Você está na página 1de 134

INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL CIVIL

CONTEMPORÂNEO
 
Professor Valdeci Ataíde Capua

Direito – 2º período FAMESC - BJI


Valdeci_adv@hotmail.com
28 99904 5254
Introdução:
Pois bem, sem perder tempo, já que temos muita coisa para dizer é preciso que todos
tenham consciência que o novo Código de Processo Civil não surgiu do dia para a
noite. É uma história de muitos anos. Começou com o Projeto 166/2010.
Exposição de motivos do anteprojeto:
(1) Primeiro deles, estabelecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia fina com
a Constituição.
(2) Criar condições para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à
realidade fática subjacente a causa.
(3) Simplificar resolvendo os problemas e reduzindo a complexidade de subsistemas
como, por exemplo, o recursal. O sistema recursal foi organizado, mas não foi
simplificado.
(4) Dar todo rendimento possível a cada processo em si mesmo considerado. Esse
objetivo em parte foi atingido, pois a temática da morosidade do Judiciário é
antiga. (A FGV analisou processos e liminares no Supremo de 1988 a 2013 e viu que
a Corte leva, em média, 05 anos para julgar de forma definitiva suas Adin’s. O STF
levou em um caso, 24 anos para julgar que o processo não era de sua
competência).
(5) E o ultimo objetivo dar maior organicidade ao sistema, coesão ao sistema. Acho
que principalmente pelo fato de o Código estar muito bem organizado em uma
parte geral e uma especial, esse tenha sido um objetivo bem atingido.
Aspectos relevantes da Teoria Geral do Processo

Missão do Direito:
- Organizar a sociedade e impedir possíveis conflitos;
- Serve de modelo e guia evitando o surgimento dos conflitos –
lides (ordena a vida em sociedade);
- Estado-juiz – decisões/ solucionar desajustes (resistência à
satisfação voluntária da pretensão de outrem);
- Função imediata (aplicação do direito ao caso concreto)/mediata
do Direito Processual Civil (almeja a pacificação social);
Obs. Da realização do direito é que decorre a pacificação social.
O que de essencial há no direito processual é a aplicação do direito.
- Autonomia do Direito Processual .
- Obs: AUTONOMIA NÃO SIGNIFICA ISOLAMENTO – intercâmbio
com demais ramos do direito.
CONCEITO:
Resumidamente, pode-se conceituar o Direito Processual Civil como um
ramo do Direito Público Interno que se estrutura como um sistema de
princípios e normas legais regulamentadoras do exercício da função
jurisdicional, sendo que esta é função soberana do Estado, pela qual ele
tem o dever de administrar a Justiça.
O direito processual divide-se em dois grandes ramos : o do processo
civil e do processo penal.
- Processo civil e suas subdivisões: processo civil comum; processo
civil do trabalho e processo civil eleitoral.
- Processo penal e suas subdivisões: processo penal comum; processo
penal militar e processo penal eleitoral.
Todos estes tipos de processo fazem parte de um mesmo tronco: A DA
TEORIA GERAL DO PROCESSO.
Impende salientar que o processo administrativo, embora se trate de
processo não judicial, também há de receber os influxos da teoria geral
do processo.
Relação com demais ramos/disciplinas do direito:
- Direito constitucional: nela se estabelecem os princípios básicos do
processo que veremos adiante;
- Direito administrativo: estabelece relação com o processo administrativo e
principalmente com o capítulo da organização judiciária.
- Direito civil, direito do consumidor, direito ambiental, direito empresarial,
direito do trabalho, direito tributário, direito penal e direito eleitoral e
outros setores do direito material, compondo o pano de fundo da atividade
processual.

No que tange a expressão “o direito processual civil constitucionalizou-se”,


onde o processo civil deve ser examinado, estudado, e compreendido à luz da
Constituição, surgem expressões como:

Direito processual constitucional (objeto de estudo da jurisdição


constitucional – normas relativas ao controle de constitucionalidade de lei e
atos normativos, tutela dos direitos fundamentais) e direito constitucional
processual (objeto de estudo seriam os princípios e regras contidos na CF-88
que disciplinam o processo).
Diferença entre direito material e direito processual:
• D. material: regras para distribuir os bens da vida (materiais e imateriais);
• D. processual: forma como as situações conflituosas ou não conflituosas serão
analisadas pelo P. Judiciário ou por estruturas privadas – realidade eminentemente
formal.
Para assegurar e proteger a vigência da ordem social, o Estado, através de seus
poderes/funções busca metas de conduta para melhor convivência dos seres em
uma dada comunidade.
direito processual

direito material

Fala-se em relação circular/instrumental entre direito material e direito


processual.

NATUREZA DA NORMA PROCESSUAL:


É um direito instrumental no sentido de que tem por escopo servir de
instrumento a aplicação das normas de outros direitos – os direitos substanciais
ou materiais – em juízo. O direito processual não constitui um fim em si mesmo ,
servindo subsidiariamente como disciplina de uma atividade meio, qual seja
regular a atuação da vontade concreta da lei, mediante o exercício da jurisdição.

Processo é meio – é marcha avante – separação entre direito e processo.


DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL. INSTRUMENTALIDADE
MÁXIMA DAS FORMAS (Em resumo, o princípio da instrumentalidade
das formas pressupõe que, mesmo que o ato seja realizado fora da
forma prescrita em lei, se ele atingiu o objetivo, esse ato será válido.).
Nota-se que a prevalência das formas não é absoluta – repúdio ao
formalismo excessivo.
Processo é meio, “fio condutor” e dever de estar à serviço.
Relação de direito material:
A ........................ . B

Relação de direito processual:

Juiz

A.....................................B
Assim, os modos de solução de conflitos devem ser classificados de acordo com a
titularidade do poder de decidi-los.
. Se o titular do poder de decidir são as partes, isolada ou conjuntamente, tem-se
a autocomposição (ou autonomia).
. Se o titular desse poder é terceiro, tem-se a heterocomposição ou heteronomia).
1. Autotutela: uso da força;

2. Autocomposição: unilateral: renúncia


desistência
reconhecimento da procedência do pedido

bilateral: negociação
facilitada conciliação
mediação
3. Heterocomposição: arbitragem

jurisdição consensual
voluntária
Princípio da primazia do julgamento de mérito (artigo 4º CPC/2015) – privilegia a decisão
meritória e impede a “jurisprudência defensiva”(postura do P. Judiciário de criar expedientes
que impeçam a efetiva prestação jurisdicional. Ex. valorização de formalidades excessivas).

Art. 4 - As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.

** Fala-se de processualização da Constituição. Daniel Mitidieiro assinala que as relações


entre processo civil e a Constituição são relações dialógicas, de recíproca implicação.

CPC/2015 CF/88
Fontes do direito processual:
- Fontes primárias: Constituição Federal, as leis os Tratados e Convenções internacionais de
direito – de modo que os Códigos atendam ao princípio do devido processo legal.
-Fontes secundárias: jurisprudência; costumes; princípios gerais do direito.

•FUNÇÕES DO DIREITO:
A grande função do direito é de direção de condutas. Estabelece normas que determinam
pautas de comportamentos tidos como socialmente desejáveis (ex.: o pagamento de IPVA pelo
contribuinte proprietário de automóvel, a troca de produtos avariados pelo seu fornecedor
etc).
Mas nem sempre tais normas são simplesmente cumpridas.

Há casos em que o seu cumprimento depende de intervenção


estatal (ex.: interdição do pródigo ou alteração de nome) e há
casos em que seu cumprimento depende de comportamento
não adotado pelo adversário (ex.: não pagamento do IPVA ou
recusa à troca do produto avariado).
Temos no direito administrativo/constitucional a chamada
“Checks and Balances” - Sistema de Freios e Contrapesos.
• Função típica legislativa:
• Função típica jurisdicional:
• Função típica administrativa:
Imperioso é disciplinar o exercício da jurisdição através do
processo (modernamente este tem ganhado feição substancial
como mecanismo de concretização das garantias fundamentais).
ATENÇÃO: em razão da incapacidade que o Estado-juiz tem para resolver, de forma eficiente,
todos os conflitos de interesses, bem como em face do custo, tempo, duração e formalismo dos
processos judiciais, surge outros mecanismos de solução de conflitos, como veremos mais
adiante em nossos estudos.

Destarte, cumpre ao Estado determinar os órgãos que vão exercê-la, os procedimentos que
irão seguir, os poderes, deveres, direitos, faculdades e ônus dos diferentes sujeitos processuais
(sobretudo, partes e juiz). E esta tarefa é cumprida com a produção de normas processuais.

Trilogia estruturante do direito processual


jurisdição ação

processo

• Jurisdição - poder de dizer o direito;


• Ação – onde se provoca o exercício da função jurisdicional – garantia de acesso a justiça;
• Processo – sequência ordenada de atos jurídicos onde é o instrumento elementar para a
concretização de direitos fundamentais.
Teorias acerca da instrumentalidade do direito material e do direito
processual:
Para Teoria Dualista de Chiovenda , o ordenamento jurídico sofre uma
cisão nítida entre direito material e direito processual. O direito material
estabelece normas abstratas e genéricas que se concretizam com a ocorrência
da hipótese fática nelas descrita (é o fenômeno da subsunção).
Por ela, o ordenamento é dividido em dois planos: o do direito material, que
efetivamente cria direito subjetivo; e um segundo plano, que é o do direito
processual.
É por isso que, segundo Chiovenda, o conceito de jurisdição é o de aplicação
da vontade concreta da lei.
Para Teoria Unitarista de Carnelutti, contudo, o direito material não
teria como prever e regular todas as possíveis condutas socialmente desejadas
ou indesejadas. Não poderia prever todos os possíveis conflitos de interesses
que podem ocorrer no seio da sociedade. Assim, o processo viria preencher
essas lacunas, servindo não somente como um método de aplicação da norma
(atuação), mas também como um método de complementação desses
comandos legais.
Para Carnelutti, o direito material não cria direito subjetivo; cria apenas uma
expectativa de direito. Isso porque o Código Civil estabelece uma série de
determinações que serão respeitadas de maneira espontânea pelas partes. O
direito material não assegura meio algum para se dirigir ao indivíduo; então,
de acordo com Carnelutti, para se obter o cumprimento adequado da
obrigação, você vai precisar se socorrer do processo.

Para o Estado exercer a jurisdição, será preciso um instrumento, que é o


processo, mas o que irá assegurar o cumprimento da obrigação é a sentença
que será proferida no processo. Segundo Carnelutti, é a sentença proferida no
processo que cria direito subjetivo.

