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01 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
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c) Judicial ou jurisprudencial: aquela feita pelos juízes. Ex: súmula.
A interpretação extensiva ocorre quando a lei diz menos do que quer, o intérprete
amplia o alcance da lei. É possível se ter interpretação extensiva no direito penal mesmo que
seja para prejudicar o réu. Exemplo: onde se lê bigamia, entende-se poligamia.
O Princípio da Alteridade visa proibir a incriminação de uma conduta que não exceda
o âmbito do próprio autor. Por ele, não há crime na conduta que prejudica somente quem a
praticou. Roxin chama isso de intersubjetividade no direito penal, no sentido de que só existe
crime quando a conduta ultrapassa a pessoa do agente.
Alternativa E:
02 – QUESTÃO:
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do Princípio da Insignificância pelo STF.
e) O Princípio da Insignificância consiste em causa supralegal de exclusão da ilicitude.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Alternativa B:
Mas há também descriminantes na parte especial do CP, como por exemplo, o aborto
permitido (art. 128 CP). Há também na legislação extravagante, a Lei dos Crimes Ambientais traz
legítima defesa, estado de necessidade. Além disso, há ainda descriminantes não previstas em
lei (supralegais) como, por exemplo, o consentimento do ofendido.
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• mínima ofensividade da conduta,
• ausência de periculosidade social da ação,
• reduzido grau de reprovabilidade do comportamento,
• inexpressividade da lesão jurídica.
2) Subjetivos: dizem respeito ao agente e à vítima.
• importância econômica e sentimental do bem para a vítima,
• condições do agente.
03 – QUESTÃO:
a) Leis Penais Permissivas são aquelas que estabelecem a não culpabilidade do agente ou a
impunidade de certos delitos.
b) Desacato é crime.
c) O dispositivo que regula a tentativa consiste em uma normal de extensão da tipicidade.
d) O tipo penal da omissão de socorro traduz uma lei penal preceptiva.
e) Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu
fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
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tipos penais permissivos porque permitem a prática de determinados fatos típicos, por exemplo,
matar alguém em legítima defesa.
Leis Penais Exculpantes são aquelas que estabelecem a não culpabilidade do agente
ou a impunidade de certos delitos.
Alternativa B:
1ª) Art. 14, II: Tentativa. É uma norma de extensão temporal da tipicidade. Temporal
porque permite a aplicação do tipo a um momento anterior a sua consumação.
2ª) Art. 29 caput: Concurso de pessoas (no tocante à participação). É uma norma de
extensão pessoal. Pois num primeiro momento o partícipe não se encaixa no tipo, mas permite
a aplicação da lei penal a pessoas diversas dos autores.
3ª) Art. 13, §2º: Omissão penalmente relevante. Norma de extensão da conduta.
Aquela conduta que só era praticada por ação, com o dever de agir, passa a ser praticada pela
omissão. Matar, em regra, é praticado por ação, mas quando se tem alguém com o dever de agir,
a conduta pode ser praticada por omissão.
Alternativa D: Leis Penais Preceptivas são aquelas normas que obrigam o agente
a agir frente determinada situação para impedir a lesão ou exposição a perigo de lesão de um
bem jurídico. Violando-se tais normas, surgem os delitos omissivos.
Alternativa E:
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65, III, d, do Código Penal.
04 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Alternativa B: Correta. O aluno talvez pense que a referida conduta poderia configurar
crime de desacato.
Nessa toada, chamar uma policial negra de “macaca fedida” não configura desacato
e sim injúria racial, pois a ofensa não está relacionada às suas funções, ao passo que chamá-la
de corrupta seria desacato.
Alternativa C:
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Alternativa D:
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é
cometido:
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
05 – QUESTÃO:
a) O conceito analítico de crime de acordo com a teoria tripartida consiste em fato típico,
ilícito e culpável.
b) A conduta é um elemento presente do fato típico.
c) Os crimes omissivos próprios não admitem tentativa.
d) Nos crimes formais, pode haver consumação ou não.
e) A coação física irresistível exclui a tipicidade.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Conceito de Crime:
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a) Critério Material: é a conduta humana ou a conduta da pessoa jurídica (crimes
ambientais) que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente protegidos.
b) Critério Formal: crime é o que a lei classifica como tal. Enquanto crime é a espécie
de infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção isolada, alternativa
ou cumulativamente a pena de multa, a contravenção penal (crime anão, crime vagabundo,
crime liliputiano) é a espécie de infração penal que a lei comina pena de prisão simples e/ou
de multa.
• Teoria Quadripartida: para essa teoria, o crime tem quatro elementos: fato típico,
ilicitude, culpabilidade e punibilidade.
• Teoria Tripartida: para essa teoria o crime tem três elementos: fato típico, ilicitude
e culpabilidade.
• Teoria Bipartida: para essa teoria o crime tem dois elementos: fato típico e ilicitude,
sendo que a culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena.
1º) conduta;
2º) resultado naturalístico;
3º) relação de causalidade (nexo causal);
4º) tipicidade.
Nos crimes formais, o tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, mas
dispensa este último para fins de consumação. O momento da consumação se antecipa ao
momento da prática da conduta, de forma que o resultado naturalístico pode ou não ocorrer.
A consumação é antecipada. Ex: extorsão mediante sequestro (art. 159 CP) em que a conduta
é a privação da liberdade e o resultado é o pagamento do resgate, o crime se consuma com a
mera privação da liberdade.
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Alternativa E: A coação física irresistível exclui a conduta, o fato é atípico, o coagido
não tem vontade. Já a coação moral irresistível é uma situação de inexigibilidade de conduta
diversa e exclui a culpabilidade, na qual o agente tem vontade, mas ela é viciada.
06 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
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Alternativa D:
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo.
07 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa: C.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 107, V do Código Penal, o perdão ACEITO constitui causa que
extingue a punibilidade nos crimes de ação privada
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período de prova sem revogação do beneficio, estará extinta a punibilidade.
Alternativa C:
Divisão:
1) Efeitos Penais:
2) Extrapenais:
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a) Genéricos: são chamados dessa maneira por recaírem sobre todos os crimes. São
automáticos, não precisam ser expressamente declarados na sentença.
São eles:
• Obrigação de indenizar
08 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A Lei 11.343/06 consiste em uma lei penal em branco cujo preceito
secundário é completo, ou seja, a pena foi devidamente cominada pelo legislador, mas o
preceito primário é incompleto, ou seja, a conduta criminosa depende de complementação.
Lei penal em branco homogênea homovitelina é aquela em que a lei penal e o seu
complemento estão contidos no mesmo diploma legal. Ex: peculato e conceito de funcionário
público.
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penal e o seu complemento (outra lei) estão contidos em diplomas legislativos diversos. Ex: art.
236 do CP, casar sob impedimento. Os impedimentos estão previstos no CC e não no CP.
Alternativa D: Lei Penal em Branco ao Avesso (lei penal em branco inversa) é aquela
cujo preceito primário é completo, mas o preceito secundário precisa de complementação. É
um crime que está sem pena. Ex: crime de genocídio. A lei de genocídio traz o crime, mas a pena
está no CP.
09 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Sistema Trifásico:
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O critério trifásico foi adotado para a pena privativa de liberdade. Todavia, para a
pena de multa foi adotado o critério bifásico (primeiro calcula-se o número de dias-multa e
depois o valor do dia-multa).
Alternativa B:
Alternativa C:
Alternativa D:
b) duas causas de aumento: uma causa está prevista na parte geral e a outra na parte
especial: o juiz deve aplicar as duas;
c) duas causas previstas na parte especial: o juiz PODE aplicar somente uma delas;
10 – QUESTÃO:
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c) No regime fechado, a pena de reclusão pode ser cumprida em estabelecimento de
segurança máxima ou média.
d) A pena poderá ser atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao
crime, desde que prevista em lei.
e) A prática de atos infracionais pelo agente pode servir para caracterizar maus antecedentes.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Não confundir com o prazo do período depurador, que é contado (cinco anos) a partir
do cumprimento ou extinção da pena.
Alternativa B:
Alternativa C:
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Alternativa D:
Alternativa E:
11 – QUESTÃO:
a) Ao fato apenado com detenção, o juiz ao aplicar a medida de segurança, deverá prescrever
tratamento ambulatorial.
b) O prazo mínimo da internação ou tratamento ambulatorial é de 1 a 3 anos.
c) A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de
ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
d) Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do
agente, se essa providência for necessária para fins curativos.
e) O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e
será submetido a tratamento.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Alternativa B:
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indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante
perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá
ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Alternativa C:
Alternativa D:
Alternativa E:
12 – QUESTÃO:
Imagine a seguinte situação hipotética: Saulo, réu primário, foi condenado a pena de
homicídio simples. Paulo, reincidente, foi condenado pela prática de estupro.
Saulo obterá a progressão de regime após o cumprimento do lapso temporal de ..... e Paulo
obterá livramento condicional após o lapso temporal de .......
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Essa questão exige a memorização por parte do aluno dos prazos para obtenção de
progressão de regime e de livramento condicional.
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1) Progressão de regime:
2) Livramento condicional:
13 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
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IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.
Alternativa B:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
crime for culposo;
Alternativa D:
Alternativa E:
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14 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
a) Mínima: para se punir o partícipe basta que o autor pratique um fato típico.
Alternativa B:
Alternativa C:
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Alternativa D:
Alternativa E:
15 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Alternativa B:
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jurídico pertencente a terceiro inocente.
IV. Defensivo: o agente pratica o fato contra bem jurídico pertencente àquele que
provocou o perigo.
V. Real: a situação de perigo existe.
VI. Putativo: a situação não existe. Se inevitável isenta de pena. Se evitável subsiste
a responsabilidade por crime culposo.
Alternativa C:
d) Nexo Causal
Alternativa D:
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SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 18/08/2015 (Info 569).
Alternativa E:
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
PROF. MARIANA RUBINI
16 – QUESTÃO:
Assinale a alternativa que relaciona corretamente o crime com a modalidade de ação penal:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: O crime de ameaça está previsto no art. 147 do Código Penal, in verbis:
Esse panorama não é alterado quando estamos diante da prática de tal crime no
contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre esse ponto, vide os comentários
da alternativa E.
SÚMULA 714
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do
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Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a
ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do
exercício de suas funções.
Da leitura da súmula pode-se extrair que, nos casos de crime contra a honra de servidor
público em razão do exercício de suas funções, a ação penal é privada (“mediante queixa”) ou
pública condicionada à representação do ofendido. A súmula não traz a possibilidade de a ação
penal ser pública incondicionada.
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-
se mediante ação penal pública condicionada à representação.
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública
incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
vulnerável.
Portanto, de acordo com o texto legal, a regra no que tange aos delitos sexuais é que
a ação penal seja pública condicionada à representação do ofendido. Todavia, quando a vítima
for menor de 18 anos ou pessoa vulnerável a ação penal será pública incondicionada.
Desse modo, como a alternativa trata do crime de estupro em face de vítima maior de
18 (dezoito) anos, a ação penal é pública condicionada à representação do ofendido.
Se você achou que essa alternativa estava correta, pode ser que tenha lembrado da
redação antiga dos artigos do Código Penal, anteriormente à alteração implementada pela Lei
n. 12.015/2009, os quais traziam que a ação penal era privada nas hipóteses de crimes sexuais.
Por isso, muita atenção com as mudanças legislativas!
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Desse modo, o crime de estupro em face de vítima vulnerável é de ação penal pública
incondicionada.
Importante lembrar que, mesmo nos casos lesão corporal leve e culposa resultante
de violência doméstica contra a mulher, a ação penal é pública incondicionada.
Isso ocorre porque a Lei n. 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), que prevê a
necessidade de representação do ofendido não se aplica às hipóteses que se enquadram na Lei
n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
Explico: o Código Penal, quando trata do delito de lesão corporal nada menciona
sobre a espécie de ação penal. Quando ele silencia, significa que a ação penal é pública
incondicionada.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei
9.099, de 26 de setembro de 1995.
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Por fim, preste atenção: não estamos dizendo que todos os crimes praticados no
contexto de violência doméstica contra a mulher serão de ação penal pública incondicionada.
Existem aqueles que são de ação penal pública condicionada à representação do ofendido,
desde que essa condição não esteja prevista na Lei n. 9.099/95, mas em outros diplomas (como
no próprio Código Penal, por exemplo - como é o caso do crime de ameaça, que é de ação penal
pública condicionada à representação, mesmo quando cometido no contexto de violência
doméstica contra a mulher, ante expressa previsão no art. 147, parágrafo único, do CP).
17 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
O erro está na parte final, quando afirma que o inquérito policial deve ser instaurado,
obrigatoriamente, inclusive nos casos de infração penal de menor potencial ofensivo.
O art. 69 da Lei n. 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) estabelece que será lavrado
apenas um termo circunstanciado de ocorrência (TCO), in verbis:
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dos exames periciais necessários.
Ou seja, quando se tratar de infração penal de menor potencial ofensivo, basta que
a autoridade policial lavre o termo circunstanciado, tendo em vista que são infrações penais de
menor complexidade.
É o que dispõe o art. 7º, § 10, do Estatuto da OAB, cuja redação foi alterada recentemente
pela Lei nº 13.245/2016, in verbis:
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É o que dispõe o § 11 do art. 7º do Estatuto da OAB, também acrescentado pela Lei
nº 13.245/2016:
Art. 7º (...)
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá
delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados
a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos,
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou
da finalidade das diligências.
Fonte: http://www.dizerodireito.com.br/2016/01/comentarios-lei-132452016-que-
assegura.html
Todavia, importante lembrar que existem outras leis que disciplinam o tema para
crimes específicos, como o art. 66 da Lei n.° 5.010/66 ou o art. 51, parágrafo único, da Lei
n.°11.343/2006.
Além disso, o inquérito policial também se caracteriza por ser indisponível. Isso
ocorre porque a autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito policial,
nos termos do art. 17 do Código de Processo Penal, in verbis:
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procedibilidade para o exercício da ação penal.
Nessa linha, dispõe o art. 39, § 5º, do Código de Processo Penal, in verbis:
Desse modo, pode-se afirmar que o inquérito policial caracteriza-se por ser
dispensável.
18 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
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execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas
as regras de conexão e continência.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou
o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão
e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da
composição dos danos civis.
Alternativa B: Correta. Assim estabelece o art. 62 da Lei n. 9.099/95 (Lei dos Juizados
Especiais), in verbis:
A Lei dos Juizados Especiais inovou na criação de uma fase penal preliminar,
descortinando um novo significado para a aplicação das sanções ao estabelecer uma justiça
consensual, com significativa finalidade de reparar os danos cíveis decorrentes do crime, sempre
privilegiando a pacificação social.
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Ademais, o modelo restaurativo consagra, entre outros, os mesmos princípios e tem, além disso,
como finalidade, reparar e pacificar o conflito por meio da responsabilização.
Justiça retributiva
Justiça restaurativa
(ou retribucionista)
O crime é ato contra a sociedade,
representada pelo Estado. Por isso diz-se O crime é ato que afeta o autor, a vítima e a
que o Estado é sempre o sujeito passivo de sociedade.
qualquer crime.
