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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA


________ DA COMARCA DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem à presença de
Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO


C/C PEDIDO LIMINAR

em face de ________ , com endereço para intimações


no Município de ________ , em ________ , nº
________ , pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
DOS FATOS

Conforme narra o Processo Administrativo Disciplinar que junta


em anexo, houve uma denúncia de que o denunciado teria ________ , o que
não foi confirmado por nenhuma prova ou dos depoimentos
colhidos na instrução.

Com a conclusão da Sindicância, houve a instauração do Processo


Administrativo Disciplinar, o qual foi instruído pelas peças da sindicância e com
novos depoimentos que vieram a confirmar a inconteste inocência do
denunciado.

No entanto, não bastasse as provas colhidas, mesmo sem a notificação do


Autor para que pudesse realizar sua defesa prévia, a sanção foi aplicada em
grave afronta aos princípios da Legalidade, Contraditório e da
Ampla Defesa, Proporcionalidade e boa fé.

DO DIREITO

A presente Ação anulatória vem consubstanciada em nulidades


insanáveis no Processo Administrativo Disciplinar, os quais devem ser
reconhecidos de plano, pelos seguintes motivos.

DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Preliminarmente cabe suscitar matéria de ordem pública, que vem


a refletir no imediato arquivamento do processo administrativo disciplinar, qual
seja, a prescrição.
A conduta enquadrada como ilegal é datada de ________ . Por
força legal, a eficácia do ato administrativo fica adstrita à publicação do mesmo.

Portanto, diante de sua publicidade e inequívoca ciência do ato,


tem-se configurado o marco inicial da prescrição em ________ , conforme
dispõe o §1º do artigo 142 da Lei 8.112/90.

Ocorre que, a instauração da sindicância aconteceu somente em


________ , conforme se depreende na ________ .

Nesse sentido, oportuno transcrever o que dispõe a Lei 8.112 ao


tratar sobre a prescrição:

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:


I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que
o fato se tornou conhecido.

Assim, considerando que o ato investigado, configuraria, em tese,


uma infração de ________ , com sanção prevista de ________ , nos termos
no artigo 130 da Lei 8.112/90, resta configurada a prescrição pelo decurso de
prazo por mais de ________ da data que foi dada ampla publicidade.

Ademais, não bastasse a nítida prescrição, configurada antes


mesmo da instauração da sindicância, a instauração do processo interrompe a
contagem do prazo prescricional, conforme redação do artigo 142, §3º.
Todavia, o prazo não fica interrompido ad aeternum, passando a
correr após 140 dias da interrupção, Conforme sumulado pelo STJ:

SÚMULA STJ N. 635: Os prazos prescricionais


previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990 iniciam-se na
data em que a autoridade competente para a abertura do
procedimento administrativo toma conhecimento do fato,
interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido
- sindicância de caráter punitivo ou processo disciplinar - e
voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a
interrupção.Primeira Seção, julgado em 12/06/2019, DJe
17/06/2019.a lei que rege o processo disciplinar, nº
8.112/90, tratou de estabelecer um prazo máximo de
conclusão do processo, nos seguintes termos:

Dessa forma, o prazo prescricional reinicia-se após 140 dias de sua


interrupção.

O que, evidentemente, confirma que a pretensão punitiva do


Estado encontra-se prescrita, conforme posicionamento do Superior Tribunal
de Justiça ao confirmar este entendimento:

AGRAVO EM EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO DO PAD


DECISÃO REFORMADA. No tocante à prescrição da falta
grave, coaduno-me ao entendimento pacificado no STJ,
que aponta a inexistência de legislação específica acerca do
prazo prescricional para a conclusão do PAD, que poderá
implicar em sanção disciplinar, devendo, portanto, ser
adotado o menor prazo previsto no artigo 109 , do CP ,
qual seja, dois anos se anterior à Lei n. 12.234 /2010, ou
três anos quando posterior. PRÁTICA DE NOVO DELITO
DURANTE O CUMPRIMENTO DE PENA. FALTA
GRAVE. NULIDADE POR AUSÊNCIA DE
INSTAURAÇÃO DE PAD DECLARADA DE OFÍCIO.
Considerando os termos da Súmula n. 533 do STJ e a
recente jurisprudência deste e. Tribunal de Justiça,
necessária é a instauração de Procedimento
Administrativo Disciplinar, a fim de apurar a ocorrência
de eventual falta grave praticada pelo apenado. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME. (Agravo Nº
70075481135, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Rosaura Marques Borba, Julgado
em 22/02/2018).

Esclarecendo o assunto, Fernanda Mrinela dispõe sobre o tema:

O §3º do ar. 142 dispõe que "A abertura de sindicância ou


a instauração de processo disciplinar interrompe a
prescrição, até a decisão final proferida por autoridade
competente". A interpretação literal dessa norma faria
com que a prescrição não ocorresse até o efetivo
julgamento do PAD, independentemente do tempo que
isso durasse, ignorando as medidas necessárias para
atender à celeridade do processo. Na verdade não é
assim que funciona, pois caso não ocorra a
conclusão do processo no prazo determinado pela
lei, ele será extinto, e o Administrador deverá
expedir nova portaria e instaurar um novo
processo. Entretanto, a interrupção do curso do
prazo prescricional, como estatuída no §3º, do art.
142, da Lei 8.112, ocorre só uma vez quanto ao
mesmo fato. (Servidores Públicos. Niterói, RJ. Ed.
Impetus: 2010, p.349).

Portanto, demonstrada a prescrição punitiva no referido processo


administrativo disciplinar, devendo ser declarada a nulidade de qualquer ato
após a prescrição punitiva.

AUSÊNCIA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve


ser conduzido com estrita observância aos princípios constitucionais, sob pena
de nulidade.

Ao instaurar um processo administrativo de repercussão direta ao


autor , deveria de imediato ser garantido o direito ao contraditório e à ampla
defesa, como dispõe claramente a Lei 9.784/99:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos


perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados: (...)

