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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

QUESTIONARIO AVALIATIVO 1° BIMESTRE

Derli Pinto de Souza Junior - RU 1783992


Jorge Paulo Filgueira – RU 3515650
Osni Carlos Costa – RU 6947
Willian da Silva Machado Dias - RU 3620661

Graduação: Bacharelado em Direito – Presencial


Professor: Tatiana Lazzaretti Zempulski

1 - Diferencie competência material de competência territorial.


Fundamente com base na doutrina e na Lei.
Resposta: Com base no artigo 114 da CRFB1, a justiça do trabalho detém a
competência para processar e julgar dentre outras as seguintes ações.
1 – Ações de Relação de trabalho.
2 – Ações do exercício do direito a greve;
3 – Ações sobre representação sindical
4 – Ações decorrentes da relação de trabalho, relacionadas a dano moral.
5 – Ações impostas administrativamente pelos órgãos de fiscalização aos
empregados.
A Competência material na justiça do trabalho seria então a exclusividade de
processo e tratamento das ações decorrentes da relação de trabalho.
A competência territorial por sua vez, trata de onde a ação deve ser proposta,
sendo prevista no artigo 651 da CLT que determina que a ação seja proposta no local
de prestação de serviço, ou seja, o local onde o trabalhador desempenhava suas
funções.

2 - O Ministério Público do Trabalho instaurou inquérito civil no Município


de Jundiaí -SP (15ª Região) para apurar lesões coletivas trabalhistas. No curso
desse inquérito, verificou -se que a lesão ocorria também na cidade vizinha de
Cajamar-SP (2ª Região), localidade onde inclusive se estabelecia a sede da
empresa. Qual é o local para ajuizamento da Ação? Fundamente com base na
lei, doutrina e jurisprudência.

1
BRASIL. Constituição. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 6 set. 2023.
Resposta: O dano causado pela empresa atinge uma região que abrange duas
cidades, Jundiaí e Cajamar, que pertencem a diferentes Tribunais Regionais do
Trabalho. Nesse caso, a competência para julgar a Ação Civil Pública segue o critério
estabelecido na Orientação Jurisprudencial 130 da Subseção de Dissídios Individuais
II do Tribunal Superior do Trabalho. Segundo essa orientação:
I - A competência para a Ação Civil Pública depende da abrangência do dano.
II - Se o dano afetar cidades que estão sob a jurisdição de mais de uma Vara
do Trabalho, qualquer uma dessas varas pode julgar a ação, mesmo que estejam
vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho diferentes.
III - Se o dano ultrapassar os limites regionais ou tiver alcance nacional, a
competência para a Ação Civil Pública é compartilhada entre as varas do trabalho
localizadas nas sedes dos Tribunais Regionais do Trabalho.
IV - O juízo que recebeu a primeira ação fica responsável pelo caso.
Para tanto, o local onde deve ser ajuizada a ação é qualquer um dos
municípios, haja vista o ordenamento jurídico prescrito no inciso II da OJ 130 da SBDI
II do TST.

3 - Em uma situação hipotética, Júlio Santos, residente e domiciliado na


cidade de Bauru/SP, foi contratado pela empresa Mach Tech Ltda., com sede na
cidade de São Paulo, para trabalhar como vendedor viajante, nas cidades de
Botucatu/SP, São Manuel/SP, Lençóis Paulista/SP e Agudos/SP. Júlio estava
subordinado à filial da empresa Mach Tech Ltda., localizada na cidade de
Campinas/SP, reportando -se ao Gerente de Vendas, por meio de relatórios de
atividades. Em fevereiro de 2018, Júlio Santos foi dispensado sem justa causa,
sem que, no entanto, fossem quitadas as verbas rescisórias a que tinha direito,
razão pela qual pretende ajuizar reclamação trabalhista em face da empresa
Mach Tech Ltda. A reclamação trabalhista deverá ser ajuizada em qual cidade?
Fundamente com base na lei, doutrina e jurisprudência.
Resposta: A reclamação trabalhista deverá ser ajuizada na cidade de
Campinas/SP, pois Júlio estava subordinado a filial ali localizada, prestando contas
ao Gerente de Vendas daquele local, através de relatórios.
De acordo com o que diz o Art. 651 da CLT:
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado,
prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local
ou no estrangeiro.2

Embora Júlio tenha sido contratado pela empresa Mach Tech Ltda., com sede
em São Paulo, a filial qual estava prestando serviços pertencia a Campinas, mesmo
sendo morador de Bauru, e trabalhando nas cidades de Botucatu/SP, São Manuel/SP,
Lençóis Paulista/SP e Agudos/SP, pois não ficava fixo nesses locais, sua função era
vendedor viajante.

