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Atenção ao limite previsto para ações no Juizado Especial Federal. Caso a expectativa
ultrapasse o valor de 60 salários mínimos, deve-se renunciar expressamente ao excedente
ou ingressar na Justiça Federal Comum. (Art. 3º da Lei 10.259/01)
AÇÃO DE CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, localizada em pelos
fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor.
DO REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO
O Autor, após alcançar os requisitos legais, requereu
administrativamente o benefício previdenciário da aposentadoria, pedido este que foi
negado.
o Pedido Administrativo nº:
o Resposta do INSS: .
o Data de requerimento administrativo: ;
o Idade na data do requerimento administrativo:
conforme documentos que junta em anexo;
o Meses de contribuição na data do
requerimento administrativo: , conforme
ATENÇÃO - Esgotamento da via administrativa - O Supremo
Tribunal Federal em sessão plenária, de 27/08/2014, deu parcial provimento ao Recurso
Extraordinário (RE) 631240 (DJe 10.11.2014), com repercussão geral reconhecida, na qual
se entendeu que a exigência de esgotamento prévio da via administrativa não fere a
garantia constitucional de livre acesso ao Judiciário, preconizada no art. 5º, inc. XXXV, da
Carta Magna. "O pleito poderá ser formulado diretamente em juízo quando notório e
reiterado o entendimento contrário da Administração à postulação do segurado, bem como
nos casos de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente
concedido, além dos casos em que a Autarquia já contestou o feito." (TRF 3ª Região,
OITAVA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2248293 - 0018934-64.2017.4.03.9999, Rel.
DESEMBARGADORA FEDERAL TANIA MARANGONI, julgado em 21/08/2017, e-DJF3
Judicial 1 DATA:04/09/2017)
Razão pela qual restam demonstrados o interesse de agir e a
legitimidade do Autor em ajuizar a presente ação.
o DO DIREITO ADQUIRIDO -
IRRETROATIVIDADE DA LEI
NOVA
o Argumento a ser utilizado nos casos em que os requisitos para
alcance do benefício foram alcançados antes da vigência da reforma da Previdência.
o Preliminarmente urge destacar que as condições para o
requerimento do benefício aqui pleiteado foram alcançados em , ou seja, data
anterior a 13/11/2019, vigência da EC 103/2019 que instituiu a Reforma da Previdência.
o Portanto, o presente pleito não pode ser atingido pelas regras novas
por ela instituída.
o Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA inerente
ao Estado Democrático de Direito, nos termos de clara redação constitucional em seu Art.
5º:
o XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o
ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
o Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA
IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem normas
prejudiciais ao trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº 4.657/42 (LIDB):
o Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral,
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.
o A doutrina ao corroborar este entendimento, destaca sobre o
princípio que vigora no Brasil sobre a irretroatividade da lei nova, pela qual não se pode
aplicar novo ato normativo concernentes à situações constituídas antes de sua entrada em
vigor:
o "O princípio da irretroatividade da lei está
consagrado entre nós pelas disposições da CF
5.º XXXVI e da LINDB 6.º caput ("efeito
imediato"), razão pela qual se asseguram a
sobrevivência e a ultratividade da lei antiga. Por
esse princípio a lei nova não pode retroagir para
atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido ou
a coisa julgada." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY,
Rosa Maria de Andrade. Código Civil Comentado.
12 ed. Editora RT, 2017. Versão ebook, Art. 6º
LINB.)
o Trata-se de princípio que busca preservar o DIREITO ADQUIRIDO,
conforme já entendido pela jurisprudência:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO RECLUSÃO. QUALIDADE DE
SEGURADO. SEGURADO BAIXA RENDA. DESEMPREGO AO
TEMPO DA RECLUSÃO. RENDA ZERO. TEMA N.896 STJ. DATA
DO FATO GERADOR DO BENEFÍCIO. INAPLICABILIDADE DA
MP 871/2019. 1. EM RELAÇÃO À QUALIDADE DE SEGURADO
BAIXA RENDA, PARA OBTENÇÃO DE AUXÍLIO RECLUSÃO, O
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NO JULGAMENTO DO
TEMA N. 896 DOS SEUS RECURSOS REPETITIVOS (RESP
1485417/MS, REL. MINISTRO HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA
SEÇÃO, JULGADO EM 22/11/2017, DJE 02/02/2018), FIRMOU
TESE NO SENTIDO DE QUE "PARA A CONCESSÃO DE
AUXÍLIO-RECLUSÃO (ART. 80 DA LEI 8.213/1991), O CRITÉRIO
DE AFERIÇÃO DE RENDA DO SEGURADO QUE NÃO EXERCE
ATIVIDADE LABORAL REMUNERADA NO MOMENTO DO
RECOLHIMENTO À PRISÃO É A AUSÊNCIA DE RENDA, E NÃO
O ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 2. NO PRESENTE
CASO, TENDO A ÚLTIMA CONTRIBUIÇÃO OCORRIDO EM
07/2017, NO MOMENTO DA PRISÃO EM 12/04/2018, POSSUÍA
RENDA ZERO, CUMPRINDO O REQUISITO BAIXA RENDA . 3.
OUTROSSIM, NÃO SE APLICAM AO CASO AS INOVAÇÕES DA
MEDIDA PROVISÓRIA 871/2019, QUE PASSOU A PREVER QUE
A AFERIÇÃO DA RENDA MENSAL BRUTA PARA
ENQUADRAMENTO DO SEGURADO COMO DE BAIXA RENDA
OCORRERÁ PELA MÉDIA DOS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO
APURADOS NO PERÍODO DE DOZE MESES ANTERIORES AO
MÊS DO RECOLHIMENTO À PRISÃO, TENDO EM VISTA QUE O
FATO GERADOR DO DIREITO, RECLUSÃO DO SEGURADO,
ACONTECEU ANTES DO ADVENTO DE TAL MUDANÇA
LEGISLATIVA, NÃO PODENDO ESSA SER APLICADA DE
FORMA RETROATIVA.(TRF-4 - RECURSO CÍVEL:
50037244020184047115 RS 5003724-40.2018.4.04.7115, Relator:
ANDRÉ DE SOUZA FISCHER, Data de Julgamento: 09/05/2019,
PRIMEIRA TURMA RECURSAL DO RS)
PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. COBRANÇA
ADMINISTRATIVA DE VALORES RECEBIDOS EM RAZÃO DE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COM POSTERIOR REVOGAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. PORTARIA
CONJUNTA N. 2/2018 DA PROCURADORIA GERAL FEDERAL E
DO PRESIDENTE DO INSS. MP 871/2019. APLICAÇÃO AOS
FATOS OCORRIDOS A PARTIR DE 18/01/2019. 1. O INSS não
pode cobrar administrativamente valores recebidos em razão de
tutela antecipada posteriormente cassada, devendo, sim, cobrá-los
nos autos do processo em que aquela decisão foi proferida.
Hipótese de retorno do processo ao status quo ante, ou seja, de
retorno da situação processual presente quando a tutela antecipada
foi concedida, depois de regular contraditório e ampla defesa.
Precedentes do STJ. Aplicação do art. 1º da Portaria Conjunta n. 2,
de 16/01/2018, da Procuradoria Geral Federal e do Presidente do
INSS. 2.A cobrança administrativa pretendida pelo INSS só
passou a ser possível com a edição da MP 871/2019, que
depende de regulamentação para viabilizar o procedimento,
não se aplicando aos fatos ocorridos antes de sua vigência.