II - ter ciência da tramitação dos processos


administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas;

(...)

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e


antes da tomada da decisão, juntar documentos e
pareceres, requerer diligências e perícias, bem
como aduzir alegações referentes à matéria objeto
do processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na


motivação do relatório e da decisão.

§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão


fundamentada, as provas propostas pelos interessados
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.

(...)

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade


competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre
o direito de defesa.

A ausência de oportunidade prévia ao autor , trata-se de manifesta


quebra do direito constitucional à ampla defesa, especialmente por ser a
principal afetada na decisão em análise, conforme análise bem disciplinada pelo
Ministro Celso de Mello:

"(..) mesmo em se tratando de procedimento


administrativo, que ninguém pode ser privado de
sua liberdade, de seus bens ou de seus direitos
sem o devido processo legal, notadamente
naqueles casos em que se estabelece uma relação
de polaridade conflitante entre o Estado, de um
lado, e o indivíduo, de outro. Cumpre ter presente,
bem por isso, na linha dessa orientação, que o Estado, em
tema de restrição à esfera jurídica de qualquer cidadão,
não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva
ou arbitrária (...). Isso significa, portanto, que
assiste ao cidadão (e ao administrado), mesmo
em procedimentos de índole administrativa, a
prerrogativa indisponível do contraditório e da
plenitude de defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes, consoante prescreve a Constituição da
República em seu art. 5º, LV. O respeito efetivo à
garantia constitucional do 'due process of law',
ainda que se trate de procedimento administrativo (como
o instaurado, no caso ora em exame, perante o E.
Tribunal de Contas da União), condiciona, de modo
estrito, o exercício dos poderes de que se acha investida a
Pública Administração, sob pena de descaracterizar-se,
com grave ofensa aos postulados que informam a
própria concepção do Estado Democrático de Direito, a
legitimidade jurídica dos atos e resoluções emanados do
Estado, especialmente quando tais deliberações, como
sucede na espécie, importarem em invalidação, por
anulação, de típicas situações subjetivas de vantagem."
(STF MS 27422 AgR)

Nesse sentido são os recentes precedentes:

NULIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO


DISCIPLINAR RECONHECIDA ANTE A VIOLAÇÃO DOS
PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO. PRESCINDIBILIDADE DO PAD
PARA APLICAÇÃO DA FALTA GRAVE PELO
MAGISTRADO, DESDE QUE ASSEGURADO AO
APENADO O DEVIDO PROCESSO LEGAL, COM
REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO PELO
JUÍZO DA EXECUÇÃO. O sistema constitucional
vigente impõe que se assegure ao acusado, seja em
processo judicial ou administrativo o direito à
ampla defesa e ao contraditório, sendo imperioso o
reconhecimento da nulidade do PAD em que a oitiva do
agente penitenciário ocorreu sem a presença do apenado e
de sua defesa técnica. (...) (TJRS, Embargos Infringentes e
de Nulidade 70075262279, Relator(a): José Conrado Kurtz
de Souza, Quarto Grupo de Câmaras Criminais, Julgado
em: 23/03/2018, Publicado em: 18/04/2018)

DIREITO CONSTITUCIONAL. MANDADO DE


SEGURANÇA. CONTAS DO CHEFE DO PODER
EXECUTIVO ESTADUAL. MEDIDA CAUTELAR
DEFERIDA PELO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
DO ACRE. COMPETÊNCIA DA ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. NECESSIDADE
DE CONCESSÃO DE PRAZO PARA EXPLICAÇÕES.
CASSAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR. NECESSIDADE.
(...). 1. (...) 2. Em tema de sanções de natureza jurídica ou
de limitações de caráter político-administrativo ao Poder
Público, não pode exercer o Tribunal de Contas a
sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária,
desconsiderando, no exercício de sua atividade
institucional os princípios do contraditório e da
ampla defesa, quando a cautelar deferida
monocraticamente está apoiada em processo
passível de recurso com efeito suspensivo. 3.
Inviável o acolhimento do pleito de emissão de ordem para
que o Tribunal de Contas se abstenha de impedir a
realização de concursos nas áreas de educação, saúde e
segurança, sob pena de indevido e inegável
engendramento das atribuições constitucionais da Corte
de Contas. (TJ-AC - MS: 01000625420178010000
Relator: Des. Pedro Ranzi, Tribunal Pleno Jurisdicional,
Data de Publicação: 28/07/2017)

SEGUNDA TURMA RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA.


RECURSO INOMINADO. DECLARATÓRIA DE
NULIDADE DE JULGAMENTO DE CONTAS PELA
CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES A PARTIR
DE PARECER DO TRIBUNAL DE CONTAS DO
ESTADO, SEM OBSERVÂNCIA DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL. SENTENÇA QUE ACOLHE
PLEITO DESSA ORDEM E QUE NÃO MERECE
REPAROS. Buscam os autores, prefeito e vice-prefeito na
mesma investidura, no Município de Caiçara, declaração
de nulidade de ato levado a efeito pela Câmara Municipal
de Vereadores que, examinando a prestação de contas de
ambas relativa ao ano de 2008, não observou qualquer
princípio constitucional, impedindo-lhes de
exercer o direito à ampla defesa e ao
contraditório. Sentença de origem que, adotando as
razões postas na inicial, julga procedente o pedido, vai
mantida por seus próprios fundamentos. RECURSO
DESPROVIDO. UNÂNIME. (Recurso Cível Nº
71006271977, Segunda Turma Recursal da Fazenda
Pública, Turmas Recursais, Relator: Deborah Coleto
Assumpção de Moraes, Julgado em 29/03/2017)

Não se questiona a autoexecutoriedade das sanções. Contudo, a


imposição de penalidade sem a ampla defesa - que é o caso,
transborda o devido processo legal, passível de nulidade, conforme
assevera a doutrina:

"Caráter prévio da defesa - Consiste na anterioridade da


defesa em relação ao ato decisório. A garantia da ampla
defesa supõe, em princípio, o caráter prévio das
atuações pertinentes. A anterioridade da defesa
recebe forte matiz nos processos administrativos
punitivos, pois os mesmos podem culminar em
sanções impostas aos implicados." (MEDAUAR,
Odete. Direito Administrativo Moderno. 20ª edt. Editora
RT, 2016. pg. 205)

"(...) processo administrativo punitivo é todo aquele


promovido pela Administração para a imposição de
penalidade por infração à lei regulamento ou contrato.
Esses processos devem ser [i] necessariamente
contraditórios, com oportunidade de defesa, [ii]
que deve ser prévia, e estrita observância do
devido processo legal, sob pena de nulidade da
sanção imposta." (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito
Administrativo Brasileiro. 34. ed. São Paulo: Malheiros.
2008. P. 702.)

