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O Sistema Financeiro

Nacional
Prof. Eduardo Madureira
A Moeda e suas funções
Uma economia simples, em que os agentes trocam entre si,
diretamente, os bens que produzem, é uma economia de escambo ou
de troca pura.

Não existe a venda e a compra, que são relações de troca que


necessariamente envolvem, em uma das pontas, a moeda.
A Moeda e suas funções
A Moeda e suas Funções
A depender apenas do escambo, a existência de uma economia
inteiramente estruturada pelas trocas seria impossível.

O que viabiliza tal tipo de organização econômica é a existência de


uma unidade de troca comum e de aceitação geral denominada
moeda.

Tal elemento elimina a necessidade de coincidência de desejos,


permitindo a dissociação das trocas em duas operações: a venda e a
compra de mercadorias.
A Moeda e suas funções
Uma das principais funções da moeda é justamente a de ser meio de
troca.

É aquele elemento que viabiliza a ocorrência de milhares de trocas a


cada momento, porque intermedia o movimento das mercadorias,
permitindo que elas troquem de mãos.
A Moeda e sus funções
O surgimento da moeda como unidade de troca comum e de aceitação
geral permite a difusão do processo de troca e a potencialização da
divisão social do trabalho.

Para um bem qualquer funcionar como moeda, além de meio de troca,


ele precisa desempenhar simultaneamente duas outras funções:
• Unidade de conta;
• Reserva de valor.
A Moeda e suas funções
Numa economia monetária, uma mercadoria “A” tem seu valor
expresso não de inúmeras formas, mas de uma única forma.
A mercadoria que está servindo para a expressão do valor de A é a
mesma que está servindo para expressar os valores de todas as demais.
É nesse sentido que se diz que a moeda é unidade de conta.
A Moeda e suas funções
Na medida em que a moeda é unidade de conta, ou seja, mede o valor
de todo o universo de mercadorias e apresenta esses valores de uma
forma única, temos a nossa disposição, a qualquer momento, o valor
de qualquer mercadoria em termos de qualquer outra com a qual
desejemos compará-la.
A Moeda e suas funções
Considerando todo o universo das mercadorias, as relações que os
preços dos diversos bens estabelecem entre si constituem aquilo que
denominamos estrutura de preços relativos.

Se o preço de um bem ou um grupo homogêneo de bens sobe (ou


desce) em relação aos preços dos outros bens, isso significa que a
estrutura de preços relativos da economia sofreu alteração.
A Moeda e suas funções
Se os preços de todos os bens sobem (ou descem) na mesma
proporção, as relações existentes entre eles não se modificam, ou seja,
a estrutura de preços relativos permanece a mesma, e é a unidade de
conta que está sofrendo alteração em seu valor (inflação ou deflação).
A Moeda e suas funções
Mas de onde vem a inflação?

• Choque de demanda;

• Choque de oferta;

• Inercial.
A Moeda e suas funções
A moeda permite-nos distribuir nossas transações no tempo de acordo com
nossas conveniências, e é nesse sentido que ela funciona como reserva de
valor.

Não é só a moeda que pode desempenhar esse papel. Qualquer bem que
não se deteriore com tempo pode ser mantido como reserva de valor (uma
casa, um terreno, um imóvel).

No entanto esses bens não são moeda porque não podem desempenhar
suas duas outras funções (meio de troca e unidade de conta).
A Moeda e suas funções
Outra forma de dizer a mesma coisa é dizer que esses bens não são
líquidos, ao passo que a moeda é o bem de maior liquidez na
economia.

O papel da moeda como reserva de valor poder ficar comprometido na


presença de processos inflacionários crônicos, que sistematicamente
reduzem o valor da moeda.
A Moeda e suas funções
Nesses casos, os indivíduos procuram outros instrumentos para manter
o valor de sua riqueza e encontram disponíveis, além dos bens imóveis,
uma série de outros ativos denominados ativos financeiros, que
podem protegê-los da perda de valor imposta pela posse da moeda.
A Mercadoria Moeda e o Papel Moeda
Os metais preciosos (ouro e prata) reúnem condições que os tornaram
candidatos imbatíveis ao posto de moeda.

Por isso, no processo histórico de constituição do capitalismo, eles


foram naturalmente eleitos pra funcionar como moeda. Foi o tempo da
moeda mercadoria.
A Mercadoria Moeda e o Papel Moeda
Com o passar do tempo, o valor que cada moeda representava foi-se
tornando mais importante do que a quantidade propriamente dita de
metal que cada uma delas continha.

