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Mercado Monetario

Segundo Neto (2003, p. 107), o mercado monetário encontra-se estruturado visando o


controlo da liquidez monetária da economia. Os papéis são negociados nesse mercado
tendo como parâmetro de referência a taxa de juros, que se constitui em sua mais
importante moeda de transacção.

Conceito

O Mercado monetario é um tipo de mercado financeiro que lida com titulos de divida com
vencimento de menos de um ano ou seja titulos de curto prazo. é o mercado onde se
concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros de curto
prazo com vistas a garantir a liquidez da economia.

Principais Produtos comercializados e suas caracteristicas

Os papéis que lastreiam as operações do mercado monetário; caracterizam-se pelos


reduzidos prazos de resgate e alta liquidez.

Mercado monetário e liquidez

Para manter a liquidez alta, são feitas operações com os título públicos de curto
prazo – os vencimentos podem variar de poucos dias até, no máximo, um ano.

Além disso, como há um grande número de operações de compra e venda, isso torna
mais alta a liquidez desses papéis. O mercado monetário negocia e faz operações com
dois tipos de títulos. Eles podem ser:

1. Títulos Públicos: São papéis que devem ser emitidos pelo Tesouro Nacional e
servem para custear as despesas do governo. Exemplos: NTN, LTN e LFT.

2. Títulos Privados: Esses papéis são emitidos por instituições financeiras ou


empresas e servem para captação de dinheiro para ter reservas.
Exemplos: CDB, CDI e debêntures.

O que é Mercado Monetário?

O Mercado Monetário é mais uma vertente existente dentro do Mercado Financeiro,


juntamente com o Mercado de Capitais. Aqui, estão as operações de curto ou curtíssimo
prazo, com alta liquidez.
O seu grande objetivo é permitir o controle sobre a liquidez monetária do país, além de
ser um instrumento de atuação do governo por meio da emissão de títulos,
implementação das políticas monetárias e controle inflacionário.

Os investimentos realizados no Mercado Monetário têm por característica oferecer uma


excelente liquidez, algo necessário pensando no curtíssimo prazo, além de também
trazer boa segurança aos papéis.

Como funciona o Mercado Monetário?

Assim como outros ambientes do Mercado Financeiro, o Mercado Monetário possui


diversos agentes como os bancos e o governo, instituições financeiras não bancárias, por
exemplo.

Dentro do Mercado Monetário, diversos tipos de títulos são negociados, como veremos
a seguir. Como instituições importantes da economia brasileira participam, esse
mercado permite ajustes de inflação.

Por exemplo, se o Banco Central compra títulos, isso significa que ele está injetando
moeda no sistema financeiro, algo que aumenta a liquidez. Da mesma forma, o Bacen
pode vender títulos, levando ao caminho contrário e, consequentemente, à redução da
liquidez.

O mesmo pode acontecer com as instituições financeiras, como bancos e seguradoras.


Essas empresas podem comprar ou vender títulos, afetando diretamente a composição
do Mercado Monetário do Brasil.

Desta forma, por meio da compra e venda de títulos, o Banco Central e demais
instituições conseguem trabalhar a regulação da economia, especialmente com aumento
ou redução de moeda em circulação.
Quais os tipos de títulos do Mercado Monetário?

Existem, em suma, dois grandes grupos de títulos emitidos dentro do Mercado


Monetário. São eles:

Títulos públicos: emitidos pelo governo, mais especificamente pelo Tesouro Nacional.

Títulos privados: emitidos por empresas do setor privado para captação financeira, em
especial pelos bancos.

Vamos entender as característica de cada um deles.

Quais são os títulos públicos?

Os títulos públicos são formas de financiamento dos gastos públicos que também são
disponibilizados no Tesouro Direto para que investidores (e também outras empresas)
comprem papéis de dívida emitidos pelo governo federal.

Se você já investe por meio do Tesouro Direto, então certamente já conhece os três tipos
de papéis que encontrará dentro dos títulos públicos. Dois deles pertencem ao Mercado
Monetário pela alta liquidez. São eles:

 Prefixado (LTN): é um papel com taxa definida no momento do investimento.


Exemplo: 5,11%.

 Selic (LFT): é um papel atrelado à taxa Selic, rendendo muito próximo do


desempenho da taxa básica de juros do Brasil. Em alguns momentos, pode haver
um pequeno acréscimo. Exemplo: Selic + 0,02.

Os títulos públicos são de extrema importância para o governo. Em primeiro lugar,


claro, eles permitem a captação de recursos para financiamento de dívidas. Além disso,
a negociação desses títulos permite, como vimos, a execução e controle da política
monetária estipulada.
Ou seja, comprando e vendendo títulos públicos, o Banco Central consegue estabelecer
o controle de liquidez da sua moeda, da inflação e da taxa básica de juros do país. Esses
fatores, claro, estão diretamente relacionados.