Propõe responsabilidade social pelo
A responsabilidade do agente é individual. ocorrido (por isso chama a sociedade para
participar da solução para o crime).
O interesse na punição é público. O interesse maior é reparar o dano.
Predomina a indisponibilidade da ação
Predomina a disponibilidade da ação penal.
penal.
O foco é punir o infrator. O foco é reparar o dano.
Predominam as penas privativas de Predominam reparação do dano nas penas
liberdade. alternativas.
Quando necessárias, penas proporcionais e
Campo fértil para penas cruéis e desumanas.
humanizadas.
Pouca assistência à vítima. O espírito é assistir a vítima.
Ex:Lei n. 9.099/95, Lei n. 11.719 (possibilidade
Ex: Lei n. 8.072/90. de o juiz fixar um quantum de reparação à
vítima, antecipando um processo cível).
Alternativa C: Incorreta. Nos Juizados Especiais Criminais, a citação será pessoal e far-
se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Se o acusado não for encontrado para ser citado, o juiz deverá remeter os autos ao
juízo comum, no qual será possível proceder à citação editalícia.
É o que prevê o art. 66 da Lei n. 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), in verbis:
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
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possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do
procedimento previsto em lei.
Em suma, não se admite citação por edital no âmbito dos Juizados Especiais Criminais,
razão pela qual a alternativa C está incorreta e, portanto, deve ser assinalada.
Alternativa D: Correta, nos termos do art. 63 da Lei n. 9.099/95 (Lei dos Juizados
Especiais), in verbis:
Alternativa E: Correta, nos termos do art. 74, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95 (Lei
dos Juizados Especiais), in verbis:
19 – QUESTÃO:
Quem deverá dirimir conflito de atribuição entre um membro do Ministério Público de São
Paulo (MP/SP) e um Procurador da República (MPF) que oficia em São Paulo/SP?
a) o Procurador-Geral da República.
b) o Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo.
c) a Câmara de Coordenação e Revisão do MPF.
d) o Conselho Nacional do Ministério Público.
e) o Supremo Tribunal Federal.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
De início, vale ressaltar que conflito de atribuição não se confunde com conflito de
competência.
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O conflito de competência ocorre quando dois órgãos jurisdicionais divergem sobre
quem deverá julgar uma causa. Pode acontecer de ambos entenderem serem competentes
- nesse caso, teremos um conflito de competência positivo; mas também pode acontecer
de ambos declararem-se incompetentes - nesse caso, teremos um conflito de competência
negativo.
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REPÚBLICA (PGR) – (PRECEDENTE FIXADO PELA ACO 1.394/RN). 1. In casu:
(i) cuida-se de conflito negativo de atribuições entre diferentes órgãos
do ministério público para se definir a legitimidade para a instauração
de Inquérito Civil em investigação de possível superfaturamento na
construção de conjuntos habitacionais no Município de Umuarama/PR;
e (ii) há suspeita de que construtoras obtiveram, por intermédio da Caixa
Econômica Federal, verbas do Sistema Financeiro de Habitação, em valor
superior ao necessário para a construção dos conjuntos habitacionais,
excesso esse que teria sido repassado aos mutuários da CEF. 2. Em sede
preliminar, o tema enseja revisitação da jurisprudência assentada por
esta Corte (ACO 1.109/SP e, especificamente, PET 3.528/BA), para não
conhecer da presente Ação Cível Originária (ACO). Nesses precedentes,
firmou-se o entendimento no sentido de que simples existência de
conflito de atribuições entre Ministérios Públicos vinculados a entes
federativos diversos não é apta, per si, para promover a configuração de
típico conflito federativo, nos termos da alínea f do Inciso I do art. 102 da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/1988). O
caso dos autos remete, consectariamente, a mero conflito de atribuições
entre órgãos ministeriais vinculados a diferentes entes federativos.
3. Em conclusão, essa situação institucional e normativa é incapaz de
comprometer o pacto federativo e, por essa razão, afasta a regra que, em
tese, atribui competência originária ao STF. Ademais, em consonância
com o entendimento firmado por este Tribunal no julgamento da ACO
1.394/RN, o caso é de não conhecimento da ação cível originária, com a
respectiva remessa dos autos ao Procurador-Geral da República para a
oportuna resolução do conflito de atribuições.
(ACO 924/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/05/2016).
Isso porque o Ministério Público é um órgão e seus membros também são órgãos. Um
Promotor de Justiça é um órgão estadual. Um Procurador da República é um órgão da União.
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Logo, nestas duas situações, quem deveria resolver este conflito seria o STF, conforme
previsto no art. 102, I, “f”, da CF/88:
Fonte:http://www.dizerodireito.com.br/2016/05/conflito-de-atribuicoes-
envolvendo-mpe.html
20 – QUESTÃO:
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mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o
limite de um (01) ano.
c) Não é possível a revogação da suspensão condicional do processo depois de expirado
o período da suspensão do curso do processo, ainda que comprovado que houve o
descumprimento das condições impostas ou que o beneficiado passou a ser processado por
outro crime no curso do prazo da suspensão.
d) Não é possível aplicar a suspensão condicional do processo nos crimes praticados com
violência doméstica e familiar contra a mulher.
e) A suspensão condicional do processo é um poder-dever do Ministério Público, e o
magistrado, caso discorde do não oferecimento da benesse, deve aplicar, por analogia, a
norma do art. 28 do CPP e remeter os autos à Procuradoria-Geral de Justiça.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Inclusive, esse tema já foi apreciado e foi firmada orientação em recurso repetitivo,
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conforme se depreende da ementa abaixo transcrita:
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Alternativa D: Correta, segundo o teor da Súmula 536 do STJ, in verbis:
40
termos da manifestação ministerial, contrária ao deferimento do sursis
processual, de forma motivada, reconheceu ser incabível a concessão
do benefício, não há que se falar em flagrante ilegalidade a ser sanada
em sede de habeas corpus. Ainda, convém destacar que para infirmar
a conclusão das instâncias ordinárias, no sentido na inviabilidade da
concessão de tal benefício ao réu, seria necessário revolvimento fático-
comprobatório dos autos, o que não se admite na via eleita.
6. Recurso desprovido.
RHC 60936/RO, Rel. Min, RIBEIRO DANTAS, Quinta Turma, Julgado em
13/12/2016.
21 – QUESTÃO:
a) São válidas as provas obtidas por meio da extração de dados e de conversas privadas
registradas em correio eletrônico e redes sociais (ex: whatsapp e facebook) sem a prévia
autorização judicial.
b) A falta de comunicação ao acusado sobre o direito de permanecer em silêncio é causa de
nulidade absoluta, cujo reconhecimento independe da comprovação do prejuízo.
c) A ausência de intimação da defesa sobre a expedição de precatória para oitiva de
testemunha não é causa de nulidade.
d) As nulidades surgidas no curso da investigação preliminar atingem a ação penal dela
decorrente.
e) A decretação da nulidade de ato processual requer prova inequívoca do prejuízo suportado
pela parte, em face do princípio pas de nullité sans grief, previsto no art. 563 do Código de
Processo Penal.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Incorreta, pois para que tais provas sejam consideradas válidas há a
necessidade de prévia autorização judicial. Do contrário, essas provas devem ser consideradas
nulas.
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polícia por meio da extração de dados e de conversas registradas
no whatsapp presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o
aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão em flagrante. Realmente,
a CF prevê como garantias ao cidadão a inviolabilidade da intimidade,
do sigilo de correspondência, dados e comunicações telefônicas (art. 5º,
X e XII), salvo ordem judicial. No caso das comunicações telefônicas, a
Lei n. 9.294/1996 regulamentou o tema. Por sua vez, a Lei n. 9.472/1997,
ao dispor sobre a organização dos serviços de telecomunicações,
prescreveu: “Art. 3º. O usuário de serviços de telecomunicações tem
direito: (...) V - à inviolabilidade e ao segredo de sua comunicação,
salvo nas hipóteses e condições constitucional e legalmente previstas.”
Na mesma linha, a Lei n. 12.965/2014, a qual estabelece os princípios,
garantias e deveres para o uso da internet no Brasil, elucidou que: “Art.
7º. O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário
são assegurados os seguintes direitos: I - inviolabilidade da intimidade e
da vida privada, sua proteção e indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação; II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas
comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei; III
- inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas,
salvo por ordem judicial.” No caso, existiu acesso, mesmo sem ordem
judicial, aos dados de celular e às conversas de whatsapp. Realmente,
essa devassa de dados particulares ocasionou violação à intimidade do
agente. Isso porque, embora possível o acesso, era necessária a prévia
autorização judicial devidamente motivada. Registre-se, na hipótese,
que nas conversas mantidas pelo programa whatsapp - que é forma de
comunicação escrita e imediata entre interlocutores - tem-se efetiva
interceptação não autorizada de comunicações. A presente situação é
similar às conversas mantidas por e-mail, cujo acesso também depende
de prévia ordem judicial (HC 315.220-RS, Sexta Turma, DJe 9/10/2015).
Atualmente, o celular deixou de ser apenas um instrumento de
conversação por voz à longa distância, permitindo, diante do avanço
tecnológico, o acesso de múltiplas funções, incluindo a verificação de
correspondência eletrônica, de mensagens e de outros aplicativos que
possibilitam a comunicação por meio de troca de dados de forma similar
à telefonia convencional. Desse modo, sem prévia autorização judicial,
é ilícita a devassa de dados e de conversas de whatsapp realizada pela
polícia em celular apreendido.
RHC 51.531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016, DJe
9/5/2016 (Info 583 STJ).
42
Alternativa B: Incorreta, pois a falta de comunicação ao acusado sobre o direito
de permanecer em silêncio é causa de nulidade RELATIVA, cujo reconhecimento DEPENDE da
comprovação do prejuízo. Esse é, inclusive, o entendimento do STJ.
43
Quinta Turma, Dje 10/4/2013).
4. A prisão é medida extrema sujeita à existência de elementos
concretos de comprovação da necessidade de proteção da ordem
pública, garantia de aplicação da lei penal e conveniência da instrução
criminal.
Nessa linha, vejamos precedente do STJ, o qual inclusive foi divulgado em Informativo:
22 – QUESTÃO:
44
I – Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.
II - Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão que pronunciar o réu.
III - Das decisões proferidas pelo Juiz, no curso da execução penal caberá recurso de agravo,
sem efeito suspensivo.
IV - No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, caberá recurso em sentido estrito da decisão
de rejeição da denúncia ou queixa.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
O item I está correto, pois corresponde ao disposto no art. 416 do CPP, in verbis:
O item II também está correto, pois corresponde ao disposto no art. 581, IV, do CPP,
in verbis:
O item III está correto, pois corresponde ao disposto no art. 197 da Lei de Execução
Penal (Lei n. 7.210/84), in verbis:
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo,
sem efeito suspensivo.
45
Por último, o item IV está incorreto. Vejamos o que prescreve o art. 82 da Lei dos
Juizados Especiais (Lei n. 9.099/95), in verbis:
Cuidado para não confundir: a decisão que rejeita a inicial acusatória (denúncia ou
queixa-crime) comporta recurso em sentido estrito quando estivermos no procedimento comum
(ordinário ou sumário), conforme disposto no Código de Processo Penal (art. 581, I, do CPP).
Por outro lado, quando estivermos no âmbito dos Juizados Especiais Criminais (procedimento
sumaríssimo), a decisão de rejeição da denúncia ou queixa é recorrível por apelação (art. 82, da
Lei n. 9.099/95).
23 – QUESTÃO:
Sobre o processo e julgamento dos crimes previstos na Lei de Lavagem de Capitais (Lei n.
9.613/98), assinale a alternativa incorreta:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
46
Alternativa A: Correta, porquanto reproduz o disposto no art. 2º, II, da Lei de Lavagem
de Capitais (Lei n. 9.613/98), in verbis:
Quer dizer-se, com isso, que é possível punir o crime de lavagem de capitais mesmo
que não se conheça o autor da infração penal antecedente e ele não tenha sido processado,
tampouco condenado. A lavagem independe de ter sido processado e julgado o antecedente
(art. 2º, II c/c §1º, da Lei de Lavagem), bastando provar a existência da infração antecedente.
Art. 2º (...)
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência
da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta
Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a
punibilidade da infração penal antecedente.
Alternativa B: Correta, porquanto reproduz o disposto no art. 2º, III, “b”, da Lei de
Lavagem de Capitais (Lei n. 9.613/98), in verbis:
Art. 2º (...)
III - são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União,
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça
Federal.
Art. 2º (...)
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência
da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta
Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a
punibilidade da infração penal antecedente.
47
Alternativa D: Incorreta.
No que tange a esse ponto, o fundamento alegado para a não aplicação do art. 366
do CPP aos processos relacionados aos crimes de lavagem de capitais seria de que o contrário
levaria à impunidade dos acusados.
Ocorre que isso não é verdade, pois o art. 366 do CPP traz a possibilidade de produção
antecipada de provas urgentes e, se for o caso, a decretação de prisão preventiva. Vejamos:
Por isso, para a doutrina, o art. 2º, § 2º, da Lei n. 9.613/98 é inconstitucional, já que
estaria inviabilizando o conhecimento da imputação pelo acusado, violando a Constituição
Federal e a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).
48
que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta
Lei ou das infrações penais antecedentes.
24 – QUESTÃO:
Sobre o regime disciplinar diferenciado (RDD), previsto na Lei de Execução Penal (Lei n.
7.210/84), assinale a alternativa correta:
a) A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem
prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado.
b) O regime disciplinar diferenciado possui duração máxima de trezentos e sessenta dias,
sendo que essa sanção não pode ser repetida mesmo se praticada nova falta grave de mesma
espécie.
c) O regime disciplinar diferenciado acarreta o recolhimento em cela com outros presos que
estejam na mesma situação.
d) No regime disciplinar diferenciado, admite-se visitas semanais de três pessoas, sem contar
as crianças, com duração de quatro horas.
e) No regime disciplinar diferenciado, o preso terá direito à saída da cela por 1 hora diária
para banho de sol.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Correta, nos termos do art. 52, caput, da Lei de Execução Penal (Lei n.
7.210/84), in verbis:
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta
grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas,
sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal,
ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
Atenção: o regime disciplinar diferenciado (RDD) pode ser aplicado tanto ao preso
provisório quanto ao condenado!
É o que dispõe o art. 52, I, da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84), in verbis:
49
Art. 52 (...)
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite
de um sexto da pena aplicada;
Art. 52 (...)
II - recolhimento em cela individual;
É o que prevê o art. 52, III, da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84), in verbis:
Art. 52 (...)
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com
duração de duas horas;
Nesse sentido, estabelece o art. 52, IV, da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84), in
verbis:
Art. 52 (...)
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de
sol.
25 – QUESTÃO:
Aplica-se ao processo penal o princípio da correlação entre acusação e sentença, sob pena
de violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do próprio sistema acusatório.
