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Escola Superior da Advocacia

Pós Graduação

Processo Civil e Direito Civil

Profa. Fernanda Macedo


E-mail: fe_Macedo.adv@hotmail.com
Os Índices de credibilidade do Poder
Judiciário Brasileiro e os aspectos
fundamentais da nova ordem processual.
Panorama da confiabilidade do Brasileiro no
Judiciário.

• O Poder Judiciário é um órgão que se apresenta como instância legítima para


solução de conflitos na visão do brasileiro?

• Uma das formas de se medir essa legitimidade é por meio das motivações que
levam os cidadãos a utilizar (ou não) o Judiciário e a confiar (ou não) nele, em
termos de eficiência (celeridade), capacidade de resposta
(competência),imparcialidade, honestidade e acesso (facilidade de uso e custos).
Índice de
Confiança no
Poder
Judiciário.

ICF FGV 2017


MOTIVOS QUE LEVARIAM E QUE
LEVAM OS ENTREVISTADOS À
JUSTIÇA
Conflitos que de fato, levaram as pessoas
a acionar a Justiça
CONFIANÇA
NAS
INSTITUIÇÕES
Percepção dos entrevistados sobre quem mais desrespeita as
leis
no Brasil
Percepção sobre a honestidade de alguns agentes da lei
Havia necessidade de um novo CPC?

•O CPC/1973 passou por tantas revisões (mais de sessenta leis o


modificaram), tão substanciais algumas delas, que ele se transformou
em uma colcha de retalhos, com grande perda sistemática
• Durante os mais de 40 anos de vigência do CPC/73 o país e o mundo
passaram por tantas transformações, que não seria incorreto dizer que
praticamente todos os paradigmas que o inspiraram foram revistos ou
superados. As mudanças se deram nos planos normativo, científico,
tecnológico e social.
NOVIDADES DO NCPC
QUANTO AOS PRINCÍPIOS E A APLICAÇÃO PRÁTICA

DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

• Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado


conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.

Previsão, no NCPC, de princípios processuais constitucionais.


Qual a consequência prática disso?

Vulnerado direito processual constitucional por acórdão de tribunal de


segundo grau, caberá recurso especial, recurso extraordinário ou
ambos? Em outras palavras, vulnerado por acórdão de tribunal de
segundo grau um certo direito fundamental que encontre naturais
desdobramentos no CPC, que parâmetro de controle para o
aviamento do recurso se deverá privilegiar: o CPC ou a Constituição?
• “Quando estiver em causa o significado do direito fundamental tal como
reproduzido ou densificado pelo Código, caberá recurso especial para o Superior
Tribunal de Justiça. Quando, porém, estiver em causa eventual questionamento
sobre injusta proteção ao direito fundamental processual pelo Código (por
ausência de proteção, proteção insuficiente ou retrocesso de proteção), caberá
recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal.” (MARINONI et. al., 2015,
p. 91).

• É dizer, a violação somente comportará recurso extraordinário se se tratar de


ofensa flagrante, frontal e autônoma ao dispositivo constitucional. Demandando o
exame do mérito do recurso extraordinário como escala a análise de norma
infraconstitucional que contenha desmembramento ou reflexo de disposição
constitucional, a ofensa à Carta é meramente reflexa, na esteira da jurisprudência
do STF.( Nesse sentido: AI 796.905-AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe
de 21.5.2012; AI 622.814-AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de
08.3.2012; ARE 642.062-AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJe de
19.8.2011.)
Fenômeno da Constitucionalização
do processo civil

“Formalismo valorativo”: Visa ordenar e organizar o processo contra


arbítrios judiciais. Carlos Alberto Álvaro de Oliveira, assim se
manifesta:
(...) o formalismo reveste-se de poder ordenador e organizador, que
restringe o arbítrio judicial, promove a igualação das partes e empresta
maior eficiência ao processo, tudo com vistas a incentivar a justiça do
provimento judicial. E isso porque, no fundo, na essência de todas as
relações entre o processo e o direito material, está um específico
problema de justiça, só sendo justo aquele se transcorreu conforme os
seus princípios fundamentais e resulta em consonância com os
ditames do sistema, tanto no plano constitucional quanto no plano
infraconstitucional.
OLIVEIRA, Carlos Alberto Álvaro. Do Formalismo no Processo Civil: proposta de um formalismo-valorativo. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. P. 215 .
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO

NCPC, art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si


para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.

