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Palavras-chave:
Princípios.
1. Princípio da Legalidade:
Não há crime sem previsão legal.
Origem:
Na Idade Média havia o sistema das ordálias.
Período do Absolutismo: aplicava-se a Teoria do Direito Divino, sendo o Rei escolhido por
Deus. Rei reunia o Estado, a legalidade e a justiça.
Período do Iluminismo: final do século XVIII. Questionamento aos abusos do Rei. “Contrato
Social” de Rousseau e a obra “Dos delitos e das Penas” de Beccaria.
Revolução Francesa: ascensão da burguesia, questionamentos sobre as penas.
Século XIX: Feuerbach questiona o direito penal baseado em abusos. Buscou na Magna
Carta de 1215 o fundamento para o Direito Penal à luz do princípio da legalidade. Instrumento de
contenção dos abusos do Rei, criando obrigações deste em criar crimes e penas por meio de lei.
Necessidade de se criar o direito penal a partir de normas previstas em lei.
O Direito Penal passa a ser uma ciência, instrumento de contenção de abusos.
No Brasil, temos o artigo 5º, XXXIX da CRFB/88 e Artigo 1º do CP.
Para Roxin, o princípio da legalidade é um instrumento que protege o cidadão do próprio
direito penal.
Fundamento: Estado de Direito, que se organiza por suas leis, devendo obedecê-las.
Finalidade: segurança jurídica.
Nullum crimen, nulla poena sine lege – possui quatro vertentes:
3. Princípio da Culpabilidade:
Santiago Mir Puig – há três vertentes:
a) Elemento integrante do conceito analítico de crime.
b) Elemento medidor da aplicação da pena. Artigo 59 do CP. Juízo de reprovação
pessoal. Ideais de Beccaria, a pena deve ser necessária e suficiente (justa). Fundamento e limite
da pena base.
c) Elemento que visa afastar a responsabilidade penal objetiva. Exige-se dolo ou culpa
na conduta para a responsabilização penal, que é subjetiva. Vedação à responsabilidade penal
coletiva, subsidiária, solidária ou sucessiva. É sempre pessoal e individual.
Fórmula do Versare in re illicita: todas as consequências do ato (mesmo o caso fortuito).
Sem aplicabilidade face a esta vertente.
Dispositivos criticados:
Lei nº 4728/65, art. 73, §2º - “em todos os seus diretores”
LCP, art. 3º - “quando a lei exigir” - sempre deve ser analisado.
5. Princípio da Fragmentariedade:
Natureza fragmentária do direito penal.
Corolário do princípio da intervenção mínima. Para Nilo Batista é um subprincípio da
intervenção mínima.
O direito penal tem finalidade de proteger os bens jurídicos mais importantes para a
coletividade. Tarefa do legislador de selecionar o fragmento de bens a serem tutelados. Ex.
Revogação do crime de adultério.
A intervenção mínima orienta a fragmentariedade.
6. Princípio da Subsidiariedade:
Corolário da intervenção mínima. Subprincípio da intervenção mínima.
Direito Penal é ramo subsidiário. Condiciona a intervenção do direito penal à incapacidade
dos demais mecanismos de controle social em resolver adequadamente o problema.
STJ, Informativo 544.
7. Princípio da Insignificância:
Direito Penal só intervém se houver lesão a um bem jurídico tutelado. A lesão deve ser
significativa a fim de merecer e justificar a intervenção do direito penal.
Origem: no pós-guerra, na Alemanha. Escassez de bens e abundância de necessidades.
Disputas por bens. Pequenas subtrações não mereceriam a tutela penal por não causarem lesões
significantes.