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A Moeda

Conceito
Conceito de preço - valor dos bens em unidades monetárias

Uso da moeda associa-se ao fim da troca direta (troca de bens por outros bens) e inicio da
troca indireta (troca monetária – uso de moeda mais antiga – China séc. XXV a.C).

A moeda consiste em verificar as funções na qual esta desempenha nas economias de


mercado (economias do preço, ou do dinheiro).

Funções
São 3 as funções da moeda:

1. Instrumento geral de trocas e meio (definitivo) de pagamento


2. Medida comum de valores
3. Reserva de valores

Instrumento geral de trocas e meio (definitivo) de pagamento

Na troca indireta a moeda começa a ser um intermediário nas trocas recíprocas e


simultâneas.

Quando necessário vender sem ter de comprar outros bens ao mesmo tempo, assim a moeda
passa a ser usada como meio geral e definitivo de pagamentos.

Função mais abrangente da moeda, vende-se hoje e compra-se amanhã, pois a moeda
permite esta liberdade de decisão.

Agentes económicos aceitam excluir bens e prestar serviços em troca de moeda, esta é aceite
por todos, pois assim é possível adquirir quaisquer bens e serviços.

Meio que desvincula definitivamente o devedor das suas obrigações, ou seja, sempre que o
devedor paga ao seu credor com moeda com curso legal, este não pode invocar
incumprimento do devedor.

A moeda é um meio definitivo de pagamento

Medida comum de valores (ou unidade de conta)

Há o problema de conhecer os valores dos bens, no qual isto significa que há a possibilidade
de comparação perante os valores relativos.

Existem certas avaliações para saber se o negócio interessa ou não, sendo estas expressas
pela moeda sendo esta a única forma de estabelecer a comparação dos valores relativos dos
bens em causa.

A moeda desempenha a função de unidade de conta, ou seja, estabelece a diferença de


valores e permite ajustar as prestações entre os indivíduos/empresas.

Como a moeda é regularmente utilizada o valor dos bens e serviços passa a exprimir-se em
unidades monetárias, assim elaborando tabelas e listas de preços, assim havendo uma
facilidade na comparação dos valores relativos. A moeda assume o papel de medida de valor
de todos os bens e serviços, desempenhando a função de medida comum de valores. Exemplo:
um automóvel novo possui o valor de 40.000€ enquanto que um par de sapatos tem o valor de
120€.

A moeda de conta é a referência, a medida padrão para os milhões de bens que constituem
objeto de troca

Reserva de Valores

A moeda pode ser usada para comprar bens e serviços devido á necessidade dos indivíduos,
assim a moeda é também uma certa forma de acumulação de riqueza.

Acumular a moeda no fundo significa possuir um poder de compra futura, assim podendo
fazer a transação num momento mais oportuno para si próprio. A moeda é o único bem líquido
(possibilidade de pagamento imediato).

A moeda apesar de ser a única reserva líquida não é a única forma de constituir reservatório
de valores. Os bens imóveis (prédio) e certos bens móveis (ações de uma empresa) constituem
ativos patrimoniais na qual correspondem a verdadeiras reservas de valores.

A moeda não constitui uma reserva de valor perfeita, na medida em que o seu poder de
compra varia. Se os preços dos bens e serviços aumentarem, o poder de compra da moeda
tenderá a diminuir.

O poder de compra da moeda é medido pela quantidade de bens e serviços que um indivíduo
pode comprar com uma determinada quantidade de moeda. Assim sendo com a inflação, um
euro passa a comprar menos, tendo o seu poder de compra diminuído.

Tipologia
Há 5 tipos de moeda:

1. Moeda metálica
2. Moeda-papel
3. Papel-moeda
4. Moeda bancária ou escritural
5. Quase-moeda

Moeda metálica

O Homem vem usando os metais como amoedação, começando por cunhar em peças
metálicas de ferro, depois de bronze e mais tarde preferindo ouro e prata.