3.Apelação parcialmente provida. (TRF-3 - ApCiv:
00068409020124036109 SP, Relator: DESEMBARGADORA
FEDERAL MARISA SANTOS, Data de Julgamento: 05/06/2019,
NONA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA:19/06/2019)
o Por tais razões que as regras da EC 103/2019 não se aplicam ao
pedido do Autor.
o DO ESGOTAMENTO DA VIA
ADMINISTRATIVA
o Não se desconhece o entendimento majoritário sobre a
necessidade de esgotar-se a via administrativa. Ocorre que tal requisito deve ser
imperativo somente quando o INSS responde administrativamente ao pedido do segurado,
o que não ocorre no presente caso.
DA MOROSIDADE DO INSS
EM RESPONDER O
SEGURADO
Nos termos da Lei 9.784/99, que regulamenta o processo
administrativo, a Autarquia Pública, tem o prazo de 30 (trinta) dias para proferir um
posicionamento, exceto nos casos de expressa prorrogação devidamente motivada.
No presente caso, atendidos todos os requisitos legais para a
concessão do pedido, passados mais de , não houve qualquer posicionamento, ou mesmo
alguma prorrogação do prazo, ferindo o prazo e dever de motivação de seus atos previstos
na Lei 9.784/99, in verbis:
Art. 48. A Administração tem o dever de
explicitamente emitir decisão nos
processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em matéria
de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de
processo administrativo, a
Administração tem o prazo de até
trinta dias para decidir, salvo
prorrogação por igual período
expressamente motivada.
Art. 50. Os atos administrativos deverão
ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:
(...)
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara
e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.
Usualmente tem-se aplicado por analogia o prazo de 45 (quarenta
e cinco) dias previstos no art. 41-A, § 5º da Lei 8.213/91:
Art. 41-A, § 5º.O primeiro pagamento do
benefício será efetuado até quarenta e
cinco dias após a data da apresentação,
pelo segurado, da documentação
necessária a sua concessão.
Ocorre que, além de o tratar-se, na verdade, do prazo que o INSS
tem para implantar o benefício após o deferimento, ou seja, não aplicável ao caso em
questão, igualmente não foi cumprido.
Portanto, não observado um prazo razoável para proferir um
posicionamento, a concessão da ordem para que o INSS proceda na análise do processo
no prazo de 10 dias, sob pena de multa diária, conforme precedentes sobre o tema:
MANDADO DE SEGURANÇA. PREVIDENCIÁRIO. EXAME
DO PEDIDO ADMINISTRATIVO DE APOSENTADORIA EM
PRAZO RAZOÁVEL. ANÁLISE PELA AUTARQUIA
PREVIDENCIÁRIA NO CURSO DO PROCESSO PERDA
DO OBJETO AFASTADA. EXTINÇÃO DO FEITO COM
APRECIAÇÃO DO MÉRITO.1. Quando se verifica a
existência de pretensão resistida no momento de sua
impetração, mesmo que acolhido o pleito do demandante
no curso da ação mandamental, não há que se falar em
perda de objeto, mas sim em reconhecimento do pedido no
curso do processo.2. Hipótese em que a atuação do Poder
Judiciário foi imprescindível para colocar fim à morosidade
da Administração na análise do pedido do impetrante, não
importando, para a aferição de eventual perda do objeto, se
a decisão administrativa do INSS foi indeferitória ou
deferitória. Reconhecida a expressa resistência da referida
Autarquia Previdenciária quanto ao direito líquido e certo do
impetrante, a saber, ter seu pedido de concessão de
aposentadoria por tempo de contribuição examinado em
tempo razoável. (TRF4, AC 5000174-17.2017.4.04.7133,
Relator(a): , QUINTA TURMA, Julgado em: 26/02/2019,
Publicado em: 01/03/2019)
REMESSA OFICIAL EM MANDADO DE SEGURANÇA.
MOROSIDADE NA ANÁLISE DE REQUERIMENTO DE
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.I- O
impetrante alega na inicial que em 22/5/15 formulou
requerimento administrativo de aposentadoria por tempo de
contribuição (NB 42/170.513.806-0), no entanto, "desde o
requerimento, mesmo após ter apresentado todos os
documentos necessários para o postulado direito, o
benefício do impetrante continua em análise sob o
argumento de AGUARDE CORRESPONDÊNCIA EM
CASA" (fls. 3). Afirmou, ainda, que em consulta ao sistema
do INSS, consta a informação "Benefício Habilitado".
Destacou que em duas ocasiões compareceu ao INSS para
verificar a situação de seu pedido, no entanto, foi informado
que seu benefício estava aguardando análise e necessitava
de regularização e liberação pelo Gerente do Posto, sem
previsão para resposta de sua postulação. Considerando
que a análise administrativa está sem solução desde
22/5/15 e o presente mandamus foi impetrado em 27/1/16,
ultrapassou-se muito o prazo fixado, por analogia, pelo art.
174 do Decreto nº 3.048/99 e pela Lei nº 9.784/99, que
fixam prazo de até 45 dias a partir da data da
documentação comprobatória para análise do pleito.II- Em
sede de mandado de segurança não se admite condenação
em honorários advocatícios, consoante a Súmula nº 105 do
C. Superior Tribunal de Justiça.III- Remessa oficial
improvida. (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, ReeNec -
REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL - 366361 - 0000509-
23.2016.4.03.6119, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
NEWTON DE LUCCA, julgado em 25/06/2018, e-DJF3
Judicial 1 DATA:10/07/2018)
Portanto, tratando-se de processo administrativo que deve observar
os rigores da lei, a não observância de um prazo mínimo razoável impõe o deferimento do
presente pleito com a concessão do pedido para que seja apreciado o pedido
administrativo imediatamente.
o DO CONTRIBUINTE
FACULTATIVO DE BAIXA RENDA
o No presente caso, trata-se de contribuinte facultativo de baixa
renda, uma vez que o Autor se dedica exclusivamente ao trabalho doméstico em sua
residência, sendo que a renda mensal do grupo familiar é de , conforme documentos em
anexo.
o Situação que se enquadra perfeitamente ao disposto no art. 21 da
Lei 8.212/91, in verbis:
o Art. 21. A alíquota de contribuição dos segurados
contribuinte individual e facultativo será de vinte
por cento sobre o respectivo salário-de-
contribuição.
(…)
2º No caso de opção pela exclusão do direito ao
benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição, a alíquota de contribuição sobre o
limite mínimo mensal do salário de contribuição
será de:
(…)
II - 5% (cinco por cento):
(…)
b) do segurado facultativo sem renda própria
que se dedique exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito da sua residência, desde
que pertencente a família de baixa renda.
(…)
4º Considera-se de baixa renda para fins do
disposto na alínea b do inciso II do § 2º deste
artigo, a família inscrita no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal -
CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 (dois)
salários mínimos.
o Dessa forma, considerando o perfeito enquadramento do Autor às
condições legais previstas, tem-se por devida a concessão da aposentadoria, mediante a
realização de contribuições com alíquota reduzida de 5% (cinco por cento), conforme
precedentes sobre o tema:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADEMISTA OU
HÍBRIDA. ATIVIDADE RURAL. CARÊNCIA. NÃO INDENIZAÇÃO.
