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ÀS CÂMARAS DE JULGAMENTO DO CONSELHO DE RECURSOS DA


PREVIDÊNCIA SOCIAL (CRPS)

PROCESSO Nº: ________

RECORRENTE: ________

UNIDADE DE ORIGEM: ________

NÚMERO DO BENEFÍCIO: ________

Nº DO ACORDÃO RECORRIDO: ________

ÓRGÃO RECORRIDO: ________ Junta de Recursos do Conselho de Recursos da


Previdência Social

MOTIVO DO RECURSO: ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , ________ , residente e domiciliado na ________ ,
________ , ________ , na Cidade de ________ , ________ ,
________ , vem por seu Procurador, requerer

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


RECURSO ESPECIAL

em face da decisão que indeferiu o Recurso à Junta de Recursos


junto ao CRPS, requerendo desde já, após observadas as
formalidades de estilo, seja remetido ao exame dessa Egrégia
Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência
Social, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

O Segurado, após preencher os requisitos para o Benefício de Assistência


Continuada, requereu junto ao INSS, o qual foi negado conforme processo administrativo
que junta em anexo .

O motivo da negativa do pedido foi a de que ________ , e assim não faria


jus ao recebimento do benefício da LOAS, o que não deve prosperar.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

DO DIREITO ADQUIRIDO - IRRETROATIVIDADE DA LEI NOVA

Preliminarmente urge destacar que as condições para o requerimento do


benefício aqui pleiteado foram alcançados em ________ , ou seja, data anterior a
13/11/2019, vigência da EC 103/2019 que instituiu a Reforma da Previdência.

Portanto, o presente pleito não pode ser atingido pelas regras novas por ela
instituída.

Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente ao


Estado Democrático de Direito, nos termos de clara redação constitucional em seu Art. 5º:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e a coisa julgada;

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA
IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem normas
prejudiciais ao trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº 4.657/42 (LIDB):

Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

A doutrina ao corroborar este entendimento, destaca sobre o princípio que


vigora no Brasil sobre a irretroatividade da lei nova, pela qual não se pode aplicar novo ato
normativo concernentes à situações constituídas antes de sua entrada em vigor:

"O princípio da irretroatividade da lei está consagrado entre nós


pelas disposições da CF 5.º XXXVI e da LINDB 6.º caput ("efeito
imediato"), razão pela qual se asseguram a sobrevivência e a
ultratividade da lei antiga. Por esse princípio a lei nova não pode
retroagir para atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido ou a
coisa julgada." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017.
Versão ebook, Art. 6º LINB.)

Trata-se de princípio que busca preservar o DIREITO ADQUIRIDO,


conforme já entendido pela jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO RECLUSÃO. QUALIDADE DE


SEGURADO. SEGURADO BAIXA RENDA. DESEMPREGO AO
TEMPO DA RECLUSÃO. RENDA ZERO. TEMA N.896 STJ.
DATA DO FATO GERADOR DO BENEFÍCIO.
INAPLICABILIDADE DA MP 871/2019. 1. EM RELAÇÃO À
QUALIDADE DE SEGURADO BAIXA RENDA, PARA
OBTENÇÃO DE AUXÍLIO RECLUSÃO, O SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NO JULGAMENTO DO TEMA N.
896 DOS SEUS RECURSOS REPETITIVOS (RESP 1485417/MS,