O MPF gosta de perguntar o que é o ARCO DE CARNELUTTI: este é


exatamente essa primeira fase, em que ele afirma que o direito material cria
uma mera expectativa de direito; o que efetivamente cria direito subjetivo é
a sentença proferida em um processo, é o que completa o todo. É ela,
sentença, que cria direito subjetivo.
De acordo com a teoria de Carnelutti, jurisdição seria, simplesmente, a
busca da justa composição da lide.
FASES EVOLUTIVAS DO DIREITO PROCESSUAL/NEOPROCESSUALISMO
Usualmente, são apontadas três grandes fases históricas de desenvolvimento
metodológico do direito processual.
• Na fase sincretista ou praxista (até meados do século XIX), o direito
processual não era visto como ciência autônoma, mas, sim, como mero
capítulo do direito material.
• Na fase autonomista, científica, processualista ou conceitual, (de meados
do século XIX até meados do século XX, tendo como precursor Oskar Von
Bullow), o direito processual passa a ser visto como ciência autônoma
(integrante do direito público), não se confundindo com direito material.
• Na fase instrumentalista ou teleológica (a partir de meados do século XX,
por iniciativa dos italianos Mauro Cappelletti e Vittorio Denti), o direito
processual continua sendo visto como ciência autônoma (integrante do
direito público), muito embora se ressalve ser instrumento a serviço do
direito material, que deve conferir-lhe efetividade (escopo jurídico).
O processo deixa de ser visto como mero instrumento de atuação do direito
material e passa a ser encarado como um instrumento de que se serve o
Estado a fim de alcançar seus escopos sociais, jurídicos e políticos.
Indo além da visão técnico-científica do processo, prega-se, outrossim, a
necessidade de um estudo sócio-político e sob bases constitucionais,
visualizando-se, no processo jurisdicional, ao lado do escopo jurídico
(realização do direito material):
- Escopos sociais, consistentes na pacificação social e na educação para o
exercício de direitos próprios e o respeito aos direitos alheios;
- Escopos políticos, traduzidos no intento de firmar o poder do Estado, com o
respeito ao ordenamento jurídico estabelecido, bem como garantir a
participação popular nos seus destinos políticos - através de remédios
constitucionais como a ação popular, as ações de controle concentrado etc.
- Escopos jurídicos: dar maior ênfase às questões que envolvem conflitos de
interesse para que possam ser dirimidas em um curso espaço de tempo,
objetivando a pacificação social. Em suma: é a realização do direito material.

• Tem-se, observado, contudo, número crescente de doutrinadores


sustentarem o alvorecer de uma quarta fase da evolução do direito
processual, por alguns já denominada de neoprocessualismo ou
formalismo valorativo.
a) de um lado, porque a análise, interpretação e aplicação do direito
processual se dá com bases constitucionais contemporâneas,
invocando-se as premissas metodológicas do chamado
neoconstitucionalismo, para admitir-se: a força normativa da
Constituição - máxime dos seus princípios -, aplicando a teoria dos
direitos fundamentais, a expansão da jurisdição constitucional com o
controle de constitucionalidade difuso e concentrado, o
desenvolvimento da hermenêutica constitucional (com valorização
dos princípios e destaque para a proporcionalidade e razoabilidade),
a proliferação de textos normativos abertos, a criatividade judicial.

b) de outro lado, porque suas bases científico-dogmáticas são


revisitadas com a releitura teórica das categorias e institutos
processuais (DIDIER JR, 2011, p. 29 ss.). Tem sido considerados ícones
dessa nova fase metodológica do direito processual LUIZ GUILHERME
MARINONI, MARCELO LIMA GUERRA, EDUARDO CAMBI, FREDIE DIDIER
JUNIOR, DANIEL MITIDIERO, CARLOS ALBERTO ALVARO, dentre outros.
Características da Neoconstitucionalismo: POCON ON IN DEN DES hfj 
1) Positivação e concretização e um catálogo de direitos fundamentais;
2) Onipresença dos princípios e das regras;
3) Inovações hermenêuticas;
4) Densificação da força normativa do Estado; e
5) Desenvolvimento da Justiça Distributiva.

Para o neoconstitucionalismo a CF possui uma carga valorativa (axiológica),


fundamentada na dignidade da pessoa humana e nos direitos fundamentais.
Assim, não se fala apenas em uma simples hierarquia entre a CF, mas sim em uma
ponderação de valores entre suas próprias regras e princípios.
Dessa forma, a CF possui efeito irradiante em relação aos poderes e mesmo aos
particulares, Assim, seus efeitos se aplicam a todos os poderes e às relações
entre particulares (eficácia horizontal).
 
O neoconstitucionalismo busca a concretização dos direitos fundamentais. Dessa
forma, não basta apenas sua previsão. É necessário efetivá-los (art. 5, § 1 da CF).
Segundo a nova teoria constitucional o judiciário poderá efetivar esses direitos, caso
o Estado não os conceda. É o que seja te denominado de ativismo judicial.
Aplicação das normas processuais civis:

QUESTÕES
A LEI PROCESSUAL ( ARTIGO 24, XI DA CF-88).

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente


sobre:
XI -  procedimentos em matéria processual;

Sua função precípua é ter caráter instrumental em relação às normas de direito


material, uma vez que oferecem suporte, servem como uma das bases para a solução
de conflitos.

As normas processuais integram o direito público, tendo, em regra natureza cogente,


sendo seus preceitos de ordem obrigatória pelas partes.

Como exceção, também são aplicadas normas dispositivas, tendo as partes certa
margem de liberdade na sua aplicação. Ex. artigo 63 do CPC (escolha do foro para
julgamento do feito, autorizando que as partes criem normas procedimentais, desde
que preenchidos alguns requisitos.
LEI PROCESSUAL NO TEMPO. SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS
PROCESSUAIS:

Os princípios básicos que regulam a aplicação da lei processual no


tempo são o da aplicação imediata da lei nova (art. 1211, CPC. Art. 1
da Lei de Introdução ao CPP. Art. 2, CPP) e da sua não-retroatividade
(art. 6.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB e
art. 5, XXXVI, CF). Vigente, a lei nova produzirá efeitos imediatamente,
mas devem ser respeitadas as situações consumadas sob o império da
lei anterior ao direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito -,
que não poderão ser por ela atingidas. TEMPUS REGIT ACTUM.

Mas o que significa direito adquirido?


Direito Adquirido: deve-se entender aquele direito já incorporado ao
patrimônio jurídico de seu titular ou de alguém que possa exercêlo,
bem como aquele que tenha termo prefixo ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Ato Jurídico Perfeito: compreenda-se aquele ato consumado consoante a lei do seu
tempo. É a manifestação de vontade lícita, emanada por quem esteja em livre
disposição, e aperfeiçoada.

Coisa Julgada: deve-se entender quando há uma decisão no processo da qual não
caiba mais recurso. Sobre o assunto, atenção à possibilidade de relativização de coisa
julgada em caso de exame de DNA.

FONTES DO DIREITO
Fontes do Direito: São os meios pelos quais as regras jurídicas se tornam
obrigatórias.
Dividem-se em formais e materiais:
- Formais:
A) Primárias: Leis.
B) Secundárias: Analogia, costumes e princípios gerais do direito.

- Materiais: doutrina e jurisprudência.


Obs.: tem-se como erro na aplicação das normas processuais relativas ao critério de
proceder é denominado de “error in procedendo”, enquanto que a falta de
observação das normas materiais dá lugar ao “error in judiciando”.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.

LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO: art. 13.


O novo Código de Processo Civil, em seu art. 16, estabelece a extensão
territorial para aplicação das normas processuais: “A jurisdição civil é exercida
pelos juízes em todo o território nacional, conforme as disposições deste
Código”. O art. 13, por sua vez, reforça que a jurisdição civil será regida pelas
normas processuais brasileiras, ressalvada a possibilidade de aplicação das
disposições específicas previstas em tratados ou acordos internacionais dos
quais o Brasil seja parte. Os dispositivos tratam da dimensão territorial da
norma processual. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE.
Aplicação das normas processuais civis:

• Interpretação da norma processual:


- Obedece métodos tradicionais de hermenêutica jurídica – seja ele literal ou
gramatical, lógico ou sistémico, isolados ou em conjunto.
- Exemplo claro pode ser apontado no artigo 277 do NCPC:
“Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válida o ato se,
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.”
• DIFERENÇA ENTRE PROCESSO E PROCEDIMENTO
O processo passou então a ser o meio, o instrumento através do qual se obtém a
prestação jurisdicional, o caminho formado por atos processuais que obedecem
uma regra e que vão culminar em uma sentença. Já o procedimento configurou-se
como o modo em que se executa estes atos processuais.
• CONFLITO DE INTERESSES E LIDE:
Daí dizer-se que o interesse (primário ou secundário/final) é a situação favorável à
satisfação de uma necessidade (CARNELUTTI).
A pretensão é a exigência de prevalência do interesse próprio em detrimento do interesse
do outro. É exigência de subordinação.
Instala-se uma lide, que, na mais clássica definição, é conflito de interesses qualificado
por uma pretensão resistida ou insatisfeita (CARNELUTTI).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL:
O RESULTADO ACABADO DO CONJUNTO DE PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL PRESENTES NA CF/88.
 

JURISDIÇÃO
 

PRINCÍPIOS
TUTELA PROCESSO
FUNDAMENTAIS

  
 
 
 
AÇÃO/DEFESA 
 

Modelo Constitucional de Processo Civil :


 
 
 
PRINCÍPIO   REGRA
  VALOR
(NORMA)  
 
(NORMA)
 

O CPC vigente traz os princípios de forma esparsa, enquanto o NCPC tem um capítulo que
condensa os princípios, do artigo 1º ao artigo 12, tendo em vista o reconhecimento da carga
normativa dos mesmos.
 