Assinale a alternativa correta:
a) A mutatio libelli consiste na possibilidade de o juiz, sem modificar a descrição do fato contida
na denúncia ou queixa, atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência,
tenha de aplicar pena mais grave.
b) Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
50
conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal
não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo
de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação
pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. Essa é a emendatio
libelli.
c) A emendatio libelli pode ser feita na segunda instância, desde que respeitado o princípio
da non reformatio in pejus.
d) A mutatio libelli pode ser feita na segunda instância, desde que respeitado o princípio da
non reformatio in pejus.
e) O Código de Processo Penal autoriza expressamente que, na hipótese de mutatio libelli,
não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, o juiz pode fazê-lo de ofício.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Fonte: AVENA, Norberto. Processo Penal. 9. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017.
51
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia
ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em
conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.
Assim, ao verificar que o autor da ação penal cometeu erro na definição jurídica dos
fatos narrados na peça acusatória, pode o juiz, de ofício, sem necessidade de aditamento da
inicial e de oitiva da defesa, consertar tal definição.
Nessa situação, não há que se falar em cerceamento de defesa, afinal de contas o réu
se defende dos fatos narrados na peça acusatória e não da tipificação legal.
Fonte: ALVES, Leonardo Barreto Moreira. Processo Penal. Parte Especial: procedimentos,
nulidades e recursos. 7. ed. rev. e atual. Ed. Juspodivm.
Por sua vez, a definição de mutatio libelli consta do art. 384, caput, do Código de
Processo Penal, in verbis:
52
Importante mencionar que as providências referidas no art. 384 do CPP supratranscrito
devem ser fielmente cumpridas, sendo irrelevante, para tanto, se a nova tipificação implica
apenamento superior, igual ou inferior ao crime originalmente descrito.
Nesse sentido, vejamos o que dispõe o art. 617 do Código de Processo Penal, in verbis:
Alternativa D: Incorreta.
O art. 617 do Código de Processo Penal, versando sobre o processo e julgamento das
apelações, e dos recursos em sentido estrito nos tribunais, estabelece que “o tribunal, câmara
ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável”.
Como se verifica, não faz qualquer referência ao art. 384 do CPP (dispositivo legal que trata
da mutatio libelli).
Pelo contrário: o art. 384 do CPP prevê que, nessa situação, deve-se aplicar o disposto
no art. 28 do mesmo diploma. Vejamos:
53
Nota-se, portanto, que o aditamento à denúncia ou queixa é de iniciativa e
responsabilidade do Ministério Público, o que ficou ainda mais claro com o advento da Lei no
11.719/08, que alterou substancialmente a redação do art. 384 do CPP, prestigiando o princípio
da obrigatoriedade da ação penal pública.
Há debate no âmbito doutrinário sobre esse aspecto, mas em provas objetivas deve-
se atentar para o texto legal. Aliás, importante dizer que muitas vezes o candidato erra por
“excesso de conhecimento”. Isso acontece porque, ao ler a questão, recorda-se das diversas
vertentes sobre o assunto e acaba ficando em dúvida. Ou pior: lembra de algum entendimento
diferente do examinador, ou o minoritário etc.
Por isso, repito: quando estiver fazendo uma prova de primeira fase, leia atentamente
o enunciado para tentar descobrir o que o examinador quer. Na alternativa E, deixei explícito que
estava falando do texto expresso do CPP, sem abrir espaço para maiores dilações doutrinárias e/
ou jurisprudenciais (muito bem-vindas, aliás, em provas discursivas de segunda fase).
26 – QUESTÃO:
a) É relativa a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório, devendo
ser demonstrado o prejuízo.
b) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a desconstituição da decisão por
meio de revisão criminal.
c) É válida a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri
sem audiência da defesa.
d) O emprego de algemas deve ser medida excepcional, mas a utilização delas em plenário
de júri independe de motivada decisão judicial.
e) Reconhecida a nulidade da pronúncia por excesso de linguagem, basta que o juiz
determine o envelopamento e desentranhamento da peça viciada.
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
54
Alternativa B: Correta. Esse é o entendimento do STJ, conforme se vislumbra da
ementa abaixo colacionada:
Ressalto que a alternativa apenas queria saber se cabe revisão criminal em face de
decisão proferida no âmbito do Tribunal do Júri, tendo em vista o princípio da soberania dos
veredictos. Ou seja, o enunciado não entrou no debate de qual juízo (rescisório ou rescindente,
ou ambos) pode ser realizado pelo órgão revisor.
55
para seu julgamento, na hipótese de procedência, absolver o réu. Compreendem os defensores
dessa posição que a hipótese não requer novo julgamento pelo júri, bastando ao julgador da
ação revisional desconstituir a condenação injusta, absolvendo o réu.
Nesta direção vem decidindo o STJ, sinalando que o tribunal competente para
julgar a revisão criminal, ainda que contra decisões do Tribunal do Júri, pode, analisando
o feito, confirmar a condenação ou, no juízo revisional, alterar a classificação do crime,
reduzir a pena, anular o processo ou mesmo absolver o condenado, nos termos do art. 626
do CPP. Segundo esta linha, a obrigação do Poder Judiciário, em caso de erro grave, como uma
condenação que contrarie manifestamente as provas dos autos, é reparar de imediato esse erro,
razão pela qual, nesses casos, a absolvição do acusado é perfeitamente aceitável, sem que se
entenda violada, com isso, a soberania do Júri Popular.
Fonte: AVENA, Norberto. Processo Penal. 9. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017.
56
Súmula 712 do STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de
processo da competência do júri sem audiência da defesa.
Alternativa D: Incorreta, tendo em vista que o emprego de algemas deve ser medida
excepcional e a utilização delas em plenário de júri DEPENDE de motivada decisão judicial, sob
pena de configurar constrangimento ilegal e de anular a sessão de julgamento.
57
Nessa linha, vejamos precedente do STJ, que inclusive foi divulgado no Informativo
n. 561:
Repare que o STJ entendia da forma como foi redigida a alternativa E. Contudo, ante
a consolidação do tema pelo STF, curvou-se ao entendimento da Suprema Corte.
58
A alternativa E, portanto, está incorreta, porque não está de acordo com o
entendimento atual dos Tribunais Superiores.
27 – QUESTÃO:
I - Tratando-se da conduta prevista no art. 28 da Lei de Drogas (posse de droga para consumo
pessoal), não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos
exames e perícias necessários.
II - O inquérito policial será concluído no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso,
e de 30 (trinta) dias, quando solto, sendo que esses prazos podem ser duplicados pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
III - O prazo para o Ministério Público oferecer denúncia é de 5 (cinco) dias, podendo arrolar
até 8 (oito) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
O item I está correto, pois está de acordo com o previsto no art. 48, §2º, da Lei de
Drogas (Lei nº 11.343/2006), in verbis:
Art. 48 (...)
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o
compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado
e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
O item II está incorreto, pois não traz os prazos corretos para a conclusão do inquérito
policial. Vejamos o disposto no art. 51, da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006), in verbis:
59
se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária.
Por fim, o item III também está incorreto, porque o prazo para o Ministério Público
oferecer denúncia é de 10 (dez) dias. Além disso, poderão ser arroladas até 5 (cinco) testemunhas.
60
DIREITO CIVIL
PROF. LEDA SIQUEIRA
28 – QUESTÃO:
a) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente promulgada.
b) O adágio de que ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece, traduz
uma presunção absoluta.
c) Lei cogente é aquela que comporta normatização pelas partes ao passo que as leis
dispositivas não admitem pactuação pelas partes.
d) Direito adquirido é aquele cujos efeitos já se exauriram.
e) As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
O momento existencial da norma se dá com a sua promulgação, mas ela ainda não
foi publicada, portanto, as pessoas ainda não tomaram conhecimento dela, logo ela ainda não
tem vigência.
O art. 1º estabelece que a vigência de uma lei será determinada pela própria lei, mas
se ela nada disser, será 45 dias depois de oficialmente PUBLICADA.
Tal dispositivo traz a proibição de alegação de erro de direito. Há uma presunção que as
pessoas conhecem as normas. Ninguém pode alegar que desconhece uma lei para não cumpri-
la. Essa presunção é relativa e não absoluta. Como a presunção é relativa, o próprio sistema
jurídico permite, em determinadas hipóteses, que uma pessoa alegue o desconhecimento das
61
leis, como por exemplo, o erro de proibição que exclui a culpabilidade, o desconhecimento da
lei como atenuante no direito penal. No Código Civil, o melhor exemplo vem do art. 139, III que
trata do erro de direito como causa de anulabilidade do negócio jurídico.
Alternativa C: Toda lei é obrigatória, mas existem aquelas que são cogentes e outras
que são dispositivas. Lei cogente é aquela que não dá espaço para a autonomia privada. Lei
dispositiva é aquela que permite que as partes possam modificar a sua regra, por exemplo,
“salvo estipulação em contrário, o regime de bens será o da comunhão parcial”. Essa expressão
“salvo estipulação em contrário” dá espaço para que as partes a modifiquem.
Coisa julgada é a qualidade que reveste os efeitos de uma decisão judicial contra a
qual não cabem mais recursos.
Alternativa E:
Durante o período de vacatio a lei existe, mas ainda não tem vigência. Se durante
esse período de vacatio pretende-se corrigir a lei, tem que haver uma nova publicação, e o prazo
começa a correr novamente somente para as disposições que foram alteradas.
29 – QUESTÃO:
Isaías, por não ter herdeiros necessários, antes de falecer, deixou testamento entregando
metade de seus bens para seu sobrinho Ezequiel e a outra metade para sua cuidadora Lia.
Acontece que logo após sua morte, foi realizado um exame de investigação de paternidade
com seus restos mortais, o qual constatou que Tiago é seu filho fruto de um breve
relacionamento com Marta. Nessa hipótese o testamento outrora produzido considera-se:
a) Inválido.
b) Caduco.
c) Rompido.
d) Revogado.
e) Apto a produzir os mesmos efeitos pretendidos pelo testador.
62
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
30 – QUESTÃO:
Lídia foi casada com Miguel durante 10 anos sob o regime de comunhão universal de bens.
Dessa união não adveio filhos. Miguel faleceu em virtude de um derrame cerebral deixando
como herdeiros necessários sua esposa e seus avós paternos. Diante dessa situação, a
partilha dos bens de Miguel será deferida na seguinte ordem:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
63
De acordo com o Código Civil, na falta de descendentes, são chamados à sucessão os
ascendentes, igualmente em concorrência com o cônjuge, independentemente do regime de
bens. O regime de bens só influencia na concorrência do cônjuge com os descendentes, com os
ascendentes não.
No caso de um cônjuge morrer e deixar os dois genitores, vai 1/3 para a mãe, 1/3 para
o pai e 1/3 para o cônjuge.
No caso da questão, Miguel faleceu deixando sua esposa e apenas e os avós paternos,
logo, Lídia receberá metade da herança e a outra metade será destinada aos seus avós, recebendo
¼ cada um.
31 – QUESTÃO:
a) Jonas possui uma vaga de garagem em seu prédio residencial, a qual comprou
separadamente do apartamento possuindo matrícula autônoma. Tal vaga não constitui bem
de família.
b) Ana se separou de Daniel e na divisão de bens ficou com o apartamento que pertencia
ao casal sendo seu único bem imóvel. Em que pese ser divorciada, tal imóvel é considerado
bem de família para efeitos de impenhorabilidade.
c) Davi companheiro de Maria é pai do menor Pedro a quem deve vários anos de pensão
alimentícia. Davi adquiriu com Maria um apartamento onde residem. A parte de Davi no
imóvel não pode ser penhorada para pagar a dívida alimentícia diante da impossibilidade
de se vender apenas metade do imóvel já que a outra metade pertence à Maria que nenhum
vínculo possui com Davi.
d) Mateus mora de aluguel em Campinas e possui como único bem uma casa em Arthur
Nogueira a qual aluga para Tomé. Mateus utiliza a renda proveniente da locação para a
64
manutenção de sua família na grande cidade. Acontece que Mateus está sendo executado
por credores que poderão penhorar seu imóvel de Artur Nogueira tendo em vista que Mateus
não reside nele.
e) Jacó é fiador de Miquéias que alugou uma casa. Miquéias deixou de pagar os aluguéis
ensejando a execução de Jacó. Jacó possui apenas um apartamento onde reside com sua
esposa e filhos e pode ter seu bem de família penhorado para quitar a dívida locatícia de
Miquéias.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Alternativa B:
Alternativa C:
Alternativa D:
Alternativa E:
65
fiador de contrato de locação.
32 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Alternativa B:
Alternativa C:
Bens imóveis são aqueles que não podem ser removidos ou transportados.
Bens móveis são aqueles que podem ser removidos ou transportados sem sofrerem
66
deterioração.
Alternativa E: Prazos prescricionais não podem ser alterados pela vontade das partes,
os prazos decadenciais admitem alteração quando convencionais. Conclui-se, que existe
decadência legal e convencional.
33 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
67
a obrigação propter rem, a exemplo da obrigação de pagar taxa de condomínio, consubstancia
hipótese em que há indeterminabilidade do devedor (no exemplo dado dependerá de quem
seja o dono do imóvel). A doutrina observa, que este tipo de obrigação em que os sujeitos
podem variar denomina-se obrigação ambulatória.
Alternativa C:
Alternativa D:
34 – QUESTÃO:
a) A viúva que foi casada com o de cujus pelo regime de comunhão universal de bens e com
68
quem teve dois filhos, possui legitimidade para se insurgir contra uma ação de investigação
de paternidade pos mortem ajuizada por um suposto filho advindo de um relacionamento
extraconjugal de seu falecido esposo.
b) Os Colaterais são considerados herdeiros facultativos.
c) A descoberta consiste em achar bem móvel que não pertence a ninguém.
d) Para a teoria concepcionista, a personalidade é adquirida com a concepção, dela
decorrendo que o nascituro tem personalidade jurídica, sendo, portanto, sujeito de direitos.
e) O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de
criança ou adolescente, independentemente do exercício do poder familiar dos pais.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: O STJ entende que, embora a viúva não ostente interesse patrimonial
eis que se casou pelo regime da comunhão universal, ela possui interesse moral que lhe confere
legitimidade para contestar tal ação nos termos do art. 1.615 do Código Civil que assim dispõe:
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a
ação de investigação de paternidade, ou maternidade.
Mesmo nas hipóteses em que não ostente a condição de herdeira, a viúva
poderá impugnar ação de investigação de paternidade post mortem,
devendo receber o processo no estado em que este se encontra. STJ. 4ª
Turma. REsp 1.466.423-GO, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
23/2/2016 (Info 578).
Alternativa B: O herdeiro necessário é aquele que, em regra, não pode ser afastado
da sucessão. Os herdeiros necessários têm direito à legítima. São herdeiros necessários os
descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
O herdeiro facultativo é aquele que pode ser afastado da herança. São os colaterais
até o quarto grau.
69
Alternativa C:
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao
dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo,
e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
A descoberta não gera aquisição de propriedade. Isso porque a descoberta gera uma
obrigação de fazer que é entregar a coisa ao seu legítimo proprietário. Se não souber quem é o
dono, entrega para o poder público que vai diligenciar para descobrir quem é o dono.