Quais são os títulos privados?

Além dos títulos públicos, também compõem o Mercado Monetário os títulos privados.
Eles são emitidos por empresas privadas, como bancos e também outras empresas (não
necessariamente financeiras) que precisem captar recursos para os seus projetos.

No caso das instituições bancárias, o título privado mais comum é o CDB (Certificado
de Depósito Bancário). Por meio dele, investidores podem "emprestar" seu dinheiro aos
bancos em troca de rendimentos.

Os CDBs geralmente possuem vencimento de médio e longo prazo. Quanto maior o


prazo, maiores também os rendimentos oferecidos. No entanto, eles podem ser
facilmente negociados (vendidos) para os próprios bancos. Neste caso, claro, você teria
uma perda de rentabilidade, mas essa característica garante a liquidez necessária para o
Mercado Monetário.

Já no caso de empresas não financeiras, o jeito é emitir títulos privados como Notas


Promissórias (Commercial Papers), que são uma espécie de debênture com prazo
menor.

O que é um fundo do mercado monetário?

Um FMM é um tipo de fundo mutualista.

Os FMM emitem ações para os investidores financiarem as suas atividades, oferecendo


um elevado grau de liquidez, diversificação e rendimentos baseados no mercado.

O valor das suas ações flutua em função do preço dos instrumentos de dívida em que
investiram. Têm de manter um elevado nível de liquidez dos ativos a fim de poderem
satisfazer resgates diários por parte dos investidores.

Os FMM são considerados entidades de importância sistémica, devido aos laços


estreitos com o setor bancário e outras atividades financeiras. Além disso, os FMM são
uma importante fonte de financiamento das empresas e da administração pública, pelo
que a corrida aos fundos (isto é, levantamentos em massa dos FMM) numa situação de
crise financeira pode ter importantes consequências a nível macroeconómico.

Alternativa aos depósitos bancários

Os FMM são frequentemente utilizados como alternativa aos depósitos bancários, na


medida em que permitem a diversificação dos investimentos, uma liquidez imediata e
uma relativa estabilidade do valor; considera-se também que constituem uma opção
relativamente segura para investimentos de curto prazo de grandes quantias em
numerário.

Prestação de financiamento de curto prazo

Os FMM são uma importante fonte de prestação de financiamento de curto prazo à


economia real. Adquirem instrumentos do mercado monetário de curto prazo emitidos
por instituições financeiras, pelas administrações públicas e pelas empresas, tais como
títulos do tesouro, papel comercial e certificados de depósito.

Tipos de fundos do mercado monetário

 os fundos com valor líquido dos ativos variável (VLAV), que permitem


resgates ou compras a um preço igual ao valor líquido por ação do fundo

 os fundos com valor líquido dos ativos constante de dívida pública (VLAC),


que visam permitir a compra ou o resgate de ações pelos investidores com um
valor líquido dos ativos inalterado por unidade de participação ou ação. São
obrigados a investir a maioria dos seus ativos na dívida pública

 os fundos com valor líquido dos ativos de baixa volatilidade (VLABV), cujas


ações mantêm uma cotação constante, até um certo limite. Esta nova categoria
de fundos pode ser considerada uma alternativa viável aos atuais fundos do
mercado monetário com valor líquido dos ativos constante.

Ativos sob gestão dos fundos do mercado monetário

Na Europa, de acordo com a Comissão Europeia (2013), os FMM gerem


aproximadamente 38 % da dívida de curto prazo emitida pelo setor bancário e cerca de
22 % dos títulos de curto prazo emitidos pelas empresas e pelas administrações
públicas. No total, os FMM europeus gerem ativos no valor de cerca de 1 bilião de
euros e constituem cerca de 15 % do setor dos fundos da UE.

O sistema monetário Internacional

Conceito

Gonçalves et al (1998), define Sistema Monetário Internacional como um conjunto de


regras e convenções que governam as relações financeiras entre os países. Elas formam
o aparato institucional que mantém as relações entre as diversas economias. Tais
normas referem-se: ao regime de conversão de uma moeda e o padrão monetário
adoptado. A conversão de uma moeda está associada aos padrões de ajuste das taxas de
câmbio, ou seja, aos seus preços relativos. Já os padrões monetários são definidos pela
natureza dos activos de reserva, os quais podem ser baseados em reservas em espécie
(ouro), com valor intrínseco, ou reservas fiduciárias, cujas relações são baseadas no
valor que os agentes económicos outorgam a cada momento aos diversos activos.

