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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE DIREITO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO -

SEGUNDO QUESTIONÁRIO

Trabalho apresentado ao Prof. Flávio Bellini de


Oliveira Salles por Rosana Magna Vieira
Santos, discente do 9º período do curso de
Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora,
sob o número de matrícula 201604130, como
parte dos requisitos necessários à aprovação na
disciplina Direito Processual do Trabalho.

Juiz de Fora
22 de setembro de 2023
Competência da Justiça do Trabalho

1. Quais são as matérias abarcadas pela competência material original da


Justiça do Trabalho?

Nos termos do artigo 114 da Constituição Federal, as matérias referentes à relação de


emprego são aquelas constituintes da competência material original da Justiça do
Trabalho.

2. Quais são as matérias abarcadas pela competência material derivada da


Justiça do Trabalho?

Ainda preceituadas no artigo 114 da CF, as matérias abarcadas pela competência material
derivada da Justiça do Trabalho são: do pequeno empreiteiro; do trabalhador avulso; do
trabalhador temporário; e ações oriundas das relações do trabalhador autônomo,
representante comercial (pessoa física), trabalhador eventual, o cooperado pessoa física, o
parceiro rural e o meeiro rural

3. O que se entende por poder normativo da Justiça do Trabalho?

Trata-se de poder normativo da Justiça do Trabalho, nas situações em que ocorrerem


conflitos coletivos, mediante sua provocação, a possibilidade da JT de criar normas e
condições de trabalho para solucionar o conflito.

4. Indique as ações de competência da Justiça do Trabalho que


envolvem o exercício do direito de greve.

São ações de competência da JT que envolvem o direito de greve as: ações


possessórias, ações indenizatórias,ações envolvendo obrigação de fazer para que,
durante a greve, sejam asseguradas as necessidades básicas da sociedade; e os
dissídios coletivos de greve.

5. Indique as ações de competência da Justiça do Trabalho que


envolvem Sindicatos.
A Justiça do Trabalho tem competência para julgar as ações: de representação sindical;
entre sindicatos; entre sindicatos e empregados; e entre sindicatos e empregadores.

6. A Justiça do Trabalho é competente para julgar mandados de segurança,


habeas corpus e habeas data? Fundamente.

Nos termos do artigo 114, da CF, a JT é competente para julgar os referidos


remédios constitucionais desde que envolvam matéria trabalhista.

7. A Justiça do Trabalho é competente para julgar demandas que veiculam


pleitos indenizatórios de dano moral ou patrimonial? Fundamente.

É de competência da JT processar e julgar ações que envolvam indenização por dano


moral e material, desde que derivadas das relações trabalhistas.

8. A Justiça do Trabalho é competente para julgar ações concernentes


às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização do trabalho? Fundamente.

Nos termos do artigo 114, em seu inciso VII, em redação dada pela EC nº 45/2004, foi
concedido à JT a competência para processar e julgar as ações que envolverem
penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização do
trabalho.

9. Quais são as matérias abarcadas pela competência material executória da


Justiça do Trabalho?

Estabelece o artigo 114, em seu §3º, da CF, que é competência da JT executar, de ofício,
as contribuições sociais previstas no artigo 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir.
10. Quem são as pessoas que podem demandar na Justiça do Trabalho?

Podem demandar na Justiça do Trabalho qualquer uma das pessoas envolvidas na


relação empregatícia, seja patrão ou empregado, a fim de alcançar a reparação dos
danos que sofreram.
Nada obstante, os Sindicatos, Federações e Confederações podem ajuizar dissídios
coletivos para demandar em defesa dos interesses de seus filiados.
11. Qual é a competência funcional das Varas do Trabalho?

A competência funcional das Varas Trabalhistas estão previstas nos artigos 651, 652 e
653 da CLT, in verbis:
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da
Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado
tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo,
estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o
empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. § 3º -
Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do
contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:

a) conciliar e julgar:

I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; II -


os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão
do contrato individual de trabalho;
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja
operário ou artífice;
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão
Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho;
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave;

c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões;

d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; f) decidir
quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do
Trabalho.
Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de
salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da
Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a reclamação
também versar sobre outros assuntos.
Art. 653 - Compete, ainda, às Juntas de Conciliação e Julgamento:

a) requisitar às autoridades competentes a realização das diligências necessárias


ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, representando contra aquelas
que não atenderem a tais requisições;
b) realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais
Regionais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho;
c) julgar as suspeições argüidas contra os seus membros;

d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas;

e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas;

f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras atribuições


que decorram da sua jurisdição.