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


REL. MINISTRO HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,
JULGADO EM 22/11/2017, DJE 02/02/2018), FIRMOU TESE NO
SENTIDO DE QUE "PARA A CONCESSÃO DE AUXÍLIO-
RECLUSÃO (ART. 80 DA LEI 8.213/1991), O CRITÉRIO DE
AFERIÇÃO DE RENDA DO SEGURADO QUE NÃO EXERCE
ATIVIDADE LABORAL REMUNERADA NO MOMENTO DO
RECOLHIMENTO À PRISÃO É A AUSÊNCIA DE RENDA, E
NÃO O ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 2. NO
PRESENTE CASO, TENDO A ÚLTIMA CONTRIBUIÇÃO
OCORRIDO EM 07/2017, NO MOMENTO DA PRISÃO EM
12/04/2018, POSSUÍA RENDA ZERO, CUMPRINDO O
REQUISITO BAIXA RENDA . 3. OUTROSSIM, NÃO SE
APLICAM AO CASO AS INOVAÇÕES DA MEDIDA
PROVISÓRIA 871/2019, QUE PASSOU A PREVER QUE A
AFERIÇÃO DA RENDA MENSAL BRUTA PARA
ENQUADRAMENTO DO SEGURADO COMO DE BAIXA
RENDA OCORRERÁ PELA MÉDIA DOS SALÁRIOS DE
CONTRIBUIÇÃO APURADOS NO PERÍODO DE DOZE
MESES ANTERIORES AO MÊS DO RECOLHIMENTO À
PRISÃO, TENDO EM VISTA QUE O FATO GERADOR DO
DIREITO, RECLUSÃO DO SEGURADO, ACONTECEU
ANTES DO ADVENTO DE TAL MUDANÇA LEGISLATIVA,
NÃO PODENDO ESSA SER APLICADA DE FORMA
RETROATIVA.(TRF-4 - RECURSO CÍVEL:
50037244020184047115 RS 5003724-40.2018.4.04.7115, Relator:
ANDRÉ DE SOUZA FISCHER, Data de Julgamento: 09/05/2019,
PRIMEIRA TURMA RECURSAL DO RS, #03251780) #3251780

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. COBRANÇA


ADMINISTRATIVA DE VALORES RECEBIDOS EM RAZÃO
DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COM POSTERIOR
REVOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ.

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


PORTARIA CONJUNTA N. 2/2018 DA PROCURADORIA
GERAL FEDERAL E DO PRESIDENTE DO INSS. MP 871/2019.
APLICAÇÃO AOS FATOS OCORRIDOS A PARTIR DE
18/01/2019. 1. O INSS não pode cobrar administrativamente
valores recebidos em razão de tutela antecipada posteriormente
cassada, devendo, sim, cobrá-los nos autos do processo em que
aquela decisão foi proferida. Hipótese de retorno do processo ao
status quo ante, ou seja, de retorno da situação processual presente
quando a tutela antecipada foi concedida, depois de regular
contraditório e ampla defesa. Precedentes do STJ. Aplicação do art.
1º da Portaria Conjunta n. 2, de 16/01/2018, da Procuradoria Geral
Federal e do Presidente do INSS. 2.A cobrança administrativa
pretendida pelo INSS só passou a ser possível com a edição da
MP 871/2019, que depende de regulamentação para viabilizar o
procedimento, não se aplicando aos fatos ocorridos antes de sua
vigência. 3.Apelação parcialmente provida. (TRF-3 - ApCiv:
00068409020124036109 SP, Relator: DESEMBARGADORA
FEDERAL MARISA SANTOS, Data de Julgamento: 05/06/2019,
NONA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA:19/06/2019, #53251780)

Por tais razões que as regras da EC 103/2019 não se aplicam ao pedido do


Autor.

DO DIREITO ADQUIRIDO - IRRETROATIVIDADE DA LEI NOVA

Preliminarmente urge destacar que as condições para o requerimento do


benefício aqui pleiteado foram alcançados em ________ , ou seja, data anterior a
13/11/2019, vigência da EC 103/2019 que instituiu a Reforma da Previdência.

Portanto, o presente pleito não pode ser atingido pelas regras novas por ela
instituída.

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente ao
Estado Democrático de Direito, nos termos de clara redação constitucional em seu Art. 5º:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e a coisa julgada;

Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA


IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem normas
prejudiciais ao trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº 4.657/42 (LIDB):

Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

A doutrina ao corroborar este entendimento, destaca sobre o princípio que


vigora no Brasil sobre a irretroatividade da lei nova, pela qual não se pode aplicar novo ato
normativo concernentes à situações constituídas antes de sua entrada em vigor:

"O princípio da irretroatividade da lei está consagrado entre nós


pelas disposições da CF 5.º XXXVI e da LINDB 6.º caput ("efeito
imediato"), razão pela qual se asseguram a sobrevivência e a
ultratividade da lei antiga. Por esse princípio a lei nova não pode
retroagir para atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido ou a
coisa julgada." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017.
Versão ebook, Art. 6º LINB.)