CONTRIBUIÇÃO FACULTATIVA, BAIXA RENDA. IMPLANTAÇÃO
DO BENEFÍCIO. 1. O parágrafo 3º do artigo 48 da Lei 8.213/1991
possibilita ao trabalhador rural que não se enquadre na previsão do
parágrafo 2º do mesmo dispositivo haver aposentadoria por idade
com o aproveitamento das contribuições em outra categoria, mas
com a elevação da idade mínima para sessenta anos para mulher e
sessenta e cinco anos para homem. 2. Preenchido o requisito
etário, e comprovada a carência exigida ainda que de forma não
simultânea, é devido o benefício. 3. No caso de aposentadoria
mista ou híbrida o tempo de atividade rural comprovado anterior à
31/10/1991 deve ser reconhecido como tempo de serviço
computável para fins de carência sem a necessidade de
recolhimento da contribuição não havendo a necessidade da
indenização prevista no artigo 96 da Lei 8.213/1991. 4. O art. 21, §
2º, inciso II, alínea "b", da Lei 8.212/1991 prevê a possibilidade
de contribuição com alíquota de 5% sobre o salário mínimo
nacional ao contribuinte facultativo que se dedique
exclusivamente aos serviços domésticos no âmbito de sua
residência, desde que pertencente a família de baixa renda. De
acordo com o §4º do art. 21 da Lei 8.212/1991 é considerada
família de baixa renda aquela inscrita no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Social - CadÚnico -, cuja renda
mensal seja de até dois salários-mínimos. Reconhecimento do
período de contribuição facultativa como segurado de baixa
renda para fins de cumprimento da carência para a concessão
de aposentadoria por idade na modalidade mista ou híbrida. 5.
Ordem para imediata implantação do benefício. Precedente.
(TRF4,AC0012120-43.2016.4.04.9999,Relator(a): QUINTA
TURMA, Julgado em: 24/10/2017, Publicado em: 27/10/2017)
o Razões pelas quais, deve ser reconhecido o direito à aposentadoria
ao Autor.
o DA NECESSÁRIA REAFIRMAÇÃO
DA DER
o Considerando que na data do pedido administrativo ( ) o autor não
teve tempo de contribuição suficiente à concessão do benefício, alcançando , mas que no
decorrer do processo completou o tempo que faltava, tem-se pelo necessário
reconhecimento da reafirmação da DER.
o Este direito está prevista no art. 690 da Instrução Normativa do
INSS/PRES 77/2015, in verbis:
o Art. 690. Se durante a análise do requerimento for
verificado que na DER o segurado não satisfazia
os requisitos para o reconhecimento do direito,
mas que os implementou em momento posterior,
deverá o servidor informar ao interessado sobre a
possibilidade de reafirmação da DER, exigindo-
se para sua efetivação a expressa concordância
por escrito.
o A controvérsia passa pela análise do art. 493 do CPC/15 e a
consequente consideração de atos constitutivos, modificativos ou extintivos do direito no
momento da prestação jurisdicional, ainda que posteriormente ao ajuizamento da ação.
o Ademais, em recente decisão, o Superior Tribunal de Justiça
pacificou a matéria, reconhecendo a possibilidade de Reafirmação da DER ao julgar o
Tema Repetitivo nº 995:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL
REPETITIVO. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ.
REAFIRMAÇÃO DA DER (DATA DE ENTRADA DO
REQUERIMENTO). CABIMENTO. RECURSO ESPECIAL
PROVIDO. 1. O comando do artigo 493 do CPC/2015 autoriza a
compreensão de que a autoridade judicial deve resolver a lide
conforme o estado em que ela se encontra. Consiste em um dever
do julgador considerar o fato superveniente que interfira na relação
jurídica e que contenha um liame com a causa de pedir. 2. O fato
superveniente a ser considerado pelo julgador deve guardar
pertinência com a causa de pedir e pedido constantes na petição
inicial, não servindo de fundamento para alterar os limites da
demanda fixados após a estabilização da relação jurídico-
processual. 3. A reafirmação da DER (data de entrada do
requerimento administrativo), objeto do presente recurso, é um
fenômeno típico do direito previdenciário e também do direito
processual civil previdenciário. Ocorre quando se reconhece o
benefício por fato superveniente ao requerimento, fixando-se a data
de início do benefício para o momento do adimplemento dos
requisitos legais do benefício previdenciário. 4. Tese
representativa da controvérsia fixada nos seguintes termos: É
possível a reafirmação da DER (Data de Entrada do
Requerimento) para o momento em que implementados os
requisitos para a concessão do benefício, mesmo que isso se
dê no interstício entre o ajuizamento da ação e a entrega da
prestação jurisdicional nas instâncias ordinárias, nos termos
dos arts. 493 e 933 do CPC/2015, observada a causa de pedir. 5.
(...). 6. Recurso especial conhecido e provido, para anular o
acórdão proferido em embargos de declaração, determinando ao
Tribunal a quo um novo julgamento do recurso, admitindo-se a
reafirmação da DER. Julgamento submetido ao rito dos recursos
especiais repetitivos. (STJ - RECURSO ESPECIAL Nº 1.727.063 -
SP. REL. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES. DJE
02/12/2019)
o Por fim, não se pode deixar de considerar que o Supremo Tribunal
Federal, em repercussão geral no Recurso Extraordinário nº 630501, já pacificou
posicionamento favorável à concessão do benefício mais vantajoso, ao dispor que
"cumpre observar o quadro mais favorável ao beneficiário".
o Portanto, demonstrado o pleno enquadramento jurídico da
reafirmação da DER, requer o seu reconhecimento com a repercussão de alcance do
tempo de contribuição e concessão do benefício.
o DO TEMPO DE SERVIÇO
RECONHECIDO EM AÇÃO
TRABALHISTA
o Pelo que se depreende da decisão judicial em anexo, foi
homologado o tempo de serviço do Autor no período de indicar período, na atividade de
indicar atividade.
o Para tanto, foram avaliada a documentação relativa à atividade,
bem como provas do direito pleiteado, provas estas que junta ao presente pedido
constituindo o seguinte conjunto probatório:
o - Inteiro teor da decisão homologada pelo Juiz do
Trabalho da Vara desta Comarca;
o - Certidão do trânsito em julgado;
o - Provas materiais das atividades exercidas
apresentadas na ação, tais como as anotações
na CTPS, bem como ;
o - Provas materiais da atividade especial, tais
como ;
o - Planilha de cálculos dos valores devidos,
homologada pelo Juízo da Justiça do Trabalho
com o reconhecimento do tempo de contribuição.
o Nos termos do Art. 71 da IN 77 do INSS: "A reclamatória trabalhista
transitada em julgado restringe-se à garantia dos direitos trabalhistas e, por
si só, não produz efeitos para fins previdenciários. Para a contagem do
tempo de contribuição e o reconhecimento de direitos para os fins previstos
no RGPS, a análise do processo pela Unidade de Atendimento deverá
observar: I - a existência de início de prova material, observado o disposto
no art. 578; II - o início de prova referido no inciso I deste artigo deve
constituir-se de documentos contemporâneos juntados ao processo judicial
trabalhista ou no requerimento administrativo e que possibilitem a
comprovação dos fatos alegados; III - observado o inciso I deste artigo, os
valores de remunerações constantes da reclamatória trabalhista transitada
em julgado, salvo o disposto no § 3º deste artigo, serão computados,
independentemente de início de prova material, ainda que não tenha
havido o recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social,
respeitados os limites máximo e mínimo de contribuição; e IV - tratando-se
de reclamatória trabalhista transitada em julgado envolvendo apenas a
complementação de remuneração de vínculo empregatício devidamente
comprovado, não será exigido início de prova material, independentemente
de existência de recolhimentos correspondentes." Nesse sentido é o
posicionamento do STJ: "A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de
que a sentença trabalhista homologatória de acordo só pode ser
considerada como início de prova material se fundada em elementos que
demonstrem o labor exercido na função e os períodos alegados pelo
trabalhador, sendo, dessa forma, apta a comprovar o tempo de serviço
enunciado no art. 55, § 3º, da Lei n. 8.213/91. Na hipótese dos autos,
contudo, segundo consta no acórdão recorrido, não houve instrução
probatória, nem exame de mérito da demanda trabalhista que demonstre o
efetivo exercício da atividade laboral." (AgRg no AREsp 817.763/SP, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
01/03/2016, DJe 19/05/2016)
o Assim, tem-se por evidenciado por meio das referidas provas início
de prova material suficientes para fins previdenciários, conforme precedentes sobre o
tema:
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. VÍNCULO LABORAL
RECONHECIDO POR SENTENÇA TRABALHISTA. INÍCIO DE
PROVA MATERIAL CORROBORADA POR OUTROS
ELEMENTOS DE PROVA. REQUISITOS CUMPRIDOS.