Estabelece um modelo de processo cooperativo – nitidamente inspirado


no modelo constitucional – vocacionado à prestação efetiva da tutela
jurisdicional, com ampla participação de todos os sujeitos processuais, do
início ao fim da atividade jurisdicional.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
O STJ decidiu queo “princípio da cooperação” (art. 6º, CPC/15) não pode levar ao extremo de o juiz determinar
a emenda da inicial e a parte não a realizar sem qualquer justificativa.
• Confira-se, abaixo, a ementa do julgado: “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NA AÇÃO RESCISÓRIA.
SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS. DETERMINAÇÃO DE EMENDA À INICIAL, PARA ATENDER AO
DISPOSTO NO ART. 488, I, DO CPC/73 E ART. 968, I, DO CPC/2015, E PARA ACOSTAR AOS AUTOS OS
DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DA DEMANDA. CUMPRIMENTO PARCIAL.
INDEFERIMENTO DA INICIAL. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 284, PARÁGRAFO ÚNICO, 295, VI, E 490, I, DO
CPC/73 E DOS ARTS. 321, PARÁGRAFO ÚNICO, 330, IV, 968, § 3º, DO CPC/2015. AGRAVO INTERNO NÃO
PROVIDO.
• (....)
• X. Em que pese efetivamente oportunizado, aos agravantes, o saneamento do vício existente na petição
inicial da Ação Rescisória, relativo à ausência de cumulação dos pedidos de rescisão do acórdão rescindendo
e de novo julgamento, na forma determinada pelo art. 488, I, do CPC/73, os agravantes deixaram de fazê-lo,
devendo, assim, suportar as consequências decorrentes de sua omissão, especialmente quando não
compete ao julgador, com base no princípio da primazia do julgamento de mérito e da cooperação,
fechar os olhos para os requisitos legais, emendando, de ofício, a petição inicial, ou outorgando
reiteradas oportunidades para que a parte corrija o vício, o que violaria o princípio da paridade de
tratamento, previsto nos arts. 7º e 139, I, do CPC/2015.
• XI. Agravo interno não provido. (AgInt na AR 5.303/BA, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 11/10/2017, DJe 24/10/2017)”.
• Por outras palavras, o que o STJ deixou bem claro é que o princípio da
cooperação (CPC/15, art. 6º) tem limites e não deve ser aplicado sem
qualquer critério, apenas impondo que o juiz colabore com as partes e que
estas façam o mesmo com o magistrado.
•O limite ao princípio da colaboração é o princípio da imparcialidade. O
Estado-juiz não pode mais ajudar demais uma das partes em detrimento da
outra.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO

O que não é esse princípio?

• juiz ajudar a parte na procedência do pedido;


• partes se ajudarem mutuamente;
• contencioso sem disputa.
O que é o princípio da cooperação?

• juiz, ao determinar a emenda, indicar qual o ponto a ser corrigido


(art. 321);
• juiz deve indicar de quem é o ônus da prova (art. 357, III);
• réu, ao apontar que é parte ilegítima, indica quem deve figurar no
polo passivo (art. 339);
• advogado intima a testemunha (art. 455);
• perícia consensual (art. 471);
• saneamento compartilhado (art. 357, § 3º).
JULGAMENTO EM ORDEM CRONOLÓGICA

NCPC, art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão.
O próprio artigo traz uma série de exceções.
• § 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do
pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos
repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
Caso não observada a ordem cronológica
haverá sanção processual ou ao magistrado?
Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem cronológica de
recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016)
§ 1o A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta
pública.
 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado;
II - as preferências legais.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de recebimento entre os
atos urgentes e as preferências legais.
§ 4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao
juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a instauração de
processo administrativo disciplinar contra o servidor
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Vedação de decisão surpresa.

