SALVADOR/BA URGENTE: PLANO DE SAÚDE XXXXXXXXXXXX, brasileira, solteira, inscrita sob o número de CPF: 006.266.095-00 e RG-1259042740; por intermédio de seu Advogado ZZZZZZZZZ, brasileiro, solteiro, Advogado, inscrito na OAB/BA sob nº, CEP:41.810-640, telefone;, e-mail: @gmail.com., vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente: AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS, com pedido de LIMINAR inaudita altera pars; em face de AAAAAAAAAAAAAA, Avenida xxxxxxxxxxxxxxxCEP: xxxxxxxx , e AAAAAAAAAAAAAAAA, Avenida xxxxxxxxxxxxxxxx, nos termos adiante delineados: PRELIMINAR: DA JUSTIÇA GRATUITA: Desde já requer a Autora o deferimento da assistência judiciária gratuita ante o fato não poder arcar com os encargos do processo sem prejuízo da própria subsistência, com supedâneo no artigo 5º, LXXIV, da CF/88, art. 4º e parágrafos, da Lei nº 1.060/50, e nos termos do artigo 98 e seguintes do NCPC. DOS FATOS A Autora, segurada da Operadora de Planos Privados de Assistência à Saúde denominada SulAmerica (segunda Ré) desde 10/06/2015 (conforme cópia do contrato em anexo), na modalidade Contrato Coletivo por Adesão, firmado em convenio pela Entidade Ampare, para seus Associados com a Qualicorp (primeira Ré), que figura como Administradora do referido Plano de Assistência à Saúde.
No caso concreto e conforme ver-se-á logo a seguir, ante a
narrativa dos fatos, que a Autora quitou (conforme documentos em anexos) sua parcela em atraso, demonstrando assim total interesse em permanecer cliente das referidas empresas
A autora ficou em atraso em relação ao mês de Setembro
(competência do mês 9) porém, quando foi no dia 20 de Outubro, a mesma quitou neste mesmo dia tanto o boleto em atraso do mês de Setembro (competência mês 9) como o boleto referente ao mês de Outubro (competência mês 10) que estava por vencer.
Assim sendo, não há motivo que justifique o cancelamento
sumário e arbitrário do referido plano de saúde. Sendo que, já há decisões firmes de Tribunais, tanto de 1 Instância como em grau recursal, no sentido de que para cancelamento são necessários 60 dias. E a autora incorreu apenas em 30 dias de atraso. E conforme aresto abaixo; “No que pertine as questões atinentes ao pleito, cabe-me ressaltar que os planos de seguros privados de assistência à saúde, são regidos pela Lei Federal nº 9.656/98 e estabelece em seu art. 13, parágrafo único, inciso IIimpedimento da suspensão ou rescisão unilateral do contrato dos planos e seguros de saúde contratados unilateralmente, salvo por não adimplemento da mensalidade por período superior a 60 (sessenta) dias, assegurando, não obstante, no caput, a renovação automática de todos os produtos de que trata a lei, quer contratados individualmente, quer coletivamente.” (Classe : Apelação n.º 0413814-79.2012.8.05.0001 Foro de Origem : Salvador Órgão : Quinta Câmara Cível Relator (a) : Desª. Marcia Borges Faria). A todo instante, conforme e-mails encaminhados a Qualicorp, a Autora seguiu todos os trâmites administrativos sugeridos pela Empresa. Além de pagar de uma só vez e dentro do prazo as duas mensalidades, teve a boa-fé de ligar para a Empresa e seguir a recomendação dos operadores da mesma encaminhando emails (mais de 3) com pedidos de reativação. Ou seja, além de pagar, também cabe ao cliente avisar a empresa?? Subverte-se quem deve ser o prestador do serviço?
Em nada foi respondida, apenas que estariam analisando a
situação de sua possível reativação como se estivessem a fazer um favor perante a segurada, e claro, com isto ganhando tempo para justificar a desativação do seu plano. Diante disto, mostra-se ilegítima a rescisão unilateral de um contrato que teve suas parcelas pagas tempestivamente.