O direito ao questionamento da decisão, albergado na fase de


defesa é garantia obrigatória não apenas nos processos judiciais, como também
nos processos administrativos, conforme reitera a doutrina:

"É sabido que a ampla defesa e o contraditório não


alcançam apenas o processo penal, mas também o
administrativo, nos termos do art. 5º, LV da CF/88. É
que a Constituição estende essas garantias a todos os
processos, punitivos ou não, bastando haver litígios."
(Harrison Leite, Manual de Direito Financeiro, Editora jus
podivum, 3ª edição, 2014, p. 349)

Portanto, tem-se nitidamente a quebra do contraditório e da


ampla defesa em processo administrativo em trâmite sem qualquer notificação
ao autor . Razão pela qual, merece provimento o presente pedido.

DA DESPROPORCIONALIDADE

Ao tratarmos de processo sancionador no âmbito da


Administração Pública, não podemos deixar de lado o que dispõe a Lei n°
9.784/1999:

Art. 2° A Administração Pública obedecerá, dentre outros,


aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência.

(...)
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de: (...)

VI - adequação entre meios e fins, vedada a


imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias
ao atendimento do interesse público.

Ou seja, qualquer penalidade a ser aplicada requer uma


proporcionalidade adequada ao presente caso, com destaque:

a) Nenhum dano ou risco ao interesse público ficou


evidenciado;
b) Não ficou evidenciado qualquer benefício ou lucro que
exorbitasse à legítima expectativa de sua atuação;

c) O histórico do autor é irretocável, sem nenhum


apontamento ao longo de ________ .

Ademais, não há qualquer evidência de má fé do autor ,


exigindo por parte da Administração Pública uma avaliação razoável
conforme doutrina de Maria Silvia Zanella Di Pietro:

"Mesmo quando o ilegal seja praticado, é preciso


verificar se houve culpa ou dolo, se houve um mínimo
de má fé que revele realmente a presença de um
comportamento desonesto." (in Direito
Administrativo, 12ª ed., p.675)

Desta forma, mesmo que se demonstrasse comprovada alguma


irregularidade, é crucial que seja observada a inexistência de má fé para fins de
adequação da penalidade a ser imposta em observância aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade.

Nesse sentido, para Joel de Menezes Niebuhr, a sanção deve estar


intimamente atrelada às circunstancias do ato, em observância ao principio da
proporcionalidade:

"O princípio da proporcionalidade aplica-se


sobre todo o Direito Administrativo e, com
bastante ênfase, em relação às sanções
administrativas. [...]. Ao fixar a penalidade, a
Administração deve analisar os antecedentes, os
prejuízos causados, a boa ou má-fé, os meios utilizados,
etc. Se a pessoa sujeita à penalidade sempre se
comportou adequadamente, nunca cometeu qualquer
falta, a penalidade já não deve ser a mais grave. A
penalidade mais grave, nesse caso, é sintoma de
violação ao princípio da proporcionalidade."
(Licitação Pública e Contrato Administrativo. Ed. Fórum:
2011, p. 992);

Em sintonia com este entendimento, Eduardo Arruda Alvim


esboça a relevância da conjuntura entre razoabilidade e proporcionalidade dos
atos administrativos, em especial nos que refletem em penalidades:

"Na fixação da pena (que se dará mediante processo


administrativo, para o qual a Constituição Federal
assegura o contraditório e a ampla defesa, sob pena de
nulidade do processo respectivo - art.5º, LV) de multa,
assim, tomar-se ao por base três verdadeiros conceitos
vagos (gravidade da infração, vantagem auferida, e
condição econômica do fornecedor), que se inter-
relacionam, e devem ser preenchidos diante do caso
concreto, pela autoridade competente, que poderá ser
federal, estadual, do Distrito Federal, ou municipal,
conforme a infração específica e seu âmbito (parágrafo
primeiro do art. 55 deste Código)." (in Código do
Consumidor Comentado, 2ª ed., Biblioteca de Direito do
Consumidor, Editora RT, p. 274:)

Portanto, demonstrada a boa-fé do autor , a ausência de dano, a


atuação imediata para solucionar a irregularidade, bem como, o seu histórico
favorável, não há que se cogitar uma penalidade tão gravosa, devendo existir a
ponderação dos princípios aplicáveis ao processo administrativo, conforme
precedentes sobre o tema:
MULTA GRADUADA EM CONFORMIDADE COM OS
PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. REDUÇÃO. CABIMENTO. "No caso
sub judice, a multa não respeita os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade assegurados
constitucionalmente, na medida em que não
considera a gravidade da infração, tampouco a
vantagem auferida pelo fornecedor faltoso. Na
verdade, a multa se ajusta tão-somente à condição
econômica do fornecedor. Portanto, merece redução para
o patamar de R$ 7.000,00, em atenção às peculiaridades
do caso concreto." (trecho da ementa do Acórdão da
Apelação Cível Nº 70074061672). RECURSO
ACLARATÓRIO CONHECIDO E ACOLHIDO COM
EFEITO INFRINGENTE. APELO... PROVIDO EM PARTE.
(Embargos de Declaração Nº 70075058479, Vigésima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Miguel Ângelo da Silva, Julgado em 23/11/2017).