12. Qual é a competência funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho?

A competência funcional dos TRTs é tanto originária, no que concerne aos julgamentos
de dissídios coletivos, ação rescisória, mandado de segurança e habeas corpus; quanto
recursal, em relação ao julgamento de recursos que ataquem as decisões das Varas
Trabalhistas.

13. Qual é a competência funcional do Tribunal Superior do Trabalho?

Nos termos do inciso I, “a”, do artigo 96 da CF, é competência funcional do TST,


privativamente, elaborar seus regimentos internos, cujo conteúdo versará sobre a
competência para atuação de seus órgãos.

14. Qual é a regra geral definidora da competência territorial da Justiça do Trabalho?

A regra geral é fixada pela CLT, em seu art. 651, que estabelece a competência territorial
das Varas Trabalhistas, sendo esta fixada pelo local em que forem prestados os serviços
pelo empregado.

15. Quais são as exceções à fixação da competência territorial da Justiça do Trabalho


em função do local da prestação do serviço?

Nos termos do §1º, do art. 651, da CLT, nos casos de empregado, agente ou viajante
comercial, exercendo a prestação de serviços em localidades diversas, a competência do
foro será determinada pela seguinte regra: será competente a Vara do Trabalho da
localidade em que a empresa tem agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado, e, na falta desta, será competente a Vara do Trabalho em que o empregado
tenha domicílio ou a localidade mais próxima, faz-se mister dizer que a regra também
alcança outras modalidades de trabalhadores, além dos que possuem efetivamente uma
relação de emprego.
Ademais, no § 2º do mesmo dispositivo, está prevista a segunda exceção: determina-se
que as Varas do Trabalho têm competência para dirimir conflitos ocorridos em agência ou
filial no estrangeiro, devendo o empregado ser brasileiro e não existir, ainda, Convenção
Internacional dispondo em contrário.

16. Como é fixada a competência territorial e funcional da Justiça do Trabalho


em relação à ação civil pública?

Está expressa no art. 2º da Lei 7.347/1985, o qual determina que a competência para
julgar da ação civil pública na Justiça do Trabalho pertence à Vara do Trabalho ou ao Juiz
de Direito investido na jurisdição trabalhista do local onde se tenha constatado dano. No
entanto, caso a gravidade do dano seja tamanha que extrapole a área territorial de
competência da Vara Trabalhista ou do Juiz de Direito de jurisdição trabalhista, restará
competente o juiz que primeiro conhecer a demanda.

17. O foro de eleição é, a seu ver, compatível com os dissídios


individuais e coletivos de trabalho? Fundamente.

Seria incompatível aos direitos coletivos se o foro de eleição gerasse insegurança às


partes, no que concerne à competência territorial. No entanto, pode ser benéfico em
relação aos dissídios individuais, haja vista que admite a alteração de competências em
razão do valor e do território em conformidade com a vontade das partes.

18. Qual é, a seu ver, a melhor interpretação para o artigo 795, § 1º, da CLT?

A interpretação mais adequada seria que a incompetência de foro, sendo reconhecida


incompetência material, teria natureza absoluta e assim poderia ser decretada de
ofício. No entanto, por ser a incompetência de foro ou territorial relativa, deve ser
arguida pela parte interessada.

19. O que dá causa às modificações da competência da Justiça do Trabalho?

Ocorrerá somente nos casos de competências relativas, nas seguintes hipóteses:


prorrogação, derrogação, conexão e continência

20. Como a CLT disciplina os conflitos de competência?

Nos moldes do art. 114, V, a competência da Justiça do Trabalho é a de processar e


julgar os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o, sendo, portanto, competente para dirimir os conflitos entre os
órgãos TST, TRTS e Varas do Trabalho, do mesmo modo que conflitos que envolvam
Juízes de Direito com jurisdição trabalhista.

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