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CIÊNCIA POLÍTICA E

DIREITO CONSTITUCIONAL II
O GOVERNO

TEMA
Temas a desenvolver na aula

O Governo
― Noção
― Estatuto
• Título IV da Parte III da CRP
• LOG
• RCM
― A composição de cada governo
― Ausências e impedimento
― Princípio da colegialidade
― Formação do Governo
― Nomeação dos restantes membros do Governo
JOÃO LUZ SOARES
Temas a desenvolver na aula

O Governo
― A duração do mandato dos membros do Governo
― Início de funções do Governo
― Cessação de funções do Governo
― Governo de gestão
― Estatuto constitucional do Governo
• As competências legislativas
• As competências políticas
• As competências administrativas
― O funcionamento do Governo
― O Governo na CPR
JOÃO LUZ SOARES
O governo

I O Governo é o terceiro órgão de soberania e é um órgão colegial, de tipo


governativo, sendo definido pela CRP como “…o órgão de condução da política
geral do país e é o órgão da Administração Pública”. (Art. 182º da CRP)
O estatuto do Governo reparte-se fundamentalmente pelas disposições
constitucionais, que, na sua totalidade, se encontram no Título IV da Parte III da
CRP, que se divide em três capítulos:
• Capítulo I – Função e estrutura
• Capítulo II – Formação e responsabilidade
• Capítulo III - Competência
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O governo

I Complementarmente, é de considerar dois outros diplomas que fixam relevantes


normas a respeito da sua organização e funcionamento – LOG e RCM.
― À LOG incumbe a definição da sua estrutura organizatória para além dos
aspetos que ficam rigidificados no plano constitucional, diploma que se
apresenta repartido por quatro capítulos:
• Capítulo I – Estrutura do Governo
• Capítulo II – Competência dos membros do Governo
• Capítulo III – Orgânica do Governo
• Capítulo IV – Disposições finais e transitórias
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O governo

I ― Ao RCM foi deixada uma tarefa sobretudo ligada ao funcionamento do


Governo, paredes-meias com o desenvolvimento do procedimento legislativo
governamental e realidades afins:
• Capítulo I – Do Conselho de Ministros
• Capítulo II – Reunião de Secretárias e Secretários de Estado
• Capítulo III – Do procedimento legislativo governamental
• Capítulo IV – Dos outros procedimentos normativos
• Capítulo IV – Das disposições finais e transitórias

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O governo

II Do ponto de vista constitucional, o Governo é composto por membros com


diversos cargos, cargos que são necessários, mas que também podem ser
eventuais:
• os cargos necessários: o Primeiro-Ministro, q eu é o chefe do Governo, os
Ministros, os Secretários de Estado e os Subsecretários der Estado;
• os cargos eventuais: os Vice-Primeiros-Ministros.

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O governo

II Do ponto de vista legal, a composição de cada governo, dentro dos parâmetros


constitucionais, é determinada pela LOG, que procede à sua formatação, no caso
do XXI Governo Constitucional sendo “…constituído pelo Primeiro-Ministro,
pelas/os Ministras/os e pelas Secretárias/os de Estado” (Art. 1º da LOG)
Nas respetivas ausências e impedimentos, o “…Primeiro-Ministro, salvo sua
indicação em contrário, é substituído na sua ausência e impedimento, pelo
Ministro dos Negócios Estrangeiros ou pelo ministro que não esteja ausente ou
impedido de acordo com as ordens estabelecidas no art. 2º , sendo a substituição
comunicada ao Presidente da República, nos termos do nº 1 do art. 185º da CRP.”
(Art. 183º da CRP)
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O governo

II ❶ O Governo assenta num princípio da colegialidade, que é peculiarmente


enfatizado pelo texto constitucional, ao dizer que “os membros do Governo
estão vinculados ao programa do Governo às deliberações tomadas em
Conselho de Ministros. (Art. 189º da CRP)
❷ A colegialidade do Governo não anula, mas reafirma, a proeminência
funcional do Primeiro-Ministro, perante quem são politicamente responsáveis
todos os restantes membros do Governo (Art. 191º da CRP)

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O governo

III ❶ A formação do Governo deriva dos resultados eleitorais que se projetam na


formação das maiorias na Assembleia da República, dado que “O Primeiro-
Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos
representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados
eleitorais” (Art. 187º, nº1, da CRP), supondo-se ser o resultado das eleições para
a Assembleia da República
❷ A nomeação dos restantes membros do Governo é da competência do
Presidente da República, sob proposta do Primeiro-Ministro, o mesmo
sucedendo no tocante á respetiva exoneração. (Art. 187º da CRP),

