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CAROS ALUNOS, abaixo você vai encontrar um singelo material de apoio, uma
espécie de caderno da matéria. A leitura do material não retira de forma alguma
a sua responsabilidade de estar presente às aulas, e principalmente de realizar
uma leitura de doutrina (abaixo há a indicação de algumas).
BIBLIOGRAFIA
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral V.1.. Rio de Janeiro, RJ: Impetus,
2022.
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro: vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2021.
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal – parte geral. Salvador: Juspodivm,
2022.
EMENTA
Teoria da pena; Penas em espécie; Cominação das penas; Cálculo de pena – noções teóricas e
casos práticos; Concurso de crimes; Suspensão condicionada da pena (sursis); Livramento
condicional; Efeitos da condenação; Reabilitação; Medidas de segurança; Ação penal; Extinção
da punibilidade.
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que a prática de determinadas condutas tenha como consequência a aplicação de penas
ou de medidas de segurança.”1
FINALIDADE DA PENA
Teorias absolutas: A pena existe unicamente no delito praticado. Pena como
retribuição, ou seja, como compensação do mal causado pelo crime.
# inconveniente: pena pura e simplesmente como retribuição pelo mal causado, independente
de qualquer outra finalidade.
Teorias relativas: A pena como incentivo negativo à prática de novos crimes.
Prevenção geral: temor infundido aos possíveis delinqüentes, capaz de afastá-los das
práticas delitivas.
Prevenção especial: desestimular o apenado à voltar a delinqüir.
# inconveniente: direito penal do autor. Autor com elevada periculosidade teria uma pena
grande apesar do fato cometido não ter tanta gravidade.
Teorias unitárias ou ecléticas: buscam conciliar a exigência de retribuição jurídica da
pena com os fins de prevenção geral e prevenção especial. Assim, a pena teria como fins:
Repressão: seja como expiação (compensação da culpabilidade), seja como
retribuição (pelo ilícito penal causado).
Prevenção especial: no sentido positivo de ressocialização, ou no negativo de
intimidação para evitar novos delitos;
Prevenção Geral: positiva como efeito integrador da consciência jurídica popular, ou
negativa, como intimidação geral.
Finalidade da pena no direito positivo – art. 59 “estabelecerá, conforme seja necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime”
LIMITAÇÃO DA PENA
1
GALVÃO, Fernando. Direito penal: parte geral. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 29.
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o Pena cruel
o Pena de tortura
o Castigo corporal
o Pena de trabalho forçado
o Pena de banimento: embora o STF não reconheça a inconstitucionalidade do Regime
Disciplinar Diferenciado (art. 52, LEP), parte da doutrina o enquadra como pena de
banimento, portanto violador da dignidade da pessoa humana.
o Penas perpétuas: é possível restringir a liberdade, mas não suprimi-la, ou seja, não
pode ser de forma absoluta.
CF, Art. 5º, XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
ESPÉCIES DE PENA
Art. 32 do Código Penal – “As penas são:”
Conceito e Sistema
Conceito: é a fixação da espécie e do respectivo quantum da pena, como também a
decisão acerca de sua eventual substituição ou suspensão condicional.
Sistema da relativa determinação: a individualização legislativa é complementada
pela judicial.
o Determinação legal: consiste na fixação abstrata da sanção penal e de seus
respectivos marcos.
o Determinação judicial: refere-se ao estabelecimento pelo juiz da espécie de pena
aplicável, de seu quantitativo, do regime de execução e também da sua possível
substituição ou suspensão condicional. Dá margem discricionária para o juiz.
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TEORIA DAS CIRCUNSTÂNCIAS
Conceito
Circunstância: é todo fator agasalhado pela lei penal para modificar a responsabilidade
penal, independente de sua natureza. Agravam ou atenuam a pena de acordo com a
gravidade do delito.
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Consequências do crime: são os desdobramentos advindos da conduta do agente;
A pena-base não pode ser fixada aquém do mínimo e além do máximo legal.
Circunstâncias Legais
Genéricas: compreendem as agravantes e atenuantes, além de causas de aumento e de
diminuição (quando na parte geral).