Alternativa D:
Alternativa E:
70
35 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Assertiva II: Testamento Público é aquele elaborado pelo tabelião em livro de notas
mediante escritura pública. Manifestada a vontade perante o tabelião, o mesmo deverá reproduzi-
la no instrumento que deverá ler em seguida em voz alta na presença de duas testemunhas.
Deve ser assinado imediatamente após a leitura por todos: testador, testemunhas, tabelião.
Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido,
em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e
a outra por uma das testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se
71
de tudo circunstanciada menção no testamento.
Assertiva IV:
Não confundir com o dispositivo que trata do domicílio necessário segundo o qual o
militar, o marítimo e preso possuem domicílio necessário.
36 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
72
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Exemplo: o devedor vai pagar o credor e a ponte que une as duas cidades cai e ele
fica uma semana sem conseguir atravessar para a outra cidade. A sua mora não é culposa, logo
ele não responde por caso fortuito.
Ele também não responderá, se ele demora em entregar o cavalo uma semana e nesse
período acontece uma enchente que mata o animal. Nesse caso, se ele provar que a enchente
também atingiu a fazenda do credor e que se o cavalo estivesse lá, ele também teria morrido,
ele também não responde.
Alternativa C:
Alternativa D: É bem verdade que a pessoa jurídica não tem honra subjetiva (imagem
retrato), mas possui honra objetiva (imagem reputação), o que lhe confere legitimidade para ser
73
vítima de dano moral.
Alternativa E:
37 – QUESTÃO:
a) O espólio só terá obrigação de pagar alimentos ao filho do falecido se eles já tinham sido
fixados antes da morte por acordo ou decisão judicial.
b) A companheira sobrevivente que tenha comprado outro imóvel residencial com o dinheiro
recebido do seguro de vida do falecido companheiro, não faz jus a direito real de habitação.
c) O Código Civil admite expressamente o erro de direito.
d) É possível a fixação de astreintes para forçar a genitora que está com a guarda da criança
a respeitar o direito de visita do pai.
e) Débora possui 35 anos e casou-se com Isaque de 80. Nesse caso, Débora, em que pese não
ser herdeira do marido, é meeira.
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Alternativa B:
74
1.249.227-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/12/2013
(Info 533).
Alternativa C:
a) Erro sobre o objeto: é aquele que incide nas qualidades do próprio objeto do
negócio jurídico. Exemplo: comprador que adquire de um antiquário um relógio de bolso na
convicção de que pertenceu a Dom Pedro II, quando jamais pertenceu ao imperador.
c) Erro sobre o negócio: é aquele que incide na própria categoria do negócio que
se realiza, imagina-se estar celebrando um negócio por outro. Exemplo: alguém imagina estar
pegando emprestado o apartamento do sogro quando na verdade trata-se de locação.
d) Erro sobre a pessoa: é aquele que incide sobre a identificação da outra parte do
negócio. Exemplo: testador que deixa benefício patrimonial para alguém imaginando ser seu
filho quando se trata de prole de outrem.
e) Erro de direito: quando a pessoa pensa que ser permitido o que é proibido. Exemplo:
alguém eventualmente celebra contrato de importação de uma determinada mercadoria, sem
saber que, recentemente, foi expedido decreto proibindo a entrada de tal produto no território
nacional.
O Código de 2002 inovou, em seu art. 139, III, ao admitir o denominado erro de direito,
isto é, aquele que incide sobre a própria ilicitude do ato. Ele é admitido desde que não traduza
intencional recusa à aplicação da lei, incidindo, por consequência, no âmbito interpretativo da
própria norma.
Alternativa D:
75
julgado em 16/2/2017 (Info 599).
Alternativa E:
Na separação obrigatória ou legal de bens (regime imposto pela lei em razão da idade
de um dos consortes), a esposa não é herdeira, mas por força da súmula 377 do STF, ela é meeira.
76
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROF. TALLITA SAMPAIO
38 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: De acordo com o art. 64, parág. Único do CPC, apenas a incompetência
absoluta pode ser declarada de oficio.
Alternativa B: Esta é a alternativa correta, nos termos do Art 65, parag único do CPC.
Alternativa E: Há continência sempre que as partes e a causa de pedir forem iguais, mas
o pedido de uma abrange o da outra. Ação continente é a que tem o pedido mais abrangente, e
ação contida é aquela cujo pedido está englobado na ação maior. Portanto, de acordo com o art.
57 do CPC, não é sempre que as ações serão necessariamente reunidas, havendo continência;
pois, se a ação continente já tiver sido proposta, a ação menor nem deverá prosseguir.
77
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido
proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será
proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações
serão necessariamente reunidas.
39 – QUESTÃO:
a) O Ministério Público será intimado para, no prazo de 15 (quinze) dias, intervir como fiscal
da ordem jurídica.
b) O Ministério Público intervém em todos os casos de conflito de competência.
c) O Ministério Público será intimado para, no prazo de 15 (quinze) dias, intervir como fiscal
da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e, dentre outros,
nos processos que envolvam a Fazenda Pública.
d) O Ministério Público atuará como fiscal da ordem jurídica nos processos que envolvam
litígios coletivos pela posse de terra rural ou mesmo urbana.
e) Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o
processo ficará suspenso.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa B: Essa foi mais uma mudança do NCPC. Antigamente, o MP era ouvido
em todos os casos de conflito de competência. Agora, apenas nos processos em que deve atuar
como fiscal da ordem jurídica.
Art. 951 do CC: O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos
de competência relativos aos processos previstos no art. 178, mas terá
qualidade de parte nos conflitos que suscitar.
78
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta)
dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em
lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por
si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.
40 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS.
79
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
a) Própria: os pedidos são feitos para que ambos sejam acolhidos. É regido pela
partícula “e”. Divide-se em: cumulação própria simples (o acolhimento de um pedido não
depende do acolhimento do outro) e sucessivo (um dos pedidos só pode ser acolhido se o outro
tiver sido acolhido – ex.: investigação de paternidade e alimentos).
b) Imprópria: os pedidos são cumulados, mas só um pode ser acolhido. É regida pela
partícula “ou”. Divide-se em cumulação imprópria subsidiária/eventual (eu formulo um pedido
prioritário, e o segundo pedido é formulado apenas para a hipótese de o primeiro não ser
acolhido) e alternativa (eu formulo vários pedidos para que apenas um seja acolhido, sem que
haja hierarquia entre eles).
A cumulação alternativa não tinha previsão expressa. Mas, agora ela está presente no
Art. 326, parág único do CPC:
80
Alternativa D: Esta foi uma das mudanças do NCPC. Antigamente, a reconvenção
tinha que ser proposta em uma peça em separado. Agora, ela deve ser proposta na contestação.
Vale ressaltar que, apesar dessa mudança, a natureza da reconvenção continua a mesma. Ou
seja: ela continua sendo uma nova demanda no mesmo processo.
41 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Esta é a alternativa correta, pois o Art. 372 do CPC admite a prova
emprestada.
Alternativa C: O NCPC tirou a palavra livremente. Veja a sutil diferença no art. 371 do
81
CPC:
Alternativa D: O NCPC autoriza a modificação do ônus da prova, que pode ser feita
pelo juiz ou pelas próprias partes. De acordo com o art. 373, parág. 4 do CPC, esta convenção das
partes acerca da distribuição do ônus da prova pode ser feita até mesmo durante o processo.
42 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: De acordo com o art. 313, parág. 4 do CPC, as partes podem convencionar
a suspensão do processo pelo prazo de 6 meses.
Alternativa B: Esta alternativa está correta, nos termos do Art. 313, IX do CPC. Inclusive,
82
este inciso já foi acrescentado ao CPC/15 em 2016.
Alternativa D: Cuidado para não confundir. No acpc, o prazo para emenda da petição
era de 10 dias; agora, é de 15 dias (como a MAIORIA dos prazos do NCPC).
Art. 321 do NCPC: O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche
os requisitos ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de
15 (quinze) dias, a emende ou a complete.
Alternativa E: Essa era a redação do art. 293 do CPC/73. Agora, o art. 322, parág. 2 do
CPC aponta para uma interpretação completa, sistemática, e não restritiva.
43 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Esse era o dispositivo do ACPC; com o NCPC, nos termos do art. 997,
parág. 2, o recurso adesivo será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso
especial. Até porque o NCPC não prevê mais os embargos infringentes.
83
embargos de declaração interrompia o prazo para a interposição dos demais recursos no CPC;
mas nos juizados havia suspensão do prazo. Agora, o NCPC facilitou sua vida: Com o NCPC,
a interposição dos embargos de declaração INTERROMPEM o prazo para a interposição dos
demais recursos, inclusive nos Juizados Especiais.
Alternativa E: De acordo com o art. 1026, parág. 4, são necessários dois embargos de
declaração anteriores protelatórios para que os novos não sejam admitidos.
44 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA A.
84
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: O art. 587 do CPC/73 permitia que uma execução de título executivo
extrajudicial pudesse se dar por meio de execução provisória. O CPC/2015 não admite a execução
provisória de título executivo extrajudicial.
Alternativa E: O CPC/15 pôs fiz a uma antiga controvérsia acerca do início do prazo
para cumprimento voluntário da obrigação, deixando claro que o devedor deve ser intimado
para o pagamento voluntário, e só a partir daí é que se conta o prazo de 15 dias para que ele
efetue o pagamento.
85
45 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA D.
COMENTÁROS:
86
praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei
atribuir força executiva.
Alternativa B: É título executivo extrajudicial. E, cuidado com este título, pois ele só é
considerado título executivo extrajudicial se for contrato de seguro de vida em caso de morte.
46 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
87
Art. 361 do CPC. As provas orais serão produzidas em audiência,
ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: I - o perito e os assistentes
técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos
no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente
por escrito; II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos
pessoais; III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão
inquiridas.
Alternativa B: Esta é a alternativa correta, pois reproduz o teor do art. 362, PARAG. 2
do CPC.
Alternativa C: Se fosse de acordo com o acpc, esta alternativa estava correta, pois, de
fato, o juiz designava o prazo para essas razões finais escritas. Agora, o código já traz o prazo,
qual seja: 15 dias.
Alternativa D: De acordo com o art. Art. 362 do CPC, a audiência poderá sim ser
adiada por convenção das partes.
47 – QUESTÃO:
88
aplicação em casos de nulidade ou anulabilidade.
c) Não se admite a cláusula geral de negociação processual em contrato de adesão.
d) De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos
processuais. Este calendário vincula as partes e o juiz.
e) O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo
da sentença, salvo nos casos de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS.
Com o NCPC, ao lado da ideia de gerenciamento processual pelo juiz, aparece para
as partes uma modalidade de flexibilização do procedimento, permitindo às mesmas promover
uma negociação processual em conformidade com as disposições previstas nos arts. 190 e 191.
a) flexibilização por procedimento livre, no qual a lei confere ampla liberdade para
o estabelecimento da forma pelos sujeitos do processo, tendo como exemplos os juizados
especiais cíveis, pautados pelos princípios da simplicidade e da informalidade;
89
b) flexibilização por procedimento opcional, no qual a lei disponibiliza ao juiz mais de
uma espécie de rito para que ele indique aquele que mais bem se coaduna com o caso concreto;
Entretanto, tal leitura ignora a autonomia privada das partes. Ademais, a possibilidade
de flexibilização do procedimento é condizente com o próprio princípio democrático, uma vez
que somente consensualmente as partes podem estabelecer tais mudanças ou escolhas, o que
acabaria por reforçar o papel mais ativo destas no procedimento, bem como sinalizar para uma
necessidade de reinterpretar o conceito de contraditório. Insta salientar, ainda, que os aspectos
da segurança e previsibilidade são fortalecidos quando as partes ativamente se pautam nos
devidos ajustes que elas convencionaram. A atividade jurisdicional fica mais segura quando
as partes e o juiz têm um calendário de suas atividades. Desta forma, são constitucionais as
situações negociais do procedimento, desde que não haja explicitamente uma proibição legal.
90
Referida cláusula geral sobre negociação processual permitiria definir situações e atos
processuais mediante a autonomia privada das partes, respeitados os limites do formalismo
democrático, requisitos legais e permitindo-se ao juiz o controle de validade das convenções,
recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato
de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Permitir a realização dos negócios jurídicos processuais faz com que se assegure,
para cada causa, o trâmite processual adequado, possibilitando que cada caso receba uma
estrutura processual adaptada (pois as partes adequarão o procedimento à realidade da lide),
escapando de um modelo geral e padronizado. Além disso, significam o gerenciamento judicial,
com aceleração processual e redução de custos.
Outros, por sua vez, entendiam que caberia aplicabilidade também para as condições
voluntárias, citando a suspensão do processo pela vontade das partes como um exemplo de
negócio processual sujeito à termo.
91
190).
O próprio dispositivo legal permite que seja feita antes ou durante o processo.
92
a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes
aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta
situação de vulnerabilidade.
Alternativa C: O parág. Único do art. 190 supra transcrito não obsta a que a cláusula
de negociação processual esteja em um contrato de adesão, desde que ela não tenha sido
inserida de maneira abusiva.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário
para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos
somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente
justificados.
93
DIREITO ELEITORAL
PROF. TALLITA SAMPAIO
48 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Passamos um bom tempo para decorar que o prazo para oferecimento
da denúncia é de 5 dias, em se tratando de réu preso; e 15 dias, em se tratando de réu solto.
E aí, quando nos deparamos com uma questão como essa, somos levados a assinar a letra A
como a incorreta. Entretanto, ela está correta: o prazo para oferecimento da denúncia eleitoral
é diferente: é sim de 10 dias!
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-
se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano
para a de reclusão.
94
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena
sem mencionar o “quantum”, deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um
terço, guardados os limites da pena cominada ao crime.
Esta disposição também difere do que consta no CP: lá, é de no mínimo 10, e no
máximo 360 dias-multa.
49 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
95
Alternativa A: Essa alternativa está incorreta, pois em se tratando de quociente
eleitoral, a fração só será desprezada se for igual ou inferior a meio.
Alternativa C: Esta é a alternativa correta, nos termos do art. 108 do Código Eleitoral.
Art. 109, § 1o O preenchimento dos lugares com que cada partido
ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação
recebida por seus candidatos.
50 – QUESTÃO:
96
d) Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o
registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 1 (um) ano.
e) Do total do Fundo Partidário, 10% serão destacados para entrega, em partes iguais, a
todos os partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do
Fundo Partidário.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Alternativa correta, vez que reproduz o teor do Art. 7, parág. 1 da Lei
9096. Esse dispositivo foi alvo de alteração legislativa em 2015, oportunidade em que incluíram a
necessidade de o partido político comprovar os requisitos para que seja considerado de caráter
nacional no período de dois anos. Atente, especialmente, para este detalhe, pois é o que será
cobrado na sua prova objetiva.
