo fato de ser realizarem oralmente,
porém, na forma escrita é possível se vislumbrar a tentativa.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Calúnia e denunciação caluniosa (Art. 339)
• Na denunciação caluniosa o agente vai além da calúnia, ele leva ao
conhecimento da autoridade pública criminal a imputação falsa de
um fato criminoso, fazendo movimentar a maquina estatal, por
exemplo com a instauração de IP ou mesmo com o oferecimento de
queixa-crime.
• Calúnia protege a honra (ação penal privada - Art. 145) e a
denunciação a administração da justiça (pública incondicionada).
Além do que a denunciação caluniosa admite a imputação de
contravenção penal (§2º, Art. 339).
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Elemento subjetivo
• Tanto para calúnia, quanto para a difamação e para injúria exige-se o
dolo, direto ou eventual, não havendo a modalidade culposa.
• * Obs.: a calúnia por extensão prevista no §1º do Art. 138, não admite
a modalidade de dolo eventual, exigindo dolo direto para sua
caracterização, pois o §1º, diferentemente do caput do artigo exige
que a pessoa que propala ou divulga saiba efetivamente da falsidade
do fato, se ela não tem certeza não se caracteriza o delito.
• *Obs.: Animus jocandi – se o agente tem a intenção apenas de
brincar, de caçoar e não de ofender, não comete o delito, desde que
dentro de um limite pautado pela razoabilidade.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Calúnia por extensão §1º, Art. 138, CP

• § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a


propala ou divulga.
• Basta a propagação (verbal) ou divulgação (outros meios: escritos,
virtuais, gestos), ainda que para uma única pessoa de fato definido
como crime, para se caracterizar. Visar evitar o alastramento da
ofensa.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Calúnia contra os mortos,

• Nesse ponto a previsão legal é exclusiva à calúnia, não havendo


correspondente na difamação e na injúria (por óbvio). Visa a proteção
do bom nome e memória da reputação do morto. O SP é a família e o
cônjuge.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Exceção da verdade §3º
Aquele que está sendo acusado do crime contra a honra (calúnia e
difamação) pode se valer, no prazo da resposta à acusação (Art. 523,
CPP), de um incidente processual prejudicial de defesa que visa
comprovar a veracidade do fato que imputa a outrem.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140.
Calúnia Difamação Injúria

Regra: Admite Regra: Não admite Regra: Não admite.

Exceção: Não Exceção: Admite Pois não se trata de

admite, §3º, I, II e III. quando ofendido é fato e sim de uma

funcionário e a qualidade.

difamação tem
relação com o cargo
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140
Não poderá ser utilizada a exceção quando:
a) se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido
não foi condenado por sentença irrecorrível;
Nos crimes de ação penal privada o início da ação, por opção
legislativa, fica a cargo da vítima que tem a opção de analisar a
conveniência de inaugurar a ação penal. Por esse motivo o legislador
proibiu a exceção da verdade nesse caso, pois caso contrário estaria
permitindo à terceiro que levasse à juízo situação que a própria vítima
decidiu não levar.
Ex.: José atribui à João o fato de ter chamado Maria de prostituta
(injúria). Maria, prefere não processar João pela injúria (ação privada).
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140
João processa José pela calúnia, que, neste caso, não poderá se valer da
exceção da verdade, pois João não foi condenado definitivamente pelo crime,
pois Maria preferiu não iniciar à ação.
Esse é o posicionamento da doutrina majoritária. Luiz Regis Prado, Nelson
Hungria.
Para o Prof. Rogério Greco, no entanto, tal disposição deve ser interpretada
conforme a CRFB/88, para que não se lese o princípio da ampla defesa (Art. 5º,
LV), pois não seria razoável suprimir do réu da ação penal por calúnia
importante meio de prova de sua inocência. Assim, para este doutrinador, caso
já haja um processo criminal em curso pelo fato que ele imputou à vítima, o juiz
da ação penal da calúnia deveria suspender o processo e esperar eventual
condenação na ação penal que julga o fato imputado. Porém, se não existir ação
penal em curso pelo fato, não se poderá impedir o réu de se valer da exceptio
veritatis para comprovar sua inocência sob pena de se ferir o princípio da ampla
defesa.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140
• b) se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do
art. 141 (Presidente da República e Chefe de Governo Estrangeiro);

A competência para julgar o Presidente nas infrações penais comuns é


do STF – Art. 102, I B. Imunidades.
CRIMES CONTRA A HONRA –Calúnia,
Difamação e Injúria – Arts. 138, 139 e 140
• c) se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi
absolvido por sentença irrecorrível.

