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VALORES RECEBIDOS …
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Poder Judiciário
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12/05/2023, 15:09 EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. ANULAÇÃO DO BENEFÍCIO. DECADÊNCIA. TEMA 979 DO STJ. VALORES RECEBIDOS …
Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300, Gab. Des. Federal Roger Raupp Rios - 6º andar - Bairro:
Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51)3213-3277 - Email: groger@trf4.jus.br
RELATÓRIO
Processado o feito, sobreveio sentença (Evento 56) proferida nos seguintes termos:
Isso posto, ratifico a decisão que deferiu a tutela provisória e julgo procedente o pedido formulado, resolvendo o
mérito, com fulcro no art. 487, I, do CPC, para:
a) declarar a inexistência do débito apurado pela parte ré em razão do recebimento, pela parte autora, do benefício
de pensão por morte nº091.758.262-4,
b) condenar o INSS a restabelecer, em favor da autora, o benefício de pensão por morte nº091.758.262-4, desde a
data do cancelamento administrativo de tal benefício;
c) condenar o INSS ao pagamento de atrasados desde a data do cancelamento do benefício, atualizados
monetariamente pelo INPC/IBGE, e acrescidos, a partir da citação do INSS nesta ação, de juros moratórios aplicados
à caderneta de poupança (0,5% ao mês, caso a taxa SELIC seja superior a 8,5% ao ano, ou 70% da taxa SELIC ao ano,
nos demais casos - art. 12, inciso II, da Lei nº8.177/91, em sua redação atual), capitalizados mensalmente,
descontando-se os valores pagos em razão da antecipação de tutela deferida nesta ação, nos termos da
fundamentação;
d) condenar o INSS ao pagamento, em favor do procurador da parte autora, de honorários de R$5.036,54 (cinco mil
trinta e seis reais e cinquenta e quatro centavos), correspondentes a 10% do valor do débito declarado inexigível,
atualizados pelo IPCA-E desde o ajuizamento desta ação, e acrescidos, a contar do trânsito em julgado, de juros de
mora de aplicados à caderneta de poupança (0,5% ao mês, caso a taxa SELIC seja superior a 8,5% ao ano, ou 70% da
taxa SELIC ao ano, nos demais casos - art. 12, inciso II, da Lei nº8.177/91, em sua redação atual), capitalizados
mensalmente; e
e) condenar o INSS ao pagamento, em favor do procurador da parte autora, de honorários de 10% sobre o valor da
condenação, correspondente às prestações não pagas e vencidas até a data da prolação desta sentença, inclusive
aquelas pagas administrativamente em razão da tutela provisória deferida nos autos.
Descabido o reexame necessário, nos termos do art. 496, §3º, I do CPC, já que o valor envolvido no litígio é
claramente inferior ao limite legal de mil salários-mínimos, tendo em vista o período abrangido pela condenação,
bem como o valor máximo dos benefícios pagos pela Previdência Social.
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Alega que houve erro material na implantação da pensão e, como é cediço, o erro
material pode ser corrigido a qualquer tempo, não havendo que se falar em decadência. Aduz a
obrigação de ressarcir o erário, sejam os valores recebidos de boa-fé ou não, a título de benefício
concedido indevidamente. Menciona que os juros devem incidir de forma simples, e não capitalizada.
Postula que o pagamento de honorários advocatícios deva ser fixados em 10% sobre o valor da causa
(o qual já incluiu o valor das parcelas não pagas a título de benefício pelo INSS).
Com contrarrazões.
É o relatório.
VOTO
Juízo de admissibilidade
Mérito
Pontos controvertidos
- Os juros capitalizados;
- A verba honorária.
Mérito
Nos termos da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, "a administração pode anular
seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".