Isso permitiu um processo de dissociação entre o valor ele mesmo e a


matéria-prima na qual, em princípio, ele deveria estar encarnando.
A Mercadoria Moeda e o Papel Moeda
• É esse tipo de processo que deu origem ao surgimento da papel-
moeda, uma moeda cujo lastro assenta-se apenas na fidúcia, ou seja,
na garantia fornecida pelo Estado emissor.

• Atualmente, a forma dominante de moeda é o papel-moeda,


designação utilizada também para as moedas metálicas.
A Mercadoria Moeda e o Papel Moeda
O papel-moeda recebe ainda o nome de moeda manual ou moeda
corrente, para distingui-lo da moeda escritural, denominação que se
aplica aos depósitos à vista nos bancos comerciais, que, junto cm o
papel-moeda, conformam o conjunto daquilo que denominamos meios
de pagamento.
Os meios de pagamento
Quando discutimos o sistema monetário, entendido como o conjunto
das instituições responsáveis pela emissão de moeda no país, a
moeda ganha um nome técnico: meio de pagamento.

• Em termos agregados, a quantidade de meios de pagamento


presentes numa economia num dado momento está relacionada com
a quantidade de papel-moeda existente (moeda corrente) e com os
depósitos à vista do público nos bancos comerciais (moeda
escritural).
Os meios de pagamento
Papel-moeda Emitido: Total de moeda (metálica ou não) emitida com
autorização do Banco Central.

Papel-moeda em Circulação: Papel-moeda emitido subtraindo-se o que está


em poder do Banco Central.

Papel-moeda em poder do Público: Papel-moeda em circulação subtraindo-


se o que está em poder dos bancos comerciais.

Meios de Pagamento: Papel-moeda em poder do púbico somados aos


depósitos à vista do púbico nos bancos comerciais.
Os Agregados Monetários
São ativos financeiros que se classificam de acordo com a sua liquidez.
Eles podem possuir liquidez total, como é o caso da moeda, e também
gradações menores de liquidez, como no caso das “quase moedas”.

Pode-se também atribuir o termo agregados monetários ao conjunto


de todo o tipo de moeda existente em um país, incluindo-se aí a base
monetária.

O Banco Central do Brasil (BC) divulga a base monetária em dois


conceitos: um conceito restrito e um conceito amplo.
Os Agregados Monetários
O conceito restrito, por convenção, corresponde ao total de papel-
moeda em circulação adicionado às reservas bancárias.

Muitos preferem usar essa classificação apenas para o termo base


monetária, deixando o termo amplo para definir o que são meios de
pagamento.

O conceito amplo, portanto, corresponde ao total da base no conceito


restrito, adicionado aos depósitos compulsórios em espécie monetária
e em títulos federais externamente ao Banco Central.
Os Agregados Monetários
Os economistas dividem os meios de pagamento em quatro grupos: M1, M2,
M3 e M4. Assim:

M1: refere-se à base monetária (conceito restrito): a soma das cédulas e


moedas em poder do público e em depósitos à vista no sistema bancário.

M2: refere-se à base monetária, M1, adicionada ao total de depósitos a


prazo no sistema bancário, incluindo os Certificados de Depósito Bancário e
Interbancário (CDB e CDI) e a parte dos títulos públicos (inclui apenas
aqueles títulos que não estão em poder de bancos e de fundos de
investimento).
Os Agregados Monetários
Os economistas dividem os meios de pagamento em quatro grupos:
M1, M2, M3 e M4. Assim:

M3: refere-se à base monetária mais o M2, adicionada ao total de


depósitos em caderneta de poupança.

M4: refere-se à base monetária mais M2 e M3, adicionada ao restante


dos títulos públicos em poder de bancos e de fundos de investimento,
além de alguns títulos privados, como letras hipotecárias e letras de
câmbio.
Processo de Criação de Moeda: o
Multiplicador dos Meios de Pagamento
O sistema financeiro divide-se em dois grandes blocos:

• O Sistema Bancário ou Monetário: que tem poder de criar moeda


quer pela emissão (Banco Central), quer pela multiplicação dos
depósitos (Bancos Comerciais);
• O Sistema não-monetário: que apenas realiza a intermediação de
recursos.
Processo de Criação de Moeda: o
Multiplicador dos Meios de Pagamento
No sistema não-monetário, estão:
• As Instituições de Sistema de Poupança e Empréstimos integrantes do
SFH (Sistema Financeiro de Habitação);
• As Financeiras, que concedem crédito ao consumidor;
• Os Bancos de Investimento, que captam depósitos a prazo ou fazem
repasses de recursos externos;
• Os bancos Estaduais de Desenvolvimento e o BNDES;
• Todas as instituições ligadas ao Mercado de Capitais: Corretoras,
Distribuidoras, etc.
Processo de Criação de Moeda: o
Multiplicador dos Meios de Pagamento
Os bancos comerciais também tem o poder de criar moeda.