Coisa julgada.
Difamação – art. 139
• Difamar é justamente imputar fato ofensivo à reputação de outrem.
Fato que desabone a imagem da pessoa no meio social, seja no
âmbito, físico, moral ou intelectual.
• * Importante perceber que o dispositivo legal não exige que o fato
seja falso, basta que seja ofensivo à reputação, por isso, a difamação
não admite, via de regra, a exceção da verdade.
• Ex.: Fala publicamente que viu determinada pessoa fazendo uma
orgia em sua casa.
• Ex.: Afirma para outras pessoas que a amiga se prostitui em uma
determinada casa de show.
Injúria – Art. 140
Estrutura
• Caput – Injúria Simples
• §1º - Perdão judicial
• §2º - Injúria Real (qualificadora)
• §3º - Injúria Racial (qualificadora)
Injúria – Art. 140
Analise das elementares.
• Injuriar alguém é justamente ofender lhe a própria dignidade, a imagem
que a própria vítima tem de si (honra subjetiva), imputando-lhe qualidade
demeritória.
• Ex.: Chamar o outro de viado. Vadia
• Obs.: Perceba que a doutrina entende possível a prática da injúria por
omissão (Ex.: cumprimenta todos do local e recusa a cumprimentar outro
que lhe estendeu a mão), ou qualquer outro meio: verbal, gestos, pintura,
imagens, ironia, truncada (ex.: gesto com o dedo médio; afixar um rabo em
alguém).
• Obs.: Admite ainda a injúria reflexa ou indireta (Ex.: chama o marido de
corno. Atinge também a esposa).
Injúria – Art. 140
Perdão judicial
• a) quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a
injúria; (devem estar no mesmo local / ambiente)
- Assemelha-se ao privilégio do homicídio na parte que diz quando o
agente comete o crime sob o domínio de violenta emoção.

• b) Retorsão imediata: ofensas recíprocas. Ex.: Pedreiro: quenga. Vc:


viado. (admite-se também em relação às injúrias escritas, desde que
reaja imediatamente após o conhecimento) – modalidade anômala
de legitima defesa
Injúria – Art. 140
Injúria Real §2º
• Aqui a forma de praticar a injúria é especial. O agente se utiliza das
vias de fato (Art. 21 LCP - decreto-lei/del3688/41) ou da lesão
corporal (Art. 129, CP) no intuito de ofender a honra da vítima. Ex.:
empurrão, puxão de cabelo. Murro ou tapa.
• - Injúria real por vias de fato: esta fica absorvida e responde só pela
injúria – princípio da consunção.
• - Injúria real por lesão corporal: concurso de crimes (concurso
material, apesar de realmente formal – pena do §2º)
Injúria – Art. 140
Injúria Racial ou qualificada.
• A ofensa dirigida a determinada pessoa com a utilização de elementos
referentes à cor, raça, etnia, origem, religião, idade ou mesmo PCD.
• Não se confunde com o crime de racismo (Lei 7.716/89) que prescreve
manifestações genéricas de segregação racial, divisão de superiores e
excluídos.
• O racismo se constitui via de regra por negar acesso à cargo, emprego,
estabelecimento comercial, escola, hotel, restaurantes, bares, eventos,
salões de beleza, por motivação por motivo de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional.
• Ex.: negão safado – injúria racial. Negar matricula em escola pela cor da
pele ou à argentinos.
Calúnia, Difamação e Injúria – Art. 138, 139 e
140
• Disposições comuns
Causas de aumento de pena – Art. 141
Causas especiais de exclusão da ilicitude (injúria e difamação) – Art. 142
* não se aplica à calúnia pois há interesse público em desvendar fato
definido como crime
a) a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu
procurador;
Constitui imunidade judiciária, desde que a injúria ou a difamação tenham
relação com a causa discutida em juízo. Alcança partes e seus procuradores.
Advogados, Promotores e Juízes, apesar de alguma discussão doutrinária em
relação à estes (Parte da doutrina entende que não se aplica aos juízes, que
seriam imparciais. Damásio entende que também os juízes)
Calúnia, Difamação e Injúria – Art. 138, 139 e
140
• Disposições comuns
Causas especiais de exclusão da ilicitude (injúria e difamação) – Art. 142