Alternativa B: O partido político, para que possa registrar seu estatuto no TSE, já tem
que ter adquirido a personalidade jurídica. Por esta razão, a alternativa está incorreta:
Alternativa C: O art. 22-A da Lei 9096 também foi incluído com a Lei 13.165/2015,
e portanto será alvo de questionamento nas provas. Referido artigo traz as hipóteses de justa
causa para desfiliação partidária, e dentre elas, elenca a mudança de partido efetuada durante
o período de trinta dias (e não sessenta dias, como disse a alternativa) que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente. Essa hipótese é chamada de “janela” para troca de partido. Vale lembrar que
a EC 91/2016 criou mais uma hipótese de “janela” para que os políticos pudessem trocar de
partido sem perder o cargo que ocupavam:
A “janela” prevista na EC não se confunde com a “janela” prevista na Lei 9096, pois
97
aquela possui natureza jurídica de autorização constitucional e temporária para a desfiliação do
partido pelo qual o político foi eleito, enquanto a regra prevista na Lei 9096 é permanente e vale
para todas as eleições que vierem no futuro. Ademais, vale transcrever uma curiosidade sobre
esta EC escrita pelo Prof. Márcio, do Dizer o Direito:
Curiosidade
Como bem observado pelo amigo Nayron Toledo, a EC 91/2016 não
altera nenhum dispositivo da Constituição Federal de 1988. É uma
emenda constitucional avulsa, algo inédito e, permita-me, esdrúxulo.
Talvez, o melhor, tecnicamente, teria sido a inclusão de um artigo no
ADCT da CF/88.
Assim, a EC 91/2016 é uma norma constitucional não prevista no
texto da Constituição Federal de 1988. Integra, contudo, o bloco
de constitucionalidade. De forma bem simplificada, bloco de
constitucionalidade significa que a Constituição pode ser formada não
apenas pelos dispositivos que estão ali expressamente escritos, mas
também por outras normas não presentes no texto, como, por exemplo,
a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(promulgada pelo Decreto 6.949/2009).
98
coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do número
de representantes de todos os partidos que a integrem;
II - 10% (dez por cento) distribuídos igualitariamente
99
DIREITO CONSTITUCIONAL
PROF. MARIANA RUBINI
51 – QUESTÃO:
O Conselho Nacional do Ministério Público foi criado pela Emenda Constitucional n. 45/2004,
tratando-se de um órgão de controle de natureza constitucional. Considere as seguintes
assertivas:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
100
medida, de um caráter nacional da Instituição.
Essa índole nacional está realçada pela criação do Conselho Nacional do Ministério
Público, objeto da Emenda Constitucional n. 45/2004. Esse Conselho encontra -se delineado no
art. 130 -A da Lei Maior.
É composto por membros do Ministério Público da União e dos Estados, por membros
do Judiciário, por advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados e por
cidadãos indicados pelas Casas do Legislativo Federal.
Importa notar que não há hierarquia entre Ministério Público da União e Ministério
Público dos Estados. O Procurador -Geral da República, embora presida o Conselho Nacional
do Ministério Público, é o chefe do Ministério Público da União (que engloba o Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios), mas não o é de nenhum Ministério Público estadual.
Não obstante, havendo conflito de atribuições entre o Ministério Público Federal e Ministério
Público de Estado, o STF decidiu que cabe ao Procurador-Geral da República dirimi-lo.
Fonte: MENDES, Gilmar Ferreira. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito
constitucional. – 12. ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2017. – (Série IDP).
O item I está incorreto, pois apesar de o CNMP ser composto por 14 membros
nomeados pelo Presidente da República, a escolha deve ser aprovada pela maioria absoluta do
Senado Federal.
101
a diminuição de um corporativismo por vezes arraigado nas diversas carreiras. Apesar disso,
observe que mais da metade dos membros do CNMP pertence ao Ministério Público.
O item III está incorreto, pois ao CNMP compete o controle da atuação administrativa
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros,
cabendo lhe rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros
do Ministério Público da União ou dos Estados julgados HÁ MENOS DE UM ANO (e não dois
anos).
102
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos
do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra
seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em
curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares
de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há
menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades
do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
52 – QUESTÃO:
a) Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
b) Para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais
103
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade
dos atributos que justifiquem sua proteção.
c) Para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais a crueldade.
d) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
e) São consideradas cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, ainda que sejam
manifestações culturais, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, sendo inconstitucional eventual regulamentação por lei
específica que tenha o pretenso objetivo de assegurar o bem-estar dos animais envolvidos.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa B: Correta, de acordo com o art. 225, §1º, III, da Constituição Federal, in
verbis:
Art. 225
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
(...)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração
e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
104
No entanto, podem ser criados por ato normativo diverso da lei. Essa opção do
constituinte se deu para conferir maior grau de proteção ao meio ambiente, já que somente
mediante lei é possível alterar ou suprimir um espaço territorial especialmente protegido
anteriormente criado.
Sobre esse ponto, pondera o doutrinador Frederico Amado1 que “esta disposição
busca dificultar ao máximo o retrocesso na proteção ambiental no Brasil, sendo consectário do
sistema de freios e contrapesos entre os Poderes da República”.
Alternativa C: Correta, de acordo com o art. 225, §1º, VII, da Constituição Federal, in
verbis:
Art. 225
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
(...)
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.
Art. 225
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
Em outras palavras, significa dizer que inexiste bis in idem na aplicação das sanções
penais e administrativas juntamente com a reparação dos danos, uma vez que a regra é a
independência entre as instâncias, salvo disposição legal em sentido contrário.
105
pela EC 96/2017 e tem provocado diferentes reações na comunidade jurídica. Vejamos o que ele
prescreve, in verbis:
Isso porque tem por finalidade superar o entendimento do Supremo Tribunal Federal
que considerou a prática da vaquejada inconstitucional por violar o art. 225, § 1º, VII, da CF/88.
Como se trata de recente alteração na CF, deve-se ficar alerta porque tem grandes
chances de aparecer na prova! Além disso, o disposto nesse § 7º é bastante polêmico e pode
acabar confundindo o candidato mais desatento.
53 – QUESTÃO:
2 <http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/breves-comentarios-ec-962017-emenda-da_7.html>.
106
b) Nos termos da Constituição Federal, ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, ainda que as invoque para eximir-se
de obrigação legal a todos imposta e se recuse a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do proprietário, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia e a noite, desde que por determinação judicial.
d) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, mas esse direito não se transmite aos herdeiros.
e) A Constituição Federal não prevê prisão civil por dívida no Brasil.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Correta, nos termos do art. 6º, caput, da Constituição Federal, in verbis:
Muitas vezes o candidato recorda-se dos direitos sociais mais “batidos”, como direito
à educação e saúde, esquecendo-se de outros direitos sociais como o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos
desamparados.
Art. 5º (...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-
se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
Verifica-se, assim, que a Carta Magna protege o direito à liberdade religiosa, mas ele
não tem caráter absoluto.
107
Alternativa C: Vejamos o disposto no artigo 5º, XI, da Constituição Federal, in verbis:
Art. 5º (...)
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
Art. 5º (...)
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação
ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo
que a lei fixar;
Alternativa E: A prisão civil por dívida é excepcional no Brasil, sendo que a Carta
Magna prevê duas hipóteses em que ela pode ser decretada. Vejamos:
Art. 5º (...)
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a
do depositário infiel;
Atualmente não mais se admite a prisão civil do depositário infiel, havendo inclusive
Súmula Vinculante nesse sentido, in verbis:
108
A alternativa E, portanto, está incorreta.
54 – QUESTÃO:
a) São privativas dos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
b) Os Estados poderão, mediante lei ordinária específica, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum.
c) Compete aos Municípios criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual.
d) Compete aos Estados promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
e) Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas à União e aos
Estados.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Explico: a expressão “reservada” foi importada dos Estados Unidos. Acontece que
os EUA são fruto de 13 colônias da Inglaterra que ficaram independentes e formaram uma
confederação. Nesse processo, os Estados até então soberanos reservaram para si as principais
competências, deixando outras menos importantes para o ente maior.
109
Ocorre que aqui no Brasil os Estados-membros foram criados pela Constituição Federal. Como
eles ainda não existiam, não tinham qualquer competência para “reservar”.
Sendo assim, percebe-se que a cópia literal da redação foi indevida. O termo
“reservada”, portanto, não é o mais apropriado, sendo preferível dizer que a competência dos
Estados é residual.
Alternativa B: Incorreta, pois faz-se necessário lei complementar (e não lei ordinária
específica) para os Estados instituírem regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões.
Art. 25 (...)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização,
o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
110
Art. 32 (...)
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios.
55 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
111
INOCORRÊNCIA. PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE E DA MORALIDADE
PÚBLICA. REQUISIÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MOVIMENTAÇÃO
DA CONTA-CORRENTE DO MUNICÍPIO DE POTENGI/CE. POSSIBILIDADE.
1. Encontra-se pacificada na doutrina pátria e na jurisprudência dos
Tribunais Superiores que o sigilo bancário constitui espécie do direito à
intimidade/privacidade, consagrado no art. 5º, X e XII, da Constituição
Federal. 2. No entanto, as contas públicas, ante os princípios da
publicidade e da moralidade (art. 37 da CF), não possuem, em regra,
proteção do direito à intimidade/privacidade, e, em consequência,
não são protegidas pelo sigilo bancário. Na verdade, a intimidade e
a vida privada de que trata a Lei Maior referem-se à pessoa humana,
aos indivíduos que compõem a sociedade, e às pessoas jurídicas de
Direito privado, inaplicáveis tais conceitos aos entes públicos. 3. Assim,
conta-corrente de titularidade de Prefeitura Municipal não goza de
proteção à intimidade/privacidade, tampouco do sigilo bancário,
garantia constitucional das pessoas naturais e aos entes particulares. 4.
Nessa linha de raciocínio, lícita a requisição pelo Ministério Público de
informações bancárias (emissão de cheques e movimentação financeira)
de titularidade da Prefeitura Municipal de Potengi/CE, com o fim de
proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal
de sigilo bancário. 5. “Operações financeiras que envolvam recursos
públicos não estão abrangidas pelo sigilo bancário a que alude a Lei
Complementar nº 105/2001, visto que as operações dessa espécie estão
submetidas aos princípios da administração pública insculpidos no art.
37 da Constituição Federal” (MS-33.340/STF, Relator Ministro LUIZ FUX,
1ª Turma, DJe de 3/8/2015). 6. Habeas corpus denegado.
STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 20/10/2015 (Info 572).
Alternativa B: Incorreta, pois o Ministério Público Estadual tem sim legitimidade para
atuar diretamente no STJ nos processos em que figure como parte.
Assim sendo, o Ministério Público Estadual possui legitimidade para atuar diretamente
em recurso por ele interposto e submetido a julgamento perante o STJ.
3 < http://www.dizerodireito.com.br/2015/04/o-ministerio-publico-estadual-tem.html>.
112
1) Inexistência de hierarquia entre MPU e MPE
Desse modo, conclui-se que o Ministério Público é dividido em dois ramos distintos
(MPE e MPU), não havendo qualquer relação de hierarquia ou subordinação entre eles.
Logo, não há qualquer sentido em se permitir que o MPF atue diretamente nas Cortes
Superiores e negar esse poder aos Ministérios Públicos Estaduais.
2) Princípio federativo.
Viola o regime federativo impedir que o Ministério Público Estadual tenha acesso aos
Tribunais Superiores, uma vez que haveria uma diferença de tratamento em relação ao MPF, o
que mitigaria sua autonomia funcional.
3) Autonomia do MPE.
Está também relacionada com o princípio federativo, considerando que não permitir
que o Ministério Público Estadual atue, no STF e STJ, nos processos de seu interesse, significaria
tolher a autonomia e liberdade de atuação do Parquet estadual.
O Ministério Público, de fato, é uno (art. 127, § 1º, CF/88). No entanto, a unidade
institucional é princípio aplicável apenas no âmbito de cada Ministério Público. Não é possível
dizer, por exemplo, que entre o Ministério Público estadual e o Ministério Público federal exista
unidade.
113
Desse modo, quando houver necessidade de atuação do Ministério Público Estadual
nos processos que tramitam no STF e STJ, esta deverá ocorrer por meio do seu Procurador-Geral
de Justiça, não suprindo isso o fato de haver a intervenção do Procurador-Geral da República.
6) Paridade de armas.
Fazer com que o Ministério Público estadual ficasse na dependência do que viesse
a entender o Ministério Público Federal seria incompatível, dentre outros princípios, com o da
paridade de armas, considerando que, em eventual conflito entre o MPE e o MPU, o chefe do
MPU (PGR) poderia atuar diretamente no STF, mas não o MPE (STF Rcl 7358/SP).
Alternativa C: Correta, de acordo com o teor do art. 128, §5º, II, «d», da Constituição
Federal, in verbis:
Membros do Ministério Público não podem ocupar cargos públicos fora do âmbito
da Instituição, salvo cargo de professor e funções de magistério.
Seguindo essa linha, decidiu o STF na ADPF n. 388 que a nomeação de membro do
114
Ministério Público para o cargo de Ministro da Justiça viola o texto constitucional. (STF. Plenário.
ADPF 388, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 09/03/2016 - Info 817).
Esse princípio consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger
o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e
independente do seu ofício, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o
direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o promotor cuja intervenção se justifique
a partir de critérios abstratos e predeterminados, estabelecidos em lei.
Fonte: ACO 1.936 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 28-4-2015, 1ª T, DJE de 27-5-2015.
56 – QUESTÃO:
a) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, mas não aos estrangeiros.
b) A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo indeterminado, desde que para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
c) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
115
compatibilidade de horários, a de dois cargos técnicos ou científicos.
d) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei.
e) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo poderão ser superiores aos pagos pelos
Poderes Executivo e Judiciário.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Art. 37 (...)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei;
Art. 37 (...)
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
O conteúdo jurídico do art. 37, IX, da CF pode ser resumido, ratificando-se, dessa
forma, o entendimento da Corte Suprema de que, para que se considere válida a contratação
temporária, é preciso que: a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de
contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o interesse público seja
excepcional; e) a necessidade de contratação seja indispensável, sendo vedada a contratação
para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das
116
contingências normais da administração.
Art. 37 (...)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer
caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas;
A alternativa C está incorreta porque não é possível cumular dois cargos técnicos ou
científicos, mas apenas um cargo técnico ou científico com um cargo de professor.
Alternativa D: Correta, nos termos do art. 37, XVIII, da Constituição Federal, in verbis:
Art. 37 (...)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei;
Alternativa E: Incorreta, pois o art. 37, XII, da Constituição Federal proíbe que os
vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário sejam superiores aos pagos
pelo Poder Executivo. Vejamos:
Art. 37 (...)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
57 – QUESTÃO:
117
a prisão.
c) As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis
com a execução da medida.
d) Os Deputados e Senadores serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas
ou prestadas em razão do exercício do mandato.
e) Os Deputados e Senadores não poderão, desde a expedição do diploma, ser titulares de
mais de um cargo ou mandato público eletivo.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
O outro erro na assertiva é que, no caso em tela, os autos serão remetidos dentro de
VINTE E QUATRO HORAS à Casa respectiva (e não em 48 horas), para que, pelo voto da maioria
de seus membros, resolva sobre a prisão.
Art. 53 (...)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional
não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão.
118
Art. 53 (...)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante
o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois
terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida.
Art. 53 (...)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
informações.