Trata-se de princípio que busca preservar o DIREITO ADQUIRIDO,


conforme já entendido pela jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO RECLUSÃO. QUALIDADE DE


SEGURADO. SEGURADO BAIXA RENDA. DESEMPREGO AO
TEMPO DA RECLUSÃO. RENDA ZERO. TEMA N.896 STJ.

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


DATA DO FATO GERADOR DO BENEFÍCIO.
INAPLICABILIDADE DA MP 871/2019. 1. EM RELAÇÃO À
QUALIDADE DE SEGURADO BAIXA RENDA, PARA
OBTENÇÃO DE AUXÍLIO RECLUSÃO, O SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NO JULGAMENTO DO TEMA N.
896 DOS SEUS RECURSOS REPETITIVOS (RESP 1485417/MS,
REL. MINISTRO HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,
JULGADO EM 22/11/2017, DJE 02/02/2018), FIRMOU TESE NO
SENTIDO DE QUE "PARA A CONCESSÃO DE AUXÍLIO-
RECLUSÃO (ART. 80 DA LEI 8.213/1991), O CRITÉRIO DE
AFERIÇÃO DE RENDA DO SEGURADO QUE NÃO EXERCE
ATIVIDADE LABORAL REMUNERADA NO MOMENTO DO
RECOLHIMENTO À PRISÃO É A AUSÊNCIA DE RENDA, E
NÃO O ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 2. NO
PRESENTE CASO, TENDO A ÚLTIMA CONTRIBUIÇÃO
OCORRIDO EM 07/2017, NO MOMENTO DA PRISÃO EM
12/04/2018, POSSUÍA RENDA ZERO, CUMPRINDO O
REQUISITO BAIXA RENDA . 3. OUTROSSIM, NÃO SE
APLICAM AO CASO AS INOVAÇÕES DA MEDIDA
PROVISÓRIA 871/2019, QUE PASSOU A PREVER QUE A
AFERIÇÃO DA RENDA MENSAL BRUTA PARA
ENQUADRAMENTO DO SEGURADO COMO DE BAIXA
RENDA OCORRERÁ PELA MÉDIA DOS SALÁRIOS DE
CONTRIBUIÇÃO APURADOS NO PERÍODO DE DOZE
MESES ANTERIORES AO MÊS DO RECOLHIMENTO À
PRISÃO, TENDO EM VISTA QUE O FATO GERADOR DO
DIREITO, RECLUSÃO DO SEGURADO, ACONTECEU
ANTES DO ADVENTO DE TAL MUDANÇA LEGISLATIVA,
NÃO PODENDO ESSA SER APLICADA DE FORMA
RETROATIVA.(TRF-4 - RECURSO CÍVEL:
50037244020184047115 RS 5003724-40.2018.4.04.7115, Relator:
ANDRÉ DE SOUZA FISCHER, Data de Julgamento: 09/05/2019,

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


PRIMEIRA TURMA RECURSAL DO RS, #63251780)

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. COBRANÇA


ADMINISTRATIVA DE VALORES RECEBIDOS EM RAZÃO
DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COM POSTERIOR
REVOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ.
PORTARIA CONJUNTA N. 2/2018 DA PROCURADORIA
GERAL FEDERAL E DO PRESIDENTE DO INSS. MP 871/2019.
APLICAÇÃO AOS FATOS OCORRIDOS A PARTIR DE
18/01/2019. 1. O INSS não pode cobrar administrativamente
valores recebidos em razão de tutela antecipada posteriormente
cassada, devendo, sim, cobrá-los nos autos do processo em que
aquela decisão foi proferida. Hipótese de retorno do processo ao
status quo ante, ou seja, de retorno da situação processual presente
quando a tutela antecipada foi concedida, depois de regular
contraditório e ampla defesa. Precedentes do STJ. Aplicação do art.
1º da Portaria Conjunta n. 2, de 16/01/2018, da Procuradoria Geral
Federal e do Presidente do INSS. 2.A cobrança administrativa
pretendida pelo INSS só passou a ser possível com a edição da
MP 871/2019, que depende de regulamentação para viabilizar o
procedimento, não se aplicando aos fatos ocorridos antes de sua
vigência. 3.Apelação parcialmente provida. (TRF-3 - ApCiv:
00068409020124036109 SP, Relator: DESEMBARGADORA
FEDERAL MARISA SANTOS, Data de Julgamento: 05/06/2019,
NONA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA:19/06/2019, #23251780)