Razões pelas quais requer a graduação razoável da pena, para fins


de que sejam observados os princípios da proporcionalidade e boa fé.

DA AUSÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO PÚBLICO

Imperioso reiterar, que trata-se de uma simples irregularidade


formal, que aliás, é passível de nulidade somente quando lesiva ao erário
público, na forma em que dispõe a Lei nº 4.717/65 que regula a Ação Popular:

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das


entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
(....)
b) vício de forma;
Ou seja, a nulidade do ato além de prescindir de dano ao erário
público, deve ser insuscetível de convalidação, e ser mais vantajoso ao interesse
público a nulidade do que a sua manutenção, o que não é o caso.

Afinal, estamos diante de um ato que ________ , ou seja, não


subjaz qualquer lesão ao erário que justificasse tamanha severidade na pena.

As atividades relacionadas no processo não conferem qualquer


traço sobre algum prejuízo ao erário público! Pelo contrário, traz apenas
o levantamento de questões formais, sem a existência de os serviços não teriam
sido prestados.

A única evidência concreta que temos no processo é que o serviço


foi integralmente cumprido! Justificando o seu pagamento.

Ou seja, pela exordial fica claro que os serviços foram


rigorosamente prestados e apenas supõe que existiriam irregularidades
formais no processo.

O princípio da legalidade constitui apenas um dos elementos


estruturais do Estado de Direito, o qual postula igualmente a observância dos
princípios da segurança jurídica, da boa-fé e da presunção de legitimidade dos
atos públicos.

Daí a importância de se considerar todos os elementos formadores


do ato administrativo, a fim de que o servidor não seja punido severamente pelo
simples fato de ocupar determinado cargo e agir em busca de solucionar os mais
variados anseios da coletividade.
Lúcia Valle Figueiredo, ao lecionar sobre a extinção dos contratos
administrativos alerta:

"Sem dúvida, um valor eventualmente a proteger seria o


cumprimento da ordem jurídica. Mas por outro lado,
encontram-se outros valores, também
albergados no ordenamento, merecedores de
igual proteção, como a boa-fé, a certeza jurídica
a segurança das relações estabelecidas. Em casos
tais - ausência de dano bem como a necessidade de
proteção de outros valores - a Administração não deve
anular seu ato viciado, pois o sistema repeliria tal
proceder." (Extinção dos Contratos Administrativos. Ed.
RT - 3ª ed., pg 78)

Nesse sentido, Mauro Roberto Gomes de Mattos, ao tratar sobre o


tema elucida sobre os limites de sua aplicação:

"O caput do art. 10 da Lei nº 8.429/92 afirma que


constitui ato de improbidade administrativa que causa
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no artigo inaugural da Lei nº
8.429/92. Assim, para que haja a subsunção na
hipótese em tela, a conduta do agente público,
ainda que seja omissa, dolosa ou culposa, deverá
acarretar prejuízo para o erário, causando-lhe
lesão." (in O Limite da Improbidade Administrativa -
Comentários á Lei nº 8.429/92. 5ª ed., pg. 264)

Portanto, considerando a ausência de dano ao erário público, não


há qualquer indício de improbidade, devendo ser revisto o presente processo,
conforme precedentes sobre o tema:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE PROCESSO
LICITATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DE DANO AO ERÁRIO.
IRREGULARIDADES SEM O QUALIFICATIVO DA
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 1. Pagamentos
de passagens aéreas utilizada pelo IPEM/MG, em face de
convênio com o INMETRO, sem respaldo contratual, nos
exercícios de 2005 a 2007. 2. A sentença, todavia, afiançou
que não há provas da efetiva lesão aos cofres públicos em
decorrência da imputação. 3. Mesmo na ausência de
licitação, houve a efetiva aquisição das passagens aéreas,
em relação aos quais não houve prova de
superfaturamento. 4. A configuração da conduta
ímproba demanda o elemento subjetivo do agente
para a configuração da conduta ímproba,
admitindo-se a modalidade culposa somente nas
hipóteses de atos que acarretem lesão ao erário. A
hipótese retrata atipicidade administrativa que não
assume o qualificativo de ato de improbidade. 5.
Não provimento da apelação. (TRF-1 - AC:
00348760820134013800 0034876-08.2013.4.01.3800,
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NEY BELLO,
Data de Julgamento: 21/06/2017, TERCEIRA TURMA,
Data de Publicação: 01/09/2017 e-DJF1)

RECURSO DE APELAÇÃO EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
DIRECIONAMENTO DE LICITAÇÃO AUSÊNCIA DE
PROVA DE DANO AO ERÁRIO. Não houve qualquer
irregularidade por parte da Administração Pública em
lançar edital para construção de moradias populares em
que havia exigência de fornecimento de terreno. Tal fato,
por si só, não configura direcionamento da licitação.
Sentença de improcedência mantida. Recurso desprovido
(TJ-SP 00110087820018260053 SP 0011008-
78.2001.8.26.0053, Relator: Marcelo Berthe, Data de
Julgamento: 28/11/2017, 5ª Câmara de Direito Público,
Data de Publicação: 28/11/2017)

Ou seja, ainda que eventualmente subsista alguma irregularidade


formal, esta não invalida o procedimento, nem tampouco torna o autor
desonesto ou desleal, pois ausente qualquer benefício indevido ou
demonstração de dano ao erário público.

DA AUSÊNCIA DE CONDUTA ÍMPROBA

A Lei de improbidade administrativa nasceu com o intuito de


proteger a moralidade e preservar a coisa pública, devendo combater
exclusivamente o administrador público que atue com desonestidade.

Alexandre de Moraes ao disciplinar sobre o tema, conceitua:

"A Lei de Improbidade, portanto, não pune a


mera ilegalidade, mas a conduta ilegal ou imoral
do agente público e de todo aquele que o auxilie
voltada para a corrupção. O ato de improbidade
administrativa exige para a sua consumação um desvio de
conduta do agente público que no exercício indevido de
suas funções afasta-se dos padrões éticos morais da
sociedade, pretendendo obter vantagens materiais
indevidas ou gerar prejuízos ao patrimônio público mesmo
que não obtenha sucesso em suas intenções..." (in
Constituição do Brasil interpretada e legislação
constitucional, São Paulo: Atlas, 2002, p.2611)

Portanto, os fatos narrados na denúncia estão longe de configurar


um ato de improbidade, pois carecem de requisitos mínimos previstos na
tipificação legal.

