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COMÉRCIO

INTERNACIONAL
Profª.: Denise Marangon
Plano de Ensino
Economia internacional: comércio e moedas

• A economia internacional pode ser subdividida em dois subcampos amplos:


o estudo do comércio internacional e o estudo monetário internacional.
• A análise do comércio internacional enfoca primariamente as transações
reais na economia internacional - transações envolvendo o movimento
físico de mercadorias ou um compromisso tangível de recursos
econômicos.
• A análise monetária internacional enfoca a face monetária da economia
internacional, ou seja, transações financeiras como compras estrangeiras de
dólares americanos.
A Importância da Economia Internacional.

• No começo do século XXI, as nações estão cada vez mais próximas do que
nunca por causa da comercialização de mercadorias e serviços, dos fluxos de
dinheiro e dos investimentos nas economias estrangeiras.
• As pessoas e os países não são ilhas isoladas.
• Há ocorrência de crises sistemáticas em determinadas economias, revelando a
vulnerabilidade derivada da interação das economias no plano financeiro
internacional sem a devida regulação ou supervisão.
Do que trata a Economia Internacional?

(1) ganhos decorrentes do comércio,


(2) padrão de comércio,
(3) protecionismo,
(4) equilíbrio dos pagamentos,
(5) determinação da taxa de câmbio,
(6) coordenação da política internacional e
(7) mercado de capitais internacional.
Ganhos da Negociação

• Dois países podem negociar para seu benefício mútuo.


• O comércio fornece benefícios ao permitir que os países exportem
mercadorias cuja produção faz uso relativamente intenso de recursos que
são abundantes no local, ao mesmo tempo em que importa mercadorias
cuja produção exige recursos que são escassos.
• O comércio internacional também permite que os países se especializem na
produção de faixas mais estreitas de alimentos, dando a eles maior
eficiência na produção em larga escala.
• O comércio Internacional tem fortes efeitos sobre a distribuição de renda.
O padrão do comércio

• Clima e recursos explicam com clareza por que o Brasil exporta café e a
Arábia Saudita exporta petróleo.
• Mas por que o Japão exporta automóveis, enquanto os Estados Unidos
exportam aviões?
Quanto comércio?

• Políticas protecionistas x Comércio Internacional mais livre.


• Após a Segunda Guerra Mundial, as democracias avançadas, conduzidas
pelos Estados Unidos, adotaram uma ampla política de remover barreiras
para o comércio internacional – livre comércio era uma força não apenas
para a prosperidade, mas também para promover a paz mundial.
• Na primeira metade dos anos 1990, foram negociados vários acordos
importantes de livre comércio. (NAFTA, do termo em inglês North
American Free Trade Agreement) entre Estados Unidos, Canadá e México,
aprovado em 1993, e o acordo chamado de Rodada do Uruguai, que
estabeleceu a Organização Mundial de Comércio, em 1994).
Quanto comércio?
• O comércio geralmente tem efeitos muito fortes sobre a distribuição de
renda dentro dos países.
• A força relativa de diferentes grupos de interesse dentro dos países, mais do
que alguma medida de interesse nacional global, frequentemente é o
principal fator determinante nas políticas governamentais para o comércio
internacional.
Balanço de Pagamentos

• O balanço de pagamentos do país deve ser colocado no contexto de uma análise


econômica para compreendermos o que ele significa.
Determinação da taxa de câmbio

• Os países geralmente têm suas próprias moedas — o euro, que é compartilhado por
diversos países europeus, é a exceção que confirma a regra.
• Os valores relativos das moedas podem mudar com o tempo, algumas vezes de
maneira drástica.

Guido Mantega acusou os países de estarem em uma guerra


cambial. A ocasião para seus comentários foi um forte
aumento no valor da moeda do Brasil, o real, que valia
menos de 45 centavos de dólar no início de 2009, mas tinha
aumentado para quase 60 centavos quando ele fez essa
declaração (e aumentaria para 65 centavos durante os
próximos meses).
Coordenação da política internacional
• Em uma economia mundial integrada, as políticas econômicas de um país
costumam afetar igualmente outros países.
• Por quase 70 anos, as políticas comerciais internacionais tinham sido
governadas por um acordo internacional conhecido como Acordo Geral
sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT, do termo em inglês
General Agreement on Tariffs and Trade).
• Desde 1994, as regras comerciais têm sido aprovadas por uma organização
internacional, a Organização Mundial do Comércio (OMC), que pode dizer
aos países, incluindo o Brasil, que suas políticas violam acordos prévios.
Organização Mundial do Comércio (OMC)

