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Órgãos da Justiça do Trabalho: Juiz do Trabalho (vara do trabalho), TRT e TST.

Competência da Justiça do Trabalho:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da


administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores;

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado


envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto


no art. 102, I, o;

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de


trabalho;

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho;

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às


mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,


o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito.

Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações decorrentes do exercício do direito de


greve (art. 114, II, CF). A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória
ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada
(Súmula Vinculante 23, STF).

Compete à Justiça do Trabalho processar a julgar as ações decorrentes das penalidades


administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho
(art. 114, VII, CF). Uma vez autuado e multado, o empregador pode:

a) pagar a multa;

b) recorrer à via judicial (sem fazer o depósito prévio da multa – súmula vinculante 28, STF);
c) recorrer à via administrativa (sem fazer o depósito prévio da multa para interposição de recurso –
súmula vinculante 28 do STF e súmula 424 do TST); e

d) ficar inerte, caso em que a multa será inscrita em dívida ativa e será executada pela União na
Justiça do Trabalho.

Compete também à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas nos
art. 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir.

Nos termos do art. 876, parágrafo único, a CLT, da Súmula 368, I, do TST e da Súmula Vinculante 53
do STF, a competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias,
limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo
homologado, que integrem o salário de contribuição.

Processar e julgar crimes (ADI 3684), nem mesmo crimes contra organização do trabalho, que são de
competência da Justiça Federal (art. 109, VI, CF).

Apreciar as ações entre o poder público e seus servidores estatutários (ADI 3395).

Ações contra o INSS.

Processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente (Súmula 363,
STJ)

Competência territorial

O juízo competente para processar e julgar uma reclamação trabalhista é o juízo do local da
prestação dos serviços ou da contratação (art. 651, caput e § 3º, da CLT). Quando agente ou viajante
comercial for parte de dissídio, a competência será do juízo em que a empresa tenha agência ou filial
e a esta o empregado esteja subordinado. Em sua falta, será competente o juízo em que o
empregado tenha domicílio ou o da localidade mais próxima.

Empregado brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro pode ajuizar reclamação trabalhista
no Brasil, desde que não haja convenção internacional dispondo em contrário (art. 651, § 2º, CLT.)

Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do trabalho a
ele vinculada, sendo nesse caso aplicada a Súmula 420 do TST: SÚMULA 420, TST.

Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a
ele vinculada.

Da mesma forma, não há conflito de competência entre um TRT e o TST.

DISSÍDIO INDIVIDUAL E COLETIVO

Procedimento sumário, valor não exceda dois salários-mínimos: art.2 parágrafo 4 da Lei 5584/70,
nas causas sujeitas a procedimento sumário, não cabe recurso.

procedimento sumaríssimo aplica-se aos dissídios individuais, cujo valor não exceda a quarenta
vezes o salário-mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação (art. 852-A, CLT).
◼ Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração
Pública direta, autárquica e fundacional (art. 852-A, parágrafo único, CLT).

◼ Segundo o disposto no art. 852-B da CLT, são requisitos da petição inicial no procedimento
sumaríssimo: • pedido certo, determinado e líquido; e o reclamante deve fornecer o nome e o
endereço do reclamado, pois não há no procedimento sumaríssimo citação por edital.

◼ A inobservância de qualquer um desses requisitos resultará no arquivamento do processo, ou


seja, na extinção do processo sem resolução do mérito e na condenação do reclamante ao
pagamento de custas (art. 852-B, § 1º, CLT).

◼ No procedimento sumaríssimo, o número máximo de testemunhas é de 2, que comparecerão à


audiência independentemente de intimação ou notificação (art. 852-H, § 2º, CLT). Só será deferida
intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não
comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva
(852-H, § 3º, CLT).

◼ No procedimento sumaríssimo a prova pericial será produzida quando decorrer de imposição da


lei ou for necessária para a prova do fato (art. 852-H, § 4º, CLT). As partes terão o prazo comum de 5
dias para manifestação em relação ao laudo pericial (art. 852-H, § 6.º, CLT).

◼ A audiência no procedimento sumaríssimo é una (art. 852-C, CLT). A causa deve ser apreciada em
15 dias (art. 852-B, III, CLT). A audiência na qual deverá ser proferida a sentença tem de ser
designada para o prazo máximo de 15 dias (art. 852-B, III, CLT), podendo, todavia, ser interrompida,
caso em que o seu prosseguimento e a solução da lide devem ocorrer no máximo em mais 30 dias.
◼ O procedimento sumário aplica-se as causas cujo valor não exceda a 2 vezes o salário-mínimo. São
causas de única instância, só cabendo recurso quando violar a Constituição (art. 2º, § 4º, Lei
5584/70).

