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DIREITOPROCESSUAL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


CIVIL I II

THOMAS UBIRAJARA CALDAS DE ARRUDA


Advogado e Consultor Jurídico; Mestre em Direito (UFMT); Especialista em Direito Processual Civil (UFMT); Ex-assessor
jurídico da Procuradoria-Geral de Justiça (MP/MT); Ex-assessor jurídico da Defensoria Pública de Segunda Instância (DPE/MT);
Professor de Direito Civil e Processual Civil na UFMT, FASIPE e Invest; Professor de cursos preparatórios para OAB e
concursos públicos na FATO Concursos; Instituto Deltas Avante; Centro de Ensino Renato Saraiva (CERS); Professor
convidado da Pós-graduação de Direito Civil e Processo Civil da ATAME; Diretor de Projetos e Eventos e Presidente da
Comissão de Direito Civil e Processo Civil do Instituto dos Advogados Mato-grossenses (IAMAT); Coordenador do Grupo de
Estudos de Processo Civil da OAB/MT (2016-2020); Membro do Grupo de Pesquisa em Direito Processual Civil da Faculdade de
Direito da UFMT (GEPROC); Membro do Grupo de Estudos Avançados em Processo da Faculdade de Direito da USP –
Fundação Arcadas (2021); Membro da Associação Brasileira de Direito Processual (ABDPRO); Membro do Centro de Estudos
Avançados de Processo (CEAPRO); Autor de capítulos de livros e de diversos artigos jurídicos publicados em revistas
especializadas, com obra escolhida para compor a coletânea Bibliografias Selecionadas do STJ sobre o CPC/2015. Palestrante
e Conferencista. Mais de 10 anos de experiência em processos nos tribunais, inclusive no Superior Tribunal de Justiça e
Supremo Tribunal Federal.
Contato: E-mail thomarruda@hotmail.com / Cel: (65) 99999-6336 @prof.thomasarruda
PARTE GERAL
AULA 01

• Conceitos e especificidades do Direito Processual

• Processo e direitos fundamentais

• Princípios constitucionais do processo

Período de aula: 19:00 às 22:00h (intervalo das 20:15 às 20:45)


Conceitos e especificidades do Direito Processual

Direito e Processo
Direito material: conjunto de regras e princípios referentes aos fatos jurídicos da vida ordinária do dia a
dia, como a constituição de família, o direito ao recebimento de um crédito, os atos ilícitos causadores
de danos a outrem, prestação de serviços, relações de consumo, etc (direito civil, penal, tributário,
trabalhista, etc).

Direito processual: conjuntos de regras e princípios que tratam dos mecanismos e procedimentos
necessários para obter a tutela judicial do direito material – regras que orientam o exercício da jurisdição
estatal.

“O processo é uma técnica para a solução imperativa de conflitos” – Candido Rangel Dinamarco
Estrutura do CPC/2015

O CPC/2015 está dividido em duas grandes partes – A PARTE GERAL e a PARTE ESPECIAL.
Noções sobre a estrutura do Poder Judiciário

Juízos 1ª Instância
PODER JUDICIÁRIO
Tribunais 2ª Instância

Justiça Trabalhista
JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA
ESPECIALIZADA Justiça Eleitoral

Justiça Estadual Justiça Federal Justiça Militar


Noções sobre a estrutura do Poder Judiciário

Juizados Especiais Juizados Especiais


Cíveis Federais
Processo e Procedimento

• Processo: Instrumento por meio do qual se opera a jurisdição.

• Procedimento: é o conjunto de atos por meio dos quais o processo se desenvolve.

Linha de montagem
de um veículo
Processo e direitos fundamentais

Em razão de o processo estar relacionado diretamente à necessidade de se buscar o


atendimento aos direitos fundamentais, entre estes, os direitos humanos, cresceu nos
últimos tempos, a concepção da constitucionalização do processo. A chamada
constitucionalização do processo, nada mais é, do que subordinar-se o processo à
Constituição da República.
Princípios constitucionais do processo

“preceitos constitucionais que englobam e sistematizam os principais e mais


elementares direitos fundamentais a serem observados na realização e no desenrolar
de todo e qualquer processo (judicial ou administrativo) no âmbito da Constituição
Federal de 1988” (Nelson Nery Jr.).
Princípios constitucionais do processo

Constitucionalização do direito processual: processo como instituição de garantia (art.


5º, LIV; art. 1º, III; art. 37; todos da CF/1988)

Art. 1º (CPC): O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os


valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

Art. 8º (CPC): Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade
e a eficiência.
Princípios constitucionais do processo

Princípio do devido processo legal


Visa assegurar o direito de ação e o direito de defesa, ou seja, o respeito às etapas
processuais e às garantias constitucionais.

Princípio da isonomia
É responsável por vedar tratamento jurídico diferenciado, por impedir discriminações,
privilégios ou favorecimentos. Além disso, reconhece que tratar isonomicamente consiste
em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na proporção das suas
igualdades e desigualdades.

Art. 7º (CPC): É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de


direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Princípios constitucionais do processo

Princípio do contraditório e da ampla defesa

Trata-se, o contraditório, do efetivo direito de defesa inserido no decurso do processo do acusado, e a


ampla defesa define a liberdade de defesa para alegar fatos, apresentar provas e buscar meios de
fundamentar as suas alegações em favor do indivíduo.

Art. 9o (CPC): Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.

Art. 10 (CPC): O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre
a qual deva decidir de ofício.
Princípios constitucionais do processo

Princípio do juiz natural e da imparcialidade

Conforme esse princípio, apenas a quem a Constituição Federal delegar função


jurisdicional poderá processar e julgar. Já a imparcialidade do juiz é pressuposto de
validade do processo, segundo o qual o juiz deve manter distância das partes ex-
adversas.

Princípio da publicidade dos atos processuais

Esse princípio procura denotar transparência aos atos praticados no decurso do


processo.
Art. 11 (CPC): Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Princípios constitucionais do processo

Princípio da inafastabilidade da jurisdição (acesso à jurisdição, direito de ação


processual, pretensão à tutela jurídica) (art. 5º, XXXV, CF/1988)

Corresponde ao direito de ação, pois a finalidade do Direito Processual é possibilitar o


acesso à justiça, para a defesa de qualquer direito ou interesse juridicamente
relevante.

Art. 3o (CPC): Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.


§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Princípios constitucionais do processo

Princípio da motivação dos atos judiciais

Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e todas as


decisões serão fundamentadas, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse
público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e aos
seus advogados, ou somente a estes.

Art. 11 (CPC): Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Princípio do duplo grau de jurisdição

Define a possibilidade de revisão, conforme o recurso pertinente, das decisões de


primeira instância por uma instância superior
Princípios constitucionais do processo

Princípio da proibição da prova ilícita

As provas ilícitas são aquelas obtidas em violação às normas constitucionais ou legais.


Ou seja, havendo violação a quaisquer normas constitucionais ou legais em uma prova
ou no meio de obtê-la, será considerada ilícita (CF, LVI).

Princípio da razoável duração do processo

EC/45 – CF, Art. 5º, LXXVIII: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação”.
Art. 4º (CPC): As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do
mérito, incluída a atividade satisfativa.

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