O processo de criação de moeda pelos bancos comerciais se deve ao


fato de estes manterem como reservas apenas uma fração dos
depósitos à vista (Sistemas de Cobertura Fracionada) que captam do
público, emprestando o excedente, estimulando novos depósitos.
Processo de Criação de Moeda: o
Multiplicador dos Meios de Pagamento
As reservas formadas pelos bancos são de três tipos:
• Moeda corrente guardada nos próprios bancos: para compensar
excesso de pagamentos sobre recebimentos em papel-moeda na
“boca do caixa”.
• Reservas voluntárias no Banco Central: para atender excesso de
pagamentos frente a recebimentos na compensação de cheques.
• Reservas compulsórias ou obrigatórias legais: recolhidas junto ao
Banco Central como proporção dos depósitos à vista, utilizadas, entre
outras coisas para garantir-se uma segurança mínima ao sistema
bancário.
Processo de Criação de Moeda: o
Multiplicador dos Meios de Pagamento
Ser o Depositário
Controlar a das Reservas
Emissão de Moeda Internacionais

Funções do Banco Central

Ser o Banco dos Ser o Banqueiro do


Bancos Governo
Processo de Criação de Moeda: o
Multiplicador dos Meios de Pagamento
Principais instrumentos que estão à disposição do Banco Central para
provocar uma expansão dos meios de pagamento em circulação na
economia:
• Expandir seus empréstimos ao Tesouro, às outras esferas de governo
e ao setor privado;
• Aumentar as reservas cambiais;
• Comprar títulos da dívida pública de emissão do governo federal
(Open Market);
• Diminuir os encaixes compulsórios.
Processo de Criação de Moeda: o
Multiplicador dos Meios de Pagamento
O Banco Central tem um bom arsenal de instrumentos para influir de
modo decisivo no comportamento da oferta monetária.
De forma Direta:
• Mexer em suas operações ativas;
• Alterar a composição de seu passivo;
De forma Indireta:
• Influir na parcela de escritural (depósitos a vista), alterando o valor do
multiplicador, via alteração das reservas compulsórias, ou alterando o
comportamento dos bancos no que tange a suas operações ativas, via
mudança na taxa de juros dos redescontos de liquidez.
Moeda, Inflação e Nível de Atividade
Os economistas ortodoxos filiam-se, regra geral, à corrente chamada
Monetarista.

Com várias nuances, essa corrente afirma que a emissão injustificada


de moeda é sempre ruim, porque acaba sempre tendo como resultado
um aumento da inflação e a instabilidade do sistema, sem nenhum
efeito sobre o nível de produto e emprego em que opera a economia.
Moeda, Inflação e Nível de Atividade
O principal argumento que esses economistas utilizam na defesa de sua
posição é a chamada equação quantitativa da moeda:

M.V = P.Y
Onde:
• M = meios de pagamento
• V = velocidade de circulação da moeda
• P = nível geral de preços
• Y = produto agregado real
Moeda, Inflação e Nível de Atividade
Os economistas heterodoxos acreditam que, em determinados
contextos, elevações em M (Meios de Pagamento) podem produzir
elevações em Y (na produção e no emprego), ao vez de elevação em P
(no nível de preços), principalmente se tais elevações decorrerem de
elevações nos gastos do governo.
Moeda, Inflação e Nível de Atividade
Se houver capacidade ociosa nas empresas e elevado nível de
desemprego de mão-de-obra, certamente a economia está sofrendo
um problema de escassez de demanda agregada, de modo que o
aumento nessa demanda, provocado pela elevação dos gastos do
governo, pode dinamizar a economia, reduzir a ociosidade e elevar o
nível de produto e emprego sem afetar, ou afetando apenas
marginalmente, os preços.
Sistema Monetário, Inflação e Déficit Público
O Déficit Público é equivalente à diferença entre o valor dos
investimentos públicos e a poupança do governo em conta corrente.
O Déficit Nominal engloba toda e qualquer demanda por recursos
provenientes do setor público, inclusive o pagamento de juros
nominais sobre a dívida.
O Déficit Operacional exclui do cálculo da dívida – e, portanto, do
déficit – as correções monetária e cambial.
O Déficit Primário não considera as despesas e receitas financeiras.
Sistema Monetário, Inflação e Déficit Público
O governo têm duas alternativas para financiar um eventual déficit:
• Por meio da emissão de dívida;
• Por meio da emissão de moeda (aumento da Base Monetária).