DESPESAS PROCESSUAIS

Custas Na Fase De Execução

O recolhimento de custas na fase de execução será sempre do executado ao final. As custas são por
ato e os valores estão presentes na tabela do art. 789-A, da CLT. Exemplo: Uma sentença na
execução cabe agravo de petição. Valor de agravo de petição: R$44,26.

De uma sentença proferida na execução, nunca se marca recurso ordinário. Para cada ato na
execução, cabe agravo de petição.

Custas Na Fase De Conhecimento

O recolhimento de custas na fase de conhecimento será da parte vencida, podendo ser tanto o
reclamante quanto o reclamado.

• Reclamado será a parte vencida quando perder algum pedido.

• Reclamante será a parte vencida quando não levar nada.

As custas serão recolhidas pela parte vencida, que, se recorrer, deverá recolhê-las no prazo do
recurso (8 dias) e, se não recorrer, após o trânsito em julgado (art. 789, § 1º, CLT). O recolhimento é
efetuado por meio de GUIA GRU.
Não há antecipação de despesas processuais.

Na fase de conhecimento, conforme art. 789, da CLT, o valor das custas incidirá à base de 2%, com
valor mínimo de R$10,64 e máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social e será calculado:

• quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;

• quando houver extinção do processo sem resolução do mérito ou for julgado totalmente
improcedente o pedido, sobre o valor da causa;

• no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o


valor da causa;

• quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.

◼ Na hipótese de recolhimento insuficiente das custas, o recorrente deverá ser intimado para
promover a complementação no prazo de cinco dias e, somente se não o fizer, ocorrerá a deserção
(art. 1007, § 2.º, do CPC e OJ 140, SDI-1, TST). Trata-se de exemplo do princípio da primazia da
decisão de mérito.

◼ Em caso de acordo, o pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes, salvo se
dispuserem de forma diversa (art. 789, § 3º, CLT).

◼ São isentos do recolhimento de custas: a) os beneficiários da justiça gratuita; b) a União, os


Estados, os Municípios, o DF e as respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem
atividade econômica; c) o Ministério Público do Trabalho; e d) a massa falida (art. 790-A, CLT e
Súmula 86, TST).

◼ A União, os Estados, os Municípios, o DF e as respectivas autarquias e fundações públicas que não


explorem atividade econômica não estão dispensados de reembolsar as despesas realizadas pela
parte vencedora (art. 790-A, parágrafo único, CLT).

◼ Os órgãos de fiscalização da atividade profissional e as empresas em liquidação extrajudicial não


estão isentos do pagamento de custas (art. 790-A, parágrafo único, CLT).

◼ Na fase de execução, as custas processuais serão recolhidas pelo executado, ao final, em valor
definido no art. 789-A da CLT.

◼ Quanto aos emolumentos, têm valores fixos, como determinado pelo art. 789 da CLT.

SISTEMA RECURSAL

Recursos cabíveis: São recursos cabíveis no Processo do Trabalho: o recurso ordinário, o recurso de
revista, os embargos de declaração, os embargos ao TST, o agravo de petição (apenas na fase da
execução), o agravo de instrumento, o agravo regimental e inominado (arts. 893 e 897-A, CLT)

a seguir a linha do tempo mais comum no processo de trabalho:

S – RO – RR – ETST – RExt Legenda:


• S – Sentença • RO – Recurso ordinário • RR – Recurso de revista • ETST – Embargos ao TST • RExt –
Recurso extraordinário

Linha do tempo na execução:

S – AP – RR – ETST – REd

SDI TRT TST TST STF

Se o juízo da decisão não identifica os pressupostos de admissibilidade do recurso, ele não irá
recebê-lo, com isso ele não abre vista para a outra parte apresentar as contrarrazões nem remete os
autos para o TRT, desse modo não será encaminhado para o relator. Desse modo, o recurso está
trancado e para “destrancá-lo” cabe o agravo de instrumento, como dito acima, sendo assim um
recurso de juízo para outro.
Se o relator não constatou a presença de todos os pressupostos, certamente, ele não conheceu o
recurso e ele não foi enviado para a turma. Portanto, o recurso está trancado no TRT, desse modo
não cabe agravo de instrumento, e sim o agravo (também no prazo de 8 dias) para submeter a
decisão do relator pelo órgão colegiado.