Por tais razões que as regras da EC 103/2019 não se aplicam ao pedido do


Autor.

O benefício de prestação continuada, previsto na Lei Orgânica de


Assistência Social (LOAS) em seu art. 20, que assim dispõe:

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um
salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios
de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua
família.

§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo


requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e
enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto.

Assim, após preenchidos todos os requisitos que autorizam a concessão do


benefício, outra não poderia ser a decisão, senão o imediato deferimento do pedido, afinal:

 O Segurado conta com mais de 65 anos de idade;

 O Segurado está impossibilitado de prover seus próprios


meios de subsistência ou tê-la provido pela família.

A Idade é incontroversa pelo documento de identidade que colaciona em


anexo.

 O Segurado é portador de doença que o incapacita para


a vida independente e para o trabalho;

 O Segurado está impossibilitado de prover seus próprios


meios de subsistência ou tê-la provido pela família, por
possuir baixa renda per capta.

A constatação da incapacidade é incontroversa, conforme laudo e atestados


em anexo e confirmado por súmula do TNU:

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


Súmula 48: "A incapacidade não precisa ser permanente para fins
de concessão do benefício assistencial de prestação continuada."

Já a renda é composta apenas por ________ para atender ________ pessoas


do grupo familiar, que não revela-se suficiente para manter as necessidades básicas do
recorrente e de sua família.

Afinal, as despesas do Segurado são compostas de:

R$ ________ em aluguel;

R$ ________ em alimentação;

R$ ________ em remédios;

R$ ________ em luz;

R$ ________ ..

Portanto, evidentemente que a renda do Segurado se enquadra no perfil de


miserabilidade exigido pela lei.

DA APLICAÇÃO RELATIVA DO LIMITE LEGAL DA RENDA

Cabe salientar que o limite da renda, previsto no § 3º do art. 20 da Lei n.


8.742/93, não deve mais ser encarado como um critério objetivo da condição ou não de
miserabilidade do recorrente , mas apenas como valor de presunção.

Afinal, deve ser considerado se a renda mantém as condições mínimas


de dignidade da pessoa humana, pois, o salário mínimo não alcança o alto grau de
inflação que assola nossa economia.

Isso porque o Supremo Tribunal Federal, ao analisar os recursos

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


extraordinários 567.985 e 580.963, reconheceu a inconstitucionalidade do § 3º do art. 20
da Lei 8.742/1993 bem como o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 (Estatuto
do Idoso) que previam o critério econômico objetivo como limitador do benefício.

Portanto, o fato a ser considerado é que a parte Requerente é submetida a


viver em estado de miserabilidade, cabendo outros meios de provas, conforme
entendimento dos tribunais:

ASSISTÊNCIA SOCIAL. APELAÇÃO CIVIL. BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. IDOSA.
RENDA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MINIMO. EXISTÊNCIA
DE OUTROS ELEMENTOS QUE INDICAM SITUAÇÃO DE
MISERABILIDADE. MISERABILIDADE COMPROVADA. -A
Constituição garante à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
que comprove não possuir meios de prover sua própria manutenção
o pagamento de um salário mínimo mensal. Trata-se de benefício de
caráter assistencial, que deve ser provido aos que cumprirem tais
requisitos, independentemente de contribuição à seguridade social.
A autora tem 65 anos, conforme demonstra a cópia de sua Cédula
de Identidade. Cumpre, portanto, o requisito da idade para a
concessão do benefício assistencial, nos termos do art. 20, caput da
LOAS -Quanto à miserabilidade, a LOAS prevê que ela existe
quando a renda familiar mensal per capita é inferior a ¼ de um
salário mínimo (art. 20, § 3º), sendo que se considera como
"família" para aferição dessa renda "o cônjuge ou companheiro, os
pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados,
desde que vivam sob o mesmo teto" (art. 20, § 1º) -Embora esse
requisito tenha sido inicialmente declarado constitucional pelo
Supremo Tribunal Federal na Ação Direita de
Inconstitucionalidade n º 1.232-1, ele tem sido flexibilizado pela
jurisprudência daquele tribunal. Nesse sentido, com o

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


fundamento de que a situação de miserabilidade não pode ser
aferida através de mero cálculo aritmético, o STF declarou, em
18.04.2013, ao julgar a Reclamação 4.374, a
inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia de nulidade, e do
art. 20, § 3º da LOAS - Seguindo essa tendência foi incluído em
2015 o § 11 ao art. 20 da LOAS com a seguinte redação:§ 11. Para
concessão do benefício de que trata o caput deste artigo,
poderão ser utilizados outros elementos probatórios da
condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de
vulnerabilidade, conforme regulamento - No caso dos autos, pelo
estudo social (fls. 101/102) compõem a família da Sra. Nair ela
(sem renda) o seu esposo, Sr. Mário de Arruda, 72 anos, que recebe
aposentadoria por invalidez no valor de R$ 990,00. Portanto a renda
per capita familiar mensal é de R$ 495,00, superior a ¼ de um
salário mínimo (equivalente a R$ 220,00).Entretanto, a autora
reside em casa alugada, no valor de R$ 500,00, com gastos de água
e energia elétrica que totalizam R$ 160,00 por mês. Embora não
tenham sido especificados outros gastos, apenas esses gastos
básicos já consomem 66% da renda do casal, que depende de
doações para prover sua alimentação - Além disso, conforme relato
do estudo social, o imóvel alugado não apresenta boas condições,
com problemas de fiação e infiltração de água. A assistente social
relata, ainda, que os utensílios e móveis da casa são igualmente
precários - Tanto a autora quanto seu marido são idosos, ela com 66
anos e ele com 72 anos. Ambos necessitam de medicamentos de uso
contínuo, que recebem em sua maioria da Farmácia Popular, mas
consta que um deles, para a circulação, não é fornecido
gratuitamente e não pode ser adquirido pela autora em razão de seu
custo de R$150,00 - Neste sentindo, apesar da renda familiar per
capita da família da autora ser superior a ¼ do salário mínimo, está
configurada a situação de miserabilidade, sendo de extrema
necessidade o benefício assistencial -Recurso de apelação a que se

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


nega provimento. (TRF-3 - Ap: 00240219820174039999 SP,
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI,
Data de Julgamento: 19/02/2018, OITAVA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/03/2018, #53251780)

BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. POSSIBILIDADE DE


DEMONSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE
DO BENEFICIÁRIO POR OUTROS MEIOS DE PROVA,
QUANDO A RENDA PER CAPITA DO NÚCLEO FAMILIAR
FOR SUPERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO.Tese Firmada: A
limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser
considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui
outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida
por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a
necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade
quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário
mínimo.Anotações Nugep: Para concessão do benefício assistencial
de prestação continuada à pessoa portadora de deficiência ou idoso,
o preceito contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993 (renda familiar
per capita inferior a 1/4 do salário-mínimo) não é o único critério
válido para comprovar a condição de miserabilidade preceituada no
art. 203, V, da Constituição Federal.Repercussão Geral: Tema
27/STF - Meios de comprovação do estado miserabilidade do idoso
para fins de percepção de benefício de assistência continuada. Tema
312/STF - Interpretação extensiva ao parágrafo único do art. 34 da
Lei nº 10.741/2003 para fins do cálculo da renda familiar de que
trata o art. 20, §3º, da Lei nº 8.742/93. (STJ, Tema nº 185, publicada
em 13/09/2019, #03251780)

PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.


BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO IDOSO. RENDA PER
CAPITA. ART. 20, § 3º, DA LEI Nº 8.742/1993. CRITÉRIO

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


OBJETIVO CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL.1.O
Supremo Tribunal Federal, ao analisar os recursos extraordinários
567.985 e 580.963, ambos submetidos à repercussão geral,
reconheceu a inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei nº
8.742/1993, assim como do art. 34 da Lei 10.741/2003 - Estatuto do
Idoso, permitindo que o requisito econômico, para fins de
concessão do benefício assistencial, seja aferido caso a caso.2.Este
Tribunal já vinha adotando uma maior flexibilização nos casos em
que a renda per capita superava o limite estabelecido no art. 20, §
3º, da LOAS, agora dispensável enquanto parâmetro objetivo de
renda familiar.3.O fato de integrante do grupo familiar auferir
proventos não impede que outra pessoa da mesma família possa
habilitar-se ao benefício assistencial, desde que verificada a
situação de miserabilidade. (TRF-4, REMESSA NECESSÁRIA
CÍVEL 5049664-10.2017.4.04.7100, Relator(a): ARTUR CÉSAR
DE SOUZA, SEXTA TURMA, Julgado em: 14/11/2018, Publicado
em: 16/11/2018, #43251780)

Assim, admite-se a possibilidade de outros meios de prova para verificação


da hipossuficiência familiar, cabendo ao julgador, na análise do caso concreto, aferir o
estado de miserabilidade do recorrente e de sua família.

DO CÔMPUTO ISOLADO DA RENDA DO IDOSO

Mister ressaltar ainda que o benefício auferido por um dos membros da


família não pode ser computado para o limite da renda familiar, conforme redação expressa
do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003):

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não
possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida
por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-
mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - Loas.

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


(Vide Decreto nº 6.214, de 2007)

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro


da família nos termos do caput não será computado para os fins
do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.

O objetivo do legislador foi preservar a renda mínima recebida pelo idoso


(no montante de um salário mínimo), excluindo-a do cálculo da renda per capita familiar,
para fins de assegurar a dignidade do idoso, por analogia, tal regra deve ser estendida aos
demais benefícios de renda mínima, sejam eles de natureza assistencial ou previdenciária.

Nesse sentido, a Advocacia Geral da União editou Instrução Normativa


02/2014 dispensando a interposição de recursos de decisões judiciais que conferem
interpretação extensiva ao parágrafo único do dispositivo acima referido.

A Lei de Organização da Assistência Social (LOAS), ao regulamentar o art.


203, V, da Constituição da República, estabeleceu os critérios para que o benefício mensal
de um salário mínimo seja concedido aos portadores de deficiência e aos idosos que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, dessa forma, cumpridos os requisitos o benefício deve ser imediatamente
concedido.

DA APLICAÇÃO RELATIVA DO LIMITE LEGAL DA RENDA

Cabe salientar que o limite da renda, previsto no § 3º do art. 20 da Lei n.


8.742/93, não deve mais ser encarado como um critério objetivo da condição ou não de
miserabilidade do recorrente , mas apenas como valor de presunção.

Afinal, deve ser considerado se a renda mantém as condições mínimas


de dignidade da pessoa humana, pois, o salário mínimo não alcança o alto grau de
inflação que assola nossa economia.

Portanto, o fato a ser considerado é que a parte Requerente é submetida a

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


viver em estado de miserabilidade, cabendo outros meios de provas, conforme
entendimento dos tribunais:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL.