b) a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo


quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
Visa garantir a liberdade de expressão (Art. 5º, IV) no âmbito literário,
artístico ou científico, desde que não reste clara a intenção de ofender
a honra.
Calúnia, Difamação e Injúria – Art. 138, 139 e
140
• Disposições comuns
Causas especiais de exclusão da ilicitude (injúria e difamação) – Art. 142

c) o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em


apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do
ofício.
Trata-se de modalidade especial de estrito cumprimento do dever legal.
Ex.: Delegado relatando IP qualifica o indiciado como covarde e
perigoso.
Calúnia, Difamação e Injúria – Art. 138, 139 e
140
• Disposições comuns
• Retratação – Art. 143
O querelado que até a sentença se desculpa da calúnia ou da difamação fica
isento de pena. É causa de extinção da punibilidade. Art. 107, VI, CP. Tem de
ser incondicional e cabal.
Somente admissível para calúnia e para a difamação por se tratarem de
imposição de fatos à terceiros, o que interessa à vítima que isso seja
retratado. Na injúria há imputação de qualidade à própria vítima, não
havendo efeito nenhum a retratação.
* Só cabe para os casos de ação penal privada – expressão “querelado”
(contra funcionário público não admite).
Calúnia, Difamação e Injúria – Art. 138, 139 e
140
• Disposições comuns