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Quanto ao prazo, dispõe o art. 103-A da Lei n.º 8.213/1991, instituído pela MPV n.º 183,
de 19/11/2003, posteriormente convertida na Lei n.º 10.839/2004:
Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
(Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do primeiro
pagamento. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
Quanto à aplicação intertemporal dos diferentes prazos, a questão foi analisada pelo
Superior Tribunal de Justiça na forma do antigo art. 543-C do CPC/1973, no julgamento do REsp
1.114.938/AL, em 14/10/2010, sendo relator o Min. Napoleão Nunes Maia Filho. Na ocasião ficou
assentado o entendimento de que o prazo decadencial para o INSS revisar o ato de deferimento dos
benefícios concedidos antes da vigência da Lei n.º 9.784/1999 é de dez anos a contar da data de
entrada em vigor da referida legislação, em 01/02/1999.
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. ART. 105, III, ALÍNEA A DA CF. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DA RENDA
MENSAL INICIAL DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS CONCEDIDOS EM DATA ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 9.787/99.
PRAZO DECADENCIAL DE 5 ANOS, A CONTAR DA DATA DA VIGÊNCIA DA LEI 9.784/99. RESSALVA DO PONTO DE VISTA
DO RELATOR. ART. 103-A DA LEI 8.213/91, ACRESCENTADO PELA MP 19.11.2003, CONVERTIDA NA LEI 10.839/2004.
AUMENTO DO PRAZO DECADENCIAL PARA 10 ANOS. PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PELO
DESPROVIMENTO DO RECURSO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO, NO ENTANTO.
1. A colenda Corte Especial do STJ firmou o entendimento de que os atos administrativos praticados antes da Lei
9.784/99 podem ser revistos pela Administração a qualquer tempo, por inexistir norma legal expressa prevendo
prazo para tal iniciativa. Somente após a Lei 9.784/99 incide o prazo decadencial de 5 anos nela previsto, tendo
como termo inicial a data de sua vigência (01.02.99). Ressalva do ponto de vista do Relator.
2. Antes de decorridos 5 anos da Lei 9.784/99, a matéria passou a ser tratada no âmbito previdenciário pela MP 138,
de 19.11.2003, convertida na Lei 10.839/2004, que acrescentou o art. 103-A à Lei 8.213/91 (LBPS) e fixou em 10 anos o
prazo decadencial para o INSS rever os seus atos de que decorram efeitos favoráveis a seus benefíciários.
3. Tendo o benefício do autor sido concedido em 30.7.1997 e o procedimento de revisão administrativa sido iniciado
em janeiro de 2006, não se consumou o prazo decadencial de 10 anos para a Autarquia Previdenciária rever o seu
ato.
4. Recurso Especial do INSS provido para afastar a incidência da decadência declarada e determinar o retorno dos
autos ao TRF da 5a. Região, para análise da alegada inobservância do contraditório e da ampla defesa do
procedimento que culminou com a suspensão do benefício previdenciário do autor.
(STJ, Terceira Seção, REsp 1114938/AL, rel. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 14/10/2010, DJe de 02/08/2010)
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Assim, restou assentado que o prazo decadencial para a autarquia revisar o ato de
deferimento dos benefícios é sempre de 10 anos, variando o termo inicial do prazo de decadência
conforme a data do ato:
Caso o ato administrativo gere efeitos patrimoniais contínuos, o termo inicial do prazo
decadencial será a data da percepção do primeiro pagamento, segundo disposto expressamente no §
1º do art. 103-A da Lei n.º 8.213/91, estendendo-se até a notificação do segurado sobre o
procedimento revisional.
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12/05/2023, 15:09 EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. ANULAÇÃO DO BENEFÍCIO. DECADÊNCIA. TEMA 979 DO STJ. VALORES RECEBIDOS …
103-A, Lei 8213/91), operando-se a decadência do direito à revisão pretendida. 6. Em razão disso, imperioso o
restabelecimento da aposentadoria por idade titulada pela autora, desde a cessação administrativa, com o
pagamento das parcelas vencidas desde então. Pelo mesmo motivo, descabe a cobrança dos valores recebidos a tal
título. (TRF4 5029565-52.2017.4.04.9999, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos
em 30/10/2019)
Todavia, a lei ressalva os atos praticados com má-fé, que não se convalidam com o
tempo. Significa que não há prazo decadencial para revisar atos administrativos dos quais decorra
prejuízo ao erário e que tenham sido praticados com má-fé pelo beneficiário.