119
A alternativa E está incorreta porque os Deputados e Senadores não poderão ser
titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo DESDE A POSSE (e não desde a
expedição do diploma).
58 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
120
vigorar por mais tempo do que o necessário para restabelecimento do equilíbrio.
• Os efeitos das medidas cessam tão logo cesse o estado de defesa ou de sítio.
• O fim das medidas não interfere em uma possível responsabilidade por ilícitos dos
executores ou agentes.
Fonte: CRUZ, Vitor. Constituição Federal anotada para concursos. 9. ed. Rio de Janeiro:
121
Ferreira, 2017.
O item I está incorreto, porque as hipóteses nele descritas dizem respeito ao estado
de DEFESA (e não ao estado de sítio). Nesse sentido, prevê o art. 136, caput, da Constituição
Federal, in verbis:
O item II também está incorreto, porque as hipóteses nele descritas dizem respeito
ao estado de SÍTIO (e não ao estado de defesa). Nesse sentido, prevê o art. 137, da Constituição
Federal, in verbis:
O item III está correto. Trata-se de hipótese excepcional em que a Carta Magna admite
prisão sem mandado judicial, tampouco havendo situação de flagrância.
122
Tal possibilidade encontra respaldo constitucional no art. 136, § 3º, I, in verbis:
59 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
123
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
IMPOSTOS EM ESPÉCIE:
Estados e DF Municípios e DF
União (art. 153 CF)
(art. 155 CF) (art. 156 CF)
II
IE
IPI
ITCMD ITBI
IOF
ICMS ISS
IR
IPVA IPTU
ITR
IGF (não existe, se for criado
deve ser criado por LC)
124
Alternativa A: Incorreta, porque a competência para instituir imposto sobre
transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos é dos Estados e do Distrito
Federal (e não da União).
60 – QUESTÃO:
De acordo com a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n. 8.625/93), considere as
seguintes assertivas:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
125
O item I está correto, nos termos do art. 3º, da Lei Orgânica Nacional do Ministério
Público (Lei n. 8.625/93), in verbis:
Art. 3º (...)
Parágrafo único As decisões do Ministério Público fundadas em sua
autonomia funcional, administrativa e financeira, obedecidas as
formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata,
ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do
Tribunal de Contas.
É o que estabelece o art. 4º, § 2º, da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei
n. 8.625/93), in verbis:
61 – QUESTÃO:
De acordo com a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n. 8.625/93), considere as
seguintes assertivas:
126
forma da lei.
II - Compete ao Procurador-Geral de Justiça decidir processo disciplinar contra membro do
Ministério Público, aplicando as sanções cabíveis.
III - Compete ao Conselho Superior do Ministério Público expedir recomendações, sem
caráter normativo aos órgãos do Ministério Público, para o desempenho de suas funções.
IV - Compete ao Colégio de Procuradores de Justiça eleger o Corregedor-Geral do Ministério
Público.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
O item I está incorreto, pois cabe ao Conselho Superior do Ministério Público rever o
arquivamento de inquérito civil, na forma da lei.
É o que prevê o art. 30 da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n. 8.625/93),
in verbis:
É o que prevê o art. 10, XI, da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n.
8.625/93), in verbis:
127
É o que prevê o art. 10, XII, da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n.
8.625/93), in verbis:
É o que prevê o art. 12, V, da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei n.
8.625/93), in verbis:
62 – QUESTÃO:
De acordo com a Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo (Lei Complementar
n. 734/93), considere as seguintes assertivas:
128
d) Apenas os itens I e IV estão corretos.
e) Todos os itens estão corretos.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
O item I apresenta dois erros: o primeiro diz respeito à lista que será encaminhada
ao Chefe do Poder Executivo para nomear o Procurador-Geral de Justiça - trata-se de uma lista
TRÍPLICE (e não sêxtupla). O segundo erro encontra-se na duração do mandato, que é de DOIS
anos (e não quatro anos), sendo permitida uma recondução.
É o que prevê o art. 10, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo
(Lei Complementar n. 734/93), in verbis:
O item II está correto, nos termos do art. 21, da Lei Orgânica do Ministério Público do
Estado de São Paulo (Lei Complementar n. 734/93), in verbis:
O item III também está correto, nos termos do art. 26, da Lei Orgânica do Ministério
Público do Estado de São Paulo (Lei Complementar n. 734/93), in verbis:
129
atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público é a Corregedoria-Geral
do Ministério Público.
Nesse sentido, vejamos o art. 37, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de
São Paulo (Lei Complementar n. 734/93), in verbis:
130
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
PROF. TALLITA SAMPAIO
63 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
131
II - às entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
Vamos encontrar uma lógica para essas medidas serem diferentes. Ora, se a entidade
é governamental (ou seja, pertencente ao governo), e se for encontrada alguma irregularidade
nela, é possível aplicar o afastamento dos seus dirigentes ou até mesmo o fechamento da
unidade ou interdição de programa. Mas, se a entidade é não governamental, quer dizer que
ela é privada (e por vezes recebe repasse de verbas públicas); então, se é privada, não há como
aplicar a medida de afastamento do dirigente (imagina como seria estranho a ONG ser sua, mas
passar a ser dirigida por outra pessoa que não foi escolhida por você, apenas por imposição
judicial...); ao revés, o que pode fazer é aplicar a medida de suspensão total ou parcial do
repasse das verbas públicas (medida esta que não tem porque ser aplicada para as entidades
governamentais: pois, se estas são do governo, significa que as suas verbas são públicas, e se o
poder público deixar de repassar essas verbas, elas não terão de onde receber, razão pela qual
é melhor fechar a unidade).
64 – QUESTÃO:
132
e) A intimação da sentença que aplicar medida socioeducativa será feita ao adolescente e
ao seu defensor; ou, quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável,
sem prejuízo do defensor.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: De acordo com o art. 173 do ECA, se o ato infracional tiver sido cometido
mediante violência ou grave ameaça, a autoridade policial deverá lavrar um auto de apreensão;
apenas nas demais hipóteses é que esta lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
ocorrência circunstanciada.
133
ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório
judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente,
procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível,
de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
65 – QUESTÃO:
134
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Não confunda o disposto no art. 184, parág. 3 com o disposto no art.
187 do ECA:
A diferença é a seguinte:
Alternativa B: Esta é a alternativa correta, nos termos do art. 184, parág. 2 do ECA.
135
de quarenta e cinco dias.
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
136
geral. Esta proibição é absoluta: ou seja, ainda que o pai ou responsável acompanhe. Ademais,
e permanência de criança ou adolescente, desacompanhada dos pais ou responsável, em
estabelecimentos comerciais que explorem bilhar, sinuca ou jogos não está entre os assuntos
previstos no art. 149 do ECA que serão disciplinados por portaria ou autorizados por alvará pela
autoridade judiciária.
Alternativa B: O art. 243 do ECA passou a prever expressamente que é crime vender,
fornecer, servir, ministrar ou entregar bebida alcoólica a criança ou a adolescente. Trata-se de
crime formal. Portanto, independe do fato de a criança ingerir ou não o produto.
Alternativa E: Como explicado acima, neste caso a embalagem tem que ser opaca, e
não apenas lacrada.
67 – QUESTÃO:
137
liberdade ou restrição de direitos.
b) Compete aos Estados criar, desenvolver e manter programas para a execução das medidas
socioeducativas em meio aberto.
c) Àqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram, sob qualquer
forma, direta ou indireta, para o não cumprimento desta Lei, aplicam-se, no que couber, as
penalidades dispostas na Lei de Improbidade Administrativa.
d) Para aplicação de qualquer medida socioeducativa, será constituído processo de execução
para cada adolescente.
e) O adolescente em cumprimento de medida de internação não tem direito á visita íntima.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A:
Alternativa B: De acordo com o art. 4, III da Lei, compete aos Estados criar, desenvolver
e manter programas para a execução das medidas socioeducativas de semi liberdade e
internação; as medidas socioeducativas em meio aberto são de competência dos municípios.
Alternativa E: O adolescente casado ou que viva em união estável tem sim direito á
visita íntima.
138
Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que viva,
comprovadamente, em união estável o direito à visita íntima.
68 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
139
atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra
norma de proteção à criança ou adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando
as medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas
hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da
Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder familiar,
perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna,
em relação ao exercício do pátrio poder poder familiar; (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os
pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou
representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais
em que haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros
de nascimento e óbito.
140
DIREITO EMPRESARIAL
PROF. LEDA SIQUEIRA
69 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
Essa questão traz as principais súmulas de direito empresarial, as quais o aluno não
pode ir para a prova sem conhecê-las.
Alternativa A:
Alternativa B:
Alternativa C:
141
Alternativa D:
Alternativa E:
70 – QUESTÃO:
142
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Nesse aspecto, é importante lembrar que a Lei 11.101/05 incide sobre a figura do
empresário individual, sobre a figura da sociedade empresária ou sobre a EIRELI. Ou seja, não
há falência de associações, fundações, partidos políticos, organizações religiosas, sociedade
simples, nem de cooperativa, mas somente sociedades empresárias, empresários individuais
ou EIRELI.
Assertiva II: Incorreta. Sociedade em comum é aquela que não foi devidamente
registrada. Embora ela não possa requerer a falência de terceiros, ela pode formular pedido de
autofalência. Esse entendimento encontra amparo no art. 105, IV da Lei 11.101/05.
Contata-se que se a sociedade não tem contrato nem estatuto é porque não tem
registro, logo trata-se de sociedade em comum, que é aquela que não foi levada a registro.
Assertiva III: Incorreta. Nos termos do art. 3º da Lei de Falência o juízo competente
é o do local do principal estabelecimento empresarial e se a sede for fora do Brasil, será
competente o local da filial.
143
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o
juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de
empresa que tenha sede fora do Brasil.
A lógica por trás desse dispositivo é que com a decretação da falência inaugura-se
uma nova fase do processo, de modo que não há extinção do processo, logo o recurso adequado
é o agravo. Todavia, com o julgamento de improcedência do pedido de falência, se coloca um
ponto final naquele processo, cabendo contra essa decisão apelação.
71 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
144
falência poderão ser desconstituídos objetivando a recomposição patrimonial do falido.
Nesse contexto, temos os casos de ineficácia objetiva, previstos no art. 129 da lei de
falência e as hipóteses de ineficácia subjetiva, previstas no art. 130.
No que tange aos casos de ineficácia subjetiva, são assim denominados, pois aqui se
deve apurar a intenção.
Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá
ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo
Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da
falência.
Assertiva II: Correta. É muito importante conhecer a súmula 503 do STJ, pois ela,
juntamente com a súmula 504, é muito recorrente em provas de concurso.
Não se pode confundir uma com a outra. A primeira trata do cheque, cujo prazo para
145
ajuizamento da monitória é de 5 anos contado do dia seguinte à data de emissão estampada na
folha. Já a segunda, trata da nota promissória, cujo prazo também é de 5 anos, porém contado
do dia seguinte ao vencimento do título. Infelizmente, o aluno deve memorizar esses dois casos.
Assertiva III: Correta. Imagine a situação em que um título de crédito foi protestado e
dias depois o devedor paga a dívida. Após o pagamento, de acordo com o STJ, cabe ao próprio
devedor providenciar a baixa do título com o cancelamento do protesto no cartório e não ao
credor.
Assertiva IV: Incorreta. É bem verdade que a novação prevista no Código Civil, via de
regra, extingue todas as garantias da obrigação. No entanto, o STJ entende que em se tratando
de recuperação judicial, a situação é diferente. Nesse caso, embora tenha havido a novação
das dívidas do devedor em decorrência do plano de recuperação judicial, as antigas garantias
subsistem, de forma que os credores podem executá-las.
72 – QUESTÃO:
146
c) O devedor pode contestar o pedido de falência no prazo de 10 dias.
d) A sentença que decreta a falência deve fixar o termo legal que não pode ser superior a 180
dias.
e) Há previsão de crime culposo na Lei 11.101/05.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Execução frustrada (art. 94, II): Está-se diante de uma execução em que o
empresário não efetiva o pagamento, não há depósito e não há penhora de bens suficientes
para satisfação da dívida.Nessa hipótese há uma presunção de que o empresário esteja em
um estado de insolvência, devendo ser extraídas cópias dessa execução e com base nesses
documentos pode ser ajuizado o pedido de falência. Nessa hipótese não há valor mínimo.
Atos de falência (art. 94, III): a lei expressamente prevê um rol de atos.
Quanto à Fazenda Pública, restou pacífico no STJ não ser possível o pedido de falência
por parte da Fazenda Pública porque deve prevalecer o princípio da preservação da empresa
sobre o interesse arrecadatório do Estado. Além disso, retira o contraditório do devedor, pois
no processo de falência o credor não pode discutir o crédito tributário, pois é matéria de vara
especializada. Logo, a Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para requerer
a falência do devedor empresário.
Alternativa C: Correta.
147
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de
10 (dez) dias.
Termo legal é o prazo em que serão verificados se os atos praticados pelos sócios
e pela sociedade durante esse lapso tiveram o objetivo de fraudar credores podendo ser
desconsiderados. A lei afirma que o termo legal não pode retrotrair mais de 90 dias. Esse prazo
é contado do pedido de falência ou de recuperação judicial ou da data do primeiro protesto.
• Há um único crime que constitui infração penal de menor potencial ofensivo (art.
178 – omissão de documentos contábeis obrigatórios);
• Aos crimes previstos nesta lei se aplica o rito sumário (art. 185 da Lei 11.101/05).
Esse assunto é polêmico. Há quem entenda que deve prevalecer o CPP em que o rito é ditado
pela quantidade de pena, sendo sumaríssimo, sumário ou ordinário, pelo critério cronológico já
que essa norma só veio em 2008. Já a segunda posição, entende que deve se aplicar o princípio
da especialidade, portanto, aplica-se o rito sumário previsto no art. 185. Uma terceira posição
entende que depende do crime, se for crime de menor potencial ofensivo deve ir para o Juizado
Especial Criminal e para o restante dos crimes se aplica o rito sumário. Isso porque a Constituição
estabelece que a competência para o julgamento de infrações de menor potencial ofensivo é
dos Juizados Especiais, ou seja, é uma garantia constitucional.
148
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS,
COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
PROF. TALLITA SAMPAIO E NADIA SAAB
73 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa B: Tal como disposto no artigo 36, caput do CDC, que enuncia o princípio
da identificação, a publicidade constitui prática lícita se identificada como tal de imediato pelo
consumidor, ou seja, no momento da veiculação do anúncio publicitário. Portanto, a legislação
149
proíbe a publicidade clandestina ou subliminar.
150
artigo 38 do CDC:
74 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
151
extrema vulnerabilidade o que, inegavelmente, reduz a sua capacidade de defesa. Como é
cediço, no mandato, o representante deve atuar em nome do representado, de acordo com os
seus interesses, porém, neste caso, há nítido conflito de interesses que atenta contra a boa-fé e
a equidade (Súmula 60 do STJ e artigo 51, inciso VIII do CDC).
