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DE ${processo_cidade}
1 - Fatos
O Autor é titular do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição junto ao INSS (NB $
{informacao_generica}), com Renda Mensal de R$ ${informacao_generica}.
Ocorre que o Autor jamais contratou tal empréstimo, tratando-se de flagrante fraude empregada
pela empresa ré, que apresentou contrato falso. De igual forma, o INSS agiu sem qualquer
diligência ao proceder com os descontos de forma automática, sem sequer verificar se o
empréstimo era de fato verdadeiro.
2 - Mérito
DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS E DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
FEDERAL
Inicialmente, cumpre salientar que o INSS é parte legítima para figurar no polo passivo de ação
que trate sobre responsabilidade civil nos casos de descontos indevidos à título de empréstimo
consignado.
O Superior Tribunal de Justiça entende que, nos termos do art. 6º da Lei 10.820/2003, nas
hipóteses em que o empréstimo não tenha sido realizado no mesmo banco em que o
aposentado recebe o benefício, cabe ao INSS reter os valores autorizados por ele e repassar à
instituição financeira credora. Dessa forma, é de sua responsabilidade verificar se houve a
efetiva autorização. Reconhecida, assim, a legitimidade da autarquia para responder os
termos da demanda.
Consignado pela Corte local que foi autorizado o desconto indevido de valores sobre a
aposentadoria do segurado, sem a sua necessária autorização, o que resultou em dano para o
autor, fica caracterizada a responsabilidade civil, no caso. A revisão desse entendimento
demanda reexame do contexto fático-probatório, o que é inviável no Superior Tribunal de
Justiça, ante o óbice da Súmula 7/STJ: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja
Recurso Especial."
Prcedentes: AgRg no REsp 1335598/SC, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe
24.9.2015; AgRg no REsp 1272441/AL, Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe
02.6.2015; AgRg no AgRg no REsp 1370441/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 13/05/2015; AREsp 484.968/SE, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, DJe
20.5.2014; AgRg no REsp 1.369.669/PR, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe
12.9.2013; REsp 1.213.288/SC, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 1º.7.2013; AgRg
no REsp 1.363.502/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 2.5.2013.
(AgRg no REsp 1445011/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
10/11/2016, DJe 30/11/2016)
Nos termos do art. 6º da Lei 10.820/03, cabe ao INSS a responsabilidade por reter os valores
autorizados pelo beneficiário e repassar à instituição financeira credora (quando o empréstimo é
realizado em agência diversa da qual recebe o benefício); ou manter os pagamentos do titular na
agência em que contratado o empréstimo, nas operações em que for autorizada a retenção. Ora,
se lhe cabe reter e repassar os valores autorizados, é de responsabilidade do INSS verificar
se houve a efetiva autorização.
Consignado no aresto recorrido que o ente público agiu com negligência, o que resultou em
dano para o autor, fica caracterizada a responsabilidade civil do Estado.
(REsp 1260467/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe
01/07/2013 - grifado).
E que não ouse o INSS alegar a excludente de responsabilidade elencada no art. 6º, §2º, I e II, da
Lei 10.820/03, uma vez que já restou pacificado pela TNU que nos casos de descontos oriundos
de empréstimo fraudulento, o INSS deve ser responsabilizado, não incidente as referidas
excludente de responsabilidade:
E no caso dos autos, o contrato do suposto empréstimo consignado é falso, eis que o Autor
jamais contratou qualquer operação financeira desta natureza, e tampouco autorizou descontos
em seu benefício, de sorte que o INSS não agiu com a diligência necessária, autorizando os
descontos sem sequer verificar a existência do contrato.
Outrossim, no presente caso é inequívoca a existência de dano moral sofrido pelo Autor, na
medida em que o mesmo foi privado parcialmente de sua verba alimentar por empréstimo
consignado contratado de forma fraudulenta.
Demonstrado o nexo causal entre o fato lesivo imputável aos réus, exsurge o dever de indenizar,
mediante compensação pecuniária compatível com a dor moral.
Demonstrado o nexo causal entre o fato lesivo imputável aos réus, exsurge o dever de indenizar,
mediante compensação pecuniária compatível com a dor moral.
Cumpre ressaltar que nos casos como o presente, a imputação do dano moral se da
objetivamente, uma vez que o dano se caracteriza de forma in re ipsa, eis que é presumida o
abalo gerado pelo desconto em benefício previdenciário decorrente de operação financeira
fraudulenta.
Ante ao exposto, evidente a configuração do dano moral, na medida em que não somente houve
falha no serviço bancário e previdenciário, como o Demandante foi privado de parte de seu
benefício previdenciário, de caráter alimentar.
No presente caso, verifica-se que o INSS não cessou os descontos decorrentes do empréstimo
consignado fraudulento, de sorte que o Autor continua a ter sua verba de caráter alimentar
prejudicada.
Nesse sentido, considerando que se trata de benefício de caráter alimentar substitutivo, que
garante a digna sobrevivência do Demandante é intuitivo o risco de ineficácia do provimento
final da lide.
Assim, deve ser determinado liminarmente que o INSS cesse os descontos no benefício do Autor,
ao menos até o julgamento final da lide.
3 – Pedidos
ANTE AO EXPOSTO, o Autor REQUER:
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
${processo_cidade}, ${processo_hoje}.
${advogado_assinatura}