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Economia
Monetária
Disciplina: Introdução à
Economia
Profª Laís Azevedo
1. INTRODUÇÃO
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O uso da moeda é um hábito social de padronização de troca.
Para que um bem possa ser considerado uma moeda, ele precisa desempenhar
basicamente três funções:
MEIO DE TROCA: por aceitação geral, serve para intermediar o fluxo de bens
UNIDADE DE CONTA: possibilita que sejam expressos em unidades monetárias os
valores de todos os bens e serviços produzidos pelo sistema econômico.
RESERVA DE VALOR: A posse da moeda representa liquidez imediata para que a possui.
Assim, pode ser acumulada para a aquisição de um bem ou serviço no futuro. O que
proporciona que a moeda funcione como reserva de valor é sua estabilidade diante
dos preços dos bens e serviços.
2. TIPOS DE MOEDA
Temos basicamente dois tipos de moeda circulando nas economias.
Moedas metálicas: Emitidas pelo Bacen, constituem pequena parcela da oferta
monetária e visam facilitar as operações de pequeno valor e/ou unidade monetária
fracionada.
Papel-moeda: Emitida pelo Bacen, representa parcela significativa da quantidade de
dinheiro em poder do público.
O papel-moeda e as moedas metálicas são denominadas moeda manual.
Os depósitos à vista nos bancos comerciais são denominados de moeda escritural
(moeda contábil, escriturada nos bancos comerciais).
3. Política monetária
Quando estamos falando de política monetária, estamos nos referindo às ações do
governo no sentido de controlar as condições de liquidez da economia. Diante disso, a
política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das taxas
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de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global
do governo.
Alternativamente, também pode ser definida como a atuação das autoridades
monetárias, por meio de instrumentos de efeitos diretos ou induzidos, com o propósito
de controlar a liquidez global do sistema econômico. A política monetária diz respeito
à atuação do Banco Central para dimensionar os meios de pagamento e os níveis das
taxas de juros, adequando essas variáveis aos objetivos de crescimento da produção e
do emprego, com estabilidade de preços. A atuação do Banco Central opera-se pela
determinação do volume de reservas obrigatórias dos bancos, dependendo do
comportamento do público e dos bancos em relação às quantidades de moedas que
desejam reter.
4. OFERTA DE MOEDA
Como qualquer mercadoria, a moeda tem seu preço determinado pela oferta e
demanda de moeda na economia.
Os meios de pagamento, restritos, constituem o total de moeda à disposição do setor
privado não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada
imediatamente para efetuar transações.
A liquidez da moeda é, portanto, a capacidade que ela tem de ser um ativo
prontamente disponível e aceito para as mais diversas transações.
Nas economias modernas, quem oferece moeda ao público são as autoridades
monetárias (Banco Central), em função das necessidades dos agentes econômicos. O
conjunto de moeda manual (ou moeda corrente), depósitos à vista (moeda escritural
ou bancária) e quasemoedas forma os meios de pagamento de uma economia.
Meios de pagamento = moeda manual + depósitos à vista + quase-moedas.
Os meios de pagamento representam, assim, a soma da moeda em poder do público
mais os depósitos à vista nos bancos comerciais.
Os meios de pagamentos RESTRITOS:
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M1= papel moeda em poder do público mais os depósitos à vista (aquele dinheiro que
não rende juros)
Os meios de pagamentos AMPLIADOS:
M2= M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos
por instituições depositárias
M3= M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas na
Selic.
M4= M3 + títulos públicos de alta liquidez
Monetização e Desmonetização da Economia:
Em períodos de ALTA INFLAÇÃO:
Via de regra, ocorre a desmonetização da economia, ou seja, diminui a quantidade de
moeda sobre o todos de ativos financeiros.
M1/M4 ↓
Em períodos de BAIXA INFLAÇÃO:
Via de regra, as pessoas mantém mais moedas com resgate imediato.