Graças ao monopólio de produção da moeda corrente, o governo, por


meio do Banco Central, tem poder de senhoriagem, que lhe permite
tanto aumentar a base monetária em termos reais, quanto se apropriar
dos ganhos advindos da desvalorização dessa base pelo aumento dos
preços (imposto inflacionário).
Sistema Monetário, Inflação e Déficit Público
O déficit público não é a única causa de expansão da base monetária.

O crescimento dos créditos ao setor privado e o aumento das reservas


internacionais também constituem operações ativas do Banco Central.

Portanto, a forma correta de entender a equação que liga dívida


pública a déficit público é:

Déficit Público = ∆ Base Monetária + ∆ Dívida Líquida do Governo.


Oferta e Demanda por Moeda
Prof. Eduardo Madureira
Introdução
Conceito de Moeda: objeto (físico ou virtual) aceito pela coletividade
para intermediar as transações econômicas visando o pagamento de
bens e serviços.

Economia de trocas: necessidade de dupla coincidência de desejos.

Mercadoria Moeda: forma mais primitiva de moeda na economia.


Introdução
Moeda Metálica: originou-se da função de moeda dada aos metais
preciosos e, depois, pela implementação da “cunhagem” da moeda.

Papel-Moeda: origem na moeda-papel, quando pessoas tinham ouro e


guardavam em casas especiais que emitiam um certificado de depósito.

Bancos Comerciais Privados: bancos passaram a emitir notas e recibos


bancários que circulavam como moeda, dando origem ao papel-
moeda.
Introdução
Padrão-ouro: emissão do papel-moeda lastreado em ouro, que acabou se tornando
um obstáculo para a expansão das economias nacionais e comércio internacional.

Moeda de Curso-forçado: é aquela que é aceita pela economia por força de lei.
Não possui valor em si própria, sendo necessário um decreto governamental
garantindo o seu valor. Tal aceitação não é feita pela confiança no emissor da
moeda. Uma moeda deste último tipo denomina-se moeda fiduciária.

Acordo de Bretton Woods (1944): regime de moeda lastreada, na qual o dólar


americano passa a ser moeda internacional respeitando o padrão-ouro. Em 1971,
foi suspenso o padrão-ouro e quase todas as moedas nacionais do mundo
passaram a ser fiduciárias.
Fundamentos e Tipos de Moeda
• Instrumento ou Meio de Trocas;

• Denominador Comum Monetário;

• Reserva de Valor.
Fundamentos e Tipos de Moeda
• Moedas Metálicas;

• Papel-moeda;

• Moeda Escritural ou Bancária.

As duas primeiras são denominadas moedas manuais, por estarem


em poder do público.
A oferta de Moeda
O Suprimento de Moeda visa atender às necessidades da coletividade
que habitam o país.

Os Meios de Pagamento (ou Meio Circulante) consistem no total de


moeda à disposição do setor privado não bancário, de liquidez
imediata.

A Liquidez é a capacidade da moeda de ser um ativo prontamente


disponível e aceito para diversas transações.
A oferta de Moeda
Os meios de pagamento são dados, tradicionalmente, pela soma da
moeda em poder do público mais os depósitos à vista nos bancos
comerciais

A Desmonetização da Economia trata-se da diminuição da quantidade


de moeda em circulação sobre o total de ativos financeiros decorrente
das pessoas procurarem se defender da inflação com aplicações
financeiras que rendem juros.
A oferta de Moeda
A Monetização da Economia se dá em momentos de inflação baixa, em
que as pessoas mantêm mais moeda que não rende juros em relação
aos demais ativos financeiros.

Por Criação e Destruição de Moeda entende-se o fenômeno de


aumentar ou reduzir o do volume de meios de pagamento.
Oferta de Moeda pelo Banco Central
O BC regula o montante de moeda, crédito, taxas de juros e câmbio, de
forma compatível com o nível de atividade econômica e o equilíbrio do
balanço de pagamentos. Suas funções clássicas:
• Execução da política monetária;
• Banco Emissor;
• Banco dos Bancos;
• Banco do Governo;
• Controle e regulamentação da oferta de moeda;
• Execução da política cambial e administração do câmbio;
• Fiscalização das instituições financeiras.
Oferta de Moeda pelo Banco Central
Instrumentos de política monetária:
• Controle das Emissões;
• Depósitos Compulsórios ou Reservas Obrigatórias;
• Operações com Mercado aberto;
• Operações de Redesconto.

