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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE xxxxxxxxxxxxxxxxx. (Conforme art. 319, I, NCPC e


organização judiciária da UF)

                  NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA, nacionalidade, estado civil


(ou a existência de união estável), profissão,portadora da cédula de Identidade nº
_______________, inscrita no CPF/MF sob o nº _______________, endereço eletrônico,
residente e domiciliada na _______________, por seus advogados in fine assinados
conforme procuração anexada, com endereço profissional (completo), para fins do
art. 106, I, do Novo Código de Processo Civil, vem mui respeitosamente a
V.Exa., propor a presente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO MATERIAIS C/C DANOS MORAIS

contra Companhia Energética xxxxxxxxxxxxx, empresa concessionária


de serviço público de distribuição de energia elétrica, regularmente inscrita no CNPJ
sob o n.º xxxxxxxxxxxxx, com sede em xxxxxxxxxxxxxxxx, conforme se evidencia
pelo comprovante de Situação Cadastral gerado pelo site da Receita Federal do
Brasil, endereço eletrônico, pelas razões que passa a expor.

I – PREABULARMENTE.

Requer o Autor lhe seja deferido os benefícios da justiça gratuita, com fulcro
no disposto ao inciso LXXIV, do artigo 5º da Constituição Federal e na Lei
nº 1.060/50, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem
condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu
próprio sustento e de sua família, conforme declaração em anexo.
II - DOS FATOS

A requerente morou em casa alugada por um período de dois anos na rua


xxxxxxxxxxxxxxxx, conforme comprova o contrato de aluguel incluso.

No dia “tal” de agosto de 2015, funcionários da concessionária ré passaram


a tarde toda em diversas ruas do bairro possivelmente fazendo a troca de fios e
cabos de energia nos postes. Por volta das 4 (quatro) horas da tarde deste mesmo
dia, ocorre que por imperícia ou desgaste natural da fiação aconteceu um curto
circuito no bairro, o que ocasionou a queima de diversos aparelhos eletrônicos que
estavam conectados as tomadas das casas naquele horário.

Ocasionou na casa da requerente a queima imediata de “uma televisão de


29 polegadas Philco, um receptor digital, um dvd e um filtro de água (consta o
documento que comprova a existência de perícia feita por representante da
conccessionária em anexo).

Poucos dias após o acontecido a Ré enviou cartas às residências pedindo


para que comparecesse a sede da mesma para prestar uma “queixa
administrativa”. Atitude essa que encheu de esperança os moradores daquela
localidade. A requerente foi até a sede da mesma, e após concretização da queixa a
Autora descobriu que era mera quimera usada como meio hábil pela empresa para
lesar os clientes, pois esta se escusou de cumprir com sua obrigação de reparar os
danos materiais sofridos pela requerente.

Mesmo diante de tal situação a Autora procurou por diversas vezes resolver
essa lide ainda na esfera administrativa, a qual foi por vários dias à sede da Ré
nesta cidade, mas não logrou êxito, sempre tentando resolver de forma mansa e
pacífica o problema, sentindo-se impotente e humilhada, diante da situação
descrita, pois além do mais foi tratada com desídia pelos funcionários da Ré.

A ilicitude baseia-se no fato de que a Autora não tem condição de comprar


aparelhos eletrônicos novos, e, portanto encontrasse sem acesso aos bens
eletrônicos de que tinha domínio por culpa da ação de uma empresa inescrupulosa.

Dessa forma, em decorrências da ausência desses aparelhos que para


alguns pode ser pouco, para a demandante teve grande valia, haja vista eram os
únicos aparelhos eletrônicos que possuía.

III - DOS FUNDAMENTOS


No tocante a motivação acho por bem seguir o critério hierárquico da
pirâmide normativa brasileira, trazendo primeiro a dicção da norma hipotética
fundamental pátria, e a posteriori os amparos legais trazidos em leis ordinárias;
assim com intuito de fundamentar os argumentos do requerente temos o que
determina nos incisos V eX do art. 5º da CF/88:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

Ainda no texto constitucional, capítulo VII-Art. 37, § 6º, é assegurado ao


terceiro que tenha sido lesado por pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviços públicos a resposta por danos praticados.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Neste diapasão vejamos o Art. 6º do Código de Defesa do Consumidor,


no que trata da inversão do ônus da prova; e o Art. 14, onde o fornecedor de
serviços responde independentemente de culpa por danos causados aos
consumidores, vejamos:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:  VIII - a facilitação da
defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias
de experiências.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

O legislador infraconstitucional munido de entendimento de diversas


situações fáticas em que aquele ente que viola direito alheio e o causa um dano,
ainda que exclusivamente moral, esse já está na esfera dos atos ilícitos, como
prescreve o Art.186 da lei 10.406/02, denominado Código Civil Brasileiro,
vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Quanto à indenização, temos ainda o que assegura o Art. 927 do mesmo


diploma legal, na toada da reparação dos danos causados por atos ilícitos:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.

No que tange ao objeto digno de valor pecuniário, ou seja, as indenizações a


ser fixada têm o que dispõe na mesma carta de 2002:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.  Parágrafo


único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.

Diante da previsão legal acima colacionada, entendemos que a pretensão da


requerente é legítima, vez que existi uma extrema ilegalidade que paira aos nossos
olhos.