● A OMC foi fundada em 1995, como sucessora do GATT (Acordo


Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio).
● A OMC é o principal órgão internacional de regulamentação
comercial .
● Tem como objetivo a liberalização do comércio mundial, feita em
bases seguras, contribuindo para o desenvolvimento econômico.
● A OMC regula as relações comerciais através do cumprimento de
seus acordos que podem ser:
1. Multilaterais – todos os países membros da OMC devem aceitar o
acordo.
2. Plurilaterais – é facultativa a escolha de aderir ou não o acordo.
Práticas desleais no comércio internacional –
defesa comercial
● Medidas de defesa comercial – as medidas de defesa comercial são
regulamentadas, em âmbito mundial, pela OMC. Existe acordo
específico para cada uma das medidas de defesa (Acordo Antidumping,
Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, Acordo sobre
Salvaguardas).
● Medidas antidumping – tem como objetivo evitar que os produtores
nacionais sejam prejudicados por importação realizadas por preço de
dumping (sobretaxa na alíquota de importação).
Práticas desleais no comércio internacional –
defesa comercial
● Medidas compensatórias – Dependendo do subsídio concedido a
uma indústria, um país pode demandar que a norma que estabelece a
concessão do subsídio seja revogada, ou poderá adotar medidas
compensatórias, na medida do prejuízo sofrido – neutralizar um
subsídio outorgado pelo país exportador.
● Medidas de salvaguardas – países cujas indústrias nacionais foram
prejudicadas ou encontram-se ameaçadas por um surto imprevisível de
importações podem aumentar a tarifa de importação ou estabelecer
restrições quantitativas (quotas) para a importação de determinado
produto.
Órgão de Solução de Controvérsias da OMC
(OSC).
● O Órgão de Solução de Controvérsias da OMC (OSC) iniciou suas
atividade em 1995 e tem como objetivo proporcionar segurança e
previsibilidade ao sistema multilateral de comércio mundial.
Mercado de capitais internacional
• Crise Imobiliária 2007 - os investidores que haviam comprado seguros
lastreados por hipotecas, pensando nas rendas dos grandes investimentos em
hipotecas residenciais, receberam um choque enorme: conforme os preços
das residências começaram a cair o valor das hipotecas entrou em colapso e
os investimentos que elas asseguravam passaram a ser de alto risco.
Mercado de capitais internacional

• Alguns riscos especiais estão associados com os mercados de capitais


internacionais. Um risco é a flutuação do câmbio: se o euro cai abaixo do
dólar, os investidores dos EUA que compraram ações em euro sofrem
uma perda de capital.
• Outro risco é o não pagamento (“calote”) nacional: uma nação pode
simplesmente recusar ‑se a pagar suas dívidas (talvez porque não tenha.
condições) e pode não existir uma maneira efetiva para os credores
processarem essa nação. O medo de “calote” por países europeus
altamente endividados tem sido uma preocupação importante nos últimos
anos.
Crescimento do PIB (% anual) – Mundo, 1961 a 2019

Ano 2006
Ano 1984 Ano 2010

4,50 4,37 4,30

Crise do
Petróleo 1973 2,47
1,43 1,96
0,60 0,43

Setembro Negro 1982 -1,67


Bolha Imobiliária 2008
Fonte: Elaboração Própria, dados do Banco Mundial, 2020.
PIB Real 2017 2018 2019e 2020p 2021p

Mundo 3,3 3,0 2,4 -5,2 4,2

Economias avançadas 2,5 2,1 1,6 -7,0 3,9

Estados Unidos 2,4 2,9 2,3 -6,1 4,0

Economias Emergentes e em Desenvolvimento (EMDEs) 4,5 4,3 3,5 -2,5 4,6

Leste Asiático e Pacífico 6,5 6,3 5,9 0,5 6,6

China, República Popular da 6,8 6,6 6,1 1,0 6,9

Europa e Ásia Central 4,1 3,3 2,2 -4,7 3,6

América Latina e Caribe 1,9 1,7 0,8 -7,2 2,8

Brasil 1,3 1,3 1,1 -8,0 2,2

Oriente Médio e Norte da África 1,1 0,9 -0,2 -4,2 2,3

Sul da Ásia 6,5 6,5 4,7 -2,7 2,8

África Subsaariana 2,6 2,6 2,2 -2,8 3,1


Fonte: Banco Mundial. * E = estimativa; P = previsão.
Evolução de Exportações e Importações de Bens e Serviços, Mundo -
1971 a 2019 (% anual de crescimento)

Fonte: Elaboração Própria, dados do Banco Mundial, 2020.


Ranking dos principais países exportadores - 2019
Ranking País Exportações (Milhões US$)

1º China 2.498.569,87

2º Estados Unidos 1.645.174,34

3º Alemanha 1.486.462,77

4º Japão 721.301,09

5º França 705.842,01

6º Reino Unido 555.100,61

7º Países Baixos 542.333,34

8º República da Coreia 535.711,02

26º Brasil 223.998,67

Fonte: Elaboração Própria, dados Trade Map, 2020.


Ranking dos principais países importadores - 2019
Ranking País Importações (Milhões US$)

1º Estados Unidos 2.568.396,45

2º China 2.068.950,26

3º Alemanha 1.236.298,73

4º Japão 720.964,45

5º Reino Unido 692.580,06

6º Países Baixos 646.752,55

7º França 637.949,07

8º Hong Kong, China 578.590,15

29º Brasil 177.341,23

Fonte: Elaboração Própria, dados Trade Map, 2020.