O BC afeta o fluxo da moeda pela regulamentação desta e do crédito.

Total de Moeda Brasileira (Meio Circulante)


https://www3.bcb.gov.br/mec-circulante/
Oferta de Moeda pelo Banco Central
O Multiplicador Monetário é decorrente dos depósitos à vista,
descontados os depósitos compulsórios, que podem ser emprestados a
seus clientes, expandido a base monetária.

Multiplicador de Base Monetária: a base é a soma da moeda em


poder do público e das reservas bancárias.
Demanda por Moeda
Quantidade de moeda que o setor privado não bancário retém, em
média, seja com o público ou no cofre das empresas ou em depósitos
nos bancos comerciais.

Razões pelas quais se retém moeda:


• Demanda de Moeda para Transações;
• Demanda de Moeda por Precaução;
• Demanda de Moeda por Especulação.
Demanda por Moeda
O papel das Taxas de Juros

Taxa de Juros Nominal


Valor pago ao poupador por suas decisões de poupar, ou os juros de
um financiamento feito.

Taxa de Juros Real


• Valor pago ao poupador por suas decisões de poupar, ou os juros de
um financiamento feito, descontadas as taxas de inflação do período.
Demanda por Moeda
Moeda, nível de atividade e inflação: interligação entre o lado real e o
lado monetário da economia
Demanda por Moeda
Teoria Quantitativa da Moeda: relação entre volume de moeda e o lado real
da economia. A Teoria Quantitativa da Moeda considera que quanto maior
for a quantidade de moeda em circulação, maiores serão as pressões
inflacionárias.

Teoria Moderna Quantitativa da Moeda: Considera que a expansão da base


monetária, sendo utilizada para investimentos, não deverá proporcionar
pressões inflacionárias.

• Velocidade-renda da moeda: número de vezes que o estoque de moeda


passa de mão em mão, em certo período, gerando produção e renda.
Demanda por Moeda
Velocidade-renda da moeda: número de vezes que o estoque de
moeda passa de mão em mão, em certo período, gerando produção e
renda.
Moeda e políticas de expansão do nível de
atividade
Instrumentos para promover uma Política Monetária Expansionista:
• Reduzir taxa de juros básica;
• Aumentar as emissões de moeda, na medida das necessidades dos
agentes econômicos;
• Diminuir a taxa de compulsórios bancários;
• Recomprar títulos políticos no mercado;
• Diminuir a regulamentação no mercado de crédito.
Moeda e políticas de expansão do nível de
atividade
Elasticidade dos investimentos em relação às taxas de juros: resposta
dos investimentos em relação à taxa de juros de mercado.

Relação entre a oferta monetária e o processo inflacionário: política


anti-inflacionária deve centrar-se mais no controle da demanda
agregada.
Moeda e políticas de contração do nível de
atividade
Instrumentos recomendados de política monetária seriam dirigidos no
sentido de “enxugar” os meios de pagamento:
• Aumento da Taxa de Básica de Juros (SELIC);
• Controle das emissões de moeda pelo Banco Central;
• Operações de Open Market: venda de títulos públicos, retirando
moeda de circulação;
• Elevação da taxa sobre os Depósitos Compulsórios Bancários;
• Alteração das normas e regulamentação da concessão de créditos.
Eficácia das Políticas Monetária e Fiscal

Pode ser avaliada a partir de sua velocidade de implementação, pelo


grau de intervenção na economia e pela importância relativa das taxas
de juros e do Multiplicador Keynesiano.

Multiplicador Keynesiano: é um efeito de segunda ordem sobre o


sistema econômico criado pelo investimento em geral (potencializado
se os investimentos forem públicos). Quando um investimento é feito,
ele permite um aumento proporcional ao seu tamanho na produção e
por consequência haverá um impacto maior sobre os ganhos.
Influência do papel da taxa de juros e do
Multiplicador Keynesiano
• Quanto maior a sensibilidade dos investimentos em relação à taxa de
juros, maior a eficácia da política monetária;

• Quanto maior a sensibilidade da demanda especulativa relativamente


à taxa de juros, menor a eficácia;

• Quanto maior o valor do multiplicador keynesiano de gastos, maior


eficácia da política fiscal.
Segmentos do Sistema Financeiro
Sistema Financeiro: deve ser forte e bem diversificado para atrair poupanças
nacionais e estrangeiras.

Mercado Monetário: são feitas operações de curto prazo com a finalidade


de suprir as necessidades de caixa dos diversos agentes econômicos.

