Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
09/08/2017
Bibliografia:
- Código Penal
- Constituição Federal
- Qualquer doutrina de Direito Penal – Parte Geral – 2012 até hoje.
- Damásio Evangelista de Jesus
- Fernando Capez (Simplificado)
- Nelson Hungria (mais aprofundado)
- César Bittencourt
- Manual do Direito Penal – Guilherme de Souza Nucci – Recomendado para a OAB.
Indicações:
- Dos Delitos e das Penas – Césare Beccaria
- Vigiai e Punir
- Justiça. O que é fazer a coisa certa, Michael Sandel.
16/08/2017
I
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. “ – Art. 5º Inc. XXXIX, CF /
Art. 1º, CP
II
“Novatio legis in prejus”
“Lex Gravior”
Art. 5º Inc. XL, da CF / Art. 2º Parágrafo Único, CP
III
“Abolitio Criminis”
Art. 2º, caput, CP
Explicações
I – Art. 5º inc. XXXIX, CF = Art. 1º CP
Princípio da Reserva Legal
“Não há crime sem lei que o defina. Não há pena sem cominação legal.”
É preciso que haja reserva legal para ter efetividade da lei.
Princípio da Anterioridade
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
III
“Abolitio Criminis” – Lei para abolir o crime.
Art. 2º, caput, CP
Quando um crime é abolido, tudo relacionado a esse crime é extinguido, cessando os efeitos penais, mas não
cessam os efeitos civis.
Teoricamente, poderá entrar com uma reparação de danos [casos de crimes (abolidos) de adultério]
Analogia
Art. 4º - Tempo do Crime
- Teoria da Atividade
- Teoria do Resultado
- Teoria da ubiguidade ou mista
Analogia (Direito Penal) – Integração de Normas. A lei é integrada onde não existe. Em regra, não se permite em
Direito Penal, senão causaria insegurança jurídica.
“Analogia in bonan parte” – Analogia em benefício do réu. (Único caso em que se acontece a analogia no Direito
Penal).
Caso: O jovem tem 17 anos, 11 meses e 29 dias. Propositadamente, ele esfaqueia, tortura uma criança, que fica
internada e morre após 10 dias. Na morte, o jovem cometeu crime?
R.: Ele comete ato infracional, pois, no momento ação ele era menor de idade. O que importa para o processo é o
momento da ação, não do resutado.
23/08/2017
I
Tempo do Crime – Teoria da Atividade
Art. 4º do CP
II
Lugar do Crime
Art. 6º do CP – Teoria da Ubiquidade / Crimes de fronteira.
Art. 70 do CP – Teoria do Resultado / Crimes plurilocais.
III
Territorialidade – Temperada / Extensão do território nacional.
Explicações
I
“Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.”
– Art. 4º do CP.
O tempo do crime é determinado pelo “verbo”, não importando o resultado. Ali é o momento ZERO do crime.
** O que importa é o momento do ato, não o resultado.
II
“Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” – Art. 6º do CP.
O Art. 6º do CP vale para os crimes de fronteiras. Crimes cometidos no país e “concluídos” em outro. Comete em um
lugar e se consuma em outro.
Teoria da Umbiguidade = Teoria Mista (Atividade + Resultado)
A competência será sempre do Brasil, independente se terminou ou começou em outro país ou da nacionalidade do
réu.
Caso seja julgado e condenado nos dois lugares, ocorre o “exequatur”, onde o tempo de pena cumprido em um país
é abatido no outro.
Para o Direito Brasileiro, se utiliza o Art. 70 do CPP – Teoria do Resultado.
Crimes plurilocais – começam em uma comarca e terminam em outra, dentro do território nacional. No caso, o crime
é processado onde se foi consumado.
Ex.: Se o crime foi iniciado em Salto e consumado em Itu, ele será julgado em Itu.
III
Territorialidade – Teoria Temperada
Regras internacionais podem influenciar as leis nacionais.
Pacto de San Jose da Costa Rica – 1969 – tem prioridade sobre o CP e o CPP.
Extensão do território Nacional
Espaço Aéreo Brasileiro
Mar em Território Brasileiro
Espaço Aéreo Internacional
Mar Internacional
Espaço Aéreo de outros países
Mar de outros países
- Navio / Avião de Guerra / à serviço do Governo BR, são extensões do território Nacional.