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O governo

III ❸ A duração do mandato dos membros do Governo, ao contrário dos mandatos


presidencial e parlamentar, não está pré-determinada, dependendo das
circunstâncias que rodeiam a nomeação de um novo Governo.
❸ O início das funções do Governo, nos seus diversos membros, opera-se no
momento da respetiva nomeação de posse. (Art. 186º, nº 1 e 2, da CRP).
❹ A cessação de funções do Governo deve ser vista coletiva e individualmente,
ocorrendo segundo três possíveis esquemas: (Art. 186º, nº 1, 2 e 3, da CRP)
• Primeiro-Ministro: na sua exoneração, havendo posse do novo Primeiro-
Ministro nomeado.
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III • Ministros: na sua exoneração, assim como na exoneração do Primeiro-


Ministro, que automaticamente determina e cessação de funções dos
Ministros.
• Secretários e Subsecretários de Estado: na sua exoneração, assim como na
exoneração do Primeiro-Ministro e dos respetivos Ministros, que
automaticamente implica a cessação de funções dos Secretários e
Subsecretários de Estado

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III A demissão do Governo, em si mesmo, não é uma causa da cessação de funções,


coletiva ou individualmente falando, e apenas surge, na lógica constitucional
constante da CRP, como um fator de desvitalização da atividade governamental,
(Segundo o art. 186º, nº 4, da CRP, em nome do princípio da continuidade da atividade
governamental (pois que o Estado não pode deixar de ter um Governo, qualquer que ele seja)),
passando-se a um governo de gestão, nos seguintes casos: (Art. 195º da CRP)
• o início da nova legislatura: a transição para uma nova legislatura, em razão da
responsabilidade política do Governo perante a Assembleia da República, tem
de acarretara demissão do Governo se forme segundo a nova composição
parlamentar.
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O governo

III • A aceitação pelo Chefe de Estado do pedido de demissão apresentado pelo


Primeiro-Ministro: dado o carater político-pessoal do Governo, assim como a
proeminência do primeiro-Ministro, a vontade de este abandonar as suas
funções só pode ter aquele resultado, ainda que a demissão não seja de
aceitação obrigatória, no caso de não haver motivo relevantes para tal, em
atenção a uma missão que foi assumida no momento da apresentação e
subsequente não rejeição do programa do Governo.

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III • A morte ou a impossibilidade física do Primeiro-Ministro: de novo, a


importância do Primeiro-Ministro na dinâmica funcional do Governo acarreta
esta drástica consequência, impossibilidade que tem de ser duradoura, não
necessariamente permanente, impossibilidade que também pode ser de cunho
psicológico.
• A rejeição do programa do Governo, a não aprovação de uma moção de
confiança e a aprovação de uma moção de censura por maioria absoluta dos
Deputados em efetividade de funções: em qualquer destes casos, vem ao de
cima a importância da responsabilidade política do Governo perante a a
Assembleia da República.
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O governo

III • A perturbação do regular funcionamento das instituições democráticas: sendo


esta hipótese uma válvula de segurança nas mãos do Chefe de Estado, ele não
implica, pelo menos literalmente, um mecanismo de responsabilidade política,
só de responsabilidade institucional.

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O governo

IV O estatuto constitucional do Governo, no plano das respetivas competências, tem


uma indicação clara a respeito dos seus três núcleos fundamentais:
• As competências legislativas
• As competências políticas
• As competências administrativas

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O governo

IV As competências legislativas implicam que, na economia constitucional, o Governo


seja um órgão legislativo, tal como a Assembleia da República o é, ainda que
exercendo essa competência em setores menos relevantes, emitindo os
correspondentes decretos-leis, que são da sua exclusiva responsabilidade no
domínio da organização e funcionamento. (Art. 198º da CRP)

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O governo

IV As competências políticas dizem respeito à prática de inúmeros atos atinentes às


relações com os outros órgãos de soberania, como o pedido de convocação de
referendos nacionais e as iniciativas legislativas, além dos atos atinentes à
contratação internacional do Estado, nos seus momentos iniciais, como também na
aprovação dos acordos internacionais que pertençam à sua esfera de competência.

