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Geral do
Processo
Manual de Direito Processual Civil, de Sidnei Amendoeira Jr.
Direito Processual Civil Esquematizado, de Marcus Vinicius Rios Gonçalves.
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
–Tutela de determinado direito para a solução do conflito. Esta prestação também
permite através do processo que o Estado-Juiz adote ,quando necessário,
medidas de urgência para a proteção do autor.
CONCEITO
É o ramo da ciência jurídica que trata do complexo das normas reguladoras do
exercício da jurisdição civil e da aplicação da lei ao caso concreto. O Direito
Processual é o instrumento do exercício da jurisdição.
DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL
Interesse primário (normas indicativas do direito de cada um) e interesse
secundário (normas instrumentais). O Direito Processual é o conjunto de normas e
princípios que regulamentam e objetivam a aplicação do direito material da melhor
forma.
RELAÇÃO PROCESSUAL
Sujeitos: partes (autor e réu) e juiz.
OBS: A depender da ação, em se tratando das partes, as nomenclaturas poderão
variar.
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
➢ Processo civil
I. Dispositivo: Art. 2º, CPC. Possibilita a autocomposição. Ajuizamento e
prosseguimento da ação
II. Boa-fé: Art. 5º, CPC. Lealdade processual. Litigância de má-fé (multa de 1 a
10% do valor da causa) e ato atentatório à dignidade da Justiça (multa de até 10%
do valor da execução).
*A responsabilidade criminal não está incluída na multa (Ex: multa +
responsabilidade criminal).
III. Cooperação: Art. 6º, CPC. Desdobramento da boa-fé e lealdade processual.
Cooperação entre as partes (cooperação processual).
“Constitui desdobramento do princípio da boa-fé e da lealdade processual.
Mas vai além, ao exigir, não propriamente que as partes concordem ou ajudem
uma à outra — já que não se pode esquecer que há um litígio entre elas —, mas
que colaborem para que o processo evolua adequadamente” (GONÇALVES,
Marcus Vinicius Rios, 2019, p. 91).
IV. Oralidade: Maior prática nos juizados especiais. Evidência nas audiências de
mediação e conciliação.
➢ Processo Penal
I. Do Estado de Inocência: Como consequência direta do princípio do devido
processo legal.
II. Da Verdade Real: Estabelece o direito de punir somente contra aquele que
praticou a infração penal e nos exatos limites de sua culpa.
III. Da Obrigatoriedade: Obriga a autoridade policial a instaurar o inquérito policial
e ao MP promover a ação penal (ação penal pública).
IV. Da Indisponibilidade do Processo: Instaurado o processo, não pode ser
paralisado indefinidamente ou arquivado
➢ Processo do Trabalho
I. Da Preclusão: Perda de uma faculdade ou direito processual. Consumativa:
direito de praticar o ato uma vez. Temporal: pelo decurso do tempo. Lógica: não
pode praticar um ato e depois praticar outro . A contradição entre os atos não é
permitida.
II. Da Proteção: Visa colocar os litigantes num mesmo patamar de igualdade
econômica.
III. Da Finalidade Social: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais.
IV. Da Conciliação: Dissídios individuais ou coletivos serão submetidos à
conciliação.
I. AUTOCOMPOSIÇÃO:
As Partes originárias do conflito buscam a solução para o litígio, Principal
fundamento é a vontade das partes, Promove a celeridade processual, Uso do
consenso, sem o emprego da força.
Principais formas de autocomposição:
● Autodefesa/Autotutela.
● Conciliação.
● Mediação.
● Transação
Classificação:
a) Quanto à manifestação de vontade:
*Unilateral: manifestação de vontade por uma das partes (ex.: renúncia).
*Bilateral: manifestação de vontade por ambas as partes (ex.: transação).
b) Quanto ao local de realização:
*Intraprocessual: dentro do processo (ex.: tentativas de conciliação).
*Extraprocessual: fora do processo (CCT, ACT, CCPM).
Espécies:
a) Renúncia: ocorre quando o titular do direito abdica dele, acabando com o
conflito.
b) Submissão: ocorre quando o sujeito se submete à pretensão contrária,
ainda que entenda ter o direito.
c) Transação: envolve o sacrifício recíproco de interesses.
Subespécies de Transação:
● Negociação: transação entre as partes, sem a intervenção de
terceiros.
● Mediação: presença de um terceiro que, sem apresentar soluções,
tem a função de construir um diálogo entre as partes.
● Conciliação: presença de um terceiro que se encontra equidistante
das partes, tendo o papel de oferecer soluções.
II. HETEROCOMPOSIÇÃO:
As partes elegem um terceiro para analisar e julgar o litígio, e se submetem à
decisão é a forma Utilizada na solução de conflitos por meio da jurisdição
(Estado-Juiz). Aplicada na arbitragem como método alternativo.
–As duas formas principais são: Arbitragem (Lei 9307/96) e Jurisdição.
Formas:
a) Arbitragem: os envolvidos no conflito buscam a solução junto a um
terceiro (um juízo arbitral). O terceiro é quem compõe o conflito, proferindo uma
sentença arbitral, em que a decisão vincula os envolvidos.
● Conceito: é uma técnica reconhecida por lei, a qual as partes convencionam
através de contrato ou em juízo, a escolha privada por intermédio de um
árbitro (juiz arbitral), a solução do conflito. Estabelece uma decisão com a
mesma eficácia da sentença judicial, mas sem intervenção estatal.