Mercado de Crédito: são atendidas as necessidades de recursos e curto,


médio e longo prazo, principalmente oriundas da demanda de crédito para
aquisição de bens de consumo duráveis e da demanda de capital de giro das
empresas.
Segmentos do Sistema Financeiro
Mercado de Capitais: segmento que supre exigências de recursos de
médio e de longo prazos, com vistas à realização de investimentos em
capital. São típicos desse mercado os derivativos.

Mercado Cambial: compra e venda de moeda estrangeira, para


atender a diversas finalidades.
Segmentos do Sistema Financeiro
Mercado de Seguros, Capitalização e Previdência Privada: são
coletados recursos financeiros ou poupanças destinados à cobertura de
finalidades específicas.

Mercados Primários e Secundários: são, respectivamente, aqueles em


que se realiza primeira compra/venda de um ativo recém-emitido e
aqueles que negociam ativos financeiros já negociados anteriormente.
Mercados à Vista, Futuros e Opções:
À Vista: negociam apenas ativos com preços à vista;

Futuros: negociam os preços esperados de certos ativos e mercadorias


para certa data futura;

De Opções: negociam opções de compra/venda de determinados


ativos em data futura.
O Sistema Financeiro
Nacional
Prof. Eduardo Madureira
Sistema Financeiro Nacional

O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um subsistema normativo


(diretrizes) e por outro de intermediação (operativo).

O subsistema normativo, regula e controla o subsistema de intermediação


(operativo).
Subsistema Normativo
CMN- Conselho Monetário Nacional

É o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional e tem a responsabilidade de


formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o
desenvolvimento econômico e social do País.

Objetivamente:

• Criam as normas da política monetária e cambial;

• Regularizam e Fiscalizam as instituições financeiras.


Subsistema Normativo
Banco Central do Brasil

É uma autarquia federal integrante do Sistema Financeiro


Nacional, sendo vinculado ao Ministério da Economia.

Criado em 31 de dezembro de 1964 pela da Lei nº 4.595, é uma


das principais autoridades monetárias do país, sendo a
principal o Conselho Monetário Nacional.

www.bcb.gov.br
Subsistema Normativo
Banco Central do Brasil

É o responsável pelo controle da inflação no país.

Atua para regular a quantidade de moeda na economia que permita a estabilidade de


preços.

Suas atividades também incluem a preocupação com a estabilidade financeira. Para


isso, o BC regula e supervisiona as instituições financeiras.
Subsistema Normativo
Banco Central do Brasil

Suas principais funções são:

• emitir papel-moeda e moeda metálica;


• executar os serviços do meio circulante;
• receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras;
• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
• regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
Subsistema Normativo
Banco Central do Brasil

• efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;


• exercer o controle de crédito;
• exercer a fiscalização das instituições financeiras;
• autorizar o funcionamento das instituições financeiras;
• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas
instituições financeiras;
• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e
• controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.
Subsistema Normativo
BB – Banco do Brasil

• Agente financeiro do Governo Federal;


• Executa políticas de crédito rural e industrial;
• Recebe pagamentos em nome do BACEN;
• Atua como banco comercial;
• Realiza operações cambiais;
Subsistema Normativo
CEF – Caixa Econômica Federal

É a instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do


Governo Federal para a habitação e saneamento básico.

Atua como banco comercial, gerencia os fundos do FGTS.


Subsistema Normativo
CVM- Comissão de Valores Mobiliários

• Regulariza e fiscaliza o mercado de capitais;


• Assegura e regulariza o funcionamento do mercado de bolsas;
• Regulamenta, orienta e fiscaliza os fundos de investimento;
• Protege os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares;
• Evita e coibe modalidades de fraudes ou de manipulações;
Subsistema Normativo
CVM- Comissão de Valores Mobiliários

• Assegura o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e


às companhias que os tenham emitido;
• Estimula a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;
• Promove a expansão e o funcionamento eficiente e regular, do mercado de ações;
Subsistema Normativo
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

É uma empresa pública federal, com sede e foro em Brasília (DF) e escritório no Rio de
Janeiro, cujo principal objetivo é o financiamento de longo prazo e investimento em
todos os segmentos da economia brasileira.

É responsável também pela política de investimento de longo prazo do Governo


Federal.
Subsistema Operativo
Bancos

Um banco nada mais é do que uma instituição financeira que exerce a função de
intermediar capital entre agentes superavitários e agentes deficitários.

Em outras palavras, um banco capta recursos de quem os obtém de maneira


abundante (agentes superavitários), pagando uma certa taxa de juros, e busca
transferir esse capital para quem, naquele momento, necessita do mesmo por algum
motivo (agentes deficitários), normalmente cobrando por isso uma taxa de juros acima
daquela a qual o dinheiro foi captado.
Subsistema Operativo
Bancos

É nessas transações que, normalmente, os bancos realizam os seus lucros.