Características Principais

Um sistema monetário eficiente tem como principal objectivo viabilizar a fluidez das
relações económicas entre países, maximizando os ganhos com o comércio e os
benefícios oriundos dos movimentos de capital. Desta forma permite aos produtores se
especializarem naqueles bens em relação aos quais, cada país tem vantagens
comparativas e, aos poupadores, buscar em outros países oportunidades mais rentáveis
de investimento.

Um Sistema Monetário pode, ainda, ser identificado por três características básicas: a
forma pela qual um mercado de câmbio é organizado, os tipos de activos utilizados para
financiar desequilíbrios de pagamentos entre países e o mecanismo de ajuste de deficits
e superavits de pagamento. (Mayer et al,1993).
Compilado

Conceitos

Mercado de ativos financeiros: mercado onde se transacionam moeda, títulos, ações e outras
formas de riqueza

• Mercado de títulos: mercado onde se transacionam ativos que rendem juros.

• Mercado monetário: mercado onde se transaciona moeda

Decisões de portfólio, ou carteira de títulos: decisões individuais relativamente à parte da


riqueza que se mantém sob a forma de moeda (que não rende juros) e à parte da riqueza que
se mantém sob a forma de títulos (que rende juros mas tem menor liquidez).

Ativos Financeiros: Direitos, ou obrigações, monetários de uma entidade sobre outra


entidade. São exemplos as obrigações, as hipotecas, os empréstimos bancários e os títulos.
(Samuelson e Nordhaus, 2005)

Título: Uma expressão usada para designar uma ampla variedade de ativos financeiros, como
ações, obrigações, opções e obrigações de longo prazo; mais precisamente, o documento
usado para estabelecer a prioridade desses ativos. (Samuelson e Nordhaus, 2005)

Juro: Representa o preço do dinheiro, correspondendo à remuneração ou ao lucro produzido


pelo capital emprestado durante determinado período de tempo.

Taxa de juro: Prémio (remuneração) expresso em percentagem que a entidade que concede
um determinado financiamento recebe da entidade de contraiu esse empréstimo, como forma
de pagamento do serviço prestado e do custo de oportunidade do capital.

Liquidez: Facilidade de transformar o investimento num dado ativo em meios monetários.

Procura da Moeda

A procura da moeda, em termos teórico, vai ser estudada na nossa UC

nas seguintes perspetivas:

Teoria neoclássica

Teoria keynesiana

Teorias de Tobin e Baumol


Ilusao Monetaria

Antes de apresentar as teorias da procura da moeda, vamos introduzir o conceito de


ilusão monetária, pois em todas elas vamos considerar que os agentes económicos não
sofrem de ilusão monetária.

“Um indivíduo não sofre de ilusão monetária quando uma variação do nível de preços,
mantendo-se constantes as variáveis reais, deixa o comportamento real individual
inalterado, incluindo aquele relativo à procura de moeda real” (Dornbush, Fisher e
Startz, 1998)

Ou seja, os agentes económicos “não se deixam enganar” por alterações nos preços,
eles conseguem separar o efeito preços sobre as restantes variáveis e tomam as suas
decisões com base nos valores reais das variáveis e não sobre os valores nominais.

Teoria neoclássica

Segundo a teoria neoclássica da procura real de moeda, os agentes económicos


procuram moeda por 2 motivos:

• Motivo transação: para fazer face a despesas usuais e planeadas.

• Motivo precaução: para fazer face a despesas imprevistas.

Ambos os motivos são função direta do rendimento, podendo a procura real de moeda
ser escrita da seguinte forma:

𝐿 = 𝑘y

L – Procura real de moeda

k – parâmetro que mede a variação da procura real de moeda quando o rendimento


(Y) varia de uma unidade monetária.

Teoria keynesiana

Keynes na sua teoria de preferência pela liquidez considera que os agentes


económicos procuram moeda por 3 motivos:

Motivo transação: para fazer face a despesas planeadas, estando diretamente


dependente do rendimento (Y) .

• Motivo precaução: para fazer face a despesas não planeadas, estando também
diretamente dependente do rendimento (Y) .
• Motivo especulação: para comprar títulos e outros ativos financeiros com o objetivo
de os revender com algum benefício. A procura de moeda por motivo de especulação
é função inversa da taxa de juro.