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O governo

IV As competências administrativas são as mais intensas de todas, até porque o


Governo é, para a CRP, o órgão superior da Administração Pública, competindo-lhe
apresentar e executar os planos e o Orçamento do estado, fazer os regulamentos
de execução das leis, dirigir os serviços e a atividade da Administração Direta,
superintender na Administração Indireta e tutelar a Administração Autónoma,
praticar os atos atinentes aos funcionários e agentes da Administração Pública,
além da orientação geral de defender a legalidade democrática e de praticar “…
todos os atos e tomar todas as providências necessárias promoção do
desenvolvimento económico-social e à satisfação das necessidades coletivas.”

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O governo

V O Governo tem um funcionamento misto ao nível dos diversos sub-órgãos que


podem exercer algumas daquelas competências, relevante tanto ao nível da CRP
como da legislação ordinária.
A estrutura principal de funcionamento é o Conselho de Ministros (Cujo
funcionamento consta também dos atrs. 1º e ss. Da RCM), que reúne o Primeiro-Ministro e
os Ministros (Cfr. o art. 4º, nº 1, da LOG), e a quem estão deferidas as competências
fundamentais (Cfr. o art. 200º da CRP), como as legislativas e as políticas,
nomeadamente definir as linhas gerais da política governamental, aprovar os

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O governo

V decretos-leis e os acordos internacionais, aprovar os planos e os atos do Governo


que envolvam aumento ou diminuição das receitas ou despesas públicas, sem
excluir a competência residual que se lhe atribui pode ainda deliberar “…sobre
outros assuntos da competência do Governo que lhe sejam atribuídos por lei ou
apresentados pelo Primeiro-Ministro ou por qualquer Ministro.” (Art. 200º, nº 1, al.
g), da CRP)

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O governo

V O Governo pode igualmente agir sob outras vestes, delas se salientando como
outros órgãos (1):
• O Primeiro-Ministro
• Os Ministros
• Os Secretários de Estado

(1) Não estabelecendo a atual LOG, como tem sido hábito, crê-se que por uma compreensível
preocupação de simplificação organizatória, a figura dos Conselhos de Ministros
especializados, que reuniriam um número mais limitado de Ministros, em razão de certos
setores de atividade, como as pastas políticas ou económicas.
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O governo

V • O Primeiro-Ministro: dirige a políticas geral do Governo, coordenando e


orientando a ação de tosos os Ministros, chefia o funcionamento do Governo,
protoganizar o seu relacionamento com outros órgãos e informa o Chefe de
Estado de todos os assunto respeitantes à condução da política interna e
externa, possuindo ainda competência própria e competência delegada do
Conselho de Ministros. (Cfr. o art. 201º, nº 1, da CRP e o art. 6º da LOG)

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O governo

V • Os Ministros: executam a política geral do Governo para departamentos e


ministérios, asseguram as relações de caráter geral do Governo com os
demais órgãos do estado, dispõem de competência que lhes tenha sido
delegada pelo Conselho de Ministros e pelo Primeiro-Ministro, para além de
exercerem competências administrativas próprias.
• Os Secretários de Estado: não dispõem de competência própria, exceto no
âmbito dos respetivos gabinetes, e exercem a competência administrativa
neles delegada pelo Primeiro-Ministro e pelo Ministro respetivo.

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O governo

V O funcionamento do Governo pode ainda ser visto sob duas distintas velocidades:
• O Governo em plenitude de funções: a situação normal em que o Governo
dispõe dos meios de atividade normal, devidamente legitimado no plano
parlamentar.
• O Governo em funções de gestão: quando após a sua demissão e depois de
nomeado enquanto aguarda a apreciação parlamentar do seu programa, “… o
Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários para assegurar
a gestão dos negócios públicos.

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O GOVERNO
na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
O Governo na CPR

CAPÍTULO I – Função e estrutura


Artigo 183º - Composição

1. O Governo é constituído pelo Primeiro-Ministro, pelos Ministros e pelos Secretários e


Subsecretários de Estado.
2. O Governo pode incluir um ou mais Vice-Primeiros-Ministros.
3. O número, a designação e as atribuições dos ministérios e secretarias de Estado, bem
como as formas de coordenação entre eles, serão determinados, consoante os casos,
pelos decretos de nomeação dos respetivos titulares ou por decreto-lei.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO I – Função e estrutura


Artigo 184º - Conselho de Ministros

1. O Conselho de Ministros é constituído pelo Primeiro-Ministro, pelos Vice-Primeiros-


Ministros, se os houver, e pelos Ministros.
2. A lei pode criar Conselhos de Ministros especializados em razão da matéria.
3. Podem ser convocados para participar nas reuniões do Conselho de Ministros os
Secretários e Subsecretários de Estado.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO I – Função e estrutura