Trata-se da necessária demonstração da evidência da má


fé para incidência de uma penalidade, conforme doutrina de Maria Silvia
Zanella Di Pietro:

"Mesmo quando o ilegal seja praticado, é preciso


verificar se houve culpa ou dolo, se houve um mínimo
de má fé que revele realmente a presença de um
comportamento desonesto." (in Direito
Administrativo, 12ª ed., p.675)

Ao contrário, com base em toda instrução probatória no decorrer


do Processo Administrativo Disciplinar, não há provas suficientemente claras de
qualquer ato reprovável do Agente denunciado, bem pelo contrário, a sua
inocência fica demonstrada, mas se assim não entendida, resta por presumida,
conforme lição de Romeu Bacellar Filho:

"Por fim, a terceira (e mais consensualmente aceita)


dedução do princípio da presunção de inocência
revela-se na regra probatória ou de juízo, segundo
a qual incumbe à acusação comprovar a
culpabilidade do processado e não a ele
demonstrar a sua inocência, de tal sorte que se
não estiverem reunidos elementos probatórios
substanciais, restando dúvidas ao julgador, o
imputado deverá ser incondicionalmente
absolvido." (in Processo Administrativo Disciplinar,
2012. Pg. 370)

E conclui:

"... a condenação do acusado só poderá advir de


um juízo de certeza, fartamente respaldado por
provas produzidas em conformidade com a lei, com o
devido processo legal e com o respeito às demais
garantias fundamentais do imputado. (...) Se o
julgador se deparar com mais de uma
interpretação possível em relação às
circunstâncias do processo, deverá
necessariamente adotar a mais favorável ao
acusado, sob pena de violação da Constituição Federal."
(in Op. Cit. Pg. 378)

Em conclusão sobre o tema, a Advocacia Geral da União em


processo disciplinar, corrobora com este entendimento:

"(...) Inexistência de provas concretas, precisas e


definidas, comprovando irregularidades
atribuídas aos indiciados. Ausente a materialidade do
fato. Meros indícios sobrestecidos pela conduta
tendenciosa da Comissão Processante não servem para
qualificá-los de veementes. Inexistência de vícios
processuais que maculem o apuratório.
Absolvição de todos os servidores é medida mais
adequada, consubstanciada na máxima in dubio
pro reo." (Parecer 1/98 AGU)
No mesmo sentido é o posicionamento jurisprudencial ao exigir a
configuração da má fé e intencionalidade na ilicitude:

AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.


PRELIMINARES. REJEITADAS. VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. (...)
EXIGÊNCIA DE DOLO. ILEGALIDADE QUALIFICADA.
INEXISTÊNCIA DE CONSIDERAÇÕES SOBRE
NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA OU IMPRUDÊNCIA.
NECESSIDADE DE MÁ-FÉ. INEXISTÊNCIA. (...)
INEXISTÊNCIA DOS ELEMENTOS: CONDUTA ILÍCITA,
ESTRITA TIPIFICAÇÃO DA CONDUTA PRATICADA,
ELEMENTO VOLITIVO, CONSUBSTANCIADO NO DOLO
DE COMETER A ILICITUDE E CAUSAR PREJUÍZO AO
ERÁRIO E OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE ATO
DE IMPROBIDADE. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO.1.(...). Em geral, o ato de improbidade
administrativa requer, para a sua configuração, a
intencionalidade e a voluntariedade (dolo
genérico) - salvo os prejudiciais ao erário que admitem
modalidade culposa stricto senso (art. 10) e aos quais
(dolosos e culposos) há presunção de lesividade por
simetria com o art. 4° da Lei 4.717/1965 (Lei da Ação
Popular) - devendo se atentar às regras processuais da
prova e sua valoração. Em qualquer delas, no entanto, é
imprescindível ação ou omissão e agente público, ainda
que no prejuízo ao erário o beneficiário da lesão seja
particular. A subsunção do fato demanda o
elemento subjetivo calcada na intencionalidade
(dolo) e na voluntariedade. Em princípio, só há
lugar para caracterização da improbidade
administrativa havendo má-fé. 14. Ressalte-se que
ilegalidade não é sinônimo de improbidade. O art.
11, de fato, estabelece que a violação ao princípio da
legalidade configura ato de improbidade administrativa.
No entanto, para o STJ, não é possível fazer a aplicação
cega e surda do art. 11 da Lei n° 8.429/92, sob pena de
toda ilegalidade ser considerada também como
improbidade, o que seria absurdo (STJ. 1ª Turma. REsp.
1414933/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 26/11/2013).15. Não há espaço para
considerações sobre negligência, imperícia ou
imprudência quando se cuida de conduta deflagrada pela
má-fé, máxime no plano da Administração Pública, em
que a conduta ímproba atinge todos os segmentos da
sociedade. Os atos descritos no art. 11 são dolosos,
compõem uma coletânea de condutas gravadas com a má-
fé. Sem dolo não há como identificar conduta ímproba no
art. 11 e seus incisos. A má-fé revela a improbidade
administrativa em sentido estrito.16. O direito se projeta
para muito além das convicções pessoais de qualquer
intérprete, já que a vontade pessoal não goza de permissão
constitucional para atribuir sentidos arbitrários aos textos
jurídicos, e ainda quando revestidos pela suposta
autoridade intelectual dos tribunais, não pode se olvidar
do contraditório e dos valores democráticos.17. Na
hipótese dos autos, (...) a inexistência dos pilares que
configuram ato atentatório à vedação do nepotismo,
consubstanciado em a) conduta ilícita, b) estrita tipificação
da conduta praticada, c) elemento volitivo,
consubstanciado no dolo de cometer a ilicitude e causar
prejuízo ao erário, e d) ofensa aos princípios da
Administração Pública; 9) a manifestação da Câmara
Legislativa, em juízo, no sentido de o ato de nomeação ter
seguido a dogmática da Casa aplicado à época;(...), é de
rigor a reforma da sentença para afastar a existência do
ato de improbidade administrativa.18. Recurso conhecido
e provido. (TJDFT, Acórdão n.1069145,
20150111308517APC, Relator(a): SILVA LEMOS, 5ª
TURMA CÍVEL, Publicado em: 23/01/2018)

Aqui, sobressai o princípio da proibição do excesso, que visa


justamente estabelecer um 'limite do limite' ou uma 'proibição de excesso',
principalmente em vista da condução de um processo carente de provas
robustas capazes de manter o denunciado como réu num processo
administrativo disciplinar.