• Pedido de explicações. Art. 144

Se houver dúvida acerca da ofensa que se sentir ofendido pode pedir

explicações juízo. Não é procedimento obrigatório para o início da ação

penal.
Calúnia, Difamação e Injúria – Art. 138, 139 e
140
• Disposições comuns
• Ação Penal – Art. 145
- Regra geral: Ação penal privada
- Exceções:
• a) Injúria real por lesão corporal (Art. 145, caput parte final) pública
incondicionada
• b) Contra Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro (Art.
145, p.único 1ª parte) – pública condicionada requisição do Min. Justiça.
• c) Contra funcionário público (Art. 145, p.único 2ª parte) – pública
condicionada a representação. *Legitimação ativa concorrente – STF, S. 714
Furto – Art. 155
• Caput - Furto simples (1-4)
• §1º - Aumento de pena repouso noturno
• §2º - Furto privilegiado (pequeno valor + primariedade)
• §3º - Coisa móvel equiparada
• §4º - Furto qualificado (2-8)
• §4º A – Qualificadora perigo comum (fogo explosivo 4-10)
• §4º-B – Furto qualificado por meio eletrônico (Lei 14.155/21)
• §4º-C – Aumento de pena do furto por meio eletrônico (Lei 14.155/21)
• §5º Qualificadora (veículo para fora do Estado ou país 3-8)
• §6º Qualificadora (semoventes 2-5)
• §7º Qualificadora (subtração de substâncias explosivas ou insumos 4-10)
Furto – Art. 155
É a coisa alheia móvel corpórea.
• Alheia: deve pertencer à alguém. Não se aplica à res nullius (coisa
sem dono ex.: conchinha da praia) e nem à res derelicta (coisa
abandonada. Ex.: móvel no lixo). Se o agente subtrair coisa própria
pensando ser alheia, age em erro de tipo que dá ensejo ao crime
impossível (Art. 17, CP)
• Móvel: Definida no direito civil, os bens móveis são aqueles
suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Art.
82, CCB/02
Furto – Art. 155
É a coisa alheia móvel corpórea.
• Obs.: O ser humano não é coisa, portanto, não é passível de subtração.
Pode configurar sequestro, cárcere privado (Art. 148), extorsão mediante
sequestro (Art. 159) ou mesmo subtração de incapazes (Art. 249).
• A subtração de cadáver ou partes dele, via de regra, configura o crime do
Art. 211. Porém, se o cadáver tem valor econômico, pode se configurar
furto. Ex.: cadáver da faculdade de medicina. Dente de ouro do cadáver é
da família. Entretanto se o furto é de órgãos que se destinam à transplante,
se configura o crime específico previsto na Lei 9.434/97, Art. 14.
• * Abigeato: furto de gado
Furto – Art. 155
• Coisa móvel equiparada §3º
• O §3º do Art. 155 equipara à coisa móvel a energia elétrica ou
qualquer outra que tenha valor econômico, nos termos do item 56 da
exposição de motivos à parte especial do CP que entende como coisa
móvel energia elétricas e afins, tais como solar, térmica, sonora
atômica, mecânica, inclusive energia genética – sémen.
• Observe que o chamado gato que é o desvio da energia do poste para
a casa configura-se furto. Entretanto se houver fraude no medidor
para dissimular o valor gasto, estaremos diante de uma fraude para
obtenção de vantagem ilícita, o que configura o crime de estelionato
(Art. 171, CP)
Furto – Art. 155
• Coisa móvel equiparada §3º
• Sinal de TV a cabo (STF, HC 97.261. Info 623 de 2011) – não estende,
pois não é energia. Entretanto, STJ tem entendimento mais recente
diverso (RHC 30.847) entendo que se estende, é o que prevalece na
doutrina.
• Água encanada também caracteriza coisa móvel para fim de furto
(STJ, REsp.: 741.665)
Furto – Art. 155
• Consumação e tentativa
• Para Nelson Hungria, Heleno Fragoso e Rogério Greco, o delito de
furto somente se consuma quando o agente retira a coisa da posse do
proprietário ou possuidor e a tem em sua posse desvigiada e
tranquila, ainda que por breve momento.
• Entretanto, Damásio, Ney Moura Teles entendem que não é
necessário que o agente tenha posse tranquila e desvigiada da coisa
alheia para a consumação, bastando que a mesma seja retirada da
esfera de disponibilidade da vítima. Esse é o entendimento adota
pelos Tribunais superiores: STF, HC 108.678 – 10/05/2012 / STJ, HC
190117 e Ag.Rg. no REsp.: 1.226.382 – 13/10/11, REsp 1.524.450.
Furto – Art. 155
• Consumação e tentativa
• Sistema de vigilância não torna a tentativa de furto inidônea / crime impossível.
STJ, S. 567: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por
existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não
torna impossível a configuração do crime de furto.
*Furto famélico – para matar a fome: configura, via de regra, estado de
necessidade.
*Furto de uso: (previsto como crime no CPM, Art. 241) Atípico. 2 requisitos:
Subjetivo: intenção desde o início de uso momentâneo; Objetivo: efetiva
restituição integral.
*Se o agente subtrai coisa de seu devedor para se ressarcir da dívida, não se
configura furto, mas sim exercício arbitrário das próprias razões (Art. 345, CP).
Furto – Art. 155
Causa de aumento de pena do repouso noturno §1º.
Perceba, entretanto, que a conduta tem de se dar no período noturno
dedicado ao repouso. Se o agente, por exemplo, sabendo que a vítima
dorme após o almoço, aproveita para ingressar na sua residência e de lá
subtrair alguns bens, não poderá incidir a majorante.