4 - Qual a competência funcional para processar e julgar dissídios


coletivos? Fundamente com base na lei, doutrina e jurisprudência.
Resposta: A competência funcional para processar e julgar dissídios coletivos
no Brasil, é da Justiça do Trabalho, definindo claramente a instância responsável por
resolver tais conflitos entre trabalhadores e empregadores, descrita na Lei 7.701/88,
Art. 2°.

Art. 2º - Compete à seção especializada em dissídios coletivos, ou seção


normativa:
I - originariamente:
a) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos
Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever suas próprias sentenças
normativas, nos casos previstos em lei;
b) homologar as conciliações celebradas nos dissídios coletivos de que trata
a alínea anterior;3

De acordo com a CLT, em seu “Art. 677 - A competência dos Tribunais


Regionais determina-se pela forma indicada no art. 651 e seus parágrafos e, nos
casos de dissídio coletivo, pelo local onde este ocorrer.”4

2 BRASIL. DEL5452. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>.


Acesso em: 6 set. 2023.
3 BRASIL. L7701. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7701.htm>. Acesso em: 7

set. 2023.
4 BRASIL. DEL5452. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-

lei/del5452.htm#art651>. Acesso em: 8 set. 2023.


"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA SOB A
ÉGIDE DA LEI 13.467/17. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. Nos termos do § 2º do art. 282 do CPC, aplicado
subsidiariamente na Justiça do Trabalho, deixa-se de examinar a
nulidade alegada quando o juiz decide o mérito a favor da parte a quem
aproveite tal declaração. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO
DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/2017. ANISTIA.
REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NO DISSÍDIO COLETIVO TST/DC
13868/90.5. INCREMENTO SALARIAL LINEAR, CONCEDIDO A
TODOS OS EMPREGADOS, PARA A FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO
DEVIDA A PARTIR DO RETORNO DOS EMPREGADOS
ANISTIADOS. AUSÊNCIA DE CONTRARIEDADE À OJ-T 56 DA
SBDI-1 DO TST. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA. No caso em tela, o
entendimento consignado no acórdão regional apresenta-se em
dissonância do desta Corte firmado no sentido de que o reajuste
salarial previsto em dissídio coletivo trata apenas de efetiva
recomposição salarial, utilizando-se o período de afastamento para
projeção futura do cálculo da remuneração do anistiado que será paga
apenas a partir do retorno ao trabalho e não contraria a OJ-T 56 da
SBDI-1 do TST, porquanto não se está a determinar o pagamento da
remuneração do período de afastamento, mas, sim, efetiva
recomposição salarial, utilizando-se o período de afastamento para
projeção futura do cálculo da remuneração do anistiado que será paga
apenas a partir do retorno ao trabalho, circunstância apta a demonstrar
o indicador de transcendência política, nos termos do art. 896-A, § 1º,
II, da CLT. Transcendência política reconhecida. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI
13.467/2017. ANISTIA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NO
DISSÍDIO COLETIVO TST/DC 13868/90.5. INCREMENTO SALARIAL
LINEAR, CONCEDIDO A TODOS OS EMPREGADOS, PARA A
FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DEVIDA A PARTIR DO RETORNO
DOS EMPREGADOS ANISTIADOS. AUSÊNCIA DE
CONTRARIEDADE À OJ-T 56 DA SBDI-1 DO TST. Agravo de
instrumento provido ante possível má-aplicação da OJ-T 56 da SBDI-1
do TST . III - RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI
13.467/2017. ANISTIA. REAJUSTE SALARIAL PREVISTO NO
DISSÍDIO COLETIVO TST/DC 13868/90.5. INCREMENTOS
SALARIAIS LINEARES, CONCEDIDOS A TODOS OS
EMPREGADOS, PARA A FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DEVIDA A
PARTIR DO RETORNO DOS EMPREGADOS ANISTIADOS.
AUSÊNCIA DE CONTRARIEDADE À OJ-T 56 DA SBDI-1 DO TST.
REQUISITOS DO ART. 896, §1º-A, DA CLT ATENDIDOS.
Controvérsia acerca da possibilidade de aplicar reajuste salarial
previsto em dissídio coletivo, a fim de se estabelecer o consequente
valor da remuneração, por ocasião do retorno às atividades. A Lei da
Anistia objetivou corrigir ilegalidades perpetradas durante a ampla
reforma administrativa procedida pelo Governo Federal entre
16/03/1990 e 30/09/1992, com a rescisão de inúmeros contratos de
trabalhos de servidores e empregados públicos sem a observância dos
dispositivos da Constituição Federal e da legislação infraconstitucional
que disciplinavam a matéria. O deferimento do pleito não implica
propriamente remuneração em caráter retroativo, mas, sim, o
cumprimento da própria Lei da Anistia, que ao tempo em que tratou de
impedir efeitos financeiros retroativos no art. 6º, deixou claro no art. 2º
que "o retorno ao serviço se daria no cargo ou emprego anteriormente
ocupado ou, quando for o caso, naquele resultante da respectiva
transformação". Essa previsão, por si só, já garantiria ao trabalhador o
reingresso no cargo que ocupava com todos os incrementos gerais
concedidos no período em que o anistiado esteve ilegalmente afastado
do serviço público, notadamente se combinado tal preceito com o que
estabelece o art. 471 da CLT. O deferimento do pleito não implica
propriamente remuneração em caráter retroativo, mas, sim, o
cumprimento da própria Lei da Anistia e não contraria a OJ-T 56 da
SBDI-1 do TST, porquanto não se está a determinar o pagamento da
remuneração do período de afastamento, mas, sim, efetiva
recomposição salarial, utilizando-se o período de afastamento para
projeção futura do cálculo da remuneração do anistiado que será paga
apenas a partir do retorno ao trabalho. Para tanto, são considerados
os reajustes salariais gerais e progressões funcionais lineares,
concedidos a todos os trabalhadores da mesma categoria do anistiado,
sob pena de retornar ao trabalho percebendo remuneração inferior
àquela prevista para o início da carreira, em flagrante tratamento anti-
isonômico. Esse posicionamento foi adotado pela Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais no julgamento do E-ED-RR -
47400-11.2009.5.04.0017, Redator Ministro: Renato de Lacerda Paiva,
DEJT 24/10/2014. Recurso de revista conhecido e parcialmente
provido" (TST-RR-2209-17.2011.5.03.0108, 6ª Turma, Relator Ministro
Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 14/08/2023). 5