Princípio da Reciprocidade: Se você tratar bem no seu país, será tratado bem no outro país.
Execução
Exaurimento
Preparação Consumação
Cogitação Verbo
Crime Consumado
“Quando se reúnem todos os elementos Crime da definição legal do tipo penal.”
Consumação
Crime Material: Ação + Resultado = Consumação (Homicídio)
Crime Formal: Ação (ou omissão) = Consumação – Resultado facultativo e após a consumação do crime
(Extorsão).
Crime de mera conduta: Ação = Consumação – Não há resultado (Invasão de domicílio).
Tentativa
Art. 14 inc II, CP – “Iniciada a execução, o crime não se consuma, por circunstância alheia à vontade do agente.”
Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Ocorreu a tentativa, o juiz é obrigado a diminuir a pena.
Art. 15, CP – Desistência voluntária e arrependimento eficaz. – Caso desista voluntariamente ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos praticados. Doutrina chama de Tentativa Abandonada.
06/09/2017
I
Tentativa
Cruenta ou vermelha
Incruenta
II
Crime impossível – Art. 17 CP
Absoluta impropriedade do objeto
Absoluta ineficácia do meio
Súmula 145 STF – Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
Crime doloso
Dolo Direto – Teoria da vontade – Art. 18, inc I início CP
Dolo Eventual – Teoria do Assentimento – Art. 18 inc I CP “in fine”.
Explicações
I
Tentativa cruenta ou vermelha: Houve uma lesão na pessoa.
Tentativa incruenta: A pessoa não chega a ser lesionada.
Arrependimento posterior – Art. 16, CP – Diferente do arrependimento eficaz, onde o crime não se consome. No
arrependimento posterior, o crime já foi consumado, porém é um crime sem violência e sem grave ameaça à pessoa
(estelionato, furtos). Reparado o dano ou restituída a coisa, antes do recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário
do agente. A pena será reduzida de um a dois terços.
II
Crime impossível = Quase crime = Tentativa inidônea.
Nesse caso, o crime nunca vai se consumar. O crime será sempre impossível. Nunca haverá esse crime, ele não
ocorrerá.
Para um crime ser impossível, a concretização tem que ser por absoluta impropriedade do objeto ou absoluta
ineficácia do meio.
Súmula 145 STF – Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
O agente provoca a ação do flagrante, porém ela não se concretiza pelo agente ser um policial.
Súmula: Quando um Tribunal superior já tem uma interpretação exaustiva de determinada matéria e, até aquele
momento, é a interpretação do Tribunal.
Crime doloso: é uma conduta do ser humano. Para se realizar o ato, é preciso ter uma vontade. Está no intelecto, na
consciência de quem comete tal crime. Para se confirmar o dolo, é preciso se provar, através de uma cadeia de custódio, ou
seja, com base de uma prova alicerçada. É preciso uma investigação bastante precisa.
Dolo não consciência, dolo é vontade.
Dolo eventual: Teoria do Assentimento. A conduta do ser humano tem que ser extrema, não ter conduta normal. Ex.:
Dirigir um veículo em alta velocidade em uma avenida.
Conduta extrema é o que as pessoas sabem que é errado, onde poucas pessoas fazem, mas essas ainda o fazem.
O indivíduo não está nem aí com o resultado.
No dolo eventual, o indivíduo assume o resultado.
Vou a uma conduta extrema e não me importo com o resultado.
Assume o risco de produzir o crime.
DOLO EVENTUAL É IGUAL A FODA-SE
13/09/2017
Culpa própria
- Resultado não pretendido
- Nexo causal
- Quebra do dever objetivo de cuidado – Imprudência / Negligência / Imperícia
Diferença: culpa consciente ≠ Dolo eventual ou indireto
Explicação:
Resultado não pretendido. Na culpa, não se pretende o resultado.
** Quebra do dever objetivo de cuidado se desenvolve, também, em imprudência / negligência / imperícia.
** Regra: todo crime é doloso. Culposo só se estiver expresso no Art. 18, parágrafo único, do CP.
Ver Art. 163 CP X Art. 121 CP.