RECURSO DO INSS IMPROVIDO. (...) 5. Com efeito, prevalece o
entendimento no sentido de que a sentença trabalhista constitui
prova material para efeito de comprovação de serviço quando
presentes elementos de prova corroborativos do vínculo trabalhista
reconhecido na Justiça do Trabalho, sejam na seara trabalhista em
que se prolatou o julgado, ou na ação previdenciária. (...)(TRF-3 -
RI: 00649245620134036301 SP, Relator: JUIZ(A) FEDERAL
MARISA REGINA AMOROSO QUEDINHO CASSETTARI, Data de
Julgamento: 25/05/2018, 9ª TURMA RECURSAL DE SÃO PAULO,
Data de Publicação: e-DJF3 Judicial DATA: 12/06/2018)
o Portanto, tendo apresentado o Autor, além do reconhecimento
judicial do tempo de serviço, também toda prova material que conduziu ao convencimento
do juízo, indevida a negativa do INSS ao presente reconhecimento.
o Portanto, deve ser reconhecido o período de como tempo de
serviço ao Autor.
o DA NÃO OCORRÊNCIA DE
PRESCRIÇÃO
o Inicialmente cabe destacar que considerando tratar-se de pretensão
de benefício previdenciário em decorrência de direitos reconhecidos em ação trabalhista,
firmou-se a jurisprudência no sentido de que o prazo decadencial flui a contar da data do
trânsito em julgado da sentença proferida na ação trabalhista, vejamos:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. VIOLAÇÃO DO
ART.1.022DOCPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA
284/STF. REVISÃO DE BENEFÍCIO. RECLAMATÓRIA
TRABALHISTA. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM
JULGADO DA SENTENÇA TRABALHISTA. 1. A parte sustenta
que o art.1.022doCPCfoi violado, mas deixa de apontar, de forma
clara, o vício em que teria incorrido o acórdão impugnado.
Assevera apenas ter oposto Embargos de Declaração no Tribunal
a quo, sem indicar as matérias sobre as quais deveria pronunciar-
se a instância ordinária, nem demonstrar a relevância delas para o
julgamento do feito (Súmula 284/STF).2. O Superior Tribunal de
Justiça firmou o entendimento no sentido de que, havendo
reclamatória trabalhista reconhecendo parcelas remuneratórias, o
prazo decadencial para o direito de pleitear a revisão do benefício
somente começa a fluir a partir do trânsito em julgado da sentença
trabalhista.3. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa
parte, não provido.(REsp nº 1664828/PR, STJ, 2ª Turma, Rel. Min.
Herman Benjamin, DJe de 30.6.2017)
o DO TEMPO DE SERVIÇO NO
EXTERIOR
o Trata-se do necessário reconhecimento do tempo de contribuição
em que o Autor laborou no exterior, com o necessário cômputo do tempo de serviço no
qual verteu contribuições previdenciárias perante aquele Estado para efeitos de obtenção
do benefício de aposentadoria.
o No presente caso, busca-se o reconhecimento do seguinte período:
o Período de trabalho no exterior:
o Provas: Certidão emitidas pelo órgão competente
daquele país, o "INPS".
Referido direito está expressamente designado no Acordo
Administrativo Referente à Aplicação dos Artigos 37 e ss do Acordo de Migração entre a
República Federativa do Brasil e a República Italiana:
Art. 37. Os nacionais de cada uma das
Altas Partes Contratantes se beneficiarão
da legislação de previdência social da
outra, nas mesmas condições que os
nacionais desta última.
Art. 38. O Brasil e a Itália convencionam,
dentro dos limites dos benefícios fixados
para os nacionais na legislação própria de
cada um desses países, assegurar os
direitos da previdência social
anteriormente adquiridos, no país de
origem, pelos trabalhadores migrantes,
enquanto não decorram, no país de
acolhimento, os prazos mínimos de
carência exigidos para a concessão de
cada espécie de benefício mencionada
nos arts. 39 e 40.
(...)
Art. 40. Os benefícios previstos nos arts.
38 e 39 serão assegurados a partir do
momento em que o trabalhador migrante
passe a exercer uma atividade
compreendida no âmbito das instituições
de previdência social do país de
acolhimento, referindo-se exclusivamente
aos riscos de doença, invalidez e morte e
aos auxílios de maternidade e funeral.
Entretanto, no que concerne a invalidez e
à morte, observar-se-á, em cada país, a
legislação respectiva.
Em complemento ao referido acordo, o Protocolo Adicional ao
Acordo de Migração entre Brasil e Itália (promulgado pelo Decreto nº 80.138/1977), em
seu artigo 1, item 1, II dispõe:
1. O presente Protocolo Adicional aplicar-
se-á:
I - na República Italiana, às normas
concernentes:
a) ao regime geral sobre Previdência
Social referente aos seguros de invalidez,
velhice e morte;
b) ao regime de acidentes do trabalho e
doenças profissionais;
c) ao regime referente ao seguro de
doenças e maternidade;
d) ao regime de seguro contra
tuberculose;
e) aos regimes especiais de previdência
estabelecidos para certas categorias de
trabalhadores, na parte em que respeitem
aos riscos ou prestações cobertos pelos
regimes enumerados nas alíneas
precedentes.
II - na República Federativa do Brasil, ao
regime de Previdência Social do Instituto
Nacional de Previdência Social, no que
disser respeito a:
a) assistência médica, incapacidade de
trabalho temporária e permanente,
acidentes de trabalho e doenças
profissionais;
b) velhice;
c) invalidez;
d) morte.
Referido direito está expressamente designado no Acordo de
Seguridade Social ou Segurança Social entre o Governo da república Federativa do Brasil
e o Governo da República Portuguesa, promulgado pelo Decreto 1.457/95:
Artigo 9
1 - Uma pessoa que haja cumprido
períodos de seguro sob a égide das
legislações de ambos os Estados
Contratantes terá esses períodos
totalizados para concessão das
prestações decorrentes de invalidez,
velhice e morte, exceto quando estiverem
satisfeitas as condições estabelecidas por
aquela legislação, sem que haja
necessidade de recorrer à totalização.
(Redação dada pelo Decreto nº 7.999, de
2013)
2 - No que se refere à concessão da
aposentadoria por tempo de contribuição,
os períodos de tempo de contribuição
verificados no Brasil serão igualmente
totalizados com os períodos de seguro
cumpridos sob a égide da legislação
portuguesa, desde que esses períodos
correspondam ao exercício efetivo de
uma atividade profissional em Portugal.