Com base no seu elevado valor e rara beleza, durante vários séculos (entre o séc. XIII e XIX)
circularam no mercado, em simultâneo, moedas de ouro e de prata, o que determinou a
existência de dois sistemas monetários:

1. Sistema bimetalista – Ouro e Prata eram utilizados como moeda oficial


2. Sistema monometalista – Apenas um dos metais é usado com estalão na definição
das moedas oficial

NOTA: Portugal abandonou o bimetalismo em 1854, tendo passado para o monometalismo-ouro


Moeda-papel

Com o aparecimento dos bancos surge no mercado a moeda-papel que corresponde à nota de
banco.
NOTA: O primeiro banco foi o de Estocolmo, criado em 1661. Em Portugal o primeiro banco foi o Banco
de Lisboa, criado em 1822.

A evolução da moeda-papel passa pelo fenómeno da desmetalização, passando por três fases:

1- Moeda-papel representativa
2- Moeda-papel fiduciária
3- Papel-moeda

Moeda-papel representativa

A moeda-papel diz-se representativa pelo facto de os certificados e as notas emitidas pelos


bancos representarem, exatamente, o valor dos depósitos em ouro ou noutros valores
efetuados pelos respetivas titulares.

Moeda-papel fiduciária

O sistema passa então a funcionar em termos de uma representatividade parcial, que só se


torna possível com base na confiança que os bancos vão conquistando junto dos particulares.

Os particulares continuam a depositar os seus valores e acreditam que os bancos lhes


entregam o seu dinheiro logo que solicitado.

Esta fase do processo de evolução da moeda é designada de moedapapel fiduciária, termo que
vem do latim fiducia e que significa confiança.

Com base na confiança, passam a circular no mercado notas de banco que correspondem a um
valor superior ao do ouro depositado.

A convertibilidade possui três sistemas diferentes:

i. O sistema de padrão espécies-ouro (gold species standard). Neste sistema, circulavam


no mercado moedas metálicas de ouro e notas de banco convertíveis em ouro,
qualquer que fosse o seu valor. Vigorou até ao início da I Guerra Mundial de 1914-
1918;
ii. O sistema de padrão barra-ouro (gold bullion standard). O regime de convertibilidade
foi suspenso durante a guerra e ao ser retomada, após 1918, a escassez do ouro exigiu
que só fossem convertíveis moedas-papel cujo valor correspondesse, pelo menos, ao
de uma barra de ouro;
iii. O sistema de padrão divisa-ouro (gold exchange standard). Quando em 1918, finda a I
Guerra Mundial, se verifica o regresso à convertibilidade, alguns países possuíam
reservas de ouro tão pequenas que não podiam assegurar sequer o sistema barraouro
pelo que, na Conferência económica de Genebra de 1922 foi adotado um sistema de
convertibilidade indireta ou em 2.º grau, de acordo com o qual, a moeda-papel de um
determinado país era primeiro convertida noutra moeda-papel estrangeira, numa
divisa estrangeira (libra esterlina ou dólar americano foram as divisas escolhidas) que,
por sua vez, era convertível em ouro.
Papel-moeda (não é física)

Quando o Estado decreta a inconvertibilidade da respetiva moeda, está a exonerar os


bancos emissores daquela obrigação de reembolsar em metal os portadores de títulos de
depósitos e de notas de banco.

Quando isto acontece, entra-se no regime de inconvertibilidade e, então a moeda passa a


designarse por papel-moeda.

Moeda bancária ou escritural

A moeda bancária é constituída pelos saldos das contas de depósito à ordem.

Resulta de operações de escrita que os bancos promovem na sua contabilidade através do


lançamento a crédito e a débito, das entregas e dos levantamentos feitos na contas de
depósito à ordem abertas em nome dos seus clientes.

Da conjugação dos valores creditados e debitados, apura-se um saldo que, por força da sua
liquidez, pode ser utilizado em qualquer momento na compra de bens e de serviços, tal
como a moeda metálica ou o papel-moeda, pela simples emissão de uma ordem de
pagamento dada por via de cheque.

Quase-moeda

A quase-moeda como significado de uma quase-liquidez ou liquidez mediata, de uma


disponibilidade futura.

A quase-moeda é, geralmente, constituída pelos depósitos a prazo, pelos certificados de


aforro que correspondem a títulos de dívida flutuante do Estado reembolsáveis em curto
prazo.

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