 
OS PRINCÍPIOS E AS GARANTIAS PROCESSUAIS NO NOVO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

• Princípio do devido processo legal :


Apesar de não estar expressamente previsto no novo CPC, o
devido processo legal encontra fundamento no art. 5º, LIV, da
Constituição Federal. Ele é considerado como o postulado
fundamental do processo, preceito do qual se originam e para o
qual, ao mesmo tempo, convergem todos os demais princípios e
garantias fundamentais processuais.
Trata-se de um princípio síntese de todo o necessário para que o
processo seja justo e adequado. Por isso, dele derivam todos os
demais princípios processuais. Tem origem na Magna Carta, e
está previsto no artigo 5º, LIV da CRFB, in verbis:
• Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal.
O devido processo legal apresenta duas dimensões:
. Concepção formal: ( garantias processuais)
. Concepção material: ( decisões coerentes).
Pergunta: Existe diferença entre devido processo legal ( previsto na lei) e
processo legal devido ( respeito a CF)?
. Princípio da ação (da demanda ou da inércia) e do impulso oficial – art. 2º
O princípio da ação (ou da demanda) representa a atribuição à parte da
iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional. Como já dissemos, a
jurisdição é inerte, ou seja, só atua se provocada. E a ação é justamente o meio
de se provocar e requerer a tutela jurisdicional, a ser prestada pelo Estado-juiz.
É nesse sentido que a doutrina fala em princípio da ação.
Esse princípio, pacificamente reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência,
foi positivado no art. 2º do novo Código, segundo o qual “o processo começa
por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei”.
As ressalvas ao princípio da demanda estão, por exemplo, na execução
trabalhista (art. 872 da CLT) e na decretação de falência de empresa sob
regime de recuperação judicial (arts. 73 e 74 da Lei nº 11.101/2005). Em
ambos os casos, tais medidas podem ser adotadas de ofício pelo magistrado.
IMPLICAÇÕES DO DEVIDO PROCESSO LEGAL:
- Regra do solve et repete – pagar antes para repetir o indébito depois
– não há necessidade de pagar para discutir o débito;
- Não há necessidade do esgotamento prévio das vias administrativas
– exceção da justiça desportiva.
- Não se pode impor ao autor o ônus do tempo do processo, daí a
existência de tutelas de urgência ( artigo 300/310) e tutelas de
evidência ( artigo 311).
. Princípio da duração razoável do processo- art. 4.
Previsto no artigo 5o, LXXVIII, CRFB, incluído na EC 45/04, in verbis:
Art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004).
Já estava garantido no Pacto de San José da Costa Rica, tendo como norte:
- Complexidade da causa; Grande número de partes; Infraestrutura do
judiciário; Comportamento das partes e do juiz.
EXERCÍCIOS PARA MASSIFICAÇÃO DO CONTEÚDO DE TGP

1. Marque a alternativa correta:


As normas processuais são de direito público, pelo
fato de regerem relação com o Estado. Por isso:
a) elas são todas cogentes;
b) elas são todas dispositivas;
c) elas podem ser tanto cogentes quanto dispositivas;
d) são supletivas e integrativas.
 
GABARITO: C
2. Marque a alternativa incorreta:
a) O direito material estipula regras para distribuir os bens da
vida, materiais e imateriais, como os direitos de personalidade,
regras para o casamento e união estável etc.
b) O direito processual trata da forma como as situações
conflituosas ou não conflituosas serão analisadas pelo Poder
Judiciário.
c) Vimos em sala de aula o termo “o processo é marcha avante”,
onde existe a separação entre direito e processo.
d) O princípio da primazia do julgamento do mérito não impede
a chamada jurisprudência defensiva.
 

GABARITO: D
3. Marque a alternativa incorreta:
 a) O direito processual, como ramo do direito público, tem suas
linhas fundamentais traçadas pelo direito constitucional.
b) Daniel Mitidieiro assinala que as relações entre o processo
civil e a Constituição são relações dialógicas, de recíproca
implicação.
c) Acerca da trilogia estruturante do direito processual, podemos
consignar 03 institutos, como a jurisdição, a ação e o
procedimento.
d) A função imediata do direito processual civil é a aplicação do
direito ao caso concreto, a fim de restabelecer a ordem jurídica
ditada pelo Estado de Direito.
GABARITO: C
4. Marque a alternativa incorreta:

a) Jurisdição a grosso modo é o poder de dizer o direito.


b) Ação é onde se provoca o exercício da função jurisdicional, ou
seja, é a garantia de acesso a justiça.
c) Processo é sequência ordenada de atos jurídicos onde é o
instrumento elementar para a concretização de direitos
fundamentais.
d) O princípio da instrumentalidade das formas pressupõe que,
mesmo que o ato seja realizado da forma prescrita em lei, se ele
atingiu o objetivo, esse ato será inválido.
GABARITO: D
5. Marque a alternativa incorreta:
a) Sistema multiportas é o estabelecido pela doutrina quanto a
necessidade de estímulo no que tange a autocomposição, mas
não a arbitragem.
b) Autotutela é a mais rudimentar dos equivalentes
jurisdicionais, datada desde os primórdios da civilização, com
resquícios da Lei de Talião, utilizando a justiça bruta.
c) O mecanismo de resolução dos conflitos tem por base o
diálogo.
d) São princípios da mediação, vistos em sala de aula, a
imparcialidade do mediador, isonomia entre as partes, oralidade,
informalidade, dentre outros.
GABARITO: A
6. Marque a alternativa correta:
 a) A grande função do direito é de direção de condutas. Estabelece
normas que determinam pautas de comportamentos tidos como
socialmente indesejáveis (ex.: o pagamento de IPVA pelo contribuinte
proprietário de automóvel, a troca de produtos avariados pelo seu
fornecedor etc).
b) Assim, os modos de solução de conflitos devem ser classificados de
acordo com a titularidade do poder de decidi-los. Se o titular do poder
de decidir são as partes, isolada ou conjuntamente, tem-se a
autocomposição (ou autonomia). Se o titular desse poder é terceiro,
tem-se a heterocomposição ou heteronomia).
c) Podemos afirmar que da autocomposição, resultam 03 distintos
resultados, qual sejam a conciliação – concessões recíprocas -, a
renúncia e o reconhecimento da improcedência do pedido.
d) A diferença basilar entre mediação e conciliação é que o Mediador:
tem foco a solução do conflito – ele propõe soluções; enquanto que o
Conciliador: tem foco no conflito em si – não pode sugestionar.
GABARITO: B
7. No que tange a mediação, é incorreto afirmar que:
a) Ocorre previsão do segredo de justiça em todos os procedimentos
extrajudiciais relacionados à arbitragem, inclusive no cumprimento
forçado de sentença arbitral, desde que tenha sido estipulada a
confidencialidade no procedimento arbitral.
b) Disciplina da carta arbitral, a fim de que órgão do Poder Judiciário
pratique ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado pelos
árbitros, como a condução coercitiva de testemunhas ou a busca e
apreensão de documentos.
c) Uniformização do regime jurídico da convenção de arbitragem,
passando a haver previsão expressa, tanto para a convenção de
arbitragem, como para a cláusula compromissória, de que tais matérias
não podem ser conhecidas de ofício pelo juiz
d) Previsão de que o processo judicial deve ser extinto, sem resolução de
mérito, não apenas quando o juiz considerar presente a convenção de
arbitragem alegada pelo réu em contestação, mas também na hipótese
em que o juízo arbitral já reconheceu sua competência
GABARITO: A
8. Marque a alternativa correta:
a) Acerca da lei processual no tempo aplica-se o princípio da
territorialidade.
b) No que tange a lei processual no espaço aplica-se
imediatamente a lei nova (Tempus Regit Actum).
c) Pode-se dizer que a diferença entre processo e procedimento é
que o processo passou então a ser o meio, o instrumento através
do qual se obtém a prestação jurisdicional, o caminho formado
por atos processuais que obedecem uma regra e que vão
culminar em uma sentença. Já o procedimento configurou-se
como o modo em que se executa estes atos processuais.
d) Configura-se lide, na visão de Chiovenda como conflito de
interesses caracterizado por uma pretensão resistida.
GABARITO: C
9. Consideram-se adquiridos assim os direitos que o
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-
fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.

( ) Verdadeiro.
( ) Falso.
GABARITO: Verdadeiro – LINDB, art. 6º, §2º, CPC.
10. Um recurso alternativo utilizado em situações de litígio para
solucionar ou prevenir a disputa judicial é a chamada mediação.
A mediação tem por objetivo:
a) o solucionamento rápido do litígio, encaminhando o processo civil
diretamente para a decisão do juiz.
b) evitar a revitimização de crianças vítimas de violência, colhendo um
único depoimento com intermediação do psicólogo
c) solucionar litígios, com fulcro na adversidade.
d) a amenização de conflitos entre curador e curatelado, trabalhando
com o interdito a sua condição de incapacidade civil.
e) a restauração do diálogo entre as partes, restabelecendo o
relacionamento amistoso em busca de uma solução consensual
GABARITO: LETRA E.
. Princípio da Ampla Defesa
 A ampla defesa faz parte do contraditório, estando disposta no artigo 5º, LV
da CRFB, sendo este último mais amplo. A ampla defesa é possibilidade de
efetiva reação.

É a possibilidade de se utilizar de todos os meios de defesa admitidos em


direito, quais sejam: prova testemunhal, documental, perícia, reconstituição,
acareação e outros, além de todos os recursos previstos na legislação pátria.

. Princípio da função social do processo.


A solução dos conflitos pelo Estado deve-se dar necessariamente pelo
processo, razão pela qual a norma processual deve ser sempre interpretada e
aplicada tendo em vista seu escopo fundamental: o bem comum (a
pacificação social).

Função social, consequentemente, pode ser entendida como o resultado que


se pretende obter com determinada atividade do homem ou de suas
organizações.
. Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 8º
Em razão de sua crescente importância tanto no contexto jurídico nacional,
quanto no internacional, a dignidade da pessoa humana passou a ser considerada
como o fundamento para todos os demais princípios constitucionais. Nas palavras
de Alexandre de Moraes, a dignidade da pessoa humana constitui “um mínimo
invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar”. (MÍNIMO EXISTENCIAL X
RESERVA DO POSSÍVEL).

Mínimo Existencial: oriundo do Tribunal Administrativo Federal Alemão de 1953.


Para Ricardo Lobo Torres é extraído:
1) Princípio da DPH;
2) Liberdade Material;
3) Princípio do Estado Social.
Para a professora Ana Paula Barcellos, o mínimo existencial se dará com a
implementação dos seguintes direitos:
4) Educação fundamental;
5) Direito à saúde;
6) Direito e Assistência aos desamparados.
. Princípio da inafastabilidade (ou da indeclinabilidade) – art. 3º
Art. 5º, XXXV CF/88 - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
Este princípio, no NCPC, está previsto no artigo 3º, previsto expressamente.
Art. 3º. Para propor ou contestar a ação é necessário ter interesse e legitimidade.
A primeira implicação está relacionada diretamente a tutela jurisdicional, pois diante das mais
diversas possibilidades, busca-se a tutela específica para determinado caso concreto (vide artigo
139, IV do CPC/2015) – CLÁUSULA EXECUTIVA GERAL: representa a possibilidade do juiz tomar
todas as medidas necessárias para efetivar a tutela pretendida, atuando de ofício e
escolhendo a maneira mais adequada para tal.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham
por objeto prestação pecuniária;

A segunda implicação seria a necessidade de todos terem acesso à justiça, não só pessoas
físicas, como também as jurídicas, incluindo aí entidades associativas ou representativas. ( vide
artigo 5, XXI da CF/88).
A terceira implicação é a gratuidade da justiça, prevista no artigo art.5º, LXXIV, CRFB e artigo 98
do CPC/2015..
A quarta implicação é o amplo e incondicionado exercício ao direito de ação. Assim, têm-se
alguns exemplos:
. Princípio da boa-fé processual – art. 5º
Inicialmente cabe apontar as diferenças entre boa-fé objetiva e boa-fé
subjetiva. A primeira constitui regra de conduta, relacionada aos padrões
sociais ou legais de lisura e honestidade. A segunda expressa um estado
psicológico do sujeito, que pode variar conforme a sua interpretação,
percepção e conhecimento. Em termos simples, o exame da boa-fé objetiva é
externo e tem por objeto a conduta das partes (contratantes, litigantes). O
exame da boa-fé subjetiva, por outro lado, é internalizado, porque busca a
intenção do sujeito.
A boa-fé processual está intimamente ligada à boa-fé objetiva.
A boa-fé processual também deve orientar a atuação jurisdicional.