(Redação dada pelo Decreto nº 7.999, de
2013)
3 - O tempo de contribuição do
trabalhador para os regimes próprios de
previdência dos servidores públicos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, existentes no Brasil, será
assumido pela Instituição Competente,
para todos os efeitos, e certificado à outra
Parte como tempo de contribuição do
regime previdenciário de que trata este
Acordo, sendo de responsabilidade do
Brasil os ajustes normativos e
compensatórios internos entre os
diferentes regimes. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.999, de 2013)
Portanto, devido o reconhecimento do tempo de serviço prestado
em solo estrangeiro para fins de aposentadoria brasileira, conforme precedentes sobre o
tema:
RECURSO CÍVEL. PREVIDENCIÁRIO. TRATADO
INTERNACIONAL ENTRE A UNIÃO E A ITÁLIA.
QUESTÃO MERAMENTE INCIDENTAL. COMPETÊNCIA
DOS JUIZADOS ESPECIAIS. TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO PRESTADO POR
BRASILEIRO NO EXTERIOR. EXISTÊNCIA DE
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS ASSEGURANDO
DIREITOS DE SEGURIDADE SOCIAL, INCLUSIVE
BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO MEDIANTE CONTAGEM RECÍPROCA
DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. POSSIBILIDADE.
COMPROVAÇÃO DO TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO ALEGADO MEDIANTE
CERTIDÃO FORNECIDA PELO ÓRGÃO COMPETENTE
NA ITÁLIA. 1. (...).3. O Brasil e a Itália possuem acordos
internacionais cujo objetivo é assegurar os direitos de
seguridade social previstos nas legislações dos dois
países aos respectivos trabalhadores e dependentes
legais, residentes ou em trânsito no país, tais como o
Protocolo Adicional ao Acordo de Migração entre Brasil
e Itália (promulgado pelo Decreto nº 80.138/1977), o
Acordo de Migração entre a República Federativa do Brasil
e a República Italiana e o Acordo Administrativo Referente
à Aplicação dos Artigos 37 a 43 do Acordo de Migração
entre a República Federativa do Brasil e a República
Italiana. Direito objeto de regulamentação, ainda, na
Instrução Normativa nº 77 INSS/PRES, de 22/01/2015, a
qual dispõe expressamente sobre os Acordos
Internacionais de Previdência Social e a possibilidade de
reconhecimento do tempo de serviço/contribuição e
concessão de benefício.4. Assegura-se aos
trabalhadores o direito ao reconhecimento do tempo de
contribuição perante um país para averbação no outro
para fins de obtenção do benefício (contagem
recíproca) - vedado, por certo, o aproveitamento e cômputo
de um mesmo tempo de serviço em ambos. Existência de
formulário específico, encontrado no sítio do Instituto
Nacional do Seguro Social, para encaminhamento de
pedido de aposentadoria por tempo de contribuição,
inclusive possuindo instruções em português e italiano.5.
Hipótese em que comprovado o tempo de
serviço/contribuição prestado na Itália mediante
apresentação de Certidão emitidas pelo órgão competente
daquele país, o "INPS", o qual coincide com o órgão
expressamente designado no Acordo Administrativo
Referente à Aplicação dos Artigos 37 a 43 do Acordo de
Migração entre a República Federativa do Brasil e a
República Italiana 6, sem aproveitamento do tempo naquele
Estado.6. Recurso parcialmente provido. (TRF4, RECURSO
CÍVEL 5032844-47.2016.4.04.7100, Relator(a): , PRIMEIRA
TURMA RECURSAL DO RS, Julgado em: 09/08/2017,
Publicado em: 15/08/2017)
o Portanto, demonstrado o tempo de serviço prestado no exterior,
com amparo no tratado internacional - Acordo de Migração, a procedência do presente
pedido é medida que se impõe.
o DO PERÍODO DE SERVIÇO MILITAR
o Período: De a
o Nos termos do Art. 55, inciso I da Lei 8.213/91, o tempo de serviço
militar deve ser computado para efeito de tempo de contribuição, in verbis:
o Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na
forma estabelecida no Regulamento,
compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de
segurados de que trata o art. 11 desta Lei,
mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado:
I - o tempo de serviço militar, inclusive o
voluntário, e o previsto no§ 1º do art. 143 da
Constituição Federal, ainda que anterior à filiação
ao Regime Geral de Previdência Social, desde
que não tenha sido contado para inatividade
remunerada nas Forças Armadas ou
aposentadoria no serviço público;
o DO PERÍODO EM GOZO DE
AUXÍLIO-DOENÇA
o Trata-se do necessário reconhecimento do período de gozo do
auxílio-doença para o cômputo de tempo de contribuição e carência.
o No presente caso, busca-se o reconhecimento do seguinte período:
o Período de auxílio-doença:
o A Lei 8.213 previu expressamente que o período de auxílio doença
será computado para todos os efeitos como tempo de serviço, in verbis:
o Art. 55.O tempo de serviço será comprovado na
forma estabelecida no Regulamento,
compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de
segurados de que trata o art. 11 desta Lei,
mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado:
o (...)
o II - o tempo intercalado em que esteve em gozo
de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
o No presente caso, o Autor teve o período de auxílio doença
intercalado com períodos de atividade com efetiva contribuição, conforme , fazendo jus ao
cômputo deste período como tempo de serviço.
o Alguns precedentes são firmes ao exigir prova de atividades intercaladas:
PREVIDENCIÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. APOSENTADORIA POR TEMPO
DE CONTRIBUIÇÃO. CÔMPUTO DE PERÍODO EM GOZO DE AUXÍLIO-
DOENÇA. PERÍODO NÃO INTERCALADO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. SENTENÇA MANTIDA.- (...)s.- Nos termos do art. 55, II, da
Lei n. 8.213/91, o tempo em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez pode ser computado como tempo de serviço, desde que
intercalado com outros períodos de contribuição. Cite-se ainda a Súmula
73 da TNU que dispõe sobre a matéria e a jurisprudência do E.STJ (STJ,
AgRg no Resp 1.271.928/RS, DJE 03/11/2014).- Os documentos trazidos
aos autos demonstram que a parte autora, após o período de recebimento
de auxílio-doença, não retornou ao trabalho, tampouco efetuou o
recolhimento de contribuições à Previdência Social. Deste modo, descabe
a sua contagem como tempo de contribuição.- Ausente o tempo de
contribuição mínimo exigido, não faz jus a parte autora à aposentadoria por
tempo de contribuição vindicada.- Apelação da parte autora a que se nega
provimento. (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL
- 2272918 - 0027927-69.2016.4.03.6301, Rel. DESEMBARGADOR
FEDERAL LUIZ STEFANINI, julgado em 17/06/2019, e-DJF3 Judicial 1
DATA:03/07/2019)
o Nesse sentido, é lúdica a lição do STJ sobre o tema:
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL ADMITIDO COMO
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 1.036 DO
CÓDIGO FUX. POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO DO TEMPO DE
SERVIÇO ESPECIAL, PARA FINS DE APOSENTADORIA,
PRESTADO NO PERÍODO EM QUE O SEGURADO ESTEVE EM
GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA DE NATUREZA NÃO
ACIDENTÁRIA. (...). 1. Até a edição do Decreto 3.048/1999
inexistia na legislação qualquer restrição ao cômputo do tempo de
benefício por incapacidade não acidentário para fins de conversão
de tempo especial. Assim, comprovada a exposição do Segurado a
condições especiais que prejudicassem a sua saúde e a
integridade física, na forma exigida pela legislação, reconhecer-se-
ia a especialidade pelo período de afastamento em que o Segurado
permanecesse em gozo de auxílio-doença, seja este acidentário ou
previdenciário. 2. A partir da alteração então promovida pelo
Decreto 4.882/2003, nas hipóteses em que o Segurado fosse
afastado de suas atividades habituais especiais por motivos de
auxílio-doença não acidentário, o período de afastamento seria
computado como tempo de atividade comum. 3. A justificativa para
tal distinção era o fato de que, nos períodos de afastamento em
razão de benefício não acidentário, não estaria o Segurado exposto
a qualquer agente nocivo, o que impossibilitaria a contagem de tal
período como tempo de serviço especial. 4. Contudo, a legislação
continuou a permitir o cômputo, como atividade especial, de
períodos em que o Segurado estivesse em gozo de salário-
maternidade e férias, por exemplo, afastamentos esses que
também suspendem o seu contrato de trabalho, tal como ocorre
com o auxílio-doença não acidentário, e retiram o Trabalhador da
exposição aos agentes nocivos. Isso denota irracionalidade na
limitação imposta pelo decreto regulamentar, afrontando as
premissas da interpretação das regras de Direito Previdenciário,
que prima pela expansão da proteção preventiva ao Segurado e
pela máxima eficácia de suas salvaguardas jurídicas e judiciais. 5.