Para o STJ, constitui prática comercial lícita (art. 5º e 7º, I da Lei 12414/2011), se
observados os limites estabelecidos pelo sistema de proteção do consumidor, no sentido da
tutela da privacidade e da máxima transparência nas relações negociais. A análise da licitude do
sistema “credit scoring” parte da premissa de que não se trata de um cadastro ou banco de dados
de consumidores, mas de uma metodologia de cálculo do risco de crédito, a partir de dados
existentes no mercado e acessíveis via internet. Portanto é desnecessário o consentimento do
consumidor, desde que assegurado o fornecimento de esclarecimentos, quando solicitados,
acerca das fontes dos dados considerados e das informações pessoais valoradas (REsp 1419697).
Alternativa E: O artigo 4º, inciso II, c do CDC legitima a presença plural do Estado
no mercado de consumo, tanto por meios de órgãos da administração pública voltados
especialmente à defesa do consumidor (ex: Procon), quanto por meio de instituições clássicas
(Defensoria Pública, Ministério Público, delegacias de polícia especializada, entre outras).
152
75 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso
às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados
pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter
informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
É certo que os bancos de dados e cadastros de consumidores auxiliam os fornecedores
na análise do risco de concessão de crédito, porém as informações negativas armazenadas
devem ser excluídas após o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados, segundo o STJ, do
vencimento da obrigação, independentemente da data de inscrição do débito (Resp 1316117).
153
Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços
de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de
caráter público.
Portanto, tratando-se de entidades de caráter público, é cabível habeas data para
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou para retificação
de dados constantes de bancos de dados e cadastros de consumidores, com fundamento na Lei
9507/97.
Isso porque, cada uma das dívidas inscritas apresenta características próprias que
gera uma obrigação distinta, passível, pois, de impugnação autônoma. Ademais, reconhecer
a unicidade dos cadastros pode resultar na perpetuidade dos registros negativos, caso o
nome do devedor seja inscrito em momentos diversos, em manifesta violação aos direitos da
personalidade do consumidor, expressões máximas da dignidade humana (REsp 1196699).
154
76 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Por outro lado, o artigo 101, inciso II do CDC autoriza, expressamente, o chamamento
ao processo da seguradora responsável pela reparação do dano discutido na demanda. Fosse a
matéria disciplinada pelo Código de Processo Civil, esta seria hipótese de denunciação da lide,
porquanto o chamamento ao processo pressupõe solidariedade passiva entre os obrigados à
reparação. Portanto, na sistemática do CDC, o legislador instituiu uma espécie de solidariedade
legal entre o fornecedor e a seguradora em benefício do consumidor, ampliando a garantia de
efetividade do processo e de reparação integral do dano.
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta,
155
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à
defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
156
Alternativa E: Como dito, o CDC autoriza, expressamente, o chamamento ao processo
da seguradora responsável pela reparação do dano discutido na demanda. Nesse sentido o
disposto no artigo 101, inciso II:
77 – QUESTÃO:
No tocante aos instrumentos de política urbana previstos no Estatuto das Cidades, assinale
a opção correta.
a) A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, a qualquer tempo, transfere
as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ao sucessor.
b) É vedada a concessão de isenção ou anistia em relação à tributação progressiva do IPTU,
cuja alíquota não excederá o dobro do valor referente ao ano anterior, limitada a 15% (quinze
por cento).
c) Incorrerá em ato de improbidade administrativa o Prefeito Municipal que não proceder ao
adequado aproveitamento do imóvel desapropriado para fins de política urbana, no prazo
de 5 (cinco) anos, contados da expedição do decreto expropriatório.
d) Área urbana de até 250 (duzentos e cinquenta) metros quadrados, sob a posse pacífica e
ininterrupta de população de baixa renda, pelo prazo de 5 (cinco) anos, pode ser adquirida
mediante usucapião, observado o procedimento ordinário.
e) Os recursos decorrentes de operações urbanas consorciadas podem ser utilizados pelo
Município para fins de regularização fundiária, execução de programas habitacionais de
interesse social e criação de unidades de conservação ambiental.
RESPOSTAS: Alternativa B.
157
COMENTÁRIOS:
Trata-se, pois, de obrigação propter rem, porquanto a transmissão do imóvel, por ato
inter vivos ou causa mortis, após a notificação do proprietário, transfere todos os encargos ao
sucessor, que deverá observar os prazos estabelecidos pela lei (artigo 6º do Estatuto da Cidade).
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais
158
de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores
seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor
são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os
possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
78 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
159
Alternativa A: De acordo com o disposto no artigo 39 do Estatuto da Cidade:
Alternativa D: Ainda, nos termos do artigo 41, inciso V do Estatuto da Cidade, o plano
diretor é obrigatório para cidades inseridas na área de influência de empreendimentos com
significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. Nesse sentido, importante
consignar que o Estudo de Impacto de Vizinhança não substitui a realização do Estudo Prévio
de Impacto Ambiental para atividades dessa natureza (artigo 38 do Estatuto da Cidade).
79 – QUESTÃO:
160
b) O sistema municipal de ensino compreende as instituições de educação superior mantidas
pelo Município.
c) As instituições comunitárias são constituídas por grupos de pessoas físicas ou jurídicas,
inclusive cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, para difusão de orientação
confessional e ideológica específicas.
d) Não constituem despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino a execução de
programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica
e psicológica.
e) É admitida, em caráter complementar, a destinação de recursos públicos às instituições
privadas de ensino, escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem finalidade
lucrativa.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
A educação infantil, por sua vez, é oferecida em creches, para crianças de até 3 (três)
anos de idade, e pré-escolas, dos 4 (quatro) aos 5 (cinco) anos (artigo 30 da Lei 9394/96). Portanto,
a educação básica obrigatória compreende, além do ensino fundamental e médio, somente a
educação infantil em pré-escolas.
161
Destarte, as instituições de educação superior mantidas pelo Município integram o
sistema de ensino dos Estados e do Distrito Federal que compreendem, outrossim, além das
instituições mantidas com recursos próprios, as instituições de ensino fundamental e médio
criadas e mantidas pela iniciativa privada (artigo 17 da lei 9394/96).
Alternativa D: Com efeito, de acordo com o disposto no artigo 71 da Lei 9394/96, não
constituem despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino:
162
social;
V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta
ou indiretamente a rede escolar;
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando
em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e
desenvolvimento do ensino.
80 – QUESTÃO:
163
dos espaços livres.
d) A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de
escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento
de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação.
e) Admite-se, nos parcelamentos populares, a cessão da posse em que estiverem
provisoriamente imitidas a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas entidades
delegadas, desde que por instrumento público.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
164
Alternativa C: Nos termos do art. 6 da Lei 6766:
Alternativa E: Alternativa incorreta, nos termos do art. 26, parág. 3 da Lei 6766:
81 – QUESTÃO:
a) A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de
ocupação humana, constituída apenas por terras públicas.
b) A Área de Proteção Ambiental deve possuir uma zona de amortecimento e, quando
conveniente, corredores ecológicos.
c) A Reserva da Biosfera é uma das Unidades de Conservação da Natureza de Uso Sustentável.
d) A Floresta Nacional é uma das Unidades de Conservação da Natureza de Uso Sustentável.
e) Considera-se recuperação a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada o mais próximo possível da sua condição original.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
165
Alternativa A: A Área de Proteção Ambiental (APA) faz parte do grupo das Unidades
de Uso Sustentável e é constituída por terras públicas ou privadas, conforme o art. 15 da Lei do
SNUC.
166
seguintes categorias de unidade de conservação:
I - Estação Ecológica;
II - Reserva Biológica;
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre.
Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as
seguintes categorias de unidade de conservação:
I - Área de Proteção Ambiental;
II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
III - Floresta Nacional;
IV - Reserva Extrativista;
V - Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
82 – QUESTÃO:
167
e) As medidas específicas de proteção ao idoso estão previstas no Estatuto do Idoso em um
rol taxativo.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
168
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo,
serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos,
devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente
para idosos.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60
(sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação
local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios
de transporte previstos no caput deste artigo.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e
privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a
melhor comodidade ao idoso.
83 – QUESTÃO:
169
que o preside concluir ser atribuição de outro Ministério Público, este deverá submeter sua
decisão ao referendo do órgão de revisão competente, no prazo de 3 (três) dias.
d) Oficiará nos autos do inquérito civil, do procedimento preparatório ou da ação civil pública
o órgão responsável pela promoção de arquivamento não homologada pelo Conselho
Superior do Ministério Público ou pela Câmara de Coordenação e Revisão.
e) O inquérito civil, de natureza bilateral e facultativa, será instaurado para apurar fato que
possa autorizar a tutela dos interesses ou direitos a cargo do Ministério Público nos termos
da legislação aplicável, servindo como preparação para o exercício das atribuições inerentes
às suas funções institucionais.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
O candidato deve conhecer o teor da Resolução 23/07 do CNMP, que trata sobre o
Inquérito Civil Público.
170
Art. 11: Não oficiará nos autos do inquérito civil, do procedimento
preparatório ou da ação civil pública o órgão responsável pela
promoção de arquivamento não homologada pelo Conselho Superior
do Ministério Público ou pela Câmara de Coordenação e Revisão.
84 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A Lei de Ação Civil Pública fala em propositura da petição inicial, e não
em despacho, como trouxe a alternativa.
171
Art. 14: O juiz conferirá efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano
irreparável à parte.
Alternativa D: Alternativa correta, pois está em conformidade com o art. 12, parág. 2
da LACP.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e
julgar a causa.
85 – QUESTÃO:
Acerca da tutela jurisdicional dos interesses coletivos e difusos das pessoas portadoras de
deficiência, assinale a alternativa incorreta:
a) A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação fica sujeita ao duplo
grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal.
b) O Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais,
em que se discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas.
c) Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as
certidões e informações que julgar necessárias, que somente poderão ser negadas quando
o interesse público, devidamente justificado, impuser sigilo. Nesses casos, cabe ao juiz
requisita-las, ainda que se trate de razões de segurança nacional.
d) Os órgãos e entidades da Administração direta e indireta devem proporcionar a matrícula
compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas
172
portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino.
e) As ações civis públicas destinadas à proteção de interesses coletivos ou difusos das
pessoas portadoras de deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela
União, Estados, Municípios e Distrito Federal; por associação constituída há mais de 1 (um)
ano, nos termos da lei civil, autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia
mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção das pessoas portadoras de
deficiência.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
173
se integrarem no sistema regular de ensino;
Alternativa E: Inicialmente, a Lei 7853, que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras
de deficiência, não elencava a Defensoria Pública como legitimada a propor Ação Civil Pública
para defesa dos interesses dos portadores de deficiência. Entretanto, em 2015, houve uma
alteração legislativa e a Defensoria Pública também consta como legitimada para a propositura
de tais ACPs.
86 – QUESTÃO:
a) Todos aqueles legitimados para a propositura da Ação Civil Pública podem firmar
Compromisso de Ajustamento de Conduta.
b) O compromisso de ajustamento de conduta tem eficácia de título executivo judicial.
c) A falta de previsão de multa no termo de compromisso acarreta a sua nulidade.
d) O compromisso deve fixar apenas o modo, lugar e tempo no qual o dano ao interesse
transindividual deve ser reparado, não podendo abdicar do conteúdo do interesse tutelado.
e) As obrigações constantes no termo de compromisso só podem ser de fazer, de não fazer
ou de pagar, não podendo ser de entregar coisa.
RESPOSTA: Alternativa D.
174
COMENTÁRIOS:
Vale ressaltar que a Lei 12.529/11 prevê uma modalidade específica de compromisso
de ajustamento de conduta, denominada: compromisso de cessação da prática sob investigação
ou dos seus efeitos lesivos”, a ser tomado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(CADE) em hipóteses de infração à ordem econômica (art. 85).
175
Há uma controvérsia em relação à legitimidade das empresas públicas e sociedades
de economia mista para celebração de compromisso de ajustamento de conduta, pois apesar
de possuírem personalidade jurídica de Direito Privado, estão ligadas à Administração Pública.
Uma primeira corrente entende que eles não são legitimados, pois não possuem personalidade
jurídica de direito público; outra corrente, por sua vez, defende que se essas pessoas jurídicas se
destinam à prestação de serviços públicos, estarão legitimados; por sua vez, se têm como objeto
a exploração de atividade econômica, não serão legitimados. Não há prevalência de nenhuma
das correntes, de maneira que cabe ao candidato expor o conhecimento acerca do tema.
176
DIREITOS HUMANOS
PROF. TALLITA SAMPAIO
87 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Alternativa correta, vez que reproduz o teor do art. 6, aprág. 1 da Lei
8080.
177
Alternativa B: Alternativa correta, vez que reproduz o teor do art. 36, parág. 2 da Lei
do SUS.
Depois de um tempo resolvendo questões sobre Lei do SUS, e lendo a Lei, aprendemos
que um dos princípios do SUS é exatamente a DESCENTRALIZAÇÃO político-administrativa,
com descentralização dos serviços PARA OS MUNICÍPIOS (art. 7, IX da Lei do SUS). Aí vem o
art. 36 da Lei e diz que o processo de planejamento e orçamento do SUS será ASCENDENTE,
do nível LOCAL para o FEDERAL – o contrário da descentralização que já tínhamos aprendido
(a ideia de descentralização denota um sentido descendente, da União para os Municípios).
Por isto, é comum errarmos uma questão como essa. Agora, não confundam: o PRINCÍPIO está
relacionado á DESCENTRALIZAÇÃO, mas o ORÇAMENTO é ascendente.
88 – QUESTÃO:
De acordo com a Lei 10.216/01, que dispõe sobre proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais, assinale a alternativa incorreta:
178
comunicação disponíveis.
c) É direito da pessoa portadora de transtorno mental ser tratada, obrigatoriamente, em
serviços comunitários de saúde mental.
d) É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições
com características asilares
e) O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave
dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social,
será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob
responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida
pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
A Lei 10.216 também vem sendo muito cobrada em provas de Ministério Público.
Não tem jeito: tem que ler a letra da lei.
Alternativa B: Esta alternativa está correta, nos termos do art. 2, parág. Único, VI da
Lei.
Alternativa D: Esta alternativa está correta, nos termos do art. 3, parág. 3 da Lei.
89 – QUESTÃO:
179
b) Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e
em salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego
para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de
natureza política, ideológica, étnica ou artística. Essa exigência se aplica inclusive aos filmes
e programas que abordem especificidades de grupos étnicos determinados.
c) Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, poderão ser consignados nos
orçamentos fiscal e da seguridade social para financiamento das ações para promoção da
igualdade racial transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
sendo vedada doações de Estados estrangeiros para este fim.
d) As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão
elaboradas por órgão colegiado do Poder Executivo Federal, sem a participação da sociedade
civil.
e) o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas
de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e a promoção de ajustes
normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas
em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais.
RESPOSTA: ALTERNATIVA A.
COMENTÁRIOS:
Alternativa C: O art. 57 da Lei permite sim doações de estados estrangeiros para fins
de promoção da igualdade racial.
180
ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social para
financiamento das ações de que trata o art. 56:
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
II - doações voluntárias de particulares;
III - doações de empresas privadas e organizações não governamentais,
nacionais ou internacionais;
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais;
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, tratados e
acordos internacionais.