Vamos então ter 2 componentes na função de procura de moeda na teoria da


preferência pela liquidez:

• Procura de moeda por motivos de transação e precaução (Lt), que podemos traduzir
pela seguinte função: 𝐿𝑡 = 𝑘y

• Procura de moeda por motivo especulação (Ls), que podemos traduzir pela função

𝐿𝑠 = ℎ ത − ℎ𝑖

A procura real de moeda (L) é dada por: 𝐿 = 𝐿𝑡 + 𝐿y

𝐿 = 𝑘𝑌 + ℎ ത − ℎ y

L – Procura real de moeda

k – parâmetro que mede a variação da procura real de moeda quando o rendimento


(Y) varia de uma unidade monetária

ℎ ത - parâmetro que representa a parte autónoma da procura real de moeda por


motivo especulação

h – parâmetro que mede a variação da procura real de moeda quando a taxa de juro
varia de um ponto percentual

Teoria de Tobin e Baumol

Outros autores consideram que a procura real de moeda se faz pelos motivos
apresentados na teoria da preferência pela liquidez, mas com algumas variações.
Entre eles Tobin e Baumol.

• Motivo transação

- Os indivíduos recebem mensalmente, por depósito bancário, o rendimento nominal


Yn.

- Yn é de imediato transferido para uma conta de depósito a prazo onde rende juros
mensais a uma taxa i.
- Ao longo do mês os indivíduos vão passando o dinheiro de que necessitam para a sua
conta à ordem, pagando por cada transferência efetuada uma taxa de corretagem b. -
O dinheiro é gasto ao longo do mês de forma uniforme.

- O dinheiro é todo gasto no mês em que é ganho (não passa nada para o mês
seguinte).

Com base nestas hipóteses de partida o indivíduo tem de tomar 2 decisões:

• O montante a transferir de cada vez da sua conta de deposito a prazo para a sua
conta de depósito à ordem (que vamos designar por Z).

• Nº de vezes que irá proceder a uma transferência de dinheiro (que vamos designar
por n).

Em média o indivíduo vai fazer n transferências por período e vai deter (Z/2) que é o
valor do primeiro levantamento mais o último levantamento a dividir por 2.

Vamos designar por c o custo de oportunidade de deter moeda, que é o valor perdido
de juros por o dinheiro estar numa conta de depósitos à ordem em vez de estar numa
conta de depósitos a prazo.

O facto de possuir o dinheiro vai implicar dois custos, o custo de corretagem (b) e o
custo de oportunidade de deter moeda (c), e o custo associado a cada levantamento
de dinheiro (C) pode ser representado por:

O indivíduo vai tentar minimizar o custo C, atendendo às suas necessidades de moeda


para transação.

Tobin e Baumol chegaram à seguinte equação da procura nominal de moeda por


motivo transação (M), também designada por raíz quadrada de Tobin e Baumol:

A procura nominal de moeda por motivo transação vai depender diretamente do custo
de corretagem (b) e do rendimento do indivíduo (Yn), e vai depender inversamente da
taxa de juro (i)
• Motivo precaução Quanto maior o montante de moeda detido para fazer face a
despesas imprevistas, menos provável que se incorra em risco de falta de liquidez, mas
em contrapartida… deixa de se ganhar juros.

Mais uma vez temos de chegar a um montante que reduza ao mesmo tempo o risco de
falta de liquidez e o custo de deter moeda.

Tobin e Baumol chegaram à seguinte expressão para o custo esperado de deter moeda
por motivo de precaução:

P M, σ - probabilidade de falta de liquidez durante o período considerado (depende


diretamente de  e inversamente de M

M – nível de moeda (nominal) detida pelo individuo  - grau de incerteza


relativamente aos pagamentos que serão efetuados no período considerado.

i – taxa de juro c – custo unitário associado à falta de liquidez.

Conclusão da teoria

• Quanto maior a taxa de juro (i), maiores os custos esperados e menor a procura de
moeda por motivo precaução.

• Quanto maior o grau de incerteza (), maior a procura de moeda por motivo
precaução.

• Quanto maior o custo unitário por falta de liquidez (c), maior a procura de moeda
por motivo precaução.

• Motivo especulação

Segundo Tobin e Baumol, os agentes económicos procuram moeda por motivo de


especulação na medida em que a moeda é um ativo seguro que deverão incluir na sua
carteira de ativos financeiros.

A procura de moeda por motivo de especulação, segundo estes autores, vai depender
dos rendimentos esperados dos restantes ativos financeiros. Se os rendimentos
esperados dos outros ativos financeiros aumentar, leva a um aumento do custo de
oportunidade de deter moeda e, consequentemente, a uma diminuição da procura de
moeda por motivo especulação.
Velocidade de circulação da moeda: Teoria quantitativa da moeda

• A velocidade de circulação da moeda (V) mede o número de vezes que o stock de


moeda ou massa monetária ou oferta nominal de moeda (M) circula numa dada
economia, num dado período de tempo para financiar o fluxo de rendimento nominal
dessa economia (Yn).

De forma muito simplista podemos pensar na velocidade de circulação da moeda


como a velocidade com que a moeda muda de mão na economia.

Politica Monetaria

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