Não se pode esperar do poder judicial qualquer interpretação
jurídica que venha a restringir ou prejudicar o plexo de
garantias das pessoas, com destaque para aquelas que
reinvindicam legítima proteção do Direito Previdenciário. Pelo
contrário, o esperável da atividade judicante é que restaure
visão humanística do Direito, que foi destruída pelo
positivismo jurídico. 6. Deve-se levar em conta que a Lei de
Benefícios não traz qualquer distinção quanto aos benefícios
auxílio-doença acidentário ou previdenciário. Por outro lado, a
Lei 9.032/1995 ampliou a aproximação da natureza jurídica dos
dois institutos e o § 6º. do artigo 57 da Lei 8.213/1991 determinou
expressamente que o direito ao benefício previdenciário da
aposentadoria especial será financiado com os recursos
provenientes da contribuição deque trata o art. 22, II da Lei
8.212/1991, cujas alíquotas são acrescidas conforme a atividade
exercida pelo Segurado a serviço da empresa, alíquotas, estas, que
são recolhidas independentemente de estar ou não o Trabalhador
em gozo de benefício. 7. Note-se que o custeio do tempo de
contribuição especial se dá por intermédio de fonte que não é
diretamente relacionada à natureza dada ao benefício por
incapacidade concedido ao Segurado, mas sim quanto ao grau
preponderante de risco existente no local de trabalho deste, o que
importa concluir que, estando ou não afastado por benefício movido
por acidente do trabalho, o Segurado exposto a condições nocivas
à sua saúde promove a ocorrência do fato gerador da contribuição
previdenciária destinada ao custeio do benefício de aposentadoria
especial. 8. Tais ponderações, permitem concluir que o Decreto
4.882/2003 extrapolou o limite do poder regulamentar
administrativo, restringindo ilegalmente a proteção exclusiva dada
pela Previdência Social ao trabalhador sujeito a condições
especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física.
9. Impõe-se reconhecer que o Segurado faz jus à percepção de
benefício por incapacidade temporária, independente de sua
natureza, sem que seu recebimento implique em qualquer prejuízo
na contagem de seu tempo de atividade especial, o que permite a
fixação da seguinte tese: O Segurado que exerce atividades em
condições especiais, quando em gozo de auxílio-doença, seja
acidentário ou previdenciário, faz jus ao cômputo desse
mesmo período como tempo de serviço especial. 10. Recurso
especial do INSS a que se nega provimento.(STJ - REsp: 1723181
RS 2018/0021196-1, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, Data de Julgamento: 26/06/2019, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO,
Data de Publicação: DJe 01/08/2019)
o A jurisprudência confirma este entendimento:
PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO.
CONCESSÃO. CÔMPUTO DE AUXÍLIO-DOENÇA COMO TEMPO
ESPECIAL. CONSECTÁRIOS. IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. 1.
Comprovada a exposição do segurado a agente nocivo, na forma
exigida pela legislação previdenciária aplicável à espécie, possível
reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por ele
exercida. 2. Tem direito à aposentadoria por tempo de
serviço/contribuição o segurado que, mediante a soma do tempo
judicialmente reconhecido com o tempo computado na via
administrativa, possuir tempo suficiente e implementar os demais
requisitos para a concessão do benefício. 3. O segurado que
exerce atividades em condições especiais, quando em gozo de
auxílio-doença, seja acidentário ou previdenciário, faz jus ao
cômputo desse mesmo período como tempo de serviço
especial. Tema 998 do Superior Tribunal de Justiça. 4.
Diferimento, para a fase de execução, da fixação dos índices de
correção monetária aplicáveis a partir de 30/06/2009. 5. Juros de
mora simples a contar da citação (Súmula 204 do STJ), conforme o
art. 5º da Lei 11.960/2009, que deu nova redação ao art. 1º-F da
Lei 9.494/1997. 6. Determinada a imediata implantação do
benefício.(TRF-4 - APL: 50015483520194049999 5001548-
35.2019.4.04.9999, Relator: GISELE LEMKE, Data de Julgamento:
27/08/2019, QUINTA TURMA)
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. REQUISITOS
PREENCHIDOS. AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO.
CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.
POSSIBILIDADE. O período de auxílio-doença de natureza
previdenciária, independente de comprovação da relação da
moléstia com a atividade profissional do segurado, deve ser
considerado como tempo especial quando o trabalhador exercia
atividade especial antes do afastamento. (TRF-4 - APL:
50354167220174049999 5035416-72.2017.4.04.9999, Relator:
PAULO AFONSO BRUM VAZ, Data de Julgamento: 31/07/2019,
TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)
o Razões pelas quais, requer o reconhecimento do período em que o
Autor estava em gozo do auxílio-doença como tempo de contribuição e carência.
o DA CONVERSÃO DO TEMPO
ESPECIAL EM COMUM
o Ao deixar de considerar o cômputo dos períodos de contribuição da
atividade Especial de anos, o INSS cometeu uma grave ilegalidade ao negar o acesso
constitucional ao benefício.
o IMPORTANTE! O resultado da ação depende predominantemente das
PROVAS. Anexar planilha com os períodos de cada atividade identificando as provas.
o Para fins de conversão do tempo de serviço especial em tempo de
serviço comum, cumpre utilizar-se do fator previsto no Decreto nº 3.048/99 e seus
respectivos multiplicadores ao seguinte período:
o Tempo a converter: Mulher (para 30) Homem (Para 35)
o DE 15 ANOS 2,00 2,33
o DE 20 ANOS 1,50 1,75
o DE 25 ANOS 1,20 1,40
o Assim, considerando que o autor trabalhou por xx anos em
atividade especial, ao multiplicar pelo fator indicar , tem-se como resultado anos que deve
ser considerado para fins de aposentadoria.
o Trata-se de direito adquirido ao segurado, uma vez que atingiu os
requisitos necessários à conversão à época da aposentadoria, ou seja, previamente a
vigência da Lei 9.032/95, sendo devida a conversão conforme orienta o STJ:
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO NO
RECURSO ESPECIAL. (...) ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO
DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL. APLICAÇÃO DA LEI
VIGENTE À ÉPOCA DA APOSENTADORIA.(...).II - Esta Corte, ao
julgar o Recurso Especial n. 1.310.034/PR, submetido ao rito do art.