Art 5º da CF:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

art. 9º NCPC.
Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que
ela seja previamente ouvida.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

Há exceções? Contraditório Diferido.


Art 9 NCPC
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no 
art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

O contraditório pode ser entendido por um binômio: informação e manifestação.

O primeiro é indispensável (a parte deve estar ciente do ato da outra parte – e do


processo).O segundo, é possível (a parte pode, mesmo ciente, não se manifestar).

NCPC busca-se o chamado contraditório efetivo: informação, manifestação e resposta


do Judiciário.

Exemplo: vedação das decisões-surpresa.


Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Enunciados aprovados na Escola Nacional da Magistratura -
Decisão surpresa

1) Entende-se por “fundamento” referido no art. 10 do CPC/2015 o substrato fático


que orienta o pedido, e não o enquadramento jurídico atribuído pelas partes.
2) Não ofende a regra do contraditório do art. 10 do CPC/2015, o pronunciamento
jurisdicional que invoca princípio, quando a regra jurídica aplicada já debatida no
curso do processo é emanação daquele princípio.
3) É desnecessário ouvir as partes quando a manifestação não puder influenciar
na solução da causa.
4) Na declaração de incompetência absoluta não se aplica o disposto no art. 10,
parte final, do CPC/2015.
5) Não viola o art. 10 do CPC/2015 a decisão com base em elementos de fato
documentados nos autos sob o contraditório.
6) Não constitui julgamento surpresa o lastreado em fundamentos jurídicos, ainda
que diversos dos apresentados pelas partes, desde que embasados em provas
submetidas ao contraditório.
PRINCÍPIO DISPOSITIVO OU DA
INÉRCIA
Previsto no NCPC, art. 2º:O processo começa por
iniciativa da parte e se desenvolve por impulso
oficial, salvo as exceções previstas em lei.

Princípios dispositivo e do impulso oficial.


Não é absoluto.
PRINCÍPIO DISPOSITIVO OU DA
INÉRCIA
Quais exceções?
Quando juiz puder atuar de ofício.
• Exemplos:Alguns dos atos que podem ser praticados “ex officio” pelo Juiz. São eles:
• Art. 63, § 3o: Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode
ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao
juízo do foro de domicílio do réu.
• Art. 64, § 1o: A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e
grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
• Art. 81: De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar
multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor
corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a
arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
Vedação da decisão surpresa e
determinação judicial ex officio.
Apesar da possibilidade de reconhecimento, de ofício, da prescrição desde o regramento
anterior (§ 5º do artigo 219 do CPC/73), o novo Estatuto Processual Civil inovou no sentido de
que o magistrado não poderá proferir decisão que afete o interesse das partes sem prévia
manifestação destas. Vale conferir a redação do artigo 487, parágrafo único, do CPC/2015: (...)
Com efeito, o enunciado desse dispositivo constitui desdobramento do artigo 10 do mesmo
Estatuto Processual, por vedar o "fundamento-surpresa", ainda que se trate de matéria
cognoscível de ofício.
Trata-se, portanto, de verdadeiro dever de consulta do juiz, concedendo às partes prévia
discussão da matéria não debatida, no caso, a prescrição. 
Destarte, proferida decisão calcada em "fundamento-surpresa", como na hipótese vertente,
deve ser reconhecida a nulidade do pronunciamento judicial, por violação à garantia da ampla
defesa.” 
(TJDF- Acórdão 962488, unânime, Relatora: SIMONE LUCINDO, 1ª Turma Cível, data de
julgamento: 17/8/2016)
PRINCÍPIO DA ORALIDADE

Oralidade pode ser:

• modo de realização dos atos do processo, quando são eles


verbalmente concretizados (atos realizados em audiência);
• em sentido amplo, como princípio processual (que acarreta a
existência de subprincípios).
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE E IDENTIDADE
FISICA DO JUIZ ( ORALIDADE)

• Sensível redução da oralidade no NCPC.