Os principais tipos de bancos são:

• Bancos Comerciais
• Bancos Cooperativos
• Bancos de Investimentos
• Bancos de Desenvolvimento
• Bancos Múltiplos
Subsistema Operativo
Bancos Comerciais

São os mais conhecidos pelo público. São bancos que oferecem serviços de
pagamentos, empréstimos e financiamentos, transferência de valores, depósitos e
contas corrente e poupança.

A grande característica dos bancos comerciais é a sua capacidade de criação de moeda


escritural.

Principais Instituições do País:


Subsistema Operativo
Bancos Comerciais

Serviços Prestados por esses bancos:

• Pagamento de cheques;
• Transferência de fundos;
• Ordem de pagamentos;
• Cobranças;
• Recebimentos de Impostos;
• Aluguel de cofres;
• Custódia de Valores;
• Serviços de Câmbio etc...
Subsistema Operativo
Bancos Comerciais

Principais operações ativas:

• Contas Garantidas;
• Cheques Especiais;
• Antecipações de Cartões de Crédito;
• Desconto de Títulos;
• Crédito Rural;
Subsistema Operativo
Bancos Cooperativos

São os bancos das cooperativas de créditos.

No banco cooperativo, o dinheiro fica na região onde é gerado para a reaplicação no


desenvolvimento de novas culturas.

Exemplos:
Subsistema Operativo
Cooperativas de Crédito

As Cooperativas de Créditos fazem as seguintes operações:

Captação: captar depósitos, somente dos associados; obter empréstimos ou


repasse de instituições financeiras; receber recursos oriundos de fundos oficiais.

Empréstimo: conceder créditos, somente aos associados; aplicar recursos no


mercado financeiro.

Serviços: prestar serviços de cobrança, de custódia, de recebimento e de


pagamento por conta de terceiros, sob convênio com instituições públicas e
privadas.
Subsistema Operativo
Fintechs

Combinação das palavras em inglês financial (finanças) e technology (tecnologia).

A tecnologia é utilizada essencialmente para trazer conveniência por meio da inovação:


as empresas do ramo utilizam recursos tecnológicos amplamente disseminados para
criar metodologias, processos e ferramentas que facilitam o acesso a serviços
financeiros.
Subsistema Operativo
Fintechs

O resultado desses esforços aparece para o usuário na forma de


praticidade, burocracia reduzida, custos baixos, maior controle sobre
operações financeiras.

As principais Finthechs no Brasil são: Nubank, GuiaBolso, Bidu,


PicPay, Creditas, Toro Investimentos.
Subsistema Operativo
Bancos de Investimento

Canalizam recursos de médio e longo prazos para as empresas,


mediante a aplicação de recursos próprios e/ou captação,
intermediação e aplicação de terceiros.
- Operaram como agentes financeiros do BNDES;
- Captam recursos de terceiros através da emissão de CDB;
- Operam Leasing Financeiro;
- Administram Fundos de Investimentos em Renda Fixa e de Ações;
- Realizam operações de Lançamento de Títulos no mercado local e
no exterior (debêntures, ações etc...);
Subsistema Operativo
Bancos de Investimento

São especializados em alocar o capital de seus clientes nos mais


diversos investimentos do mercado. Ao contrário dos bancos
comerciais, os bancos de investimento não recebem depósitos.

Eles oferecem serviços como:


Private Banking: são serviços bancários e financeiros destinados a
clientes privados com grande volume de aplicações financeiras,
detentores de grande patrimônio. Os serviços oferecidos a esses
clientes são, entre outros: consultoria sobre investimentos.
Subsistema Operativo
Bancos de Investimento

Wealth Management: também conhecido como gestão de patrimônio


ou gestão de riquezas. É um ramo do mercado financeiro que oferece,
de forma combinada, os serviços de consultoria, planejamento e gestão
de investimentos para pessoas físicas e jurídicas.;

Asset Management: ou gestão de ativos, é um conjunto de práticas que


envolve a aquisição, a utilização e a manutenção do patrimônio de uma
empresa ou pessoa física visando tirar o melhor proveito dele. Diferente
de uma corretora, que apenas aconselha, essas organizações executam
compras e vendas de ativos.
Subsistema Operativo
Bancos de Investimento

Investment Banking: é uma área de negócios dentro de um banco


que ajuda empresas a acessar os mercados de capitais, como ações e
títulos, por exemplo. Muitas companhias buscam por esse tipo de
serviço para expandir seus negócios ou levantar recursos para cobrir
alguma necessidade operacional.