Hoje é consabido e sabido, aliás, mais que sabido que é ponto
pacífico na jurisprudência de que o desinteresse unilateral por parte da seguradora nãopode gerar o cancelamento automático do contrato de seguro nem mesmo se baseando em regra contratual própria. Afinal, nula de pleno direito é toda clausula que atente contra a dignidade do consumidor. Inclusive o Tribunal de Justiça da Bahia por meio de julgados de suas Turmas Recursais assim tem entendido:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA COM
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. PLANO DE SAÚDE. CANCELAMENTO UNILATERAL DO SEGURO. SENTENÇA PROCEDENTE. INCONFORMISMO DA SEGURADORA RÉ. EXAME. MESMO COM NOTIFICAÇÃO PRÉVIA HOUVEAUSÊNCIA DA BOA- FÉ. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR. DEVER DE REATIVAR O CONTRATO. DANO MORAL. OCORRÊNCIA. VALOR INDENIZATÓRIO ADEQUADO APELO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. SENTENÇA MANTIDA. I. O desinteresse unilateral por parte da Seguradora não pode impor o cancelamento automático do contrato de seguro, ainda que respaldado em regramento contratual, porque nula de pleno direito, abusiva e atentatória à dignidade do consumidor. II. Nesse cenário, mostra-se ilegítima a rescisão unilateral do contrato de plano de saúde individual, sobretudo porque houve o pagamento das parcelas em atraso caracterizando o interesse da segurada em se manter em tal condição.
de Origem: Salvador Órgão: Quinta Câmara Cível Relator (a): Desª. Marcia Borges Faria). PLANOS DE SAÚDE: DIREITO FUNDAMENTAL À VIDA E À SAÚDE E continua o brilhante julgado supramencionado da lavra da Desembargadora Marcia Borges de Faria;
“...Inicialmente, cabe pontuar que a relação jurídica nos
presentes autos é de consumo, estando submetida às disposições do Código de Defesa do Consumidor, estando a parte autora amparada pelo art. 2º do Código de Defesa do Consumidor, assim conceituado "[...] toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Assim sendo, todas as cláusulas devem estar em total consonância com o diploma legal, devendo tal interpretação favorecer o consumidor, em respeito a hipossuficiência que se contrapõe ao fornecedor do serviço, com o fito de se coibir desequilíbrios entre as partes...
No que toca as questões atinentes ao pleito, ressalte-se que os
planos de seguros privados de assistência à saúde, são regidos pela Lei Federal 9.656/98. E mais, em seu artigo 13, parágrafo único, inciso II, disciplina o impedimento da suspensão ou rescisão unilateral do contrato dos planos e seguros de saúde contratados, salvo por não adimplemento da mensalidade por PERÍODO SUPERIOR a 60 dias, assegurando, não obstante, no caput, a renovação automática de todos os produtos de que trata lei, quer contratados individualmente, quer coletivamente.” Logo, por mais que as partes rés aleguem cláusula contratual, tal clausula nunca poderá sobrepor-se a uma lei especial federal e específica que trata de tema relacionado aos planos de saúde e consumidor. Tal argumento, hoje, não é plausível, é írrito diante de uma firme, reiterada e consolidada jurisprudência no que diz respeito a prevalência do Código de Defesa do Consumidor sobre qualquer cláusula que venha defenestrar o consumidor em sua dignidade. E conforme regramento do CDC, o desinteresse unilateral por parte da Seguradora não pode impor o cancelamento automático do contrato de seguro, ainda que respaldado em regramento contratual da empresa, porque nula de pleno direito, abusiva e atentatória à dignidade do consumidor, consoante o art. 51, XI da Lei 8078/90; Art. 51.São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:[...] XI- autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; DANO MORAL Em relação aos conceitos de Dano Moral não cabe aqui ao Autor ficar mencionando esse ou aquele doutrinador, afinal, são conceitos já pacificados e jurisprudencialmente confirmados pelo Poder Judiciário.
O que é certo é que todo e qualquer cliente, ao buscar a
vinculação a um Plano de Saúde, o faz em busca de obter tranquilidade e segurança.