Especiais: abarcam as qualificadoras e as causas de aumento ou de diminuição da pena
(quando na parte especial).
Agravantes
o Real: quando o agente comete novo crime depois de já ter efetivamente cumprido a
pena anterior.
o Ficta: quando o autor comete novo delito depois de ter sido condenado, mas ainda sem
cumprir a pena.
o Temporariedade: deixa de prevalecer a condenação anterior para efeito de
reincidência, após passados 5 anos da data do cumprimento ou da extinção da pena.
Prevalece os maus antecedentes.
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Relações domésticas: são as ligações estabelecidas entre participantes de uma mesma
vida familiar, podendo haver laços de parentesco ou não. Abarca a união estável.
Hospitalidade: relação existente entre pessoas durante a estada provisória na casa de
alguém.
Violência contra mulher: vide lei 11.340/06
Contra criança: a fase da infância vai até os 12 anos incompletos- art. 2 da lei 8.069/90
ECA. Fundamenta-se na dificuldade de defesa da vítima.
Idoso: maiores de 60 anos. Fundamenta-se na dificuldade de defesa da vítima.
Contra Enfermo: pessoa que se encontra doente, com suas atividades limitadas. Umas
simples gripe não pode ser enquadrada como enfermo. Abarca o deficiente.
Contra mulher grávida: o agente deve conhecer desta condição (GRECO)
STJ critério objetivo: criança, idoso, enfermo, mulher grávida.
Proteção da autoridade: quando a vítima está sobre a proteção do Estado. Maior
audácia do indivíduo que tem que ser punida
Desgraça particular: tragédia pessoal envolvendo a vítima.
Calamidade pública: tragédia que abarca um grande número de pessoas.
Embriaguez preordenada: a pessoa se põe embriagada para praticar o crime.
Aplicação da actio libera in causa.
Espécies de Atenuantes
Menoridade relativa: indivíduos entre 18 e 21 na data do fato.
Velhice: maior de 70 anos na data da sentença
Desconhecimento da lei: é inescusável, porém pode constituir atenuação da pena.
Vide art. 21 do CP (erro de proibição – o agente desconhece a ilicitude do fato) diferente do
erro do tipo em que o agente tem falsa percepção da realidade.
Motivo de relevante valor social ou moral: é o motivo que em si mesmo, é aprovado
pela moral prática. São valores importantes para a vida em sociedade.
Arrependimento: ter o agente procurado por sua espontânea vontade e com eficiência,
logo após o crime, evitar ou minorar as consequências. Ter o agente antes do julgamento
reparado o dano.
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Coação resistível: a coação que poderia ter sido resistida, mas não foi.
Cumprimento de ordem de autoridade superior: quando a ordem foi ilegal, cabe
esta atenuante.
Influência de violenta emoção: a violenta emoção pode ser dominada, mas se não for
pode constituir atenuante.
Confissão espontânea: deve ser sincera, desejada e ser feita antes do julgamento.
OBS. Confissão qualificada – (o agente confessa o fato, mas agrega elemento para excluir
o crime – legitima defesa, estado de necessidade, etc.) STJ entendia que não era possível
aplicar a atenuante, agora entende que é possível aplicar a atenuante.
Influência de multidão ou tumulto: o agente não pode ter criado o tumulto. Comum
nos linchamentos.
Atenuante inominada: qualquer circunstância relevante, ocorrida antes ou depois do
crime, mesmo que não esteja expressamente prevista em lei.
Motivos determinantes: motivo fútil, motivo torpe, relevante valor social ou moral.
Personalidade do agente: dados inseparáveis da sua pessoa: menos de 21 e maior de
70 anos.
Reincidência: demonstra que a pena anterior não cumpriu sua função de prevenção.
Confissão e reincidência: segundo doutrina e jurisprudência majoritária no caso de
concurso entre reincidência e confissão, estas se anulam por não serem preponderantes.