543-C, firmou entendimento segundo o qual se aplica ao direito de
conversão entre tempo especial e comum a lei em vigor à
época da aposentadoria, independentemente do período no
qual as atividades foram exercidas pelo segurado. III - (...) .
(STJ, AgInt no REsp 1546215/RS, Rel. Ministra REGINA HELENA
COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/06/2018, DJe
02/08/2018)
o Nesse sentido, é o posicionamento do TNU:
o Súmula 50 da TNU: "É possível a conversão do
tempo de serviço especial em comum do trabalho
prestado em qualquer período".
o ATENÇÃO, muitos precedentes confirmam o entendimento de ser
cabível a conversão de comum para especial somente ao período anterior a vigência da da
Lei 9.032/95: "(...) O sistema previdenciário vigente após a Lei 9.032/1995, portanto,
somente admite aposentadoria especial para quem exerceu todo o tempo de serviço
previsto no art. 57 da Lei 8.213/1991 (15, 20 ou 25 anos, conforme o caso) em condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 4. Somente terão direito à
conversão do tempo comum em especial os segurados que até 28-04-1995 (data em que
limitada a conversão de tempo especial para comum pela Lei n.º 9.032/1995) tenham
implementado todos os requisitos necessários à concessão do benefício de aposentadoria
especial, devendo, nesta hipótese, para fins de aferição do implemento do requisito tempo
de serviço especial, ser levada em conta a efetiva conversão do tempo comum em
especial. 5. Inviável a conversão do benefício em Aposentadoria Especial, uma vez que
não foram preenchidos os requisitos. (TRF4, Apelação/Remessa Necessária 5005257-
84.2015.4.04.7100, Relator(a): JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, SEXTA TURMA,
Julgado em: 21/02/2018, Publicado em: 26/02/2018)
o Assim, considerando o período comprovado no exercício em
atividade especial, perfeitamente cabível o presente pedido, devendo ser considerados os
períodos em atividade especial na proporção legal.
o DA ATUALIZAÇÃO DOS
VALORES DEVIDOS
o A atualização monetária das condenações impostas à Fazenda
Pública devem observar recente posicionamento do STF que entendeu pela
inconstitucionalidade da aplicação do TR, determinando a adoção do IPCA-E para o
cálculo da correção monetária nas dívidas não-tributárias da Fazenda Pública.
o Entendimento assim ementado:
DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS INCIDENTE SOBRE
CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. ART. 1º-F
DA LEI Nº 9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº
11.960/09. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DA UTILIZAÇÃO DO
ÍNDICE DE REMUNERAÇÃO DA CADERNETA DE POUPANÇA
COMO CRITÉRIO DE CORREÇÃO MONETÁRIA. (...) 1. O
princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput), no seu
núcleo essencial, revela que o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a
redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina
os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda
Pública, é inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de
relação jurídico-tributária, os quais devem observar os
mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública
remunera seu crédito; nas hipóteses de relação jurídica diversa
da tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice de
remuneração da caderneta de poupança é constitucional,
permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto legal
supramencionado. 2. O direito fundamental de propriedade (CRFB,
art. 5º, XXII) repugna o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97,
com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, porquanto a
atualização monetária das condenações impostas à Fazenda
Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de
poupança não se qualifica como medida adequada a capturar a
variação de preços da economia, sendo inidônea a promover
os fins a que se destina. 3. A correção monetária tem como
escopo preservar o poder aquisitivo da moeda diante da sua
desvalorização nominal provocada pela inflação. É que a moeda
fiduciária, enquanto instrumento de troca, só tem valor na medida
em que capaz de ser transformada em bens e serviços. A inflação,
por representar o aumento persistente e generalizado do nível de
preços, distorce, no tempo, a correspondência entre valores real e
nominal (cf. MANKIW, N.G. Macroeconomia. Rio de Janeiro, LTC
2010, p. 94; DORNBUSH, R.; FISCHER, S. e STARTZ, R.
Macroeconomia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 2009, p. 10;
BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Prentice Hall, 2006,
p. 29). 4. A correção monetária e a inflação, posto fenômenos
econômicos conexos, exigem, por imperativo de adequação lógica,
que os instrumentos destinados a realizar a primeira sejam capazes
de capturar a segunda, razão pela qual os índices de correção
monetária devem consubstanciar autênticos índices de preços. 5.
Recurso extraordinário parcialmente provido. (RE 870947,
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2017,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-262 DIVULG 17-11-2017 PUBLIC
20-11-2017)
o Em sua relatoria, o Min. Luiz Fux no RE 870947, acima ementado,
elucida a matéria:
o "Não vislumbro qualquer motivo para aplicar
critérios distintos de correção monetária de
precatórios e de condenações judiciais da
Fazenda Pública. Eis as minhas razões. A
finalidade básica da correção monetária é
preservar o poder aquisitivo da moeda diante da
sua desvalorização nominal provocada pela
inflação. Enquanto instrumento de troca, a moeda
fiduciária que conhecemos hoje só tem valor na
medida em que capaz de ser transformada em
bens e serviços. Ocorre que a inflação, por
representar o aumento persistente e generalizado
do nível de preços, distorce, no tempo, a
correspondência entre valores real e nominal (...).
Esse estreito nexo entre correção monetária e
inflação exige, por imperativo de adequação
lógica, que os instrumentos destinados a realizar
a primeira sejam capazes de capturar a segunda.
Em outras palavras, índices de correção
monetária devem ser, ao menos em tese,
aptos a refletir a variação de preços de
caracteriza o fenômeno inflacionário, o que
somente será possível se consubstanciarem
autênticos índices de preços."
o E conclui sobre os efeitos nefastos da manutenção
o "A diferença supera os 30% (trinta por cento) e
revela os incentivos perversos gerados pelo art.
1º-F da Lei nº 9.494/97: quanto mais tempo a
Fazenda Pública postergar a quitação de seus
débitos, menor será, em termos reais, o valor
da sua dívida, corroída que estará pela
inflação. Nesse contexto, é nítido o estímulo ao
uso especulativo do Poder Judiciário. (...) Ora, se
o Estado não utiliza a caderneta de poupança
como índice de correção quando tem o objetivo
de passar credibilidade ao investidor ou de atrair
contratantes, é porque tem consciência de que o
aludido índice não é adequado a medir a variação
de preços na economia. Por isso, beira a
iniquidade permitir utilizá-lo quando em questão
condenações judiciais."
o E ao julgar a modulação dos efeitos julgado em 03/10/19,
prevaleceu, por maioria, o entendimento de que não cabe a modulação, devendo a
atualização de débitos judiciais das Fazendas Públicas aplicar-se de junho de 2009 em
diante.
o Nesse sentido a jurisprudência vem confirmando e adotando este
posicionamento:
INCIDÊNCIA DO IPCA-E EM LUGAR DA TR - TESE JURÍDICA
FIRMADA PELO STF EM REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL
(RE Nº 870.947/SE - TEMA 810). I - O Plenário do STF reconheceu
a repercussão geral da matéria debatida nos autos do RE nº
870.947 e, após conclusão do julgamento do feito, firmou a
seguinte tese: "o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada
pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a atualização
monetária das condenações impostas à Fazenda Pública
segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança,
revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional
ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não
se qualifica como medida adequada a capturar a variação de
preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se
destina." II - A atualização monetária dos precatórios, bem
como das condenações judiciais impostas à Fazenda Pública,
há de ser realizada com base na variação do IPCA-E (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo Especial), índice considerado pelo
STF como mais adequado para recompor a perda do poder de
compra da moeda. III - Agravo de Instrumento não provido. IV -
Agravo interno prejudicado.(TRF-2 - AG: 00018913420184020000
RJ 0001891-34.2018.4.02.0000, Relator: SERGIO SCHWAITZER,
Data de Julgamento: 11/05/2018, 7ª TURMA ESPECIALIZADA)
"(...). O Supremo Tribunal Federal reconheceu no RE 870.947, com
repercussão geral, a inconstitucionalidade do uso da TR,
determinando a adoção do IPCA-E para o cálculo da correção
monetária nas dívidas não-tributárias da Fazenda Pública.