STJ: Inadmissibilidade da chamada "nulidade de algibeira" ou “nulidade de


bolso”, que ocorre quando uma das partes reserva a nulidade para ser alegada
em um momento posterior. (REsp1372802/RJ).

STJ: O magistrado também deve respeito ao princípio da boa-fé objetiva.


(REsp1306463/RS)
. Princípio da cooperação – art. 6º
A doutrina brasileira importou do Direito europeu o princípio da
cooperação (ou da colaboração), segundo o qual o processo seria o
produto da atividade cooperativa triangular (entre o juiz e as partes). A
moderna concepção processual exige um juiz ativo no centro da
controvérsia e a participação ativa das partes, por meio da efetivação do
caráter isonômico entre os sujeitos do processo.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem COOPERAR entre si para
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
(Princípio da Cooperação – Modelo Cooperativo Processo)
À guisa de balizas para a atividade processual cooperativa, a doutrina
estabeleceu alguns deveres, que são recíprocos, mas, até para que sirva de
exemplo, devem ser efetivamente implementados pelo juiz na prática forense:
• dever de esclarecimento: consiste na obrigação do juiz de esclarecer às
partes eventuais dúvidas sobre as suas alegações, pedidos ou posições em
juízo;
• dever de consulta: representa a obrigação de o juiz ouvir previamente as
partes sobre as questões de fato ou de direito que possam influenciar o
julgamento da causa. Ele está, portanto, ligado ao princípio do contraditório,
no qual se insere a possibilidade de as partes influenciarem no
convencimento do magistrado;
• dever de prevenção: cabe ao magistrado apontar as deficiências
postulatórias das partes, para que possam ser supridas por meio, por
exemplo, de emenda à petição inicial.
• dever de auxílio: obrigação do juiz de auxiliar a parte a superar eventual
dificuldade que lhe tolha o exercício de seus ônus ou deveres processuais;
não cabe ao juiz, obviamente, suprir deficiência técnica da parte;
• dever de correção e urbanidade: deve o magistrado adotar conduta
adequada, ética e respeitosa em sua atividade judicante.
. Princípio da igualdade (ou da isonomia) – art. 7º
Consagrado no caput do art. 5º da Constituição Federal, o princípio da
igualdade (ou princípio da isonomia) relaciona-se à ideia de processo justo,
no qual seja dispensado às partes e procuradores idêntico tratamento, para
que tenham iguais oportunidades de fazer valer suas alegações em juízo. Esse
princípio foi positivado pela legislação infraconstitucional, que
expressamente assegura às partes a paridade de tratamento no curso do
processo (art. 7º).
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus,
aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar
pelo efetivo contraditório.
. Princípio da eficiência – art. 8º
A eficiência é mais um princípio constitucionalmente previsto para a
administração pública (art. 37, caput) e repetido no art. 8º do novo CPC. No
âmbito do direito processual, consiste em administrar todo o processo com
excelência, de modo a conceber que a tutela efetiva, célere e adequada
chegue com o menor tempo possível e com o mínimo de dispêndio ao
jurisdicionado. FAZER O MAIS COM O MENOS.
• Princípio do contraditório – arts. 7º, 9º e 10
 Está previsto no artigo 5º, LV da CRFB, in verbis:
Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
• Visão moderna do contraditório
a)Evitar decidir de ofício sem prévia oitiva das partes, mesmo em se tratando
de questões de ordem pública. São as chamadas decisões de terceira via.
VEDAÇÃO AS DECISÕES SURPRESA ( artigo 10).
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

b) Evitar reconhecer os efeitos materiais da revelia (presunção de veracidade


dos fatos alegados pelo autor), em determinadas circunstâncias, notadamente
nas hipóteses do art. 320/321 do CPC, ou quando os fatos narrados forem
inverossímeis ou ainda se reconhecida alguma hipossuficiência do réu,
permitindo que o mesmo se manifeste. O NCPC traz expressamente essa
obrigação, na forma do seu artigo 342, IV.
Art. 320.  A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da
ação.
Art. 321.  O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos artigos 319 e
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com
precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único.  Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Art. 344.  Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 345.  A revelia não produz o efeito mencionado no artigo 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.

c) Evitar proferir o julgamento antecipado da lide sem avisar previamente às partes,


pois isso levaria à surpresa e, eventualmente, à supressão do direito à produção
probatória. O juiz não pode presumir que a parte não quer fazer prova, então deve
proferir decisão interlocutória, passível de recurso.
Dimensões do Pr. do Contraditório:
Dimensão formal: garante as partes o direito de participar do
processo e de atuar nele.(direito de ser informado sobre a
existência do processo).

Dimensão substancial: garante o direito de influenciar na


decisão, onde não basta apenas garantir a participação e sim
ter condições de influenciar aquilo que se discute; é o poder
de interferir no convencimento do juiz pelos seus argumentos
e provas. A ampla defesa nada mais é do que a dimensão
substancial do contraditório. A ampla defesa é um conjunto de
ferramentas que auxiliam a parte no convencimento do juiz.
Obs. 1: Contraditório é o dever do juiz de respeitar os limites
do pedido.
Obs. 2: Como fica e liminar inaudita altera pars?
. Princípio da Ampla Defesa
 A ampla defesa faz parte do contraditório, estando disposta no artigo 5º, LV
da CRFB, sendo este último mais amplo. A ampla defesa é possibilidade de
efetiva reação.

É a possibilidade de se utilizar de todos os meios de defesa admitidos em


direito, quais sejam: prova testemunhal, documental, perícia, reconstituição,
acareação e outros, além de todos os recursos previstos na legislação pátria.

. Princípio da função social do processo.


A solução dos conflitos pelo Estado deve-se dar necessariamente pelo
processo, razão pela qual a norma processual deve ser sempre interpretada e
aplicada tendo em vista seu escopo fundamental: o bem comum (a
pacificação social).

Função social, consequentemente, pode ser entendida como o resultado que


se pretende obter com determinada atividade do homem ou de suas
organizações.
. Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 8º
Em razão de sua crescente importância tanto no contexto jurídico nacional,
quanto no internacional, a dignidade da pessoa humana passou a ser considerada
como o fundamento para todos os demais princípios constitucionais. Nas palavras
de Alexandre de Moraes, a dignidade da pessoa humana constitui “um mínimo
invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar”. (MÍNIMO EXISTENCIAL X
RESERVA DO POSSÍVEL).

Mínimo Existencial: oriundo do Tribunal Administrativo Federal Alemão de 1953.


Para Ricardo Lobo Torres é extraído:
1) Princípio da DPH;
2) Liberdade Material;
3) Princípio do Estado Social.
Para a professora Ana Paula Barcellos, o mínimo existencial se dará com a
implementação dos seguintes direitos:
4) Educação fundamental;
5) Direito à saúde;
6) Direito e Assistência aos desamparados.
.Reserva do Possível:
Oriundo do Tribunal Constitucional da Alemanha de 1972.
Para Ingo Sarlet, existem três dimensões quando se fala em reserva do possível, sendo:
1ª dimensão: Possíbilidade fática: (princípio da isonomia e universalização das
demandas coletivas);
2ª dimensão: Possibilidade jurídica: (autorização orçamentária para cobrir despesas
e análise das competências legislativas);
3ª dimensão: razoabilidade da exigência e proporcionalidade da prestação
(ponderação de valores).
. Princípio da proporcionalidade – art. 8º
Apesar de muitas vezes serem tratados como sinônimos, o
princípio da proporcionalidade não se confunde com o
princípio da razoabilidade. Este é considerado como implícito
na Constituição Federal por meio da garantia do devido
processo legal (art. 5º, LIV), tendo como fundamento a sua
acepção substantiva ou material (devido processo legal
substantivo).
Processo razoável é aquele que mostra compatibilidade entre os
meios e os fins, bem como legitimidade dos fins a que se quer
alcançar. Diz respeito a (equidade, congruência e equivalência).
O princípio da proporcionalidade é, por outro lado, mais amplo
que o da razoabilidade. Ele possui três sub-regras, quais sejam a
adequação, a necessidade e a proporcionalidade em sentido
estrito.
A adequação assemelha-se à razoabilidade, ao passo que possui
relação de causa e efeito entre os objetivos e os meios utilizados para
alcançá-lo. Será considerada adequada a medida processual que
fomentar a realização do fim almejado, ou seja, que seja indispensável
para o caso concreto.
A necessidade relaciona-se com o meio menos lesivo para se atingir o
objetivo pretendido. Na análise acerca da necessidade de determinada
medida processual, deve-se indagar sobre a existência de outra medida
igualmente eficaz, mas com efeitos menos gravosos para as partes e
para o processo.
A análise da terceira sub-regra – proporcionalidade em sentido
estrito – consiste em uma ponderação entre os interesses envolvidos.
Para que uma medida seja considerada proporcional (em sentido
estrito), os motivos que a fundamentam devem superar a restrição
imposta. Aqui se pode falar em “máxima efetividade e mínima
restrição”. O princípio da proporcionalidade está expressamente
consagrado no art. 8º do novo CPC, assim como no art. 156, I, do
Código de Processo Penal.
• Princípio da razoabilidade – art. 8º
Segundo o princípio da razoabilidade, todo provimento jurisdicional deve obedecer a
critérios aceitáveis racionalmente, consoante o senso comum e respeitando as
finalidades que justificam a concessão da liberalidade legalmente concedida. Trata-se
de um princípio ligado à prudência, à sensatez, à coerência, que tem por escopo
nortear o pronunciamento judicial a fim de que este acate as finalidades da lei que
atribuiu ao magistrado determinada discricionariedade.
EXERCÍCIOS DE MASSIFICAÇÃO DO CONTEÚDO ORA OFERTADO

1. Aponte, dentre os princípios processuais abaixo, aquele


que não tem previsão explícita na Constituição Federal:
a) Juiz natural.
b) Duplo grau de jurisdição.
c) Devido processo legal.
d) Acesso à justiça.
COMENTÁRIOS:
No art. 5° da CF/88 encontramos a resposta a essa questão:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção – princípio do juiz natural.
Também relaciona-se a esse princípio o inciso LIII do mesmo artigo:
- ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal.
Quanto ao acesso à justiça:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito.
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos Entre os princípios elencados na
questão, só não há expressa menção ao princípio do duplo grau de jurisdição na
Constituição da república/1988.
Gabarito: B
2. Julgue o item abaixo:
O princípio do Juiz Natural pode ser
encontrado na Constituição federal no artigo
onde expressa que ninguém será processado
nem sentenciado senão pela autoridade
competente ou por juízo ou tribunal de
exceção.
COMENTÁRIOS:
O problema da afirmativa está na parte final, porque
contradiz o inciso XXXVII (art. 5° da Carta Magna), que dispõe:
não haverá juízo ou tribunal de exceção. O tribunal de
exceção está em posição antagônica ao juiz natural. A
afirmação de um é a negação dou outro.
Gabarito: Errado
3. São manifestações do princípio processual
do devido processo legal as seguintes
garantias: acesso à justiça, igualdade de
tratamento, publicidade dos atos processuais,
contraditório, ampla defesa, julgamento por
juiz natural e competente, de acordo com
provas obtidas licitamente por decisão
fundamentada.
COMENTÁRIOS:
Todas essas garantias visam a assegurar o
devido processo legal, que é um supraprincípio,
tendo como corolários vários outros previstos
constitucionalmente. A lista da questão é
exemplificativa, de modo que, se houvesse
termos como “somente” ou “exclusivamente”
tornariam a questão errada.
Gabarito: Certo
 