Forma de interposição e efeitos:

Os recursos serão interpostos por simples petição e têm, em regra, efeito meramente devolutivo
(art. 899, CLT), ou seja, não possuem efeito suspensivo, não tendo o condão de impedir o início da
execução provisória, a qual se limita à penhora. Nesta, podem ser praticados apenas atos de
constrição dos bens, não podendo ocorrer atos de expropriação. Os recursos no processo do
trabalho são interpostos mediante simples petição e eles têm efeito meramente devolutivo, e não
suspensivo.

Desse modo, a execução que se inicia enquanto está pendente o julgamento de um recurso é a
execução provisória.

A execução provisória vai até a penhora no processo de trabalho, isso significa que só pode haver
atos de constrição, excluindo atos de expropriação.

Decisões interlocutórias:

Em regra, as decisões interlocutórias (resolve um detalhe) são irrecorríveis de imediato no Processo


do Trabalho. Cabe às partes impugná-las por meio de recurso das decisões definitivas (sentença)
(art. 893, § 1.º, CLT).

Pressupostos de Admissibilidade

Os pressupostos de admissibilidade se dividem em dois grupos: os intrínsecos (subjetivos) e os


extrínsecos (objetivos). Os intrínsecos estão relacionados com os sujeitos/ partes: legitimidade da
parte, capacidade da parte e interesse da parte. Os extrínsecos estão ligados ao recurso no processo
do trabalho: recorribilidade do ato, adequação, tempestividade, depósito recursal e custas
processuais.

a) Recorribilidade do ato: o ato precisa ser recorrível. Os despachos de mero expediente e a maioria
quase absoluta das decisões interlocutórias não o são, ou não o são de imediato. As sentenças de
procedimento sumário que não versarem sobre matéria constitucional são irrecorríveis.

b) Adequação do recurso: deve ser utilizado o recurso próprio e adequado para impugnar aquele
ato.

c) Tempestividade: O conhecimento do recurso depende de sua interposição dentro do prazo legal.


O prazo dos recursos no Processo do Trabalho é unificado e corresponde a 8 dias, salvo os embargos
de declaração, cujo prazo é de 5 dias e o recurso extraordinário, em que o prazo é de 15 dias.

Recursos no processo do trabalho e prazos:

• RO (Recurso Ordinário) – 8 dias;


• RR (Recurso de Revista) – 8 dias;
• ED (Embargos de Declaração) – 5 dias;
• ETST (Embargos ao TST) – 8 dias;
• AP (Agravo de Petição) – 8 dias;
• AI (Agravo de Instrumento) – 8 dias;
• Agravo – 8 dias;
• Recurso Extraordinário – 15 dias.
Os prazos processuais do trabalho contam-se em dias úteis (art. 775, CLT).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração estão previstos no art. 897-A da CLT, aplicando-se também os
arts. 1.022 a 1.026 do CPC. Consoante o art. 9º da IN 39/2016 do TST, o cabimento dos
embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial.
O embargo de declaração é o único recurso que tem prazo de 5 dias úteis e cabe a partir de
qualquer decisão nas seguintes hipóteses:
• Omissão (quando juiz não trata de uma das referidas matérias);
• Obscuridade (falta de clareza na decisão);
• Contradição (também na decisão);
• Manifesto equívoco na análise de pressupostos extrínsecos do recurso (aqueles que se
relacionam com o recurso, tais como: recorribilidade do ato, tempestividade, depósito
recursal etc.);
• Erro material (quando há algum erro material no processo. Pode ser corrigido de embargo
pelo juiz, ou com agravo, caso isso não ocorra).
Fazenda Pública, composta pela União, os Estados, Distrito Federal, Municípios e
respectivas autarquias e fundações públicas. No caso da Fazenda Pública, o prazo é em
dobro, portanto 10 dias úteis para entrar com o recurso no TST.
Outro ponto de destaque é que, em regra, não há manifestação da outra parte nos
embargos de declaração. Entretanto, se o juiz vislumbrar efeito modificativo no julgado,
deverá permitir a manifestação da outra parte em 5 dias, sob pena de nulidade da decisão,
nos termos do art. 897-A, parágrafo 2, da CLT. Nesse aspecto, podemos mencionar
também a OJ 142 da SDI-1 do TST.
Por fim, a interposição dos embargos de declaração interrompe (zera) o prazo pra
interposição de outros recursos até que seja proferida a decisão, para as duas partes
(aquela que interpôs os embargos de declaração e aquela que não interpôs), salvo quando
intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura (art. 887-A,
parágrafo 3º, da CLT). Quando muda o mérito, cabe outro RO, mas apenas sobre o que
mudou o mérito.

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