Artigo 185º - Substituição de membros do Governo

1. Não havendo Vice-Primeiro-Ministro, o Primeiro-Ministro é substituído na sua ausência


ou no seu impedimento pelo Ministro que indicar ao Presidente da República ou, na falta
de tal indicação, pelo Ministro que for designado pelo Presidente da República.
2. Cada Ministro será substituído na sua ausência ou impedimento pelo Secretário de
Estado que indicar ao Primeiro-Ministro ou, na falta de tal indicação, pelo membro do
Governo que o Primeiro-Ministro designar.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO I – Função e estrutura


Artigo 186º - Início e cessação de funções

1. As funções do Primeiro-Ministro iniciam-se com a sua posse e cessam com a sua


exoneração pelo Presidente da República.
2. As funções dos restantes membros do Governo iniciam-se com a sua posse e cessam
com a sua exoneração ou com a exoneração do Primeiro-Ministro.
3. As funções dos Secretários e Subsecretários de Estado cessam ainda com a exoneração
do respetivo Ministro.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO I – Função e estrutura


Artigo 186º - Início e cessação de funções

4. Em caso de demissão do Governo, o Primeiro-Ministro do Governo cessante é


exonerado na data da nomeação e posse do novo Primeiro-Ministro.
5. Antes da apreciação do seu programa pela Assembleia da República, ou após a sua
demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários para
assegurar a gestão dos negócios públicos.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 188º - Programa do Governo

Do programa do Governo constarão as principais orientações políticas e medidas a adotar


ou a propor nos diversos domínios da atividade governamental.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 192º - Apreciação do programa do Governo

1. O programa do Governo é submetido à apreciação da Assembleia da República, através


de uma declaração do Primeiro-Ministro, no prazo máximo de dez dias após a sua
nomeação.
2. Se a Assembleia da República não se encontrar em funcionamento efetivo, será
obrigatoriamente convocada para o efeito pelo seu Presidente.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 192º - Apreciação do programa do Governo

3. O debate não pode exceder três dias e até ao seu encerramento pode qualquer grupo
parlamentar propor a rejeição do programa ou o Governo solicitar a aprovação de um
voto de confiança.
4. A rejeição do programa do Governo exige maioria absoluta dos Deputados em
efetividade de funções.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 189º - Solidariedade governamental

Os membros do Governo estão vinculados ao programa do Governo e às deliberações


tomadas em Conselho de Ministros.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 190º - Responsabilidade do Governo

O Governo é responsável perante o Presidente da República e a Assembleia da República.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 191º - Responsabilidade dos membros do Governo

1. O Primeiro-Ministro é responsável perante o Presidente da República e, no âmbito da


responsabilidade política do Governo, perante a Assembleia da República.
2. Os Vice-Primeiros-Ministros e os Ministros são responsáveis perante o Primeiro-
Ministro e, no âmbito da responsabilidade política do Governo, perante a Assembleia da
República.
3. Os Secretários e Subsecretários de Estado são responsáveis perante o Primeiro-
Ministro e o respetivo Ministro.
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.
O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 193º - Solicitação de voto de confiança

O Governo pode solicitar à Assembleia da República a aprovação de um voto de confiança


sobre uma declaração de política geral ou sobre qualquer assunto relevante de interesse
nacional.

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O Governo na CPR

CAPÍTULO II – Responsabilidade
Artigo 194º - Moção de censura

1. A Assembleia da República pode votar moções de censura ao Governo sobre a


execução do seu programa ou assunto relevante de interesse nacional, por iniciativa de
um quarto dos Deputados em efetividade de funções ou de qualquer grupo parlamentar.
2. As moções de censura só podem ser apreciadas quarenta e oito horas após a sua
apresentação, em debate de duração não superior a três dias.
3. Se a moção de censura não for aprovada, os seus signatários não podem apresentar
outra durante a mesma sessão legislativa.
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O Governo na CPR

CAPÍTULO III – Competência


Artigo 197º - Competência política

1. Compete ao Governo, no exercício de funções políticas:


a) Referendar os atos do Presidente da República, nos termos do artigo 140.º;
b) Negociar e ajustar convenções internacionais;
c) Aprovar os acordos internacionais cuja aprovação não seja da competência da
Assembleia da República ou que a esta não tenham sido submetidos;
d) Apresentar propostas de lei e de resolução à Assembleia da República;
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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 197º - Competência política

e) Propor ao Presidente da República a sujeição a referendo de questões de relevante


interesse nacional, nos termos do artigo 115.º;
f) Pronunciar-se sobre a declaração do estado de sítio ou do estado de emergência;
g) Propor ao Presidente da República a declaração da guerra ou a feitura da paz;
h) Apresentar à Assembleia da República, nos termos da alínea d) do artigo 162.º, as
contas do Estado e das demais entidades públicas que a lei determinar;