Portanto, diante de todo o aqui exposto, fica evidenciada a


inconteste inocência do denunciado, devendo culminar na nulidade do processo
disciplinar, por manifesta improcedência.

DA LEGALIDADE DO CONTRATO

A contratação, objeto da ação proposta, foi realizada com fulcro no


artigo 24, inciso XIII da Lei 8.666/93, in verbis:

Art. 24. É dispensável a licitação:


(...)
Transcrever inciso específico da motivação da contratação.

A justificativa desta contratação encontra-se perfeitamente


formalizada junto ao processo administrativo, consubstanciada unicamente na
________

Portanto, perfeitamente lícita a contratação em vergasto.

Assim, não se fere nem a legalidade, nem a moralidade que devem


revestir toda e qualquer avença com o Poder Público, desconstituindo qualquer
possibilidade de enquadramento à Lei de improbidade administrativa.

Afinal, ausente qualquer traço de conduta dolosa que maculasse o


ato. Corroborando com este entendimento, Mauro Gomes de Mattos leciona
sobre a tipicidade prevista no art. 10 da referida lei:

"Conduta dolosa ou culposa do agente, capaz de tipificar


ato de improbidade narrado no art. 10, é aquela que não
exige apenas uma vontade livre e consciente em realizar
quaisquer condutas descritas, responsabilizando-se
também aquele que viola a prudência, tornando-se
imprudente e negligente com a coisa pública, lesando, via
de consequência o erário público. Essa conduta deverá
ser ilícita, contrapondo-se à legalidade, para a
obtenção de um fim vedado pela norma legal. Ou,
em outras palavras, a conduta dolosa do agente
público que for lícita, mas ocasionar lesão ou
perda patrimonial ao erário, não se sujeita à
responsabilização por ato de improbidade
administrativa. Deverá o ato do agente público
estar contaminado pela ilicitude." (in op. cit. pg. 264)

Trata-se de contratação necessária em manifesta ausência de dano


ao erário, conforme precedentes sobre o tema:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE PROCESSO
LICITATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DE DANO AO ERÁRIO.
IRREGULARIDADES SEM O QUALIFICATIVO DA
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 1. Pagamentos
de passagens aéreas utilizada pelo IPEM/MG, em face de
convênio com o INMETRO, sem respaldo contratual, nos
exercícios de 2005 a 2007. 2. A sentença, todavia, afiançou
que não há provas da efetiva lesão aos cofres públicos em
decorrência da imputação. 3. Mesmo na ausência de
licitação, houve a efetiva aquisição das passagens aéreas,
em relação aos quais não houve prova de
superfaturamento. 4. A configuração da conduta
ímproba demanda o elemento subjetivo do agente
para a configuração da conduta ímproba,
admitindo-se a modalidade culposa somente nas
hipóteses de atos que acarretem lesão ao erário. A
hipótese retrata atipicidade administrativa que não
assume o qualificativo de ato de improbidade. 5.
Não provimento da apelação. (TRF-1 - AC:
00348760820134013800 0034876-08.2013.4.01.3800,
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NEY BELLO,
Data de Julgamento: 21/06/2017, TERCEIRA TURMA,
Data de Publicação: 01/09/2017 e-DJF1)

RECURSO DE APELAÇÃO EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
DIRECIONAMENTO DE LICITAÇÃO AUSÊNCIA DE
PROVA DE DANO AO ERÁRIO. Não houve qualquer
irregularidade por parte da Administração Pública em
lançar edital para construção de moradias populares em
que havia exigência de fornecimento de terreno. Tal fato,
por si só, não configura direcionamento da licitação.
Sentença de improcedência mantida. Recurso desprovido
(TJ-SP 00110087820018260053 SP 0011008-
78.2001.8.26.0053, Relator: Marcelo Berthe, Data de
Julgamento: 28/11/2017, 5ª Câmara de Direito Público,
Data de Publicação: 28/11/2017)
Portanto, a simples existência de uma dispensa de licitação não
constitui motivo suficiente para evidenciar alguma ilicitude, sendo descabida a
aplicação da lei de improbidade administrativa.

DA AUSÊNCIA DE PROVAS

Ao analisar minuciosamente a instrução do processo, verifica-se


que as investigações foram concebidas unicamente em razão de ________ , ou
seja, sem qualquer evidência concreta.

Fato é que de forma leviana instaurou-se um processo


sancionador, desprovido de provas cabais a demonstrar a
desonestidade do agente público na condução de suas atividades,
consubstanciadas unicamente em indícios que maculam a finalidade do objetivo
traçado.