4. Relativamente aos princípios constitucionais
do processo civil, é correto afirmar-se que: O
princípio do juiz natural consiste
exclusivamente na proibição de tribunais de
exceção.
COMENTÁRIOS:
O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada ao órgão
jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz – a imparcialidade do magistrado. O
juiz natural possui competência constitucional e foi investido de maneira regular na
jurisdição.
Juiz Natural em sentido Formal:
1) Garantia da proibição da existência de Tribunais de exceção.
2) Respeito às regras de competência: (...) LIII - ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente (art. 5°, CF).
Juiz Natural em sentido Material:
Imparcialidade do juiz. Contra o juiz se podem alegar as razões de suspeição e
impedimento (arts. 144 e 145 do CPC/2015).
Pois bem, como exposto o princípio do juiz natural não consiste exclusivamente na
proibição de tribunais de exceção. Engloba nesse princípio a imparcialidade, o
respeito às regras de competência e a garantia da proibição de Tribunais de exceção.
Gabarito: Errado
5. O Estado democrático de direito e o juiz natural:
a) Não exigem necessariamente a imparcialidade do juiz para proferir
decisões nos procedimentos de jurisdição voluntária.
b) Não exigem necessariamente a imparcialidade do juiz para proferir
decisões nos processos contenciosos.
c) Exigem a imparcialidade do juiz para proferir decisões somente nos
processos contenciosos (objetivos e subjetivos).
d) Exigem a imparcialidade do juiz para proferir decisões tanto nos
processos contenciosos como nos procedimentos de jurisdição
voluntária.
e) Permitem a parcialidade do juiz destinada a realizar os objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil.
COMENTÁRIOS:
O princípio do juiz natural apresenta duplo significado:
1) Consagra regra de que só é juiz quem investido de jurisdição;
2) Impede criação de tribunais de exceção. Modernamente, tem-se
admitido terceiro conceito, referente à competência constitucional
do juiz, a qual não pode ser subtraída.
O domínio do conceito de juiz natural já seria suficiente para resolver a
questão, mas vejamos, de modo breve, distinção entre a jurisdição
contenciosa e a voluntária.
A contenciosa é a comum, em que as partes de uma lide buscam tutela
judicial para resolver o conflito. A jurisdição voluntária é mera
administração pública de interesses privados, não há, em regra, conflito
(ex: alienação judicial de bens de incapazes).
Gabarito: D
6. No que tange aos princípios constitucionais e
gerais do direito processual civil, julgue o item
abaixo.
O ato do presidente de um tribunal que designa
um juiz substituto para atuar em determinado
feito, após o juiz titular e seu substituto legal
terem afirmado sua suspeição para atuar na
ação, não viola o princípio do juiz natural, já que
o afastamento daqueles originalmente
competentes para o julgamento se deu com
base em motivo legal, e não, por ato de exceção.
COMENTÁRIOS:

O que se visa, nesses casos, é manter a imparcialidade do juiz,


de modo que não se pode considerar que viola o princípio do
juiz natural uma medida que se coaduna com ele e que tenha
sido tomada consoante critérios objetivos e definidos
previamente em instrumento legal.
A suspeição e o impedimento são situações em que o juiz
pode ter sua imparcialidade prejudicada.
Nos dois casos, o juiz deverá declarar parcialidade. O
impedimento tem caráter objetivo e absoluto, enquanto a
suspeição é subjetiva e relativa. Isso quer dizer que no caso
do impedimento, por ser absoluto, não há preclusão (pode
ser questionado, pela parte, a qualquer tempo).
- Hipóteses de impedimento do Juiz:
- de que for parte;
- em que interveio como mandatário da parte, oficiou como
perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou
depoimento como testemunha;
- que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe
proferido sentença ou decisão; quando nele estiver postulando,
como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente
seu, consanguíneo ou afim, em linha reta;
- ou na linha colateral até o segundo grau; quando cônjuge,
parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha
reta ou, na colateral, até o terceiro grau; quando for órgão de
direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
- Hipóteses de suspeição do Juiz:
- amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
- alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu
cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até
o terceiro grau; herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
de alguma das partes;
- receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo;
- aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou
subministrar meios para atender às despesas do litígio;
- interessado no julgamento da causa em favor de uma das
partes.
Gabarito: Certo
7. Considere que A proponha contra B ação para
reparação de dano causado em acidente de veículo
ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. Em face dessa
consideração, julgue o item a seguir, relativo à
competência.
As partes podem, desde que estejam de comum
acordo, estabelecer o foro competente para a causa,
elegendo, por exemplo, o juízo da 1.ª Vara Cível para
processar o feito, sendo previsto no Código de
Processo Civil o foro de eleição quando se tratar de
competência territorial.
COMENTÁRIOS:
Essa questão é excelente para entender o princípio do Juiz
Natural, que é um dos princípios garantidores da
imparcialidade judiciária, por meio dele se invoca o total
respeito às regras de competência.
Está previsto no inciso LIII do art. 5º da CF:
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente Pelas regras gerais de competência, a
escolha do juiz deve ser aleatória. A proibição de escolha do
juízo refere-se a todos, incluindo partes e juízes. Portanto, não
seria possível eleger, como menciona a questão, a 1ª Vara
Cível, mas somente eleger o local, a comarca.
Gabarito: Errado
8.  A indeclinabilidade é uma característica
a) da ação.
b) da jurisdição.
c) do processo.
d) da lide.
e) do procedimento.
 
 
 
COMENTÁRIOS:
A banca cobrou os princípios da jurisdição. Sabemos
que a indeclinabilidade é um dos princípios que
norteia a jurisdição e aduz que o juiz não poderá
“abrir mão” do poder jurisdicional. Podemos ainda
resguardar esse princípio invocando outro: à
inafastabilidade da apreciação pelo poder judiciário:
art. 5º, XXXV, da CF: "a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito."
Gabarito: B
. Princípio da legalidade – art. 8º
Mais estudado no âmbito do Direito Constitucional, Administrativo e
Penal, o princípio da legalidade preceitua que “ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei” (art. 5º, II, da CF/1988).

Na administração pública, só é permitido fazer o que a lei autoriza;


na administração particular, é lícito fazer tudo que a lei não proíba.

. Princípio da Publicidade – art. 8 – vide artigo 189 CPC


Trata-se de um princípio processual constitucional, que está previsto
de modo expresso na constituição, no art. 5º, inciso LX.
• Exceções a publicidade;
• Diferença entre publicidade e publicação.
• Deveres da publicidade: consulta; divulgação e contagem de
prazo.
• Princípio da lealdade processual:
O princípio da lealdade processual nada mais é do que um dos aspectos
específicos do princípio da cooperação. Refere-se especificamente à
honestidade que deve permear a conduta não só das partes, mas de todos os
envolvidos no processo, o qual não pode ser utilizado para obtenção de
resultados escusos.

• Princípio da motivação – art. 11.


Também relacionada à necessidade de controle político e social da função
jurisdicional, é exigência constitucional que a sentença e demais atos
jurisdicionais sejam motivados, sob pena de nulidade (art. 93, IX).

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;  
• Princípio da cronologia – art. 12.
Agora, o julgamento observe a ordem cronológica. Contudo, é importante
ressaltar que o Código de 2015 continua inovador em relação ao seu
antecessor, já que, apesar de a ordem cronológica não se tratar de norma
imperativa, constitui uma realidade que deve ser observada.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem
cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.         
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente
à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de
computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput :
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de
improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica
firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de
demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos artigos 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as
preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não
altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a
conversão do julgamento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que
anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência
ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do artigo 1040, inciso II.

. Princípio
da imparcialidade.
A imparcialidade não se confunde com neutralidade ou passividade.
JURISDIÇÃO
Quando ouvimos a palavra “jurisdição” pensamos em Montesquieu, da teoria da
tripartição de poderes, do sistema de freios e contrapesos.

Chiovenda ressaltava no seu conceito, dois aspectos da jurisdição:

(1) o aspecto da subjetividade, ou seja, do Estado se substituindo às partes para


resolver o conflito de interesses. Então, a característica da substitutividade da
jurisdição é devida a Chiovenda;

(2) a ideia da atuação da vontade concreta da Lei. Quando e Lei está no ordenamento
tem uma vontade abstrata. Para fazer atuar essa vontade concreta, só a jurisdição tem
esse poder. Só a jurisdição tem o poder de fazer atuar a vontade concreta da Lei.

Então, sempre que constar a expressão “vontade concreta da Lei”, é preciso lembrar do
Chiovenda.

Já o Carnelutti trabalhava com a ideia de justa composição da lide. Então, a lide como
sendo um elemento importante da jurisdição e a ideia do Poder Judiciário como sendo
o terceiro que resolve a lide da maneira mais justa possível.
Já o Calamandrei valorizava outra ideia. Ele dizia que o que caracteriza a jurisdição é a
imutabilidade dos seus atos. Então, somente um juiz pode dar uma decisão e obter
com ela a chamada coisa julgada material. Nada mais tem o poder de gerar coisa
julgada material e ser indiscutível, além da decisão judicial. Assim, o que caracterizaria
a atividade jurisdicional seria a formação da coisa julgada através da idéia de
imutabilidade.

Art. 487 CPC/2015.

Haverá resolução de mérito quando o juiz:


I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou
prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332 , a prescrição e a
decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de
manifestar-se. (Decisões de terceira via).
• Vamos a um conceito de um autor moderno, que é o Fredie Diddier Jr. (F M C
M I C ) ele diz que a jurisdição é uma função atribuída a terceiro imparcial
para, mediante um processo, tutelar situações jurídicas concretamente
deduzidas de modo imperativo e criativo em decisão insuscetível de controle
externo e apta a tornar-se indiscutível pela coisa julgada material”.