(TRF4 5011707-12.2012.4.04.7112, SEXTA TURMA, Relatora TAÍS
SCHILLING FERRAZ, juntado aos autos em 13/12/2017)
o Por tais razões que a procedência desta ação deve conduzir à
condenação ao pagamento do benefício pleiteado desde a data do seu requerimento
administrativo, devidamente atualizado pelo IPCA-E cumulado com os mesmos juros de
mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao
princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput).
o DA RENÚNCIA AO EXCEDENTE A
60 SALÁRIOS MÍNIMOS
o Para fins de perfeito enquadramento ao Juizado Especial federal,
nos termos do Art. 3º da Lei nº 10.259/01, o Autor RENUNCIA EXPRESSAMENTE o valor
excedente a 60 salários mínimos.
o A renúncia ao excedente deve ser expressa, sob pena de extinção
do processo por incompetência. "Não há renúncia tácita para fins de fixação de
competência, conforme enunciado da Súmula 17 da TNU dos Juizados Especiais,
devendo ser expressa a renúncia aos valores excedidos." (TRF-1 - AI:
00311989420174010000, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JAMIL ROSA DE
JESUS OLIVEIRA, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: 22/01/2018)
o Certifique-se sempre, por cálculos prévios, que a renúncia é
vantajosa ao cliente. Lembre-se de ter uma declaração expressa do cliente, pois a
renúncia é IRRETRATÁVEL: APELAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. JUIZADO ESPECIAL.
VALOR DE ALÇADA. 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. RENÚNCIA NA PETIÇÃO INICIAL.
EXECUÇÃO DOS VALORES EXCEDENTES. IMPOSSIBILIDADE. RENÚNCIA
IRRETRATÁVEL. FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA ABSOLUTA. (...)3 - O entendimento
jurisprudencial consolidado é no sentido de que se há renúncia expressa na petição inicial,
através de procurador legalmente constituído, não é possível a retratação.4 - A renúncia,
em sede inicial, aos valores excedentes aos 60 salários mínimos acaba por fixar a
competência absoluta do Juizado Especial. Assim, torna-se injurídica a retratação, sob
pena de violar o princípio do juiz natural.5 - No caso dos autos, a opção pelo procedimento
do JEF já se consumou, o autor já recebeu o montante que lhe cabia no âmbito do Juizado
Especial. Possibilitar, neste momento, a execução dos valores excedentes aos 60 salários
mínimos é permitir que a parte burle o sistema e o próprio propósito da criação dos
Juizados Especiais, que tem como fito um procedimento mais célere e simplificado para
descongestionar a prestação jurisdicional. 6 - Não há qualquer comprovação nos autos de
que a manifestação de vontade do requerente, através de sua representante, está
viciada.7 - Apelação improvida. (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL
- 1985349 - 0001885-83.2013.4.03.6140, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ
STEFANINI, julgado em 26/11/2018, e-DJF3 Judicial 1 DATA:10/12/2018 )
o DA JUSTIÇA GRATUITA
o O Requerente não possui qualquer renda, não dispondo de
condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento
e de sua família.
o Para tal benefício o Requerente junta declaração de
hipossuficiência e comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de
pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara
redação do Código de Processo Civil de 2015:
o Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode
ser formulado na petição inicial, na contestação,
na petição para ingresso de terceiro no processo
ou em recurso.
o § 1º - Se superveniente à primeira manifestação
da parte na instância, o pedido poderá ser
formulado por petição simples, nos autos do
próprio processo, e não suspenderá seu curso.
o § 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se
houver nos autos elementos que evidenciem a
falta dos pressupostos legais para a concessão
de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
o § 3º Presume-se verdadeira a alegação de
insuficiência deduzida exclusivamente por
pessoa natural.
o Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.
INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE PROCESSUAL. AUSÊNCIA
DE FUNDADAS RAZÕES PARA AFASTAR A BENESSE.
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. CABIMENTO. Presunção relativa
que milita em prol da autora que alega pobreza. Benefício que não
pode ser recusado de plano sem fundadas razões. Ausência de
indícios ou provas de que pode a parte arcar com as custas e
despesas sem prejuízo do próprio sustento e o de sua família.
Recurso provido. (TJ-SP 22234254820178260000 SP 2223425-
48.2017.8.26.0000, Relator: Gilberto Leme, Data de Julgamento:
17/01/2018, 35ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
17/01/2018)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
CONCESSÃO. Presunção de veracidade da alegação de
insuficiência de recursos, deduzida por pessoa natural, ante a
inexistência de elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão da gratuidade da
justiça. Recurso provido. (TJ-SP 22259076620178260000 SP
2225907-66.2017.8.26.0000, Relator: Roberto Mac Cracken, 22ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 07/12/2017)
o A assistência de advogado particular não pode ser parâmetro ao
indeferimento do pedido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE GRATUIDADE DE
JUSTIÇA. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. HIPOSSUFICIÊNCIA.
COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE FINANCEIRA.
REQUISITOS PRESENTES. 1. Incumbe ao Magistrado aferir os
elementos do caso concreto para conceder o benefício da
gratuidade de justiça aos cidadãos que dele efetivamente
necessitem para acessar o Poder Judiciário, observada a
presunção relativa da declaração de hipossuficiência. 2. Segundo
o § 4º do art. 99 do CPC, não há impedimento para a
concessão do benefício de gratuidade de Justiça o fato de as
partes estarem sob a assistência de advogado particular. 3. O
pagamento inicial de valor relevante, relativo ao contrato de compra
e venda objeto da demanda, não é, por si só, suficiente para
comprovar que a parte possua remuneração elevada ou situação
financeira abastada. 4. No caso dos autos, extrai-se que há dados
capazes de demonstrar que o Agravante, não dispõe, no momento,
de condições de arcar com as despesas do processo sem desfalcar
a sua própria subsistência. 4. Recurso conhecido e provido. (TJ-DF
07139888520178070000 DF 0713988-85.2017.8.07.0000, Relator:
GISLENE PINHEIRO, 7ª Turma Cível, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 29/01/2018)
o Assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade
do Requerente, tem-se por comprovada sua miserabilidade, fazendo jus ao benefício.
o Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição
Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, REQUER a Vossa Excelência:
Por fim, manifesta o interesse na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc. VII do
CPC.
Dá-se à causa o valor R$ .
Nestes termos, pede e aguarda deferimento
,
Assinatura
OAB/
ANEXOS
1. ,
2. e ,
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Ao chegar ao final da inicial, revise uma, duas vezes a peça. De preferência, passe para
um colega revisar, evitando a leitura "viciada" daquele que elabora a ação. Seja objetivo e
destaque os elementos necessariamente relevantes, de forma que direcione o julgador aos
fatos que influenciem de fato à conclusão do direito. Se houver alguma nova dica nos
envie!! Colabore com a continuidade desta plataforma. ;)
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