As declarações que instruíram o processo até o momento, sequer


indicam a ocorrência do fato apontado como típico, vejamos:

________

Ausente, portanto, qualquer lastro probatório sobre a hipotética


________ , bem como a má fé na constituição do ato administrativo, incabível
qualquer processo sancionador.

Nesse mesmo sentido é o posicionamento jurisprudencial:

AGRAVO EM EXECUÇÃO. FALTA GRAVE. AGRAVO EM


EXECUÇÃO PENAL. PRELIMINAR. NULIDADE DO
PAD. AUSÊNCIA DE DEFESA TÉCNICA.
INOCORRÊNCIA FALTA GRAVE APURADA EM JUÍZO
SUFICIENTE. PRELIMINAR REJEITADA. MÉRITO.
APREENSÃO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE EM
ESTEBELECIMENTO PRISIONAL. FALTA GRAVE
RECONHECIDA. DÚVIDA ACERCA DA PROPRIEDADE
DO ENTORPECENTE APREENDIDO. AUSÊNCIA DE
INDICIOS DE AUTORIA. PROVA FRÁGIL.
AFASTAMENTO DA FALTA GRAVE.(...) Descabido
se falar em falta grave e, consequentemente,
sanção de qualquer natureza, quando
insuficientes as provas de que o sentenciado
cometeu a infração disciplinar que lhe é atribuída.
-(...). (TJ-MG - Agravo em Execução Penal
1.0704.13.005808-1/001, Relator(a): Des.(a) Otávio
Portes, julgamento em 11/04/2018, publicação da súmula
em 13/04/2018)

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA -


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LICITAÇÃO -
PRINCÍPOS ADMINISTRATIVOS: INOBSERVÂNCIA -
PROVAS: AUSÊNCIA. 1. Configura-se ato de improbidade
administrativa a ação ou omissão que fere direta ou
indiretamente os princípios constitucionais e legais da
administração pública, independentemente da existência
de enriquecimento ilícito ou de lesão ao erário público,
sendo imperioso, para tanto, o dolo genérico - vontade
livre e consciente do agente em praticar a conduta descrita
na lei -, e prescindível haver dano material ao erário (art.
11, da Lei federal nº 8.429/1992 - Lei de Improbidade
Administrativa - LIA). 2. A prova certa da prática do
ato ímprobo é necessária para ensejar condenação
em ação civil pública. 3. Havendo apenas indícios,
mas sem a comprovação da prática do ato de
improbidade administrativa, o pedido de
condenação por improbidade administrativa deve
ser julgado improcedente. (TJ-MG - AC:
10433062022374001 MG, Relator: Oliveira Firmo, Data
de Julgamento: 26/09/2017, Câmaras Cíveis / 7ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 29/09/2017)

Portanto, por carência de condições mínimas de se comprovar


qualquer ato reprovável nos termos relatados na instrução, o presente processo
deve ser extinto.

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o autor


pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:

a) Depoimento pessoal do ________ , para


esclarecimentos sobre ________ , nos termos do Art. 385
do CPC;

b) Ouvida de testemunhas, uma vez que ________ cujo


rol segue abaixo: ________

c) Obtenção dos documentos abaixo indicados, junto ao


________ nos termos do Art. 396 do CPC;

d) Reprodução cinematográfica a ser apresentada em


audiência nos termos do Parágrafo Único do art. 434 do
CPC;
e) Análise pericial da ________ .

Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova


pericial/testemunhal, pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar o
direito pleiteado, sob pena de grave cerceamento de defesa:

CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA


PRODUÇÃO DE PROVA ORAL E COMPLEMENTAÇÃO
DE PERÍCIA. Constitui-se cerceamento de defesa o
indeferimento da produção de prova oral e prova técnica
visando comprovar tese da parte autora, considerando o
julgamento de improcedência do pedido relacionado a
produção da prova pretendida. (TRT-4 - RO:
00213657920165040401, Data de Julgamento:
23/04/2018, 5ª Turma)

Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla defesa,


conforme dispõe o Art. 369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de
empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos
fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz."

Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da


ampla defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;(...)"
A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:

"(...) quando se diz "inerentes" é certo que o


legislador quis abarcar todas as medidas
passíveis de serem desenvolvidas como
estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito de
apresentar as razões da defesa perante o magistrado, o
direito de produzir provas, formular perguntas às
testemunhas e quesitos aos peritos, quando necessário,
requerer o depoimento pessoal da parte contrária, ter
acesso aos documentos juntados aos autos e assim por
diante." (DA SILVA, Homero Batista Mateus. Curso de
Direito do Trabalho Aplicado - vol. 8 - Ed. RT, 2017.
Versão ebook. Cap. 14)

Para tanto, o autor pretende instruir o presente com as provas


acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados,


vejamos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante


da demonstração inequívoca de que ________ .
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para
aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há


racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da provas dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de
Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela ________ ,


ou seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior:

"um risco que corre o processo principal de não


ser útil ao interesse demonstrado pela parte", em
razão do "periculum in mora", risco esse que deve ser
objetivamente apurável, sendo que e a plausibilidade do
direito substancial consubstancia-se no direito "invocado
por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni
iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p.
366).

Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza


conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu .

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado


receio de dano irreparável, sendo imprescindível a ________ , nos termos do
Art. 300 do CPC.
DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente atualmente é ________ , tendo sob sua


responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não poderia
arcar com as despesas processuais.

Ademais, em razão da pandemia, após a política de distanciamento


social imposta pelo Decreto ________ nº ________ (em anexo), o
requerente teve o seu contrato de trabalho reduzido, com redução do seu salário
em ________ , agravando drasticamente sua situação econômica.

Desta forma, mesmo que seus rendimentos sejam superiores ao


que motiva o deferimento da gratuidade de justiça, neste momento excepcional
de reduçào da sua remuneração, o autor se encontra em completo descontrole
de suas contas, em evidente endividamento.

Como prova, junta em anexo ao presente pedido ________ .

Para tal benefício o autor junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das
custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do
Art. 99 Código de Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na


instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá
seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE


SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA - Assistência
Judiciária indeferida - Inexistência de elementos nos
autos a indicar que o impetrante tem condições de
suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio
e familiar, presumindo-se como verdadeira a
afirmação de hipossuficiência formulada nos
autos principais - Decisão reformada - Recurso provido.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-
71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares;
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro
Central - Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda
Pública; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de
Registro: 23/05/2019
Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do
requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme
destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de


necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou
faturamento máximos. É possível que uma pessoa
natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora
do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez.
A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de
viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito
tenha que comprometer significativamente sua
renda, ou tenha que se desfazer de seus bens,
liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed.
Editora JusPodivm, 2016. p. 60)

"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é


necessário que a parte seja pobre ou necessitada
para que possa beneficiar-se da gratuidade da
justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para
pagar as custas, as despesas e os honorários do processo.
Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes
bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas,
há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição
Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.