Com relação aos pagamentos indevidos aos segurados decorrentes de erro administrativo (material ou
operacional), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, são repetíveis,
sendo legítimo o desconto no percentual de até 30% (trinta por cento) de valor do benefício pago ao
segurado/beneficiário, ressalvada a hipótese em que o segurado, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé
objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido.
"Tem-se de rigor a modulação dos efeitos definidos neste representativo da controvérsia, em respeito à segurança
jurídica e considerando o inafastável interesse social que permeia a questão sub examine, e a repercussão do tema
que se amolda a centenas de processos sobrestados no Judiciário. Desse modo somente deve atingir os processos
que tenham sido distribuídos, na primeira instância, a partir da publicação deste acórdão." (Acórdão publicado no
DJe de 23/4/2021).
Do caso concreto
Trata-se, conforme relatado, de ação previdenciária na qual a parte autora postula o restabelecimento do
benefício de pensão por morte decorrente do óbito de sua genitora (NB 091.758.262-4), com o pagamento dos
valores devidos desde a cessação deste, bem como a declaração de irrepetibilidade dos valores percebidos até
o cancelamento do benefício.
Devem ser julgados procedentes os pedidos formulados nos autos pela parte autora. A fim de se evitar
tautologia, entendo que devem ser ratificados os fundamentos expostos na decisão que deferiu a tutela provisória
(E37 e E39). Transcrevo, assim, os fundamentos daquela decisão, no que pertinentes ao ponto ora enfrentado (E37,
TERMOAUD1):
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(...) "Trata-se de ação por meio da qual a autora pleiteia a declaração de que não deve restituir valores já recebidos
supostamente de maneira indevida, assim como pleiteia o restabelecimento da pensão mensal que foi suspensa no
ano de 2016. Deve ser reconsiderado o indeferimento da tutela provisória. Diante do que foi apurado nesta
audiência de instrução e julgamento, e da documentação constante dos autos, verifica este juízo que a parte
autora faz jus à pensão previdenciária, havendo decadência em seu favor, isto é, a impedir que o INSS revise o
benefício que há anos vem sendo pago à parte autora. Os fatos parecem estar claros: a mãe da autora era
pensionista de seu falecido esposo, e depois que faleceu a mãe da autora, fez jus à pensão seu irmão Antônio, na
condição de pessoa incapaz e beneficiária legal da pensão. Ao que parece, pelo fato de a autora ter sido
representante tanto de sua mãe quanto de seu irmão, acabou sendo cadastrada erroneamente pelo INSS enquanto
pensionista (na verdade a autora deveria ter sido apenas registrada como representante legal dos efetivos
pensionistas, sua mãe e seu irmão). Esta situação perdurou por vários anos, bastando dizer que o irmão da autora,
Antônio, faleceu em 23/08/2007. Somente em 2016 a pensão foi cancelada. A autora tem hoje 59 anos de idade. Deve
este juízo registrar que a autora aparenta ter bem mais idade. Conforme declarou a autora em audiência, não é ela
alfabetizada. Declarou a autora viver em precárias condições, tendo esta informação sido confirmada por duas
testemunhas. A aparência da autora, seu modo de falar e a verossimilhança de seu depoimento confirmam o óbvio:
a autora é uma pessoa em situação de miséria. Além de haver decadência a impedir o cancelamento do benefício
(razão jurídica suficiente para o deferimento da tutela jurisdicional), deve ser considerada, neste caso, para o
exame da urgência e do cabimento da tutela provisória, a peculiar condição social da autora e todo o histórico
seu no cuidado de sua mãe e de seu irmão. A autora não fazia jus à pensão, realmente não havia esse direito em