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O Governo na CPR

CAPÍTULO III – Competência


Artigo 197º - Competência política

i) Apresentar, em tempo útil, à Assembleia da República, para efeito do disposto na alínea


n) do artigo 161.º e na alínea f) do artigo 163.º, informação referente ao processo de
construção da união europeia;
j) Praticar os demais atos que lhe sejam cometidos pela Constituição ou pela lei.
2. A aprovação pelo Governo de acordos internacionais reveste a forma de decreto.

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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 198º - Competência legislativa

1. Compete ao Governo, no exercício de funções legislativas:


a) Fazer decretos-leis em matérias não reservadas à Assembleia da República;
b) Fazer decretos-leis em matérias de reserva relativa da Assembleia da República,
mediante autorização desta;
c) Fazer decretos-leis de desenvolvimento dos princípios ou das bases gerais dos regimes
jurídicos contidos em leis que a eles se circunscrevam.

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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 198º - Competência legislativa

2. É da exclusiva competência legislativa do Governo a matéria respeitante à sua própria


organização e funcionamento.
3. Os decretos-leis previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 devem invocar expressamente a
lei de autorização legislativa ou a lei de bases ao abrigo da qual são aprovados.

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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 199º - Competência administrativa

Compete ao Governo, no exercício de funções administrativas:


a) Elaborar os planos, com base nas leis das respetivas grandes opções, e fazê-los
executar;
b) Fazer executar o Orçamento do Estado;
c) Fazer os regulamentos necessários à boa execução das leis;

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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 199º - Competência administrativa

d) Dirigir os serviços e a atividade da administração direta do Estado, civil e militar,


superintender na administração indireta e exercer a tutela sobre esta e sobre a
administração autónoma;
e) Praticar todos os atos exigidos pela lei respeitantes aos funcionários e agentes do
Estado e de outras pessoas coletivas públicas;

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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 199º - Competência administrativa

f) Defender a legalidade democrática;


g) Praticar todos os atos e tomar todas as providências necessárias à promoção do
desenvolvimento económico-social e à satisfação das necessidades coletivas.

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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 200º - Competência do Conselho de Ministros

1. Compete ao Conselho de Ministros:


a) Definir as linhas gerais da política governamental, bem como as da sua execução;
b) Deliberar sobre o pedido de confiança à Assembleia da República;
c) Aprovar as propostas de lei e de resolução;
d) Aprovar os decretos-leis, bem como os acordos internacionais não submetidos à
Assembleia da República;
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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 200º - Competência do Conselho de Ministros

e) Aprovar os planos;
f) Aprovar os atos do Governo que envolvam aumento ou diminuição das receitas ou
despesas públicas;
g) Deliberar sobre outros assuntos da competência do Governo que lhe sejam atribuídos
por lei ou apresentados pelo Primeiro-Ministro ou por qualquer Ministro.
2. Os Conselhos de Ministros especializados exercem a competência que lhes for atribuída
por lei ou delegada pelo Conselho de Ministros.
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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 201º - Competência dos Membros do Governo

1. Compete ao Primeiro-Ministro:
a) Dirigir a política geral do Governo, coordenando e orientando a ação de todos os
Ministros;
b) Dirigir o funcionamento do Governo e as suas relações de carácter geral com os demais
órgãos do Estado;

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O Governo na CPR

CAPÍTULO III – Competência


Artigo 201º - Competência dos Membros do Governo

c) Informar o Presidente da República acerca dos assuntos respeitantes à condução da


política interna e externa do país;
d) Exercer as demais funções que lhe sejam atribuídas pela Constituição e pela lei.

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CAPÍTULO III – Competência


Artigo 201º - Competência dos Membros do Governo

2. Compete aos Ministros:


a) Executar a política definida para os seus Ministérios;
b) Assegurar as relações de carácter geral entre o Governo e os demais órgãos do Estado,
no âmbito dos respetivos Ministérios.
3. Os decretos-leis e os demais decretos do Governo são assinados pelo Primeiro-Ministro
e pelos Ministros competentes em razão da matéria.

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