A existência de patrimônio imobilizado, no qual vive a sua família


não pode ser parâmetro ao indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


RECONHECIMENTO E/OU DISSOLUÇÃO DE UNIÃO
ESTÁVEL OU CONCUBINATO. REVOGAÇÃO DA
GRATUIDADE DE JUSTIÇA. (...) Argumento da
titularidade do Agravante sobre imóvel, que não
autoriza o indeferimento do benefício da
gratuidade de justiça, pois se trata de patrimônio
imobilizado, não podendo ser indicativo de
possibilidade e suficiência financeira para arcar
com as despesas do processo, sobretudo, quando
refere-se a pessoa idosa a indicar os pressupostos à
isenção do pagamento de custas nos termos do art. 17,
inciso X da Lei n.º 3.350/1999. Direito à isenção para o
pagamento das custas bem como a gratuidade de justiça
no que se refere a taxa judiciária. Decisão merece reforma,
restabelecendo-se a gratuidade de justiça ao réu agravante.
CONHECIMENTO DO RECURSO E PROVIMENTO DO
AGRAVO DE INSTRUMENTO. (TJRJ, AGRAVO DE
INSTRUMENTO 0059253-21.2017.8.19.0000, Relator(a):
CONCEIÇÃO APARECIDA MOUSNIER TEIXEIRA DE
GUIMARÃES PENA, VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL,
Julgado em: 28/02/2018, Publicado em: 02/03/2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO


MONOCRÁTICA. AÇÃO DE USUCAPIÃO. BENEFÍCIO
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. COMPROVAÇÃO DA
NECESSIDADE. DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. -
Defere-se o benefício da gratuidade da justiça sem outras
perquirições, se o requerente, pessoa natural, comprovar
renda mensal bruta abaixo de Cinco Salários Mínimos
Nacionais, conforme novo entendimento firmado pelo
Centro de Estudos do Tribunal de Justiçado Rio Grande do
Sul, que passo a adotar (enunciado nº 49). - A condição
do agravante possuir estabelecimento comercial
não impossibilita que seja agraciado com a
gratuidade de justiça, especialmente diante da
demonstração da baixa movimentação financeira
da microempresa de sua propriedade. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70076365923, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em
10/01/2018).

Afinal, o Requerente possui inúmeros compromissos financeiros


que inviabilizam o pagamento das custas sem comprometer sua subsistência,
veja:

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ...

Ou seja, apesar do patrimônio e renda elevada, todo valor auferido


mensalmente esta comprometido, inviabilizando suprir a custas processuais.
DA GRATUIDADE DOS EMOLUMENTOS

O artigo 5º, incs. XXXIV e XXXV da Constituição Federal assegura


a todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos,
independente do pagamento de taxas, e prevê expressamente ainda que a
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Ao regulamentar tal dispositivo constitucional, o Código de


Processo Civil prevê:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma
da lei.

§ 1º A gratuidade da justiça compreende:


(...)

IX - os emolumentos devidos a notários ou


registradores em decorrência da prática de
registro, averbação ou qualquer outro ato notarial
necessário à efetivação de decisão judicial ou à
continuidade de processo judicial no qual o benefício
tenha sido concedido.

Portanto, devida a gratuidade em relação aos emolumentos


extrajudiciais exigidos pelo Cartório. Nesse sentido são os precedentes sobre o
tema:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.
BENEFICIÁRIO DA AJG. EXECUÇÃO DE SENTENÇA.
REMESSA À CONTADORIA JUDICIAL PARA
CONFECÇÃO DE CÁLCULOS. DIREITO DO
BENEFICIÁRIO INDEPENDENTEMENTE DA
COMPLEXIDADE. 1. Esta Corte consolidou jurisprudência
no sentido de que o beneficiário da assistência judiciária
gratuita tem direito à elaboração de cálculos pela
Contadoria Judicial, independentemente de sua
complexidade. Precedentes. 2. Recurso especial a que se
dá provimento. (STJ - REsp 1725731/RS, Rel. Ministro OG
FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em
05/11/2019, DJe 07/11/2019)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.


EMOLUMENTOS DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL.
ABRANGÊNCIA. Ação de usucapião. Decisão que
indeferiu o pedido de isenção dos emolumentos, taxas e
impostos devidos para concretização da transferência de
propriedade do imóvel objeto da ação à autora, que é
beneficiária da gratuidade da justiça. Benefício que se
estende aos emolumentos devidos em razão de
registro ou averbação de ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial (art. 98, § 1º, IX, do
CPC). (...). Decisão reformada em parte. AGRAVO
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2037762-55.2019.8.26.0000; Relator (a):
Alexandre Marcondes; Órgão Julgador: 3ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Santos - 10ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 14/08/2014; Data de Registro: 22/03/2019)

Assim, por simples petição, uma vez que inexistente prova da


condição econômica do Requerente, requer o deferimento da gratuidade dos
emolumentos necessários para o deslinde do processo.
DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, REQUER:

1. A concessão da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do art. 98 do


Código de Processo Civil;

1. O deferimento da medida liminar para fins de suspender os efeitos da


penalidade aplicada;

1. a citação do Réu para responder, querendo,

1. A total procedência da ação para que seja declarada nula a penalidade


aplicada, com a imediata reintegração do Autor ao cargo;

1. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


________

1. Manifesta o interesse na realização de audiência conciliatória nos termos


do art. 319, VII, do CPC.

1. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos


parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento

________ , ________ .

________

ANEXOS:

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência

3. Cópia do RG e CPF do Autor

4. Comprovante de residência do Autor

5. Procuração

6. Custas Judiciais

7. Provas do alegado

8. Cópia integral do PAD

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