REQUISITOS. renda familiar. flexibilização. assistência à
criança com deficiência. 1. O direito ao benefício assistencial
pressupõe o preenchimento dos seguintes requisitos: a) condição de
deficiente (incapacidade para o trabalho e para a vida independente,
de acordo com a redação original do art. 20 da LOAS, ou
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir a participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas, conforme redação atual do
referido dispositivo) ou idoso (neste caso, considerando-se, desde 1º
de janeiro de 2004, a idade de 65 anos); e b) situação de risco social
(estado de miserabilidade, hipossuficiência econômica ou situação
de desamparo) da parte autora e de sua família. 2. Atendidos os
pressupostos, e comprovado que a renda familiar é insuficiente para
a assistência necessária ao desenvolvimento da criança com
deficiência, deve ser concedido o benefício. (TRF-4 - APL:
50289583920174049999 5028958-39.2017.4.04.9999, Relator:
PAULO AFONSO BRUM VAZ, Data de Julgamento: 01/03/2018,
TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, #93251780)

ASSISTÊNCIA SOCIAL. APELAÇÃO CÍVEL. BENEFÍCIO


ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA.
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS NO CURSO
DA AÇÃO. - A Constituição garante à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover
sua própria manutenção o pagamento de um salário mínimo mensal.
Trata-se de benefício de caráter assistencial, que deve ser provido
aos que cumprirem tais requisitos, independentemente de

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


contribuição à seguridade social - Não é possível extrair do
conjunto probatório a existência de impedimentos de longo prazo
que obstruem a participação do apelante na sociedade, em igualdade
de condições com as demais pessoas. O quadro apresentado se
ajusta, portanto, ao conceito de pessoa com deficiência, nos termos
do artigo 20, § 2º, da Lei 8.742/93, com a redação dada pela Lei
12.435/2011 - O autor completou 65 anos de idade após a citação,
passando a cumprir o requisito da idade para a concessão do
benefício assistencial, nos termos do art. 20, caput da LOAS.
Observado o teor do artigo 493 do Novo Código de Processo Civil
(2015) e em respeito ao princípio da economia processual, o
aperfeiçoamento deste requisito pode ser aqui aproveitado. - A
LOAS prevê que a miserabilidade existe quando a renda familiar
mensal per capita é inferior a ¼ de um salário mínimo (art. 20, §
3º), sendo que se considera como "família" para aferição dessa
renda "o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e
enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto" (art. 20, § 1º) - Com o fundamento de que a situação
de miserabilidade não pode ser aferida através de mero cálculo
aritmético, o STF declarou, em 18.04.2013, ao julgar a Reclamação
4.374, a inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia de nulidade, e
do art. 20, § 3º da LOAS - O benefício assistencial já concedido a
idoso membro da família não pode ser computado para os fins do
cálculo da renda familiar per capita. A exclusão também deve se
aplicar aos benefícios assistenciais já concedidos a membros da
família deficientes e aos benefícios previdenciários de até um
salário mínimo recebidos por idosos. (RE 580963, Relator (a): Min.
GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 18/04/2013,
PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO
DJe-225 DIVULG 13-11-2013 PUBLIC 14-11-2013) - Compõe a
família do apelante (sem renda) apenas a sua esposa, que recebe

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023


benefício de prestação continuada no valor de um salário
mínimo. Excluído tal benefício, a renda per capita familiar é
nula - inferior, portanto, a ¼ do salário mínimo. Deste modo, é
caso de deferimento do benefício, pois há presunção absoluta de
miserabilidade, nos termos da jurisprudência consolidada do
Superior Tribunal de Justiça - O termo inicial do benefício deve
ser fixado na data em que o apelante passou a preencher os
requisitos para a sua implementação, no seu aniversário de 65 anos,
ou seja, em 02/07/2011 - Apelação a que se dá parcial provimento.
(TRF-3 - Ap: 00255341920084039999 SP, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI, Data de
Julgamento: 19/02/2018, OITAVA TURMA, Data de Publicação:
e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/03/2018, #83251780)

Assim, admite-se a possibilidade de outros meios de prova para verificação


da hipossuficiência familiar, sendo devido, na análise do caso concreto, aferir o estado de
miserabilidade do segurado e de sua família.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, REQUER o recebimento do presente recurso, com a


revisão da decisão que indeferiu o pedido administrativo, com o imediato reconhecimento
de ________ .

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

1. Requerimento e resposta administrativa

2. Prova da renda

#3251780 Thu Apr 13 16:16:37 2023

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