● Previsão Legal: Lei 13.105/2015, §1º do art. 3º (NCPC) - nº 9.307/1996 -
Art.114, §§1º e 2º da Constituição Federal.
● Objeto (Art. 31, Lei 9.307/96): só pode se dirigir a acertamento de direitos
patrimoniais disponíveis
● Vantagens na Aplicação do Instituto: a privacidade do processo, o nível de
especialização do julgador, as partes envolvidas escolhem as partes
neutras, celeridade e escolha de normas (art. 2º, Lei 9307/96).
● Desvantagens Apontadas: a falta de controle da qualidade dos árbitros, a
não responsabilização das partes neutras, não existência de precedentes,
pesa-se também que em regra geral não há o cabimento de recursos das
decisões.
● A Força da Decisão Arbitral (Art. 31, Lei 9307/96): “A sentença arbitral
produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença
proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui
título executivo”; força executiva judicial (art. 515, VII, CPC-2015).
● O Árbitro: a escolha do árbitro deve ocorrer fora dos quadros da
magistratura (“Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a
confiança das partes” (art. 13, Lei 9307/96)). O árbitro deverá proceder com
imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição.
● Lei dos Juizados (Lei n. 9.099/95, art. 24, § 2º): prevê que os árbitros, nos
Juizados Especiais, serão escolhidos entre os juízes leigos.
*OBS: Lei de Arbitragem e o Princípio da Inafastabilidade do Acesso à
Jurisdição:
●Posicionamento do STF: o princípio constitucional.
●Ex: Direito do Consumidor: se tiver no contrato de adesão uma cláusula de
arbitragem que colocar o consumidor em desvantagem, é abusiva/ilegal.
I. AUTOTUTELA:
É a forma mais antiga de solução dos conflitos. Lei do mais forte”.
*Consiste no sacrifício integral do interesse de uma das partes envolvidas no
conflito em razão do exercício da força pela parte vencedora.
Fundamento:
*Não se limita ao aspecto físico, podendo-se verificar nos aspectos afetivo,
econômico, religioso, etc.
Características: Contrária às prerrogativas do Estado democrático de
direito.Remonta às sociedades mais rudimentares. Prevalência do domínio da
força. No atual direito é considerada excepcional (ex: legítima defesa). Única forma
de solução alternativa de conflitos que pode ser amplamente revista pelo Poder
Judiciário.
Previsão Legal: Código Civil: artigos 188, I (legítima defesa); 319 (direito de
retenção); 1210, §1º (desforço imediato no esbulho) e 1467, I (apreensão do bem
com penhor legal). Constituição Federal: art. 9º (direito de greve). Código Penal:
Art. 23, I (estado de necessidade); art. 23, II.
Aplicação: Considerada exceção, Deve ter interpretação restritiva., Aplica-se as
quando houver certeza do seu cabimento., Está condicionada à existência de lei
que a preveja, Deve se condicionar aos limites legais.
Requisitos: Excepcionalidade: se configura na exemplificação de um rol taxativo –
é exercida em casos específicos.
● Emergencialidade: visa salvaguardar um direito que pode perecer e causar
grave dano, de difícil reparação.
Definição: Método de composição de litígios determinado pela ausência de um juiz
independente e imparcial e pela imposição da vontade de uma parte sobre a outra.
É crime. Uso da autotutela, mesmo se tiver razão.
II. CONCILIAÇÃO:
Previsão Legal: Artigo 2º, P.U., VI (Código de Ética e Disciplina da Ordem dos
Advogados do Brasil – OAB), art. 3º, §3º, CPC-2015 e art. 5º, XXXV, CF.
Objeto: Art. 31, Lei 9307/96., Só pode se dirigir ao acertamento de direitos
patrimoniais disponíveis.
Função do Conciliador: Administrar a forma de resolução do conflito. Controlar as
negociações. Sugerir e formular propostas. Apontar vantagens e desvantagens na
composição do conflito.
“Uma vez que o conciliador atua em situações em que inexiste vínculo prévio,
poderá sugerir soluções para o litígio, vedada qualquer forma de constrangimento
ou intimidação para que as partes conciliem. Se as próprias partes não
conseguirem encontrar uma solução, o concilia-dor fará sugestões e verificará pela
reação e pela manifestação dos envolvidos, se vai ou não se aproximando uma
possível autocomposição” (GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios, 2019, p. 323).
Características:Administração do conflito por um terceiro neutro e imparcial.
Terceiro com força condutora dinâmica conciliatória. Possui ampla aplicação
jurídica. Integra o quotidiano do profissional do Direito. Melhoria no relacionamento
entre as partes envolvidas.
Indicação: Em conflitos pontuais e novos (doutrina) – ex: acidentes de trânsito,
consumidor.
Vantagens: Redução de custo. Agilidade. Sigilo. Rapidez na solução da lide.
Desvantagens: Intervenção do conciliador nas sugestões de propostas para a
solução do conflito.
III. MEDIAÇÃO:
Forma de autocomposição dos conflitos, com o auxílio de um terceiro imparcial,
neutro e especialmente treinado, que nada decide, mas apenas auxilia as partes na
busca de uma solução
Previsão Legal: Lei 13.140/2015 - Artigo 3º, §3º, CPC-2015 - art. 5º, XXXV, CF.