• Supressões:
• Afirmação de que o juiz deve colher “direta e pessoalmente” a
prova (CPC/73 art 446, II – princípio da imediatidade).
• Previsão de que o juiz que aprecia a prova é o juiz que sentencia
(CPC/73, art. 132 – princípio da identidade física do juiz).

• Mas, no sistema anterior, era aplicada a identidade física do juiz?


Mas, no sistema anterior, era aplicada a
identidade física do juiz?

Art. 132. CPC/73- O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência


julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por
qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os
autos ao seu sucessor.

• No atual sistema processual de 2015, tal dispositivo não tem nenhum


correlato.
Mas restou algo da oralidade no NCPC?

• Audiência inaugural, porém perante o mediador / conciliador


(NCPC, art. 334).
• Princípio da concentração, sendo a audiência una e o juiz
“devendo” proferir sentença logo após a produção das provas
(assim, imediatidade).
• Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional
e justificadamente cindida na ausência de perito ou de
testemunha, desde que haja concordância das partes
PRINCÍPIO DO “LIVRE”
CONVENCIMENTO MOTIVADO

CPC/73, art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes;
mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o
convencimento.

NCPC, art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos,


independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão
as razões da formação de seu convencimento.
Lenio Streck: a retirada da expressão
“livremente” dos artigos que tratavam do tema.
• Embora historicamente os Códigos Processuais estejam baseados no livre
convencimento e na livre apreciação judicial, não é mais possível, em plena
democracia, continuar transferindo a resolução dos casos complexos em favor
da apreciação subjetiva dos juízes e tribunais. (...) “O STRECK, Lenio Luiz.
Comentários aos art. 371. In: STRECK, Lenio Luiz et al (Org.). Comentários ao
código de processo civil. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 551-554”(...) livre
convencimento se justificava em face da necessidade de superação da prova
tarifada.
• Filosoficamente, o abandono da fórmula do livre convencimento ou da livre
apreciação da prova é corolário do paradigma da intersubjetividade, cuja
compreensão é indispensável em tempos de democracia e de autonomia do
direito. Dessa forma, a invocação do livre convencimento por parte de juízes e
tribunais acarretará, a toda evidência, a nulidade da decisão.
Acabou ou não o “livre” convencimento do
magistrado?
• Sim: Lênio Streck
• “Se todos têm livre convencimento, ninguém tem. E assim forma-se o
caos.”
• (http://www.conjur.com.br/2013-abr-15/lenio-streck-assim-cada-analisa-acordo-convencimento)

• Não: Fernando Gajardoni


• “(...) na Justiça dos homens o fator humano é insuprimível. Por isso,
enquanto os julgamentos forem humanos, a livre convicção do julgador,
dentro de algumas importantes balizas, sempre estará presente”
• (https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/novo-cpc/o-livre-convencimento-motivado-nao-acabou-no-novo-
cpc-06042015)
• O princípio regula a apreciação das provas existentes
nos autos.
• Assim, o juiz não está vinculado a qualquer prova em
específico, mas ao conjunto probatório.
• Portanto, não existem as provas tarifadas (no
passado: regime da prova legal).
• Tanto é assim que o juiz não está vinculado à
conclusão do perito no laudo (NCPC, art. 479).
Mas, sempre o juiz pode se afastar do laudo?

• Há hipóteses de provas técnicas de alta confiabilidade em que é


muito difícil, para o magistrado, afastar a sua conclusão.

• Basta imaginar, em uma investigação de paternidade, um exame de


DNA.
• Logo, o princípio não dá ao juiz total liberdade.

• O limite ao (livre) convencimento é a motivação. Assim, deve o juiz


motivar na sentença a opção por determinadas provas na formação
de sua convicção, considerando ainda as regras legais (ex: fato
notório) e máximas de experiências (NCPC, arts. 374 e 375).
Principio da razoável duração do processo

- art. 5º, LXXVIII, CF,


- todo processo demora: contraditório, prova e recurso exigem um tempo
mínimo,
- o processo deve durar o tempo necessário, não pode ser demora excessiva,
- é errado falar em princípio da celeridade.
Muito Obrigada!

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