- Terceiro imparcial: independente (garantias constitucionais da magistratura – vitaliciedade,


inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio – artigo 95 CF/88), bem como o que consta
nos artigos 144 a 148 que falam dos casos de impedimento e suspeição do juiz;

- Imperatividade: cria um estado de sujeição dos jurisdicionados;

- Forma criativa: função de reconstrução do direito – criação de uma norma jurídica


individualizada conforme à Carta Magna;

- Situações jurídicas concretamente deduzidas: o juiz não define comportamentos humanos


hipotéticos e abstratos para o futuro, mas atua na solução de casos concretos;

- Controle Externo: o Poder Judiciário produz a última palavra sobre o caso que lhe é posto.
TEORIA GERAL DO PROCESSO

PROCESSO

AÇÃO JURISDIÇÃO

TRILOGIA FUNDANTE
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
SUBSTITUTIVIDADE (O ESTADO SUBSTITUI A VONTADE DAS PARTES)
INVESTIDURA (DESEMBARGADOR APOSENTADO???)
ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO (SOBERANIA- EXCEÇÃO CP EM COMARCAS CONTÍGUAS)
IMPESSOALIDADE (NÃO É IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ – VIDE ARTS. 144/145)
INDELEGABILIDADE DA JURISDIÇÃO (NÃO CABE DELEGAÇÃO)
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO (ACESSO A JUSTIÇA)
INEVITABILIDADE DA JURISDIÇÃO (VC NÃO PODE ESCOLHER SE QUER OU NÃO SE SUBMETER
A JURISDIÇÃO)
DEFINITIVIDADE DA JURISDIÇÃO (COISA JULGADA)
INÉRCIA DA JURISDIÇÃO (DEVE SER PROVOCADO – EXCEÇÃO JUIZ CONVERTER O PROCESSO
DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA).
JUIZ NATURAL : O inciso XXXVII do artigo 5º da Constituição Federal brasileira é um dos
componentes do Princípio do Juiz Natural, que garante um julgamento justo aos cidadãos por órgãos
independentes e imparciais. Este inciso impede a criação de novos juízos ou tribunais para julgar
fatos ocorrido antes de sua criação. Por isso, este inciso tem relação direta com o Princípio do Juiz
Natural, que é de extrema relevância para o Direito.

Exceções:
Primeiro - Uma exceção clássica que não existe no código novo, mas que está no código atual,
é a instauração de oficio de processo de inventario ou partilha. É o artigo 989 do código atual,
que não tem correspondente no novo CPC.
Todavia, no novo CPC há alguns casos em que o juiz pode iniciar o processo de oficio. E a
maioria são casos de jurisdição voluntaria. Por exemplo, na arrecadação de bens do ausente,
o juiz pode iniciar de oficio a arrecadação de bens do ausente, a arrecadação de bens da
herança vacante ou jacente, etc. Esses são todos exemplos de jurisdição voluntaria.

O CPC novo tem um artigo só sobre isso – art. 139, inciso IV, que chamamos de cláusula geral
executiva - Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe: (...) IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais
ou subrogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas
ações que tenham por objeto prestação pecuniária;”.

Características da jurisdição:
• Substitutividade/ Secundária;
• Imparcialidade;
• Lide;
• Monopólio do Estado;
• Unidade;
• Aptidão para a produção de coisa julgada material: (definitividade).
Espécies de jurisdição:
- Contenciosa: jurisdição contenciosa presença de lide
- Voluntária: jurisdição voluntária ausência de lide
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA (Art.719 e seguintes):
A jurisdição voluntária costuma ser necessária. O que significa isso? Significa que nos
casos em que há jurisdição voluntária, não há opção da parte.
Natureza da Jurisdição Voluntária:
a)A jurisdição voluntária não é jurisdição.
b)A jurisdição voluntária é jurisdição:
Quais as principais peculiaridades?
1-Mitigação do princípio da inércia e atuação mais inquisitiva do juiz - A principal
peculiaridade é, de fato, a redução do princípio da inércia e a atuação do juiz de modo
mais inquisitivo.
2-Juiz mais ativo, com maior liberdade para produção de provas - O juiz é muito mais
ativo na jurisdição voluntaria do que na jurisdição contenciosa. Ele pode dar inicio a várias
demandas, ele tem mais liberdade para produzir provas.
3-Possibilidade de decidir de modo contrário à vontade das partes - Outra característica
é que o juiz pode, na jurisdição voluntária, decidir de modo contrario à vontade de ambas
as partes. Por exemplo, o pai quer vender o bem que o filho recebeu por doação do avô
que já morreu e o filho também queira vender o bem, mas o juiz entenda que não deve
vender o bem por proteção ao menor. Isso é possível apenas na jurisdição voluntária.
4-Inexistência de coisa julgada - Outra característica que se costuma colocar, com a qual
não concordo, é que não haveria coisa julgada na jurisdição voluntaria. Se cair isso em
prova, podem marcar como correto: não há coisa julgada na jurisdição voluntária.
Jurisdição contenciosa Jurisdição voluntária
 visa a integração do Estado para dar validade
 visa a composição de litígios
ao negócio jurídico
Existe lide Inexiste lide, existe negócio jurídico

Existem partes Existem interessados

Há coisa julgada formal e material Não há coisa julgada material


Juízo de eqüidade, onde o juiz não está
Juízo de legalidade estrita
obrigado a seguir o critério da legalidade estrita
A lide é composta através de um processo A atuação da jurisdição se dá por procedimento

Aplicam-se os efeitos da revelia Não se aplicam os efeitos da revelia

Predomina o princípio do dispositivo Predomina o princípio do inquisitivo


OBS.: A PARTICIPAÇÃO DA JUSTIÇA EM
NEGÓCIOS PRIVADOS A FIM DE CONFERIR-
LHES VALIDADE ( EX. NOMEAÇÃO DO TUTOR;
ALIENAÇÃO JUDICIAL ETC).
Processo
É preciso definirmos bem de qual processo estamos tratando.
Quando falamos em processo temos ao menos três
acepções:
1) processo como um dos ramos do Direito. Essa é a acepção
mais ampla que temos;
2) realidade fenomenológica, que se não for eletrônico, é
físico, tem cheiro, etc. Ex. Hoje eu julguei três processos; o
processo está demorando;
3) Processo como instituto fundamental de Direito
processual - essa terceira acepção identifica um dos institutos
fundamentais de Direito processual, que é o processo,
juntamente com a jurisdição, a ação, a defesa e a tutela. Essa
terceira acepção é o que vamos estudar agora.
Processo
É preciso definirmos bem de qual processo estamos tratando.
Quando falamos em processo temos ao menos três
acepções:
1) processo como um dos ramos do Direito. Essa é a acepção
mais ampla que temos;
2) realidade fenomenológica, que se não for eletrônico, é
físico, tem cheiro, etc. Ex. Hoje eu julguei três processos; o
processo está demorando;
3) Processo como instituto fundamental de Direito
processual - essa terceira acepção identifica um dos institutos
fundamentais de Direito processual, que é o processo,
juntamente com a jurisdição, a ação, a defesa e a tutela. Essa
terceira acepção é o que vamos estudar agora.
Mas e o procedimento? Se procedimento sem relação
jurídica processual é um corpo sem alma, a relação
jurídica processual sem procedimento é uma alma sem
corpo. Por isso é preciso o corpo e a alma. É o modus
operandi do processo. É como o processo se exterioriza.
RELAÇÃO MATERIAL RELAÇÃO PROCESSUAL
Entre Credor X Devedor Entre AUTOR, JUIZ e RÉU = J

A R
 
Objetivo: Crédito Objetivo: Jurisdição
BÜLOW foi um autor alemão:
1) Sujeito
2) Objetivo
3) Pressupostos processuais (Requisitos necessários para o processo)
4) Processo = relação processual.

OBS: Atualmente entende-se que PROCESSO = RELAÇÃO


PROCESSUAL (AUTOR JUIZ E RÉU) + PROCEDIMENTO.
PROCESSO
INTRODUÇÃO
- Estarão presentes no processo:
1. Procedimento;
2. Relação jurídica processual; e
3. Contraditório.
PROCEDIMENTO:
O procedimento é a exteriorização do processo, seu aspecto visível.

PROCESSO PROCEDIMENTO

Noção teleológica, voltada Noção formal, significando


para finalidade de exercício essa sucessão de atos com
da função jurisdicional; um objetivo final;
SUJEITOS DA RELAÇÃO PROCESSUAL

PROCESSO PROCEDIMENTO
DEMANDANTE PARCIAL

DEMANDADO PARCIAL

ESTADO-JUIZ IMPARCIAL
- Cumpre consignar que o entendimento que a relação processual é
triangular, sendo inegável a existência de posições jurídicas diretas entre
demandante e demandado.

ATENÇÃO: Surgimento da relação jurídica processual: ainda que se admita


ser a relação jurídica processual tríplice, com a propositura da demanda pelo
autor já existirá com a propositura da demanda pelo autor já existirá uma
relação jurídica uma relação jurídica, ainda que limitada ao autor e juiz
(relação jurídica incompleta), que será definitivamente formada com a
citação válida do réu.
CARACTERÍSTICAS:
A autonomia é perceptível quando
comparada com a relação jurídica de direito
material.
AUTONOMIA Por exemplo: mesmo que julgado
improcedente o pedido do autor, não afeta a
relação jurídica processual formada por ele.

A complexidade se dá diante das inúmeras e


sucessivas situações jurídicas que se verificam
COMPLEXIDADE durante o trâmite procedimental.
Existe uma continuidade da relação jurídica
processual que envolve um dinamismo. A
DINAMISMO atuação dos sujeitos processuais torna
dinâmica a relação jurídica processual.
Os atos praticados pelos sujeitos processuais
estão todos interligados de forma lógica,
UNIDADE dependendo o posterior de como foi praticado
o anterior.

Em virtude da participação do Juiz como


NATUREZA PÚBLICA representante do Estado.
Principais Teorias:

- Processo como contrato ou quase contrato (perdurou nos séculos XVIII e


XIX – algo muito semelhante a um contrato – o consentimento não era
inteiramente livre, vez que acaso o réu se negasse a comparecer em juízo,
era conduzido à força);
- Processo como relação jurídica (Oscar Von Bulow onde salientava que
processo é uma relação jurídica dinâmica e de direito público, assumindo
ambas as partes a colaborarem para o fim da lide);
- Processo como situação jurídica (Goldschmidt - não há que se falar em
obrigação para as partes e sim em obrigação de decidir do Estado, com
esperança de decisão futura):
- Processo como procedimento em contraditório (Para Elio Fazzalari o
processo seria uma espécie do gênero procedimento, com foco na ampla
participação das partes).
- Processo como procedimento animado por relação jurídica (o processo
e o procedimento se desenvolvem animados por uma relação jurídica,
tendo):
a) aspecto interno – conjunto de deveres, poderes, ônus e sujeições.
b) aspecto externo - procedimento
Pressupostos processuais

OBS: A doutrina passou a entender que os pressupostos processuais não seriam


requisitos apenas para a existência, mas também para a validade do processo.
CONCEITO: São requisitos para a EXISTÊNCIA e a VALIDADE DO PROCESSO e,
consequentemente, para o exame do mérito.
• PRESSUPOSTO PROCESSUAL DE EXISTÊNCIA: basta que haja uma relação
processual devidamente constituída com a presença de: a) um autor com
capacidade de ser parte; b) que manifeste ato de provocação judicial (existência
de uma demanda); c) perante órgão investido na jurisdição.