M1/M4↑
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1. Para transações: precisam do dinheiro para as transações do dia-a-dia,
alimentação, transporte, aluguel, etc...
2. Por precaução: precisam de uma quantidade disponível para imprevistos ou
cobrir atrasos inesperados...
3. Por especulação: para fazer algum novo negócio mais rentável, porque embora
a moeda per se não apresente rendimentos, ela possui liquidez imediata.
Existe um importante componente da decisão dos agentes econômicos para retenção
ou não da moeda é a taxa de juros.
Por taxa de juros entendemos o valor da remuneração que o tomador de um
empréstimo deve pagar ao proprietário do capital emprestado, geralmente expressa
sob a forma de porcentagem do valor tomado emprestado por período definido no
contrato de empréstimo.
Segundo Giannetti (2005) o fenômeno dos juros é, portanto, inerente a toda e qualquer
forma de troca intertemporal. Os juros são o prêmio da espera na ponta credora –
ganhos decorrentes da transferência ou cessão temporária de valores do presente para
o futuro; e são o preço da impaciência na ponta devedora – o custo de antecipar ou
importar valores do futuro para o presente.
Então, taxa de juros é o preço cobrado pelos credores aos devedores pelo uso de suas
poupanças durante certo período de tempo.
Se a taxa de juros do mercado está baixa, essa pessoa prefere esperar um aumento
para aplicar seu dinheiro e obter, assim, uma remuneração maior. Nesse caso, é
importante ressaltar que a moeda cumpre melhor seu papel de reserva de valor em
economias onde não há inflação ou quando ela baixa.
Altos índices inflacionários corroem o poder aquisitivo da moeda, reduzindo seu valor
com o passar do tempo. Isso tudo nos permite estabelecer uma relação inversa entre
a taxa de juros do mercado e a demanda especulativa da moeda. Realmente, quanto
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maior a taxa de juros, menor a quantidade de moeda demandada e retida para
especulação, e vice-versa.
Isto nos leva a concluir que a demanda por moeda tem um componente influenciado
pela taxa de juros – a demanda especulativa – e um componente que não depende de
juros – a demanda para transações e por precaução.
Para entendermos perfeitamente a demanda por moeda, basta lembrar que a taxa de
juros é o preço da moeda, isto é, o preço do dinheiro no mercado financeiro. Assim, no
mercado financeiro, onde se encontram a oferta e a demanda por dinheiro, o dinheiro
se transforma numa mercadoria, cujo preço é a taxa de juros.
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Para exercer suas macrofunções, o Banco Central utiliza os instrumentos de política
monetária. O Banco Central é ainda a instituição responsável pela emissão de moeda.
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O Sistema Bancário Comercial é formado por agentes que estão autorizados a receber
depósitos à vista. Os principais agentes incluídos nessa definição são:
• Bancos comerciais;
• Banco do Brasil;
• Caixa Econômica.
Neste ponto, surge uma pergunta central: quem é o responsável pela oferta de moeda?
A oferta ou emissão de moeda é uma atribuição exclusiva do governo, através das
autoridades monetárias. Não depende, portanto, da taxa de juros, mas da política
econômica do governo, que determina a quantidade de moeda emitida por período de
tempo.
Apesar de a emissão de moeda não depender da taxa de juros, existem critérios bem
definidos que regulamentam a oferta monetária. Basicamente, a emissão de moeda é
condicionada pelo crescimento do produto da economia. Assim, dois fenômenos
podem ocorrer:
• se a emissão de moeda for superior à produção, ou seja, se houver excesso de
liquidez no mercado: pode-se ter a elevação sistemática dos preços, também
conhecida como inflação;
• ou caso o aumento de moeda seja menor que o crescimento do produto: pode-
se ter, entre outras conseqüências, crise na economia, porque a falta de moeda
– fenômeno que recebe o nome de crise ou falta de liquidez – dificulta as
transações e prejudica o sistema econômico, ocasionando queda do produto.