5 - Qual a competência para impetrar habeas data em favor do


empregador, contra órgão de fiscalização da relação de trabalho que se nega a
fornecer informações sobre processo administrativo? Fundamente com base na
lei, doutrina e jurisprudência.
Resposta: De acordo com pesquisa realizada, no livro Curso de Direito
Processual do Trabalho,6 de Carlos Henrique Bezerra Leite, podemos dizer que é de
competência da Justiça do Trabalho julgar habeas data em decorrência dos incisos IV
e VII do Art, 114 da CF,:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos
e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da
relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I,
a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio
coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho,
bem como as convencionadas nteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 7

5 BRASIL. Tribunal Superior doTrabalho. 6ª Turma. PROCESSO Nº TST-RR-2209-


17.2011.5.03.0108. Relator:Augusto Cesar Leite de Carvalho, 09/08/2023, disponível em:
file:///C:/Users/Willian%20Dias/Downloads/RR-2209-17_2011_5_03_0108.pdf
6xhttps://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555596663/epubcfi/6/26[%3Bvnd.vst.idr

ef%3Dmiolo10.xhtml]!/4/2/38/3:272[alh%2C
7 BRASIL. Constituição. Disponível em:

<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 7 set. 2023


6 - Qual a competência para impetrar mandado de segurança em que
figure como autoridade coatora juiz, titular ou substituto, de vara do trabalho?
Fundamente com base na lei, doutrina e jurisprudência.
Resposta: De acordo com pesquisa realizada na legislação a resposta para o
questionamento acima é TRT, Tribunais Regionais do Trabalho fundamentado:

Os Tribunais Regionais do Trabalho são competentes para julgar mandado


de segurança em que figure como autoridade coatora juiz, titular ou
substituto, de vara do trabalho; juiz de direito investido na jurisdição
trabalhista e o próprio tribunal ou qualquer dos seus órgãos colegiados ou
monocráticos.
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.8

8BRASIL. L12016. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-


2010/2009/lei/l12016.htm>. Acesso em: 8 set. 2023.

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