Exemplos de bancos de investimentos são o Goldman Sachs, o JP


Morgan Chase, o BTG Pactual, o Credit Suisse, o Bradesco BBI e o Itaú
BBA.
Subsistema Operativo
Bancos de Desenvolvimento

O Banco Central do Brasil, mediante a Resolução CMN 394, de 1976,


define os bancos de desenvolvimento como instituições financeiras
controladas pelos governos estaduais que têm como objetivo básico
proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos
necessários ao financiamento, a médio e a longo prazos, de
programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento
econômico e social do respectivo Estado.
Subsistema Operativo
Bancos de Desenvolvimento

Um banco de desenvolvimento é aquele que financia, normalmente


a uma taxa de juros inferior à do mercado, projetos cuja finalidade é
promover o desenvolvimento econômico de uma determinada
região ou grupos de países.

• Banco de Desenvolvimento do Espirito Santo S.A. (BANDES);


• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
• Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. (BDMG);
Subsistema Operativo
Bancos de Desenvolvimento

• Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)


• BADESUL Desenvolvimento
• Banco da Amazônia
• Banco do Nordeste
Subsistema Operativo
Financeiras

Financiam bens duráveis a pessoas físicas, por meio de CDC (Crédito


direto ao consumidor ).

Podem também financiar profissionais autônomos através do crédito


pessoal.

Exemplo: BV Financeira, Crefisa, Banco PAN, Banco Cacique.


Subsistema Operativo
Bancos Múltiplos

Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas


que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas
instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:
• Comercial;
• De investimento e/ou de desenvolvimento;
• De crédito imobiliário;
• De arrendamento mercantil;
• De crédito, financiamento e investimento.
Subsistema Operativo
Bolsa de Valores

A essência da existência da Bolsa de Valores, é:

• Proporcionar liquidez aos títulos negociados, através dos pregões


contínuos;
• Ter responsabilidade pela fixação de um preço justo, formado por
consenso de mercado mediante mecanismo de ofertas e procura;
• Efetuar dentro do menor prazo e da maior amplitude possível, a
divulgação de todas as operações realizadas.
Subsistema Operativo
Bolsa de Valores

Índices

IBOVESPA – Brasil: 69 Empresas que participaram em pelo menos 80% de


todos os pregões nos últimos 12 meses.
-1,48% e 101.031 Pontos (07/10/19).

NYSE - Dow Jones – EUA: 30 principais Blue Chips do país.

NYSE - S&P 500 – EUA: 500 principais empresas do país.

NYSE - NASDAQ – EUA: Empresas de Alta Tecnologia.


Subsistema Operativo
Direito das Ações

Bonificações: Distribuição gratuita de novas ações decorrentes de


aumento de capital, por incorporação de reservas de lucros ou
reavaliação de ativos;

Desdobramento: Ocorre quando a empresa aumenta a quantidade


de ações em circulação sem alterar o capital da empresa, reduzindo
o valor unitário das ações;

Dividendo: Distribuição de lucro;


Subsistema Operativo
Direito das Ações

Grupamento: É a redução da quantidade de ações em circulação sem


alterar o capital social da empresa, elevando o valor unitário da ação;

Juros sobre Capital Próprio: Remuneração sobre o capital investido


na empresa, paga ao acionista, substituindo total ou parcialmente os
dividendos;

Subscrição: Direito que o acionista tem de adquirir novas ações por


aumento de capital, com preços e prazos predeterminados.
Subsistema Operativo
Sociedades Corretoras

São instituições que efetuam, com exclusividade, a intermediação


financeira nos pregões das bolsas de valores.
Subsistema Operativo
Tributação

Os resultados positivos auferidos em aplicações financeiras em Bolsa


de Valores, operações de Futuro e de DayTrade, em geral são
tributados por alíquotas específicas e através de critérios
diferenciados dependendo do tipo de aplicação.
Subsistema Operativo
Tributação

Os resultados positivos auferidos em aplicações financeiras em Bolsa


de Valores, operações de Futuro e de DayTrade, em geral são
tributados por alíquotas específicas e através de critérios
diferenciados dependendo do tipo de aplicação.
Subsistema Operativo
Tributação

Processo de Negociação

Ordem: É o ato mediante o qual o cliente determina a uma corretora


que compre ou venda ativos diretos em seu nome, nas condições
especificadas.

Formação do Preço: Os preços são formados em pregão, pela


dinâmica das forças de oferta e demanda de cada ativo.

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