seu favor previsto em lei. Seja como for, por erro do INSS a pensão foi concedida e paga durante vários anos. No
direito brasileiro opera-se em dez anos o prazo de decadência para que o INSS revise benefícios concedidos
indevidamente. Segundo entendimento dominante, o prazo de dez anos, de decadência, previsto na Lei nº 9.784/99,
deve ser computado a partir de 01/02/1999, data de advento de tal lei. Consta dos autos, em documento emitido
pelo próprio INSS, que "ao invés do irmão Antônio Boneta, foi cadastrada como dependente a segurada Iracema
Boneta" (documento datado de 20/12/2016, constante da fl. 111 do processo administrativo). Induvidoso, assim,
que o benefício foi concedido antes de 1999, pois a mãe da autora faleceu em 1987. Também não há dúvida quanto
à boa-fé da autora. Como dito, a autora não é alfabetizada, e no seu depoimento pessoal verificou este juízo
claramente que sequer tem a autora clara compreensão da diferença entre pensão e aposentadoria. Não tem
cabimento presumir má-fé da autora, seja por ser presumida a boa-fé, seja em razão da sua condição social, sua
falta de cultura, e da verossimilhança de sua versão apresentada, quanto aos fatos, em seu depoimento pessoal
(sempre acreditou fazer jus ao benefício, nunca praticou ato denotador de má-fé). Note-se que embora tenha o INSS,
em decisão administrativa inicial, determinado o cancelamento do benefício, a 18ª Junta de Recursos da
Previdência Social, em julgamento que está documentado na fl. 115 do processo administrativo, deu
provimento ao recurso da segurada, reconhecendo a decadência e a boa fé. Não se tem notícia da situação atual
do processo administrativo. Para este juízo é evidente, porém, a decadência, sendo até previsível que sobrevenha,
do proprio INSS, uma decisão administrativa final favorável à autora. No entender deste juízo é urgente, porém, o
restabelecimento do benefício. A autora é idosa, vive numa moradia precária de madeira, sozinha, sem renda,
dependendo da caridade de familiares e vizinhos. Diante disso, cabível a reconsideração da decisão anterior
deste juízo, para o fim de determinar a imediata reimplantação do benefício de pensão nº 0917582624.
Estando em curso a execução do exercício financeiro de 2017, entendo cabível determinar ao INSS que pague à
autora todos os valores devidos a título de pensão desde janeiro/2017, uma vez que, sendo concedida a tutela
provisória, como ocorre neste caso, somente os atrasados pertinentes a exercícios financeiros pretéritos é que
devem ser pagos por requisição de pagamento, nos termos do art. 100 da Constituição Federal. Isso posto,
reconsidero a decisão anterior, para deferir à parte autora, neste momento, tutela provisória, a fim de que
seja restabelecido o benefício de pensão por morte em favor da parte autora (NB 01/091.758.262-4), assim
como pagos, pelo INSS, imediatamente, os valores devidos de janeiro/2017 em diante, na esfera
administrativa. Somente os valores devidos até dezembro/2016, ainda não pagos, é que deverão ser pagos, se
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for o caso de procedência, mediante cumprimento de sentença. Deverá o INSS comprovar nos autos o
cumprimento integral desta decisão no prazo de 15 dias úteis, peticionando nos autos." (...)
Com efeito, não vislumbra este Juízo novos elementos aptos a infirmar o entendimento firmado naquela
oportunidade. Pelo contrário, os cartões juntados ao E44, utilizados pela autora para saque do benefício, eram
todos em nome da autora, estando este Juízo convencido que é o caso de ratificar a tutela provisória deferida, nos
termos expostos na audiência realizada nos autos.
Há decadência porque a autora recebe o benefício desde o falecimento da sua mãe (em
1987), quando houve o ato administrativo indevido que pretende o INSS desfazer. Entre tal data e a
atuação administrativa (em 2016), decorreram mais de dez anos.