Ascensão da China na Economia Global
❖A China é o país mais populoso do mundo e ocupa o terceiro lugar no que
se refere a extensão territorial, depois da Rússia e do Canadá.
❖O país é uma potencia militar e nuclear, o que a coloca no lugar das
grandes potencias globais.
❖Deslocamento do eixo dinâmico da economia global para o “pacífico” .
❖Maior participação da China nas instituições de governança econômica
internacional (G-20,FMI).
❖Vertiginosa expansão do comércio e dos investimentos chineses nas
diversas regiões dos planeta.
Tabela – Evolução PIB da China
ANO PIB US$ bilhões* Crescimento (%)
2000 2.232.146,29 8,5
2010 6.087.164,53 10,6
2011 6.668.544,38 9,6
2012 7.192.667,13 7,9
2013 7.751.437,77 7,8
2014 8.326.945,10 7,4
2015 8.913.316,60 7,0
2016 9.523.765,45 6,8
2017 10.185.305,25 6,9
2018 10.872.977,78 6,8
2019 11.537.160,22 6,1

*PIB calculado a preços contantes de 2010. Fonte: Elaboração própria com dados do Banco Mundial (2019).
Problemas estruturais da China

● Dependência crescente em relação aos recursos energéticos:


petróleo, gás e minerais, principalmente, ferro e cobre.
● Ineficiências estruturais na utilização e gerenciamento dos recursos
energéticos .
● Questões relativas à segurança alimentar – mais de 1,3 bilhão de
habitantes e possui um território do qual menos de 17% são
cultiváveis.
● O marco político-institucional da China baseia-se em um regime
autocrático unipartidário rígido, que deverá equacionar as crescentes
desigualdades sociais que se reproduzem devido ao crescimento
econômico acelerado.
● Os preocupantes índices de corrupção institucional.
Relação Comercial entre China e EUA

● Os Estados Unidos tem experimentado crescentes déficits na sua


balança comercial com a China.
● Por outro lado, a China tem sido, nos últimos anos, o mais ativo
comprador de títulos do tesouro estadunidense e de outros ativos
denominados em dólares.
Relação Comercial entre China e EUA
● Muitas corporações transnacionais estadunidenses e europeias
migraram para a China e o Sudeste Asiático durante a década de
noventa e se viram favorecidas pela condiciones de produção.
● A crise financeira de 2008 expuseram as fraquezas da economia
estadunidense e a limitação das possibilidade de resposta por parte
dos Estados Unidos para contornar a crise.
Evolução Balança Comercial Brasileira – 2000 a 2019.

Fonte: Elaboração Própria, dados do MDIC, 2019.


EXPORTAÇÃO BRASILEIRA – PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO 2019

1,53%

1,79%

2,11%

2,17%

2,30%

2,41%
4,34%

4,50%

13,20%

28,07%

Fonte: Elaboração Própria, dados do MDIC, 2019.


IMPORTAÇÃO BRASILEIRA – PRINCIPAIS PAÍSES DE ORIGEM 2019

2,3%
2,3%

2,4%

2,4%

2,6%

5,8%
5,9%
16,9%

19,8%

Fonte: Elaboração Própria, dados do MDIC, 2019.


Exportações Brasileiras por tipo de produto, 2019.

Fonte: MDIC, 2020.


Importações Brasileiras por tipo de produto, 2019.

Fonte: MDIC, 2020.


Exportação, Importação e Saldo por UF - Brasil, 2019

Fonte: MDIC, 2020.


Principais Teorias do Comércio Internacional
● Adam Smith, em 1776, defendeu a liberalização do comércio
internacional.
● David Ricardo, em seu livro Princípios de Economia Política e Tributação
(1817) fala sobre a teoria das vantagens comparativas.
● Teorema Heckscher-Ohlin, no qual cada país se especializa na produção
e exporta o bem que possui o fator de produção relativamente mais
abundante.
● Escola Cepalina (1948) - deterioração dos termos de troca sofrida pelos
países em desenvolvimento no comércio internacional.
● Krugman (1999) - comércio intra-indústrias.
Referências Bibliográficas
• AMARAL, Antônio Carlos Rodrigues do. Direito do comércio internacional: aspectos
fundamentais. São Paulo: Aduaneiras, 2004
• GONÇALVES, R; Baumann, R; Prado L. C. D. e Canuto O. A Nova Economia
Internacional, Uma Perspectiva brasileira. Rio de Janeiro, Campus 1998.
• KRUGMAN, Paul R.; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional - Teoria e
Política. 4º edição São Paulo: Makron Books, 1999.
• MANTEU, Cristina. Efeitos econômicos da Globalização: Lições de modelos de
comércio. Boletim Econômico, Banco Portugal. Pág. 79-98, 2008.
• SOUZA, Nali de Jesus. Desenvolvimento Econômico. 4º edição. Ed. Atlas, 1999.
• VALLS, Lia. A batalha comercial China-Estados Unidos. Revista Conjuntura
Econômica, v. 72, n. 5, p. 48-49, 2018.
• VADELL, Javier. Rumo ao século chinês? A relação Estados Unidos- China pós 11/09.
v. 06, n. 02, 2011.
OBRIGADA
!

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