IV – JURISPRUDÊNCIA
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO INDENIZATÓRIA-CONCESSIONÁRIA
PRESTADORA DE SERVIÇO DE PÚBLICO - DESCARGA DE ENERGIA ELÉTRICA
- OSCILAÇÃO DA REDE - QUEIMA DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA –
CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA INEXISTENTE - EVENTO INSERIDO NO RISCO
DA ATIVIDADE DESEMPENHADA PELA CELESC - APLICABILIDADE DO
ART.  37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO  DA REPÚBLICA - RESPONSABILIDADE
OBJETIVA – VERBA DEVIDA. Constitui obrigação da concessionária
desempenhar o seu mister com esmero Gabinete Des. Wilson Augusto do
Nascimento e, dada a natureza remunerada do serviço prestado, suportar
os riscos dessa atividade, não podendo deles se desvencilhar pela simples
circunstância de que o autor se omitiu de utilizar equipamentos opcionais
de segurança. Desse modo, forte na premissa de que toca à CELESC a
tarefa de modernizar a rede, com o escopo de evitar ou minimizar
sinistros oriundos da oscilação, é patente o dever de indenizar, pois, à luz
do que alude o art.  37, § 6º, da  Carta Magna, configurados estão os
requisitos da responsabilidade objetiva (ACV n. 2006.046616-5, da
Capital, Rel. Des. Volnei Carlin, rj. Em 10.9.07).
APELAÇÃO CÍVEL - INTEMPESTIVIDADE - RECURSO PROTOCOLADO
POR MEIO DO SERVIÇO DE PROTOCOLO UNIFICADO - PRELIMINAR
REJEITADA - RESPONSABILIDADE CIVIL - CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO
PÚBLICO - FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA - APLICABILIDADE DOS
ARTS.  37, § 6º, DA CF/88, E 14  DO CDC  - RESPONSABILIDADE OBJETIVA -
INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL DECORRENTE DE QUEDA DE TENSÃO
DA ENERGIA - QUEIMA DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA - DANO
COMPROVADO - DEVER DE INDENIZAR - RECURSO DESPROVIDO. Sendo a
Centrais Elétricas de Santa Catarina S. A. - CELESC concessionária de
serviço público, responde objetivamente, a teor dos arts. 37,  § 6º,
da Constituição Federal, e 14  do  Código de Defesa do Consumidor, pelos
prejuízos a que houver dado causa, bastando ao consumidor lesado a
comprovação do evento e do dano, bem como do nexo entre este e a
conduta da concessionária, competindo a esta a prova da culpa do
consumidor, ou a ocorrência de caso fortuito ou força maior para se eximir
da obrigação. Constitui obrigação da concessionária desempenhar o seu
mister com esmero e, dada a natureza remunerada do serviço prestado,
suportar os riscos dessa atividade, não podendo deles se desvencilhar
pela simples circunstância de que o autor se omitiu de utilizar
equipamentos opcionais de segurança. Desse modo, forte na premissa de
que toca à CELESC a tarefa de modernizar a rede, com o escopo de evitar
ou minimizar sinistros oriundos da oscilação, é patente o dever de
indenizar, pois, à luz do que alude o art.  37, § 6º, da  Carta Magna,
configurados estão os requisitos da responsabilidade objetiva (ACV n.
2006.000345-1, Rel. Des. Rui Fortes, j. Em 27.5.09).
Claros são os entendimentos e as decisões reiteradas dos tribunais nesse
sentido, em repreender esse tipo de comportamento asqueroso por parte de
empresas que monopolizam um determinado segmento do mercado; pois algumas
empresas de direito privado que prestam serviços públicos a população na maioria
das vezes age com excesso de confiança, tratando assim o povo como submisso as
suas vontades.

V - DA PROCEDÊNCIA DA AÇÃO E OUTROS PEDIDOS.

Diante do exposto requer o Autor a Vossa Excelência que:

1) Que seja designada AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ou


MEDIAÇÃO, conforme previsto no art. 334 do NCPC;

2) Seja concedido os benefícios da Justiça Gratuita por ser pessoa


carente, nos termos da Lei 1.060/50 e alterações posteriores, bem
como dos arts. 98 e ss. do NCPC;

3) Seja a Ré citada no endereço indicado para, querendo, oferecer


contestação;

4) Seja aplicada, caso entenda cabível, a inversão do ônus da prova, por se


tratar de relação de consumo;

5) Requer que seja Condenado o Requerido a Reparação do Dano


Material, com o pagamento dos eletros queimados;

6) Requer a condenação do Requerido a indenizar o Autor pelos DANOS


MORAIS sofridos no importe de R$ 12.000,00 (doze mil reais), com atenção
aos efeitos pedagógico e reparatório da medida, usando como norte os preceitos
adredes mencionados, principalmente o efeito do desestímulo tendo em vista se
tratar de atos lesivos aos direitos do consumidor, e com vista ao relevante poder
econômico da parte;

7) Sejam todos os valores a serem pagos atualizados, com a incidência de


juros e correção monetária desde a data do fato, art. 398 do CCB;

8) Seja o réu condenado ao pagamento de honorários advocatícios de


sucumbência, no percentual de 20% sobre toda a repercussão financeira do
processo.

9) Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na


amplitude dos artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial as provas:
documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal da parte ré.

Dá-se à presente causa, o valor de R$ xxxxx,  para efeitos meramente


fiscais.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Local, data.

Nome do advogado.

OAB nºxxxxx

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