"a autora não é alfabetizada, e no seu depoimento pessoal verificou este juízo claramente que sequer tem a autora
clara compreensão da diferença entre pensão e aposentadoria. Não tem cabimento presumir má-fé da autora, seja
por ser presumida a boa-fé, seja em razão da sua condição social, sua falta de cultura, e da verossimilhança de sua
versão apresentada, quanto aos fatos, em seu depoimento pessoal (sempre acreditou fazer jus ao benefício, nunca
praticou ato denotador de má-fé)
(...)
A autora é idosa, vive numa moradia precária de madeira, sozinha, sem renda, dependendo da caridade de
familiares e vizinhos"
Todavia, também no ponto a sentença está correta. Primeiro porque o caso concreto
evidencia a boa-fé objetiva da autora, caso em que, na forma do tema 979 do STJ, não é cabível a
restituição por erro material. Segundo em razão da modulação de efeitos, que permitiria a cobrança
apenas após abril de 2021.
Juros moratórios
Os juros de mora incidem a contar da citação, conforme Súmula 204 do STJ, da seguinte
forma:
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Honorários
A sucumbência do INSS envolve, no caso, tanto o pagamento dos valores atrasados devidos à parte autora,
desde a data do cancelamento do benefício, quanto a declaração de inexistência do débito que estava sendo
cobrado pelo INSS. Nesse sentido, deve o INSS ser condenado ao pagamento de honorários fixados, nos termos do
art. 85, §§2º e 3º, do CPC. Considerando sua sucumbência nesta ação, os honorários devidos pelo INSS devem ser
fixados em R$5.036,54 (cinco mil trinta e seis reais e cinquenta e quatro centavos), correspondentes a 10% do
débito declarado inexigível (E1, PROCADM11, fl. 47), e em 10% do valor da condenação, que abrange, no caso, o
valor das prestações vencidas até a data da prolação desta sentença, nos termos da Súmula nº111 do Superior
Tribunal de Justiça, inclusive aqueles pagos por força da tutela provisória deferida nos autos.
A sentença está correta, pois a base dos honorários deve ser o proveito econômico, que
corresponde, no caso, ao débito cobrado pelo INSS, bem como os valores não recebidos do benefício
cessado, consideradas as parcelas vencidas até a sentença.
Honorários recursais
Não se desconhece a afetação pelo STJ do Tema 1059 - (Im) Possibilidade de majoração,
em grau recursal, da verba honorária fixada em primeira instância contra o INSS quando o recurso da
entidade previdenciária for provido em parte ou quando o Tribunal nega o recurso do INSS, mas
altera de ofício a sentença apenas em relação aos consectários da condenação. Todavia, tenho que,
em se tratando de questão acessória - e a fim de se evitar o sobrestamento do feito ainda na fase de
conhecimento, caso o entendimento do Tribunal Superior venha a ser pela possibilidade de
majoração -, resta desde já fixado o percentual a ser utilizado, de forma a ser possível a futura
execução do julgado no que diz respeito à majoração da verba honorária, cujo cumprimento fica
diferido para o juízo da execução.
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Conclusão
Dispositivo
Documento eletrônico assinado por ROGER RAUPP RIOS, Desembargador Federal Relator, na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº
17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no
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Data e Hora: 15/3/2022, às 18:13:42
5000502-34.2017.4.04.7104
40003040238.V11
Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
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EMENTA
previdenciário. ANULAÇÃO DO BENEFÍCIO. DECADÊNCIA. tema 979 do stj. valores recebidos de boa-fé.
juros de mora.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 5ª Turma
do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por unanimidade, dar parcial provimento ao apelo
do INSS, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do
presente julgado.
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Documento eletrônico assinado por ROGER RAUPP RIOS, Desembargador Federal Relator, na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº
17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no
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Data e Hora: 15/3/2022, às 18:13:42
5000502-34.2017.4.04.7104
40003040239 .V4
Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 4ª Região
Certifico que este processo foi incluído na Pauta da Sessão Virtual, realizada no período de
08/03/2022, às 00:00, a 15/03/2022, às 16:00, na sequência 462, disponibilizada no DE de 23/02/2022.
Certifico que a 5ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, proferiu a seguinte decisão:
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Secretária
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