Dolo eventual: não é só assumir o risco da conduta externa, mas também não se importar com o resultado.
Culpa consciente: a pessoa vai para a conduta extrema, assume o risco, mas se importa com o resultado. O agente
pensa ter habilidade tal que deverá impedir o resultado.
20/09/2017
Natureza
I
Relação de causalidade – Teoria “Sine qua nom”
“Infinito Criminis”
II
Relevância da Omissão
Art. 13 §2º CP – Com crimes omissivos impróprios
Explicações:
I
No Art. 13, caput, diz que o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Nexo causal, vínculo, a ligação entre a conduta e o resultado.
Infinito Criminis: Se pegar o Art. 13 sozinho, a relação de causalidade não terá fim, por isso é preciso analisar dolo e
culpa sobre a ação.
A pessoa só responde pelo crime se houver a relação de causalidade e o dolo sobre a ação. Todos que tiverem
relação de causalidade e dolo responderão pelo crime.
II
Relação de Omissão – Art. 13 §2º CP
A Omissão por si só não é crime, só se houver uma lei criminalizando-a, como cita o Art. 135 CP (Omissão de
Socorro).
Os Crimes omissivos próprios são encontrados na parte de Crimes em espécie do CP.
No Art. 13 §2º CP são citados quem não pode, em hipótese alguma, se omitir. A omissão, nesses casos, é
considerada crime.
Na linha “a” são citados os que tem obrigação legal de cuidados, proteção e vigília.
Ex.: Policiais, Bombeiros, Cuidador de Idosos durante o exercício, pais sobre seus filhos menores, etc.
Na linha “b” são citados quem assumiu a responsabilidade, ou seja, o garantidor. A pessoa se colocou como
responsável, deu garantias para que o fato não acontecesse.
Já na linha “c” são citados que os comportamentos que podem levar terceiros ao risco se torna um caso de omissão.
27/09/2017
I
Superveniência de causa relativamente independente
Art. 13 §1º
Explicação
Omissão não é crime, salvo quando a Lei especificar que é crime.
Ex.: Art. 135 CP
Crimes Comissivos: aqueles praticados mediante ação, um agir positivo.
Crimes Omissivos: aqueles praticados mediante inação, ou seja, o agente deixa de praticar uma ação que deveria
ser realizada.
Teoria do Crime
Até 1984, tínhamos a Teoria clássica, que consistia no fato típico (conduta, nexo causal, tipicidade) + Antijurídico e
Culpável
Teoria do Crime
Típico + Antijurídico e Culpável
Conduta Reprovação Social Imputabilidade
Nexo casual Culpa
Tipicidade Dolo
A diferença entre a Teoria Clássica e a Teoria Finalista da Ação é que o dolo e a culpa vão para o fato típico,
enquanto são acrescidos ao Culpável a Imputabilidade (Potencial Consciência da ilicitude, ou antijuridicidade) e a Exigibilidade
de Conduta Diversa.
Dentro da Teoria Finalista, surgiram a Teoria Finalista Tripartida e Bipartida.
04/10/2017
Teoria Finalista
Teoria Finalista Tripartida
Típico + Antijurídico (ilícito) + Culpável
Conduta: Dolo ou Culpa Reprovação Social do injusto Imputabilidade: Potencial
consciência da ilicitude (ou
antijuridicidade)
Crimes materiais: Nexo Causal / Exigibilidade de Conduta Diversa
Resultado
Tipicidade
O nosso CP segue a Teoria Finalista da Ação, onde existem as teorias Tripartida e Bipartida (vide tabelas acima).
Explicações:
O Antijurídico vem junto da norma, quando o legislador transcreve uma norma recriminadora, que vem
acompanhada do injusto social, ou seja, a sociedade reprime tal ação. Esse é o primeiro tipo de norma do nosso CP.
O segundo tipo de norma no CP é uma norma explicativa, não criminaliza nada, mas explica um artigo, como no Art.
327 e a Parte Geral do CP. Por isso, a norma explicativa é exceção.
Também o terceiro tipo de norma, que é uma exceção, que é a norma permissiva, onde o fato é típico, porém é um
fato jurídico, pois a lei permite que você faça e não é uma reprovação social, como no caso da legítima defesa, onde há o dolo,
o crime material, porém não há uma reprovação social, é algo permitido pela lei. Por isso, não se torna crime, devido ao fato de
não ser algo ilícito.