Qualificadoras
Conceito: estão previstas somente na parte especial, e cominam nova pena abstrata (tipo
derivado) distinta do tipo fundamental (não está relacionada à tipicidade formal, ou seja,
não é circunstância elementar do crime). Estabelecem a margem para o cálculo da pena
base.
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Concurso de causas de aumento e diminuição na parte especial: pode-se
limitar a um só aumento ou diminuição optando por aquele que mais aumenta ou
diminui. Pode também optar pela aplicação de todas.
Concurso de causas de aumento e diminuição na parte geral: as causas da parte
geral devem ser obrigatoriamente avaliadas.
o Duas ou mais causas de diminuição: são aplicadas cumulativamente em
efeito cascata, ou seja, a próxima é aplicada sobre o resultado da última.
o Duas ou mais causas de aumento: aplicadas cumulativamente, todavia sempre em
cima da pena fixada na segunda fase (depois de apreciadas as atenuantes e agravantes);
o Aplicação de minorantes e majorantes: aplica-se primeiro a causa(s) de aumento
sobre a pena da segunda fase, depois diminui-se a(s) minorante(s) já do valor
aumentado. É mais benéfico para o réu.
Concurso Material:
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas
de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa
de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a
substituição de que trata o art. 44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
Concurso Formal:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente
uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas
aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código
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Concurso formal próprio: " Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade."
Concurso formal impróprio: é um concurso formal (uma só conduta e dois ou mais resultados
- crimes), mas a aplicação da pena se dá na forma do concurso material. "As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior."
Crime Continuado:
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do
primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras
do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Crime continuado: mais de uma conduta + mais de um resultado * todos os crimes são
praticados em condições similares de tempo, lugar, meios de execução, etc... de modo que os
demais crimes devem ser considerados uma continuação do primeiro.
Prolatada a sentença será expedida a guia de execução da pena (art. 107 c.c 87 da LEP).
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REGIME SEMIABERTO – art. 35, CP.
1. Conceitos
Conceito pena restritiva de direitos: São penas alternativas às privativas de
liberdade, expressamente previstas em lei. Não podem cumular com pena privativa de
liberdade. Prestação de serviços à comunidade e interdições temporárias de direitos.
Pena restritiva de liberdade: limitação de fim de semana, proibição de frequentar
determinados lugares e penas patrimoniais como prestação pecuniária e perda de bens e
valores.
Finalidade: contornar a duvidosa eficácia das penas privativas de liberdade de curta
duração.
2. Classificação
Genéricas: admitem aplicação substitutiva em qualquer infração penal, sem exigência
específica.
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Específicas: sua aplicação está limitada a determinados delitos perpetrados no exercício
de certas atividades, mediante violação do dever a elas inerentes, ou a delitos culposos.
3. Espécies
Prestação pecuniária: consiste em pagamento feito em dinheiro à vítima e seus
dependentes ou a entidade pública privada, com destinação social de uma importância
fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos.
Não passa de uma forma de reparação civil.
Perda de bens e valores: trata-se da perda em favor do fundo penitenciário nacional,
de bens e valores adquiridos ilicitamente (interpretação restritiva) pelo condenado,
integrantes de seu patrimônio.
o Finalidade: impedir que o réu obtenha benefícios da prática da infração penal.
Prestação de serviço à comunidade: é a atribuição de tarefas gratuitas ao condenado
junto a entidades assistenciais, hospitais, orfanatos e outros similares. Não existe vinculo
empregatício entre o condenado e o Estado.
o Finalidade: reinserção social do condenado.
Interdição temporária de direitos: é a autêntica pena restritiva de direitos, pois tem
por finalidade impedir o exercício de determinada função ou atividade por um período
determinado. Abrangem:
o Proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como mandato eletivo;
o Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação
especial, de licença ou autorização do poder público;
o Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo;
Não pode substituir pena privativa de liberdade se o agente já não possuía autorização
para dirigir.
o Proibição de frequentar determinados lugares
Limitação de fim de semana: trata-se do estabelecimento da obrigação do condenado
de permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em Casa de Albergado ou
lugar adequado, a fim de participar de cursos e palestras, bem como desenvolver
atividades educativas.