• Aplica-se para o caso de furto praticado em horário habitualmente de
repouso noturno. Aplica-se tanto para residências como estabelecimento
comerciais, independentemente se há ou não habitantes no lugar e se os
habitantes estão ou não dormindo. STJ, HC 191.300/2012 / HC 29.153.
• Obs.: A majorante do repouso noturno, não se aplica às modalidade
qualificadas (§4º e §5º). STJ, HC 131.391 e REsp.: 940.245
Furto – Art. 155
Furto privilegiado
• Agente primário + pequeno valor da coisa = substituir reclusão por detenção ou
diminuí-la 1/3 a 2/3 ou somente e multa.
• Primariedade se refere à reincidência. Aquele que tem maus antecedentes pode ser
beneficiado. Poderá influenciar na escolha das alternativas, mas não tem o condão
de impedi-las.
• Pequeno valor, segundo entendimento doutrinário não se afere de acordo com as
condições financeiras da vítima, uma vez que o dispositivo legal se refere ao valor da
coisa e não ao prejuízo sofrido. Assim, é entendido como pequeno valor a res furtiva
com valor equivalente a 01 salário mínimo. Alguns autores adotam esse valor como
teto, outros, atendendo à razoabilidade preferem tê-lo como parâmetro.
• Como é um dispositivo benéfico ao réu, o STF (HC 98.265) já entendeu ser aplicável
às modalidades qualificadas (§4º), diferentemente do §1º, apesar das posição
topográfica. Doutrina contra, mas de 2009 em diante é o entendimento do STF, STJ,
S. 511.
Furto – Art. 155
Qualificadoras §4º
Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
* O dano (Art. 163) fica absorvido por se tratar de meio para a consecução do crime fim que é o furto –
Princípio da consunção.
• Questões polêmicas:
I - A destruição ou rompimento do obstáculo deve se dar antes ou depois da subtração da coisa?
Ex.: Funcionário da empresa espera todos saírem ao fim de expediente para subtrair determinado bem e
para conseguir sair da empresa, que já estava fechada, arromba o cadeado da porta.
1ª Corrente: entende que somente incide a qualificadora se a destruição ou rompimento se der antes ou
concomitantemente à subtração da coisa, por conta da própria redação do dispositivo legal que fala em
destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa. (Magalhães Noronha e Cleber Masson).
Após, concurso: Furto simples e Dano*
2ª Corrente: entende que mesmo que a destruição ou rompimento de obstáculo se dê após a subtração
da coisa incidirá a qualificadora, pois o rompimento ou destruição do obstáculo é condição para o sucesso
da empreitada criminosa, sendo tão reprovável quanto se tivesse acontecido antes da substração (Nelson
Hungria e Rogério Greco).
Furto – Art. 155
Qualificadoras §4º
Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
* O dano (Art. 163) fica absorvido por se tratar de meio para a
consecução do crime fim que é o furto – Princípio da consunção.
• Questões polêmicas:
II – O obstáculo tem de ser exterior ou pode integrar a res furtiva?
Ex.: Quebra o vidro do carro para subtraí-lo.
1ª Corrente: somente incide a qualificadora quando há rompimento ou
destruição de obstáculo estranho à própria coisa (letra da lei). Nas palavras
de Nelson Hungria: Não é obstáculo no sentido legal, a resistência inerente à
coisa em si mesma
• 2ª Corrente: incide a qualificadora mesmo quando o obstáculo é
inerente à própria coisa que se pretende subtrair. Princípio da
razoabilidade. Não faria sentido punir mais gravemente a pessoa que
quebra o vidro do carro para subtrair pertences em seu interior do
que a pessoa que quebra o vidro do carro para subtrair o próprio
carro. Nesse sentido, Guilherme de Souza Nucci e Cleber Masson.
* 1ª Corrente é que tem prevalecido na jurisprudência dos tribunais
superiores: STJ, HC 153.472
* Explosão caixa eletrônico: caracteriza essa qualificadora, porém, se
coloca em risco uma coletividade, responde em concurso com
explosão: Art. 251
Furto, Art. 155
• com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
* Confiança – pressupõe relação de lealdade.
- relação empregatícia pura e simples não pressupõe. Exemplo que configura: gerente de
tempo no emprego que chega à cargo de deposito. Ex.: parentesco.
* Fraude: é o emprego de artifício ou ardil para subtrair a coisa. Essa é a diferença para o
estelionato (Art. 171). Neste o agente se utiliza do artifício ou ardil para que a vítima lhe entregue a
coisa, no furto o agente se utiliza do artificio ou ardil para subtrair a coisa sem a vítima perceber.
Ex.: coloca uísque na caixa de agua para passar no caixa.
* Escalada: Não implica necessariamente em subir ou escalar um obstáculo. A idéia é de acesso ao
local por meio anormal. Nesse aspecto, incide a qualificadora tanto quando o agente pula o muro
para acessar o local do furto, quanto quando cava um túnel para ter acesso ao mesmo local.
* Destreza: habilidade de movimentos que faz com que a vítima não perceba a subtração. Ex.:
Punguistas ou bate carteira
Furto, Art. 155
• Chave falsa
• É todo instrumento, independentemente da forma, capaz de fazer
funcionar o mecanismo de um fechadura ou dispositivo análogo. Não
se exige que tenha forma de chave.
• Ex.: Mixa.
• Não incide para chave verdadeira.
Furto, Art. 155