E mais, busca também a satisfação de ter ao seu alcance e a
qualquer hora a melhor e mais ampla cobertura assistencial, motivo pelo qual entrega a sua saúde e a sua vida nas mãos da operadora contratada! Para tanto, esforça-se em manter pontualmente as suas prestações em dia, quitando todo mês os valores devidos, sentindo-se satisfeito em pagar por um serviço que, na verdade, não deseja usar.......
Nesse contexto, o serviço dos Planos de Saúde são pagos para
não serem usados, pois o seu uso implica necessariamente em algum problema de saúde.
Todavia, as Seguradoras não demonstram qualquer
sensibilidade a esses motivos de fato, e, ao menor indicativo de inadimplência, cortam sumariamente a cobertura e expõem os seus clientes ao desamparo, mesmo cônscios dos valores humanos envolvidos na relação jurídica pactuada. E foi justamente isso que aconteceu com a Requerente.
Sendo assim, as Requeridas, de forma desumana,
suspenderam indevidamente a cobertura assistencial de saúde da Requerente, expondo-a a sua própria sorte, pois ninguém está infenso a um acidente ou doença repentina, causando-lhe extrema incerteza quanto à sua saúde e abalando de forma inesperada a sua paz interior! . Enfim, se aquele ideal de segurança e amparo que todo Segurado de Plano de Saúde busca ao contratar um Plano Assistencial foi injusta e abusivamente quebrado, por óbvio que a Segurada merece uma justa e adequada indenização, como forma de, ao menos, recompensar todo o estresse e angústia vividos durante o período de insegurança quanto à sua saúde. Sendo assim, em que pese desnecessária a prova do dano moral em decorrência de cancelamento indevido de Seguro de Saúde (“DANO IN RE IPSA”), por óbvio que o ressarcimento ora buscado terá que se revestir de caráter indenizatório e sancionador, como forma de compensar a incomensurável angústia e frustração suportadas pelo Autor! QUANTUM DEBEATUR DA INDENIZAÇÃO: Caracterizado o dano moral, passa-se à análise do valor a ser fixado.
O arbitramento do valor indenizatório na monta de R$
10.000,00 (dez mil reais) mostra-se adequado no que concerne ao dano moral suportado pela vítima, atingindo finalidades punitivas e educadoras, função primordial de toda indenização por dano moral. Valor este que se adequa a decisões recentes do próprio Tribunal de Justiça da Bahia conforme decisão inframencionada.
INDENIZAÇÃO: CARÁTER PUNITIVO e PEDAGÓGICO
Julgados como o seguinte colacionado logo abaixo manifestam o intuito de realmente estabelecer um caráter firme na punição ao infrator, principalmente quando se está a envolver questões ligadas à saúde, á vida.
Segue assim, o julgado professoral cravado
pela Desembargadora Marcia Borges Faria de uma das turmas recursais do próprio TJ Bahia: “APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. PLANO DE SAÚDE. CANCELAMENTO UNILATERAL DO SEGURO. SENTENÇA PROCEDENTE.INCONFORMISMO DA SEGURADORA RÉ. EXAME. MESMO COM NOTIFICAÇÃO PRÉVIA HOUVE AUSÊNCIA DA BOA-FÉ. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR. DEVER DE REATIVAR O CONTRATO. DANO MORAL. OCORRÊNCIA. VALOR INDENIZATÓRIO ADEQUADO APELO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. SENTENÇA MANTIDA. ....Dano Moral - Hipótese de Dano moral “in re ipsa”, o que acarreta o inequívoco dever de indenizar. Montante arbitrado seguindo os critérios de razoabilidade e proporcionalidade. Apelo conhecido e improvido. No tocante aos danos morais, quanto à fixação do quantum debeatur da indenização, tenho que o juiz deve ter em mente que não pode ser fonte de lucro, posto que fundado em espécie extrapatrimonial. Dessa forma, deve a parte Apelada receber uma soma que lhe compense o sofrimento ou emoções negativas, nas peculiaridades da situação fática vivenciada, atendidas as circunstâncias do caso, tendo em vista ainda as expectativas e o resultado ocorrido, bem como a sua situação pessoal.