5. Conversão
Conceito: é a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos e vice-
versa durante a sua execução.
Requisitos para conversão da privativa de liberdade em restritiva de direitos:
o O condenado deve estar cumprindo a pena em regime aberto;
o Que tenha sido cumprido pelo menos um quarto da pena;
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o Que os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão
recomendável.
Requisitos para a conversão de restritiva de direitos em privativa de
liberdade:
o Descumprimento injustificado da restrição imposta
Computo: computa-se a pena já cumprida quando for impor a conversão.
1. Conceitos
Multa: é uma sanção penal consistente no pagamento de determinada quantia em
pecúnia, previamente fixada em lei. É patrimonial de caráter pecuniário.
2. Aplicação
Em penas privativas de liberdade iguais ou inferiores a um ano.
Em penas privativas de liberdade de um a quatro anos cumulada com uma restritiva de
direitos.
3. Sistema Dias-Multa
Propósito: é estabelecer de forma separada e transparente, o critério duplo a ser
apresentado pelo magistrado na determinação da pena.
Fixação do dia-multa: com base na culpabilidade;
Fixação do valor do dia-multa: com base nas circunstâncias sócio-econômicas do
agente.
Atualização monetária: não é pena. É utilizada apenas para corrigir o valor a ser pago
devido à desvalorização da moeda.
Aumento ao triplo: se a pena de multa aplicada no máximo não parecer que vai surtir
efeito, pode ser aumentada até o triplo. - ART. 60, §2º, CP.
4. Vantagens
Tem indubitável caráter aflitivo, pois impõe ao delinquente uma privação certa, o que
assegura o efeito intimidante.
É divisível e flexível ao extremo, o que permite adaptá-la facilmente à condições pessoais
do condenado.
Ao contrário do presídio, não degrada o condenado nem desonra a família;
É a mais reparável das penas, pois, uma vez cumprida caso se comprove o erro judiciário,
pode ser integralmente devolvida;
É econômica porque evita gastos do Estado com a manutenção de cárceres como
constituem uma forma de renda para o Estado.
1. Conceito e Sistema
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Conceito: é a fixação da espécie e do respectivo quantum da pena, como também a
decisão acerca de sua eventual substituição ou suspensão condicional.
Sistema da relativa determinação: a individualização legislativa é complementada
pela judicial.
o Determinação legal: consiste na fixação abstrata da sanção penal e de seus
respectivos marcos.
o Determinação judicial: refere-se ao estabelecimento pelo juiz da espécie de pena
aplicável, de seu quantitativo, do regime de execução e também da sua possível
substituição ou suspensão condicional. Dá margem discricionária para o juiz.
6. Fixação da Pena
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Fixação da pena base: atendendo ao art. 59 (vide teoria das circunstâncias),
estabelecerá a pena base conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime. A pena base não pode ultrapassar o ponto médio (pena máxima +
pena mínima divido por 2), ou seja, se todas as circunstâncias forem desfavoráveis a pena
base não pode ultrapassar o ponto médio.
o Fundamentação na sentença: as circunstâncias desfavoráveis devem ser
concretamente fundamentas na sentença, não podendo ser utilizadas remissões
genéricas. Todas as circunstâncias são presumidamente favoráveis ao réu até que se
prove o contrário.
Segunda fase: são consideradas as atenuantes e as agravantes (pena provisória);
Terceira fase: são consideradas as majorantes e as minorantes (pena definitiva).
Regime inicial: Fixa-se o regime inicial de cumprimento da sentença.
Possibilidade de substituição: trata da substituição da pena privativa de liberdade
aplicada, por outra espécie, se cabível.
2. Requisitos
Objetivos: relativos à natureza e ao quantum da sanção penal aplicada e ao exame da
suficiência de sua substituição.
o Imposição de pena privativa de liberdade;
o Não superior a 2 anos: havendo concurso de crimes, calcula-se a partir da soma
imposta;
o Não pode ser indicada ou cabível a substituição da pena por restritiva de direitos.
Subjetivos:
o Não reincidência em crime doloso;
o A culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, bem como os
motivos e circunstâncias autorizem a concessão do benefício.