Alternativa D: De acordo com o art. 49, parág. 3 da Lei, haverá sim participação da
sociedade civil:
Art. 3 Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios
fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos
sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota
como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade
étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da
identidade nacional brasileira.
181
que impedem a representação da diversidade étnica nas esferas pública
e privada;
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade
civil direcionadas à promoção da igualdade de oportunidades e ao
combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante a implementação
de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no acesso aos
recursos públicos;
VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao
enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação,
cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios
de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à
Justiça, e outros.
90 – QUESTÃO:
RESPOSTA: ALTERNATIVA B.
COMENTÁRIOS:
182
Alternativa C: Esta alternativa está correta. Somente a Comissão e os Estados partes
podem submeter um caso à decisão da Corte, não se conferindo legitimidade a pessoas ou
grupo de pessoas. O que estes podem fazer é acionar a Comissão, para que essa instaure um
procedimento e, se entender pertinente, submeta o caso à Corte. Ademais, há um caso em que
pessoas podem peticionar diretamente à Corte, extraída a partir do art. 63.2 da Convenção: no
casos que já estiverem submetidos à Corte, pessoas que estiverem ameaçadas de sofrer danos
irreparáveis podem pedir ao Tribunal que defira medida provisória visando evitar o dano.
Alternativa E: Alternativa correta. Vale lembrar que medidas provisórias, neste caso,
equivalem às medidas liminares.
183
DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF. TALLITA SAMPAIO
91 – QUESTÃO:
a) Em caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores fixados na lei para definir
as modalidades de licitação, quando formado por até 3 entes da federação, e o triplo, quando
formado por maior número.
b) Em caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores fixados na lei para a
dispensa de licitação, quando formado por até 3 entes da federação, e o triplo, quando
formado por maior número.
c) Os percentuais para dispensar a licitação serão 20% para compras, obras e serviços
contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como agências reguladoras.
d) Em caso de consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como agências reguladoras, aplicar-
se-á o dobro dos valores fixados na lei para as modalidades de licitação, quando formado
por até 3 entes da federação, e o triplo, quando formado por maior número.
e) Os percentuais para dispensar a licitação serão 20% para compras, obras e serviços
contratados por consórcios públicos formados por até 3 entes; e 30%, quando formado por
maior número.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
184
Art. 24 § 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste
artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista,
empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da
lei, como Agências Executivas.
92 – QUESTÃO:
A duração dos contratos regidos pela Lei de licitações fica adstrita à vig6encia dos respectivos
créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
185
excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, este
prazo pode ser prorrogado em até 12 meses.
RESPOSTA: Alternativa E.
COMENTÁRIOS:
1) Quando o objeto estiver previsto no plano Plurianual (PPA): pode durar até 4 anos;
2) Quando for contrato de prestação contínua: de até 60 meses. Mas, em casos
excepcionais, esse prazo pode ser prorrogado por mais 12 meses.
3) Em caso de aluguel de equipamentos e programas de informática: até 48 meses.
4) Em algumas hipóteses de contratação direta: até 120 dias.
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos
relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se
houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto
no ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei
nº 9.648, de 1998)
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,
cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses,
caso haja interesse da administração.
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante
autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do
caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.
Alternativa A: esta alternativa está incorreta, pois neste caso o prazo é de 48 meses.
186
Alternativa B: esta alternativa está incorreta, pois neste caso o prazo é de 60 meses
+ 12.
Alternativa C: esta alternativa está incorreta, pois neste caso o prazo é de 120 dias.
Alternativa D: esta alternativa está incorreta, pois neste caso o prazo máximo é de 48
meses e pronto. Não há a possibilidade de prorrogar por mais 12 meses, como há nos casos de
prestação continua.
93 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
187
administrativos não se aplica integralmente o princípio pacta sunt servanda, segundo o qual
as partes devem cumprir fielmente o que foi pactuado. De acordo com o art. 65, I da Lei 8666,
a alteração unilateral do contrato administrativo pode ocorrer: quando houver modificação do
projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos (alteração
qualitativa), ou quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativas de seu objeto, respeitados os limites legais (alteração
quantitativa).
A lei 8666, no art. 65, parág. 1, estabeleceu expressamente apenas limites para as
alterações unilaterais quantitativas, ficando silente em relação aos limites para as alterações
unilaterais qualitativas. Por isso, parte da doutrina passou a afirmar que as alterações unilaterais
qualitativas não estariam sujeitas a quaisquer limites. Outra parcela sustenta que a existência de
limites é indispensável, propondo a adoção de regras idênticas estipuladas para as alterações
quantitativas. O TCU já se filiou a esta segunda corrente, argumentando que o próprio dispositivo
que autoriza alterações unilaterais (art. 58, I da Lei 8666) exige o respeito ao contratado, não
sendo lícito exigir-lhe uma sujeição a alterações ilimitadas no contrato administrativo com
potencial prejuízo ao equilíbrio econômico – financeiro da avença.
Nos termos do art. 65, parág. 1 da Lei 8666, o contratado fica obrigado a aceitar, nas
mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços
ou compras, até 25% do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de
edifício ou equipamento, apenas os acréscimos podem chegar até 50%, e não os acréscimos e
supressões, como consta no item I da questão. Por esta razão, o item I está incorreto.
188
a execução contratual. A Lei elencou, no art. 78, as causas gerais de rescisão dos contratos
administrativos.
189
As formas de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos são classificadas pela
doutrina como reajuste e revisão. O reajuste é uma fórmula prevista no contrato e utilizada
para proteger os contratados dos efeitos inflacionários. A Lei 8666/93, no art. 55, III, prevê como
cláusula necessária em todo contrato a que estabeleça o preço e as condições de pagamento,
os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento. Já a revisão,
embora também objetive o reequilíbrio contratual, decorre de um fato superveniente (por
exemplo, a necessidade de substituição de insumos importados usados na obra contratada, em
virtude da criação de cotas de importação pelo Brasil) ou de fatos já existentes no momento da
celebração do contrato, mas que eram desconhecidos pelas partes contratantes (por exemplo,
a descoberta de que o terreno pelo qual passará uma linha de metrô é rochoso, e não arenoso,
como inicialmente previsto). A revisão dos valores contratados tanto pode implicar o seu
aumento quanto a sua diminuição; o que importa é o restabelecimento do equilíbrio entre os
encargos impostos ao particular e a remuneração correspondente.
O item III da questão está em conformidade com o art. 65, II, “d” da Lei 8666, e portanto
está correto.
190
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente
entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para
a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução
do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.
94 – QUESTÃO:
Em 2016, foi incluída uma nova modalidade de improbidade administrativa, qual seja: Dos
Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de
Benefício Financeiro ou Tributário. Para esta hipótese, é prevista a seguinte sanção:
a) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento
de multa civil de até três vezes o valor o valor do benefício financeiro ou tributário concedido
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.
b) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento
de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.
c) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento
de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de três anos.
d) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos e multa civil
de até três vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
e) perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento
de multa civil de até duas vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
As penas aplicáveis aos respectivos atos de IA são sempre cobrados. Vamos encontrar
uma forma de memorizar as 3 antigas, e depois aprender a nova hipótese:
Enriquecimento ilícito:
191
- suspensão dos direitos políticos: 8 a 10.
- Multa: 3x
- Proibição de contratar: 10.
Prejuízo ao erário:
Vocês já devem ter memorizado a ordem que a lei traz as 3 hipóteses de IA: seguindo
essa mesma ordem, as sanções ficarão mais brandas. Para a suspensão dos direitos políticos, o
intervalo é sempre de 3 (10 a 8 – 8 a 5 – 5 a 3); e a proibição de contratar é pelo menor prazo da
suspensão, com exceção do primeiro, que é o prazo máximo: (10 – 5 – 3).
Perceba, portanto, que a nova sanção mesclou outras duas: o prazo de suspensão
dos direitos políticos é o mesmo para a hipótese de prejuízo ao erário, e a multa é a mesma do
192
enriquecimento ilícito. E não há a proibição de contratar com o poder público.
Alternativa A: A alternativa está incorreta, pois a perda da função pública será pelo
prazo de 5 a 8 anos, e a multa de 3x; e não há proibição de contratar com o poder público.
Alternativa B: A alternativa está incorreta, pois a multa será de 3x; e não há proibição
de contratar com o poder público.
Alternativa C: A alternativa está incorreta, pois a perda da função pública será pelo
prazo de 5 a 8 anos, e a multa de 3x; e não há proibição de contratar com o poder público.
95 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
193
desapropriá-lo), pode ser realizada por meio de decreto do Chefe do Poder Executivo (Presidente
da República, Governador ou Prefeito), ou por meio de lei de efeitos concretos aprovada pelo
Poder Legislativo de qualquer dos entes da Federação. Em regra, portanto, a competência
declaratória é comum à União, aos Estados, ao DF e Municípios. Tal regra, entretanto, comporta
algumas exceções. Isso porque existem algumas hipóteses em que a competência declaratória é
exclusiva de um determinado entre político, a exemplo: a competência para declarar o interesse
social para o fim específico de promover a reforma agrária é exclusiva da União (art. 184 da CF);
a competência declaratória visando à realização da desapropriação confiscatória é exclusiva
da União (art. 243 da CF); a competência para declarar a utilidade pública de imóveis para fins
urbanísticos é exclusiva do Município (art. 182, parág. 4).
194
na desapropriação direta seria a diferença entre o valor ofertado em juízo e o valor fixado na
sentença. O STF, sob o argumento de que o expropriado só podia levantar de imediato 80% do
valor depositado, interpretou o dispositivo conforma à Constituição e passou a considerar que
a base de cálculo dos juros compensatórios deveria ser a diferença entre 80% do valor ofertado
e o valor fixado na sentença.
Os juros moratórios, por sua vez, são aqueles devidos em razão da demora no
pagamento da indenização, tendo como objetivo punir o expropriante e remunerar o
expropriado em virtude do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final
de mérito. A taxa é de 6% ao ano.
É importante salientar que, embora no Brasil não se admita a contagem de juros sobre
juros (anatocismo), em matéria de desapropriação, por terem fundamentos jurídicos distintos,
é permitida a incidência de juros moratórios sobre os compensatórios, nos termos da súmula
102 do STJ:
195
seja feito por meio de LEI, e sim por ato administrativo. Vale ressaltar apenas a hipótese de
tombamento que existe na própria CF/88:
196
de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização
96 – QUESTÃO:
a) Concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
b) Permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, na
modalidade concorrência, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco.
c) Concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência ou leilão, à pessoa jurídica ou consórcio
de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
prazo determinado.
d) Permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
e) A cobrança do pedágio somente pode ser realizada caso haja uma via alternativa sem
pedágio franqueada ao particular.
RESPOSTA: Alternativa D.
COMENTÁRIOS:
197
de adesão, de natureza precária, pois a lei prevê que pode ser revogado de maneira unilateral
pelo poder concedente (ao contrário das concessões de serviços públicos, que não possuem
natureza precária). Os permissionários podem ser pessoas físicas ou jurídicas (diferencia-se das
concessões de serviço público, pois nestas os concessionários só podem ser pessoa jurídica ou
consórcio de empresa).
Alternativa E: A tarifa paga pelo usuário e que serve para remunerar a concessionária
pela prestação do serviço público deve ser fixada inicialmente de acordo com o preço estabelecido
na proposta vencedora da licitação. De acordo com o art. 9, parág. 1 da Lei 8987, somente nos
casos expressamente previstos em lei a cobrança da tarifa poderá ser condicionada à existência
de serviço público alternativo e gratuito para o usuário. Em razão disso, o STJ decidiu que não
mais subsiste a tese segundo a qual a cobrança do pedágio somente pode ser realizada caso
haja uma via alternativa sem pedágio franqueada ao particular.
97 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
198
tendo em vista o interesse público. O exercício regular do Poder de Polícia pode dar ensejo à
cobrança de taxas, mas não pode servir para cobrança de tarifas, que é adequada para remunerar
serviços públicos em sentido estrito (energia, transporte etc), e não para custear o exercício do
Poder de Polícia.
199
diz que o Poder de polícia abrange tanto atividades do Poder Legislativo quanto do Executivo.
Portanto, os meios de atuação do poder de polícia compreendem a edição de atos normativos
gerais e abstratos, estabelecendo restrições ao exercício de atividades, à utilização de bens, ao
exercício de direitos e garantias e, também, aos atos administrativos e operações materiais de
aplicação das normas criadas aos casos verificados no mundo concreto.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro também diz que os meios de atuação do poder
de polícia são: atos normativos em geral (pois, por meio da edição de leis, o Legislativo cria
limitações administrativas ao exercício de direitos individuais; e o Executivo pode disciplinar a
aplicação das leis ao caso concreto, por meio de decretos e resoluções) e atos administrativos
e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto, consistentes na adoção de medidas
preventivas para evitar que o indivíduo descumpra a lei (como fiscalização, vistoria e concessão
de autorização ou licença), e medidas repressivas, que objetivam obrigar o infrator a descumprir
a lei, a exemplo da interdição de estabelecimentos comerciais, apreensão de mercadorias
estragadas, etc.
98 – QUESTÃO:
a) O Estado pode instituir uma fundação, que pode ser de direito público ou de direito
privado.
b) Consórcios públicos são entidades da administração indireta, formadas por entes
Federativos e particulares, cujo objeto é realizar serviços públicos em determinado área
geográfica.
c) Convênios administrativos são acordos firmados exclusivamente por entidades públicas
para a realização de objetivos de interesse comum.
d) Para a formalização do convênio administrativo é obrigatória a realização de licitação na
modalidade concorrência.
e) Os consórcios públicos têm personalidade jurídica de direito público.
RESPOSTA: Alternativa A.
COMENTÁRIOS:
200
direito público são criadas diretamente por lei. Diversamente, no caso das fundações públicas
de direito privado, a lei apenas autoriza a sua instituição.
Alternativa C: Esta alternativa também está incorreta, pois os convênios são ajustes
entre o Poder Público e entidades públicas OU PRIVADAS (e não apenas por entidades públicas,
como disse a alternativa), em que se estabelecem a previsão de colaboração mútua, visando à
realização de interesse comum.
O art. 6, parág. 1 da Lei 11.107 preceitua que os consórcios públicos de direito público
integram a Administração indireta de todos os entes da federação consorciados. A lei, por sua
vez, nada disse quanto aos consórcios públicos de direito privado. Ricardo Alexandre, por sua vez,
defende que os consórcios públicos de direito privado também devem integrar a administração
indireta dos entes consorciados, desta feita equiparados às empresas públicas.
99 - QUESTÃO:
201
subsídio em parcela única.
RESPOSTA: Alternativa C.
COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Para eles, será aplicado o regime geral de previdência social (RGPS), e
não o regime próprio.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo
e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
202
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata
este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos
valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao
tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na
forma da lei;
100 – QUESTÃO:
RESPOSTA: Alternativa B.
COMENTÁRIOS:
203
Alternativa C: De acordo com o art. 12 da Lei;
204