• Divide-se em objetivos e subjetivos:


- Subjetivos: capacidade de ser parte e investidura na jurisdição.

- Capacidade de ser parte (é a aptidão para ser sujeito na relação processual – todos
aqueles que tenham personalidade material – pessoas físicas e jurídicas).
Obs.: a incapacidade originária do autor configura inexistência do processo – ex. ação
proposta por autor que falece após assinar procuração. A incapacidade superveniente
do autor conduz a inexistência dos atos a ela subsequentes – fazendo desaparecer a
relação processual – ex. autor falece no curso do processo e não é sucedido .
- incapacidade originária do autor: configura inexistência do processo
– ex. autor falece após assinar procuração;
-incapacidade superveniente do autor: conduz a inexistência dos atos
subsequentes – ex. autor falece no curso do processo e não é
devidamente sucedido.

-Investidura na jurisdição.
- É o pressuposto de existência do processo que ela seja instaurado e
conduzido por órgão investido na jurisdição, onde sua ausência pode
configurar inexistência de todo o processo ou de um só ato processual.
VIDE ARTIGO 64, PG. 4 DO CPC/15.

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão


preliminar de contestação.

§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de


decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o
caso, pelo juízo competente.
- Objetivos:
A provocação inicial (demanda ou pedido) e a controversa citação
válida do réu.

* PRESSUPOSTO PROCESSUAL DE VALIDADE: devidamente instaurada


a relação processual e existente o processo, verifica-se o
preenchimento dos pressupostos processuais de validade de cada ato
do processo ( ex. se a sentença tem fundamentação), bem como de
todo o processo ( se já há coisa julgada sobre a matéria).

Podem ser subjetivos ou objetivos:

- Subjetivos:

As capacidades processual e postulatória, a competência e a


imparcialidade. 
• Capacidade processual ou de estar em juízo:
É a aptidão genérica para atuar no processo, independente de
assistência ou representação, atuação esta que pode se dar:
a) pessoalmente;
b) Por órgão que faz presente aqueles que não tem existência física
– são os chamados órgãos de “presentação” - ex. pessoa jurídica.
Não tem capacidade processual as pessoas incapazes, quando não
representadas ou assistidas e as pessoas capazes, sem existência
física, quando não fazem presentes por pessoa indicada em lei –
órgão de presentação – como ocorre com pessoas jurídicas de direito
público e privado.
Diferença entre capacidade de ser parte para capacidade
processual:
- CAPACIDADE DE SER PARTE:
Conceito - é a aptidão de ser sujeito de um processo. Se um ente
pode ser sujeito de um processo, ele tem capacidade de ser parte.
Quem tem capacidade de ser parte - TODOS OS SUJEITOS DE DIREITO, que são: as pessoas,
físicas ou jurídicas; o nascituro; o espólio; o condomínio; a massa falida; a tribo indígena;
nondum conceptus (é a prole eventual de alguém), etc.

Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro. ... A capacidade dos índios será regulada por
legislação especial.

Vemos, portanto, que existem alguns sujeitos que não têm personalidade jurídica (civil), mas
que podem ser parte. Nesse caso, dizemos que gozam de PERSONALIDADE JUDICIÁRIA.
Exemplos: Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunais de Justiça, Tribunais de Contas,
Procon, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, nascituro, massa falida, comunidade
indígena.

- CAPACIDADE PROCESSUAL:
Capacidade processual é a aptidão para as práticas dos atos processuais independentemente de
assistência ou representação (exemplo: pais, curadores, tutores, etc).
• bNo mesmo sentido, o STJ considera a concessão do prazo para

A falta de capacidade processual é sempre sanável.

No mesmo sentido, o STJ considera a concessão do prazo para saneamento do


vício direito subjetivo da parte (RMS 19.311 - PB - STJ).

CAPACIDADE PROCESSUAL: lembre-se que com 18 anos você pode dirigir, e


processar alguém sem a necessidade dos seus pais para lhe assistir ou representar
!
. Capacidade postulatória:
É a aptidão para postular em juízo solicitando uma
providência jurisdicional do Estado Juiz – ex. MP; DPE;
advogado regularmente inscrito na OAB.
• Competência:
É o âmbito dentro do qual o órgão investido de jurisdição pode exercê-la. A
competência delimita a atuação do juiz.

. Imparcialidade:
Não basta que haja um órgão investido na jurisdição (investidura), exercendo-a
dentro dos limites de sua competência. É necessário que o julgador que o integre
seja imparcial.

- Objetivos:

a) Intrínsecos: diz respeito ao formalismo processual – abrangendo a petição


inicial apta e outras formalidades legais (o pedido seja concludente –
decorrência da causa de pedir e se houver pedidos cumulados, que sejam
compatíveis entre si, bem como a citação do réu nos moldes do artigo 238-
259 do CPC;
b) Extrínsecos ou negativos: consiste na ausência de impedimentos processuais,
como a coisa julgada, a litispendência e a convenção de arbitragem.
EXCEÇÕES DE INCOMPETÊNCIA EXCEÇÕES DE IMPARCIALIDADE

Liga-se ao Órgão do Poder Judiciário Trata-se a pessoa do juiz

Art. 64. A incompetência, absoluta ou Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a


relativa, será alegada como questão contar do conhecimento do fato, a parte
preliminar de contestação. alegará o impedimento ou a suspeição,
em petição específica dirigida ao juiz do
§ 1º: A incompetência absoluta pode ser processo, na qual indicará o fundamento
alegada em qualquer tempo e grau de da recusa, podendo instruí-la com
jurisdição e deve ser declarada de ofício. documentos em que se fundar a alegação
e com rol de testemunhas.

O reconhecimento deve ser feito pelo O reconhecimento deve ser feito pelo
próprio juiz da causa substituto legal do juiz.

É julgado pelo próprio juízo, onde cabe É julgado pelo Tribunal.


recurso de agravo de instrumento
*PRESSUPOSTO PROCESSUAL NEGATIVO/EXTRÍNSECO/ IMPEDITIVO: A presença de
um deles acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito.

1º) Perempção: é a perda do exercício do direito de ação que ocorre quando o autor
abandona a causa por TRÊS vezes. (artigo 485, V CPC e 60 CPP).

Art. 485 CPC/2015. O juiz não resolverá o mérito quando:


(...)
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;

Art. 60 CPP. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á


perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo
durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato
do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação
nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

 
OBS: ABANDONO DO AUTOR – deixa o processo parado por mais de
30 dias, sem promover os atos ou diligências que competia (Ex: O
autor recolher alguma importância), o juiz irá dar 48 horas para o
autor se manifestar, inclusive a intimação do autor será
pessoalmente. Caso não se manifeste nas 48 horas, o processo é
extinto sem resolução do mérito. Isso é chamado de ABANDONO DA
CAUSA PELO AUTOR.

Sobre o assunto há a súmula 240 do STJ – “A extinção do processo por


abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu”.

2º) Litispendência: exige a identidade dos elementos da ação


(PARTES, CAUSA DE PEDIR e PEDIDO). Nesta AINDA não ocorreu
extinção do processo com resolução do mérito.(artigo 337, VI CPC;
artigo 301, § 3º, do Código de Processo Civil).
 
3º) Coisa julgada: exige a identidade dos elementos da ação (PARTES,
CAUSA DE PEDIR e PEDIR). Nesta UM DOS processos já foi extinto
definitivamente com resolução do mérito.
4º) Convenção de Arbitragem: A Convenção de arbitragem é o
GENERO, na qual existem duas espécies: COMPROMISSO ARBITRAL e
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA.

AÇÃO
INTRODUÇÃO
Os grandes autores processualistas, especialmente Cândido
Dinamarco, listam alguns institutos como sendo fundamentais para
a compreensão do Direito Processual Civil. São eles:

• Jurisdição e competência: já analisado/ será analisado;


• Ação: será estudado neste item;
• Processo: já analisado;
• Defesa: o estudo é feito em conjunto com as respostas do réu;
• Procedimento: já analisado.
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
O direito de ação foi consagrado no art. 5º, XXXV, da CF.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;

Destaca-se que a constitucionalização do direito de ação visou garantir o


acesso à justiça, tanto que, para alguns autores, trata-se de verdadeiro
princípio. Não há dúvidas de que o acesso à justiça é um direito
fundamental.

1 – CONCEITO: O direito de ação é público, instrumental, abstrato,


subjetivo, autônomo, de invocar a prestação jurisdicional através de
uma petição inicial que materializa o direito de ação dando início a uma
demanda.

Ação, portanto, numa concepção eclética, é o direito a um


pronunciamento estatal que solucione o litígio, fazendo desaparecer a
incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de interesses, pouco
importando qual seja a solução a ser dada pelo juiz. (PIASA).
1 – NATUREZA JURÍDICA:
* Teorias:

1ª) Teoria clássica, civilista ou imanentista (até o ano de 1.868): (Savigny)

A ação não era um direito autônomo. A ação seria apenas um aspecto do


direito material, ou seja, pertenceria ao direito material, como se fosse um
anexo.

Trata o direito de ação como o direito material em movimento, reagindo a


uma agressão ou a uma ameaça de agressão (aspecto dinâmico).

Direito material

Direito
processual
2ª) Teoria Autonomista (fase científica ou conceitual) (Windsheid e Muther)
(Bulow - 1868):

Em 1868, surge a teoria autonomista do direito de ação. Esta teoria pregava


que a ação tem autonomia em relação ao direito material, dando o nome de
relação jurídica processual. Há duas relações jurídicas: uma de direito material
e uma de direito processual, que não é igual a primeira. Por isso, eles dizem
que as duas relações são autônomas entre si.

Essa relação jurídica processual é de natureza pública, porque ela não é


exercida contra o adversário, igual se pensava na fase sincretista, essa é
exercida contra o Estado.

Direito material Direito processual


3ª) Teoria Autonomista e Concreta (Adolf Wach - 1888):

Direito de ação como direito ao provimento jurisdicional de mérito


favorável. Contra Estado e adversário.
 
Por essa teoria, o direito de ação é compreendido como direito ao
provimento jurisdicional de mérito favorável. Significa dizer que só
tinha exercido o direito de ação se a pessoa tivesse o seu pedido
acolhido, porque somente assim a pessoa teria o direito material.

Uma situação que não se coaduna com a realidade é que a


sentença, para esta teoria, deve sempre ser de procedência. Surge a
pergunta. E se a sentença for de improcedência?