3. Espécies
Simples: sujeita o condenado à observação e ao cumprimento das condições
estabelecidas pelo juiz.
Especial: possibilita a imposição de condições menos rigorosas, se o réu tenha reparado
o danos, salvo impossibilidade de fazê-lo e todos os requisitos subjetivos sejam favoráveis.
Etário: destina-se a condenados superior a setenta anos na época da condenação e sua
pena não seja superior a 4 anos. Há divergência se o estatuto do idoso reduziu a idade
necessária para 60 anos.
Humanitário: quando razões de saúde justificarem e a pena não for superior a 4 anos.
4. Condições
Legais: têm sua natureza e conteúdo previamente estabelecidos em lei;
o Sursis simples: no primeiro ano deve prestar serviços à comunidade ou submeter-se
à limitação de fim de semana. Devem ser aplicadas alternativamente.
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o Sursis especial: proibição de freqüentar determinados lugares, proibição de ausentar-
se da comarca onde reside, sem autorização do juiz e comparecimento pessoal e
obrigatório a juízo, mensalmente. Devem ser aplicadas cumulativamente.
o Sursis etário e sursis humanitário: podem variar de acordo com o caso entre as
condições do simples e do especial.
Judiciais: são aquelas impostas pelo magistrado ao prolatar a sentença, adequadas ao
fato e à situação pessoal do condenado. Não podem ofender os direitos fundamentais da
pessoa humana ou que se encontrem subordinadas a fatores alheios ao condenado.
5. Período de Prova
Conceito: consiste no lapso temporal durante o qual o condenado ficará obrigado ao
cumprimento das condições impostas como garantia de sua liberdade.
Início: após o trânsito em julgado da sentença condenatória a partir da audiência
admonitória.
Duração: de dois a quatro anos no sursis simples ou especial. De quatro a seis anos no
sursis etário ou humanitário.
6. Revogação
Obrigatória: nas hipóteses expressamente designadas em lei.
o O réu é condenado em sentença irrecorrível por crime doloso. A sentença deve transitar
em julgado durante a suspensão condicional.
o Frustra, embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua a reparação do ano,
sem motivo justificado.
o Não cumprimento, injustificado, da prestação de serviços à comunidade ou da limitação
do fim de semana
Facultativa: quando a critério do juiz. Pode optar pela revogação ou prorrogação do
período de prova, se este não estiver sido estabelecido.
o Descumprimento de qualquer outra condição judicial ou legal;
o O réu seja condenado por crime culposo ou contravenção penal.
Efeitos da revogação: a pena privativa de liberdade inicialmente suspensa será
integralmente executada pelo condenado.
7. Prorrogação e Extinção
Processo: sendo o beneficiário, processo por crime ou contravenção, considera-se
prorrogado o prazo até o julgamento definitivo. O tempo é indefinido.
Fim do prazo: terminado o prazo de prova sem revogação, considera-se extinta a sanção
privativa de liberdade. Independe de declaração judicial.
2. Requisitos
Objetivos:
o Deve ser pena privativa de liberdade;
o Pena igual ou superior a 2 anos;
o Cumprimento de parte da pena a que foi condenado
Réu não-reincidente em crime doloso: cumprir mais de um terço da pena;
Réu reincidente em crime doloso: cumprir mais da metade da pena.
o Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazer
Subjetivos:
o Bons antecedentes
o Comprovação de comportamento satisfatório durante a execução da pena;
o Bom desempenho no trabalho e aptidão para prover à própria subsistência mediante
trabalho honesto.
Especial: condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir,
nos casos de crime doloso, cometido cm violência ou grave ameaça.
3. Concessão
Legitimidade: pode requerer o cônjuge ou parente em linha reta ou pelo direito do
estabelecimento ou até mesmo o conselho penitenciário.
Juiz: o livramento será concedido pelo juiz de execuções penais, durante a execução
penal. A sentença deve ser motivada.
4. Condições
Período de prova: período durante o qual o indivíduo esta submetido a algumas
condições.