O arbitramento do valor indenizatório na monta de R$
10.000,00 (dez mil reais) mostra-se adequado no que concerne ao dano moral suportado pela vítima, atingindo finalidades punitivas e educadoras, razão pela qual a manutenção da sentença é a medida que se impõe, também nesse particular. Tendo em conta o paradigma colhido de julgado de caso similar, bem como as variáveis do caso concreto, a demonstração de inexistência da dívida, o grau de culpa da recorrente, a falha na prestação do serviço, estima-se razoável com suas finalidades manter em R$ 10.000,00 (dez mil reais) o valor arbitrado na sentença a título indenizatório.” (Classe : Apelação n.º 0413814-79.2012.8.05.0001 Foro de Origem : Salvador Órgão : Quinta Câmara Cível Relator (a) : Desª. Marcia Borges Faria).” DA CONFIGURAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA Por se tratar de serviço essencial, sem o qual a saúde e a própria vida da Requerente encontram-se em perigo, evidente o requisito do “periculum in mora” para concessão da tutela antecipada. Outrossim, impor a Autora o término da ação judicial para que venha a restabelecer a cobertura do seu Plano de Saúde significa expor a sua própria vida!
De outro lado, presente também o “fumus boni iuris” diante
de todas as provas carreadas aos autos a evidenciarem exaustivamente a plena adimplência da requerente perante o Plano de Saúde, assim como a ausência de cobertura do serviço contratado, expondo a saúde e a vida da Requerente ao acaso. De forma contrária, não se enxerga qualquer prejuízo aos Requeridoscom a antecipação da tutela vindicada, uma vez que o Autor passará a pagar mensalmente as faturas do Plano como qualquer segurado. DO PERIGO DE DANO: CONCRETO (CERTO), ATUAL E GRAVE Assim, presentes os elementos justificadores do pedido de TUTELA de URGÊNCIA, dentre eles, o perigo de DANO CONCRETO, CERTO (tal suspensão levará a autora a ficar desamparada; o perigo é ATUAL (seu plano está inativo, desativado, cancelado) e o perigo de dano também é GRAVE, afinal todo plano de saúde tem por conteúdo primordial a vida humana, ou seja, gravidade de grande intensidade!! Demonstrados, portanto, o “periculum in mora” e a plausibilidade fática e jurídica, mister se faz a tutela antecipada de urgência com supedâneo nos arts. 294 e seguintes e 300 do Código de Processo Civil. DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA Ex positis, requer perante V. Exa., com arrimo nos arts. 294, 300, e 537, ambos do CPC, e 84, § 3º, CDC: a) a concessão da antecipação dos efeitos da tutela, “inaudita altera pars”, para que a parte Ré proceda, DE IMEDIATO, o RESTABELECIMENTO DA COBERTURA DO SEGURO DE SAÚDE contratado pela Autora, assim como se abstenha de inscrever o nome do Autor nas anotações negativas do banco de dados dos órgãos de proteção ao crédito; b) a cominação de multa diária no importe de R$ 500,00 (quinhentos reais), ou outro meio coercitivo eficaz para a hipótese de descumprimento da tutela antecipada requerida; DOS DEMAIS PEDIDOS: c) que o valor pago do último mês e que se encontra em poder das empresas rés (pelo fato do plano ter sido cancelado e a segurada não ter usufruído dos serviços), ou seja devolvido a segurada ou seja utilizado num futuro depósito judicial que possa vir a ser determinado por este D. juízo; Requer ainda perante este D. Juízo: d) Efetivada a tutela antecipada, a CITAÇÃO da parte Ré, para contestar; e) a procedência total desta ação, tornando definitiva a liminar, impondo a parte Ré que proceda o reestabelecimento do Plano de Saúde da Autora, com a aplicação de astreinte em caso de descumprimento, caso esta não seja concedida de forma antecipada; f) a condenação da parte ré em danos morais em valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) conforme aresto colacionado; g) a condenação dos Réus a devolverem em dobro eventual despesa médica que deveria estar coberta pelo Plano enquanto o mesmo continuar cancelado; h) a juntada das provas anexas; i) Inversão do ônus da prova a seu favor, CDC, art. 6, VIII. Pretende-se provar o alegado por todos os meios processualmente admissíveis.
Dá a causa o valor de R$ 10.000,00 (10 mil reais),
conforme CPC artigo 292, inciso V. Nestes termos, pede e espera deferimento.