Outro exemplo são as lutas como atividade esportiva. Embora haja a lesão corporal, não há reprovação social.
O culpável, ou imputável, é quando a pessoa, durante a ação, a expressão da sua vontade, sabe se sua conduta é
certa ou errada. É onde está a potencial consciência da ilicitude.
Um louco não é imputável, é inimputável, ou seja, não tem a potencial consciência da ilicitude. Não havendo a
potencial consciência da ilicitude, na teoria tripartida, não há o crime.
Exigibilidade de conduta diversa é quando o indivíduo teria uma outra opção à conduta, mas acaba tomando a pior
medida.
Inexigibilidade é quando não há uma outra saída àquela conduta.
Essa teoria é mais dura. Para a bipartida, crime é quando há o fato típico e o antijurídico, semelhante à teoria
tripartida, porém não há o culpável no conceito.
Na teoria bipartida, o culpável não faz parte do crime, mas é um pressuposto da sanção penal, da pena.
Nesse caso, o louco comete crime, assim como o normal. O indivíduo, caso seja inimputável, ele vai internado para o
Hospital Psiquiátrico do Estado, o manicômio judiciário, como medida de segurança.
Na prática, o Estado de SP segue a teoria bipartida, onde encaminha o delinquente inimputável para o manicômio
judiciário.
PERÍODO PÓS-PROVA
01/11/2017
Prova A: Escrita, com 3 questões, tendo que fundamentar.
No Estado de necessidade, você se vê em uma situação que você não deu causa, mas você está incluído nela.
Legítima Defesa
Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito de seu ou de outrem.
- Repele injusta agressão – Atual ou iminente – a direito seu ou de outrem usando os meios necessários de forma
moderada.
Legítima defesa própria – repelir agressão injusta contra mim mesmo
Legítima defesa de terceiro – repelir agressão injusta contra outrem.
A doutrina diz que, para ser considerada legítima defesa, é preciso que haja moderação na agressão, bem como se
utilize o meio disponível mais “brando”, ao invés do mais severo. Porém, na prática a interpretação é outra.
Ex.: Mulher, vítima de uma tentativa de estupro, esfaqueia seu agressor 35 vezes. Ao ser julgada, um psiquiatra
afirmou que a primeira facada foi voluntária, as demais a vítima não estava mais em si, deferindo golpes sem consciência
daquilo.
08/11/2017
Excludente de ilicitude
Legítima Defesa - Art. 25 CP
- Repele agressão injusta
- Atual ou iminente
- O direito seu ou de outrem
- Usando os meios necessários
- De forma moderada
Em caso de Estado de Necessidade, não há agressão injusta. É uma situação que você está envolvido, mas não é a
causa dela. (Art. 24 CP)
Na legítima defesa, é preciso que haja agressão injusta, por uma ação humana, contra a vontade de quem está
sendo agredido. A legítima defesa se dá quando você repele a agressão contra si ou contra terceiros, utilizando de meios
necessários e de modo moderado.
Caso você continue a agressão, você entra no excesso punível, enquadrando-se no parágrafo único do Art. 23 CP.
Quando uma pessoa não tem preparo, ela não tem noção dos meios necessários e da forma moderada.
Princípio da legalidade: quando tal atitude está expressa em Lei.
Ex.: Um policial, no seu dever, que mata um meliante, está enquadrado em Legítima Defesa de terceiro.
No Art. 248 do CPP mostra que o agente público só pode empregar a força em caso de resistência ou fuga de preso,
se enquadrando no estrito cumprimento do dever legal.
Em caso de resistência, usando de força moderada e meios necessários, a tropa de choque poderá agir, dentro do
estrito cumprimento do dever.
Enquanto o estrito cumprimento do dever é para os agentes públicos, o exercício regular de Direito é inerente à toda
pessoa. Um exemplo é a prática esportiva, como futebol ou luta.
Um médico, em caso de risco iminente de morte do paciente, pode autorizar a transfusão de sangue, mesmo que a
família não venha a permitir, por princípios religiosos. Esse médico está no seu exercício regular do Direito.
I – Imputabilidade Penal