Obrigatórias: necessariamente impostas ao liberado.
o Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho;
o Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação
o Não mudar do território da comarca do Juízo da Execução sem prévia autorização deste;
Facultativas: estão a critério do juiz impor ou não.
o Não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da
observação cautelar e de proteção;
o Recolher-se à habitação em hora fixada;
o Não frequentar determinados lugares.
5. Revogação
Causas de revogação obrigatória
o A condenação do liberado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível, por
crime cometido durante a vigência do benefício;
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Cumpri-se o restante da pena, sem aproveitar o período de prova.
o Condenação do liberado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível, por
crime anterior;
Computa-se o período de prova, para o cumprimento do restante da pena.
Causas de revogação facultativa
o Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença.
o Se o liberado for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que
não seja privativa de liberdade.
Efeitos da revogação: o condenado deve cumprir o restante da pena. Não se aproveita
o período de prova, salvo no caso de condenação por crime anterior.
6. Prorrogação e Extinção
Prorrogação: enquanto durar o processo que acusa o beneficiário de algum crime. Por
tempo indefinido.
Extinção: findo o período de prova se revogação, a pena será extinta.
CAPÍTULO IX – REABILITAÇÃO
1. Conceito de Reabilitação
É a declaração judicial de reinserção do sentenciado ao gozo de determinados direitos que
foram atingidos pela condenação.
2. Condições
Trânsito em julgado da sentença condenatória, sob pena de carência de ação;
Tempo decorrido de 2 anos a partir da extinção da pena ou do fim da sua execução.
o Computa-se o tempo de prova da suspensão e do livramento condicional.
o No caso de multa o prazo começa a correr quando esta for paga ou quando prescrever a
pretensão executória.
3. Requisitos
Sentenciado deve ser domiciliado no país;
Bom comportamento público e privado;
Ressarcimento do dano causado pelo crime, salvo impossibilidade de fazer.
4. Efeitos
Assegura ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação;
5. Revogação
Se o sentenciado seja condenado novamente a pena que não seja de multa, nos 5 anos após
a extinção da pena.
1. Conceito
São consequências jurídicas do delito, de caráter penal, orientadas por razão de prevenção
especial. O objetivo é impedir que a pessoa sobre a qual atue volte a delinqüir, a fim de
que possa levar uma vida sem conflitos com a sociedade.
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Quanto ao fundamento: a pena baseia-se na culpabilidade do agente e a medida de
segurança na periculosidade;
Quanto ao limite: a pena é limitada pela gravidade do delito e a medida de segurança
pela intensidade da periculosidade evidenciada pelo sujeito ativo do delito;
Quanto ao sujeito: a pena aplica-se ao imputáveis e semi-imputáveis e a medida de
segurança aplica-se ao inimputáveis e aos semi-imputáveis necessitados de especial
tratamento curativo;
Quanto ou objetivo: a pena busca a reafirmação do ordenamento jurídico bem como o
atendimento de exigências de prevenção geral e especial. A medida de segurança atende a
fins preventivos especiais.
3. Sistemas
Dualista ou duplo binário: a pena baseia-se na culpabilidade e a medida de segurança
na periculosidade. É possível a aplicação concomitante de pena e medida de segurança.
4. Princípio da Legalidade
Sentido: a aplicação de qualquer medida de segurança deverá estar prevista por lei no
momento em que o sujeito for declarado perigoso.
Retroatividade: a medida de segurança mais benéfica pode retroagir.
6. Espécies
Internamento em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: é obrigatória
aos inimputáveis que tenham cometido crime punível com pena de reclusão e facultativa
para os crimes de detenção. O semi-imputável pode ter sua pena substituída por medida
de segurança, inclusive durante o cumprimento, se for necessário especial tratamento
curativo.
Tratamento ambulatorial: são tratamentos médicos para a pessoa sem necessidade
de internação. Pode ser aplicada aos inimputáveis e aos semi-imputáveis cuja a pena seja
de detenção. Pode ser convertida em internamento se houver necessidade.