Reconhece a autonomia do direito de ação, mas não sua


independência.
4ª) Teoria Autonomista/Abstrata pura (século XX - Ovídio) : a ação é um direito à
jurisdição. É uma resposta do judiciário, que pode ser favorável ou desfavorável. Essa
teoria é adotada no MUNDO todo.

A existência do direito de ação independe da existência do direito material. Direito a


pronunciamento estatal de qualquer teor. Incondicionada – inexistem as condições
de ação.

5ª) Teoria eclética ou mista: é do autor LIEBMAN. A ação é um direito a uma sentença
de mérito. Para que exista esse direito, a parte deve preencher alguns requisitos,
chamados de CONDIÇÕES DA AÇÃO. Essa teoria criou o chamado de CARÊNCIA DE
AÇÃO (Artigo 301, X CPC/73 – artigo. 337, XI CPC/15). Esta teoria foi adotada pelo
CPC. Há autores que criticam e há autores que aceitam, com algumas observações.
Art. 301 CPC/1973. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
X - carência de ação;

Art. 337 CPC/2015. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:


(...)
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
O que é carência de ação novo CPC?
Insta dizer que constatado pelo juiz a ausência de qualquer uma das condições
da ação, teremos a carência da ação, nos termos do art. 17, do NCPC, de tal forma
que constatando o juiz, ao receber a inicial, a ausência do interesse de agir ou
legitimidade, indeferirá a petição inicial, consoante art. 330 do CPC.

Artigo 17 CPC/2015: para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

Art. 330 CPC/2015: A petição inicial será indeferida quando:


I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o
pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
2 – ELEMENTOS DA DEMANDA:

a) PARTE (gênero) : é aquela que pede e em face de quem se pede: é a parte


processual onde temos as espécies:
• Partes principais ou da demanda;
• Partes auxiliares – ex. assistente simples.

Parte: é quem participa da relação jurídico processual, integrando o contraditório.


Fala-se em partes principais, que são aquelas que formulam ou têm contra si pedido
formulado (autor e réu nas ações de cognição, exequente e executado nas
execuções; requerente e requerido nas ações cautelares), e partes auxiliares
(coadjuvantes), como o assistente simples.

Carnelutti distingue, ainda, parte complexa, formada por pluralidade organizada de


indivíduos (incapaz e seu representante), e parte simples, que está sozinha em juízo.
Carnelutti fala da parte complexa: incapaz ou pessoa jurídica + representante.

É possível que em determinada relação processual haja pluralidade de sujeitos em


um dos polos, ativo ou passivo. S ã o o s c a s o s d e l i ti s c o n s ó r c i o .
Em certas hipóteses, a lei admite que alguém defenda, em nome próprio,
direito alheio. São os casos de legitimação extraordinária (ou substituição
processual), que serão tratados mais adiante.

Art. 18 CPC/2015. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio,


salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.

É possível a substituição da titularidade do direito material controvertido, o


que não descaracteriza a identidade de parte, uma vez que o sucessor passa a
ocupar a mesma posição jurídica da parte sucedida. É o caso da alienação do
bem litigioso, seja por ato inter vivos ou causa mortis.

DO CHAMAMENTO AO PROCESSO

Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:


I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida
pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de
ficar sem efeito o chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias,
ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que
satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de
cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.

Cuidado que alguns doutrinadores também falam da SUCESSÃO


PROCESSUAL.

b) Pedido:
É a conclusão da exposição dos fatos e fundamentos jurídicos constantes na
petição inicial; é o resultado da valoração do fato pela norma jurídica –, a
qual constitui a pretensão material formulada ao Estado-juízo. Divide-se em:
- Imediato – em regra é a sentença;
- Mediato – é o bem material ou da vida que só conseguirei obter com o
provimento jurisdicional imeditato.
Desdobra-se o pedido em imediato, que é a providência ou o “tipo de
tutela” jurisdicional solicitada pelo autor, e pedido mediato, que
constitui o bem jurídico pretendido.

Numa ação de cobrança, a condenação constitui o pedido imediato


(relaciona-se com o direito processual), ao passo que o recebimento
do crédito constitui o pedido mediato (relaciona-se com o direito
substancial).

O pedido deve ser certo (expresso, pelo menos no que respeita ao


gênero do objeto pretendido) e determinado (individuado quanto ao
gênero e quantidade).

Destaca-se que o art. 324, § 1º, admite pedido genérico, quer dizer,
certo quanto à existência e gênero, mas ainda não individualizado no
que respeita a quantidade, naquelas hipóteses elencadas nos
respectivos incisos.
Artigo 324 CPC/2015:
É lícito, porém, formular pedido genérico
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.

Nas ações de indenização, em que frequentemente ocorrem pedidos genéricos, o


autor  deve especificar o prejuízo a ser ressarcido, evitando expressões
vagas como "perdas e danos" e "lucros cessantes", por não se prestarem a
necessária individuação do objeto da causa.

É necessário descrever a lesão causada à vítima em decorrência do ato ilícito


praticado pelo réu, v.g.: prejuízos (danos emergentes) correspondentes à perda da
colheita de certa lavoura, ou ao custo dos reparos do bem danificado, ou à
desvalorização do veículo após o evento danoso, ou, ainda, os lucros cessantes
representados pela perda do rendimento líquido do veículo durante sua
inatividade para reparação, etc. (Theodoro Jr, 2016).
Pedido Imeditato:
• Exemplo1: ação de cobrança – pedido imediato:
sentença condenatória.
• Exemplo2: ação de divórcio – pedido imediato: sentença
desconstitutiva (extinção da relação jurídica).
• Exemplo3: Entrada de pedido de execução – pedido
imediato: penhora de bens.

Pedido Mediato:
É o exercício da pretensão material.
O que nos mundos dos fatos, no mundo da vida, é o que
você quer: quero R$ 500,00; quero carro; quero a casa;
quero divisão do patrimônio; quero pensão, etc. Em última
análise, trata-se do bem da vida.
c) Causa de Pedir:
- Próxima;
- Remota.
CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA CAUSA DE PEDIR REMOTA

É a lesão ou ameaça a tal É o fato constitutivo do direito do


direito que foi conferido ao autor, é aquilo que confere ao
autor. Ex.: na ação de autor um direito
cobrança de dívida a causa de
pedir remota é o empréstimo
(ato constitutivo do seu
crédito) e a causa de pedir
próxima é lesão ao seu
crédito
• CONDIÇÕES DA AÇÃO
E quais são as condições da ação segundo Liebman?
Inicialmente o Liebman estabeleceu três condições:
possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimação
para a causa (ativa e passiva).

Obs.: O novo CPC retirou a possibilidade jurídica do pedido,


mas não adotou a tese do Liebman na segunda versão, por que
para o Liebman a possibilidade continuava sendo condição da
ação. Ou seja, para ele se não houvesse possibilidade jurídica
do pedido, a solução seria a extinção do processo sem
resolução do mérito, mas por falta de interesse de agir.

No novo CPC, não havendo possibilidade jurídica do pedido, a


solução é julgar o pedido improcedente. Então, não é que a
possibilidade jurídica do pedido não tenha autonomia
enquanto condição da ação. Para o novo CPC a possibilidade
jurídica do pedido não é condição da ação, mas mérito.
Vamos agora falar das condições da ação.
São requisitos para o exercício regular da ação e, conseqüentemente, para o
exame do mérito.

Condições da ação específicas: são aquelas exigidas em algumas ações. Elas


estão espalhadas pelo ordenamento. Ex¹: a coisa julgada para ação rescisória,
ou seja, só pode promover ação rescisória se tive a coisa julgada; Ex²: o direito
líquido e certo para o Mandado de Segurança;

– Condições genéricas: São aquelas exigidas para todas as ações. Eram três:

******Possibilidade jurídica do pedido: fora excluída do rol das condições da


ação no CPC-2015.
E o que vai fazer o novo CPC? Vai dispor que quando o pedido claramente não
tem chance de ser julgado procedente, deve ser julgado improcedente. Hoje
em dia já temos uma possibilidade de julgamento de improcedência sem
citação - art. 332 do NCPC. Essa possibilidade será mais alargada com o novo
CPC.
1) Legitimidade para a causa: LEGITIMIDADE AD CAUSAM (é
a titularidade ativa e passiva da ação – legitimidade
ordinária é a capacidade de ser parte – condição da
ação). É para aquela causa específica. Vai depender do
direito material.

Difere da LEGITIMIDADE AD PROCESSUM – que é a


capacidade de estar em juízo em qualquer processo –
pressuposto processual de validade subjetivo.

* LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA ou SUBSTITUIÇÃO


PROCESSUAL – ART. 18 CPC:
Quando a lei confere legitimidade a quem não é titular da
relação jurídica material hipotética. Ex. MP postulando o
reconhecimento de paternidade.
Obs.: importante não confundir substituição processual e
sucessão processual.

Substituição processual (legitimidade extraordinária) – Artigo 18


CPC – ocorre quando alguém litiga em nome próprio na defesa de
interesse alheio.

Sucessão processual – artigo 108-110 CPC: é a troca de litigantes,


que se dá quando a parte sucedida é excluída do processo para
que um terceiro sucessor assuma o seu lugar.

Logo, a substituição processual é um poder – situação jurídica;

Já a sucessão processual é um evento – fato jurídico.


Se liga nesta:

Diferença entre pressuposto processual de existência (capacidade de ser


parte); pressuposto processual de validade subjetivo (capacidade processual)
e legitimidade ad causam (legitimidade para a causa).

- CAPACIDADE DE SER PARTE:


É a aptidão de ser sujeito de um processo. Se um ente pode ser sujeito de um
processo, ele tem capacidade de ser parte. (ex. menor postulando alimentos).

- CAPACIDADE PROCESSUAL:
É a aptidão para as práticas dos atos processuais independentemente de
assistência ou representação (exemplo: pais, curadores, tutores, etc).

LEGITIMIDADE AD CAUSAM – LEGITIMIDADE PARA A CAUSA


É o titular do direito material discutido. (exemplo: compro motocicleta e o
devedor não me paga. Entro com ação de cobrança contra o mesmo.
2) Interesse de agir (interesse processual)

CONCEITO DE LIEBMAN: significa a UTILIDADE da jurisdição, que deve ser


apta a produzir alguma vantagem ou benefício jurídico.
Ex: Ação declaratória de solvência: uma empresa promoveu uma ação de
declaração de sua solvência, tendo o juiz declarado improcedente tendo
em vista não atender as condições da ação devido ao interesse de agir que
não há.

• NECESSIDADE: significa que a jurisdição deve ser indispensável;


imprescindível.
Ex: ação para a rescisão de um mandado sem cláusula de irrevogabilidade.

• ADEQUAÇÃO: significa a pertinência do procedimento escolhido e do


pedido.
Ex: locador (proprietário) promove uma ação de reintegração de posse
contra o locatário (inquilino) ao invés de ação de despejo.
Efetuar as leituras dos artigos 1º ao 15.

Falar da motivação das decisões judiciais

Você também pode gostar