• Concurso de 02 ou mais pessoas

• Crime de concurso necessário, basta que um deles seja imputável.


Não é necessária a presença de todos eles, mas que tenham
concorrido de qualquer forma para o delito.
Furto, Art. 155

• veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou


para o exterior.

Somente se consuma com dois requisitos: quando o objeto for veículo


automotor e quando efetivamente se ultrapassar a fronteira para outro
estado ou para o exterior.
Furto, Art. 155
• Furto de coisa comum.
• É crime próprio que somente pode ser perpetrado condômino, co-
herdeiro ou sócio.
• É situação de subtração de coisa comum. Ex.: Determinado
condômino pega o vazo da recepção e leva para sua casa ou
apartamento, usufruindo exclusivamente de bem pertencente a todos
os condôminos. Se procede mediante ação penal pública
condicionada à representação.
• §2º Causa especial de exclusão da ilicitude.: Ex.: herança, deixou
dinheiro, um dos herdeiros subtrai sua parte antes da partilha.
Furto, Art. 155 – Lei 14.155/21
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é
cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de
computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.

§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso:

I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território nacional;

II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável.
Roubo – Lei 13.654/18
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA
Roubo Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até
ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência metade:
a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência: I – Revogado pela Lei nº 13.654/2018.
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego §2º- A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
III - se a vítima está em serviço de transporte de de arma de fogo;
valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
ser transportado para outro Estado ou para o exterior mediante o emprego de explosivo ou de artefato
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, análogo que cause perigo comum.
restringindo sua liberdade.
Roubo – Lei 13.654/18
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a § 3º Se da violência resulta:


pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da
multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7
anos, sem prejuízo da multa. (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30


(trinta) anos, e multa.
Roubo – Lei 13.964/19
REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO NOVA
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
metade: I – Revogado pela Lei nº 13.654/2018.
I – Revogado pela Lei nº 13.654/2018. ...
... VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com
§2º- A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): emprego de arma branca;
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
de arma de fogo; §2º- A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
mediante o emprego de explosivo ou de artefato de arma de fogo;
análogo que cause perigo comum. II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
mediante o emprego de explosivo ou de artefato
§ 3º Se da violência resulta: análogo que cause perigo comum.
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida
(sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
(trinta) anos, e multa. no caput deste artigo.
Resumo da consequência da armas no
Art.157
Arma branca Arma de fogo de Arma de fogo de
§2º, VII uso permitido uso restrito ou
§2º-A, I proibido §2º-B
Majorante: 1/3 – ½ Majorante: 2/3 Majorante: Dobro
Resumo da consequência da armas no
Art.157
* Atenção para consequência das modificações penais no tempo:
- A Lei 13.654/18 revogou o inciso I do §2º e criou o inciso I do §2º-A,
limitando a majorante às arma de fogo. Agora, a Lei 13.964/19 cria
novamente uma majorante para as armas brancas. Assim, temos que a
alteração legislativa do pacote anticrime, nesse ponto é irretroativa, ou seja,
o roubo praticado com emprego de arma branca somente pode ser
majorado após a entrada em vigor da Lei 13.964/19 – 25/01/2020, vez que
antes dela temos a Lei 13.654/18 que por ter trazido alteração benéfica ao
réu é retroativa. Nada impede, entretanto, que o juiz considere essa
circunstância (arma branca) nas primeira fase da dosimetria (Art. 59)
Lei 13.964/19 – Pacote anticrime
Alteração do Art. 171, Código Penal – Estelionato
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
• Regra: Ação penal será pública condicionada à representação.
• Excepcionalmente será pública incondicionada:
I - a Administração Pública, direta ou indireta;
II - criança ou adolescente;
III - pessoa com deficiência mental; ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.

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