Locais de internação e tratamento: são os hospitais de custódia e tratamento
psiquiátrico. Antigos manicômios judiciários. Devem ser dotados de características
hospitalares e contar com dependência médica adequada.
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Desinternação ou liberação condicional: se o exame constatar cessão da
periculosidade a pessoa será coloca em liberdade condicional. Suspende-se então a
medida de segurança que será extinta se no prazo de um ano o condenado não praticar
nenhum fato indicativo de persistência da periculosidade. Caso pratique ato dotado de
periculosidade o juiz restabelece a medida de segurança.
Extinção da punibilidade: ocorrendo alguma causa de extinção da punibilidade, não
poderá ser imposta medida de segurança.
1. Conceito
Implicam renúncia, pelo Estado, do exercício do direito de punir, seja pela não-imposição
de uma pena, seja pela não execução ou interrupção do cumprimento daquela já aplicada
2. Momento da Extinção
Antes: ocorrendo a extinção antes do trânsito em julgado, extingue-se o jus puniendi do
Estado, não persistindo qualquer efeito do processo ou da sentença condenatória.
Após: ocorrendo após o trânsito em julgado, extingue-se a pretensão executória do
Estado.
3. Morte do Agente
Fundamentação: a pena é pessoal e não passará da pessoa do condenado.
Comprovação: certidão de óbito.
o Para a doutrina a eventual comprovação da falsidade da certidão de óbito não autoriza a
reabertura do processo. Todavia para o STF pode ser reaberto o processo porque a
sentença é inexistente, não havendo ofensa á coisa julgada.
Morte presumida: somente se for expedido a certidão de óbito.
4. Anistia
Conceito: é a declaração do Congresso Nacional que determina que alguns fatos se
tornem impunível por motivo de utilidade social. Volta-se para os fatos e não para as
pessoas. Geralmente para crimes políticos.
Geral ou plena: de concessão ampla e indistinta
Parcial ou restrita: quando sua outorga se encontra circunscrita a determinados
agentes ou limitada a uma categoria de crimes especificados em lei.
Própria: quando anterior à condenação
Imprópria: concedida após a prolação da sentença.
Condicionada: tem condições a serem aceitas pelo beneficiado e pode ser recusada.
Incondicionada: não há nenhuma condição, e não pode ser recusada.
5. Indulto e Graça
Indulto: ato privativo do presidente da República de caráter coletivo; É espontâneo
Graça: ato privativo do presidente da República de caráter individual; Deve ser solicitada;
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Pleno: quando extingue completamente a punibilidade;
Parcial: quando diminui a pena;
Pressuposto: sentença condenatória transitada em julgado.
6. Abolitio Criminis
Conceito: trata-se de lei nova que deixa de considerar determinada conduta como crime.
Ocorre a retroatividade da lei penal benéfica.
Efeitos: são afastados por completo os efeitos penais da condenação, persistindo
unicamente os efeitos civis.
8. Perdão judicial
Conceito: é a clemência do Estado para determinadas situações expressamente previstas
em lei, quando não se aplica a pena prevista para determinados crimes, ao serem
preenchidos certos requisitos objetivos e subjetivos que envolvem a infração penal. Não
pode ser recusado.
Reincidência: a sentença que conceder perdão judicial não gera reincidência (art. 120).
9. Retratação
Conceito: é o ato de desdizer-se, de retirar o que foi dito.
Extinção da punibilidade: somente antes da sentença, posterior a ela, somente terá
efeito de atenuante. Somente nos casos em que a lei admite.
10. Decadência
Conceito: perda do direito de ação privada ou de representação pelo decurso do tempo
Oferecimento da queixa ou representação: se a vítima for incapaz, cabe ao seu
representante.
Prazo: 6 meses.
Início do prazo: A partir do conhecimento do autor; delitos em co-autoria - a partir do
conhecimento do primeiro autor; crime continuado – contado separado para cada fato
delituoso.
11. Perempção
Conceito: consiste na perda do direito de ação pela inércia do querelante. A inatividade
do querelante presume a desistência quanto ao seu prosseguimento. Deve ocorrer no curso
do processo.
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