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Economia
Internacional
Lais Silva Santos Requena
Política Monetária
Economia Internacional
Introdução
A política monetária serve para controlar a quantidade de moeda em circulação na
economia. Através dessa política é realizado também o controle das taxas de juros, do
crédito e da inflação do nosso país. Dessa forma, essa política é muito importante para
o bom funcionamento da economia.
Objetivos da Aprendizagem
Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de:
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Política Monetária: Demanda e Oferta
de Moeda
A política monetária diz respeito às intervenções governamentais sobre o mercado
financeiro, seja atuando ativamente ao controlar a oferta de moeda, seja atuando
passivamente sobre as taxas de juros. Ela pode ser definida como o controle da
oferta da moeda e das taxas de juros que garanta a liquidez ideal de cada momento
econômico. Por controle da oferta de moeda, pode-se entender:
Pode-se dizer que a política monetária trata da moeda nacional ou, mais precisamente,
do controle das condições de liquidez da economia. É importante perceber que, ao
atuar sobre a quantidade de moeda na economia, o governo está afetando os níveis
das taxas de juros. O mercado monetário é como um mercado de bens e serviços,
em que a mercadoria a ser negociada é a moeda, cujo valor a ser negociado é a taxa
de juro (correspondente ao preço no mercado de bens e serviços), que depende da
demanda (por moeda) e da oferta (de moeda).
A política monetária, no Brasil, é refém da política fiscal. A partir de junho de 1996, com
o objetivo de estabelecer as diretrizes de política monetária e definir a taxa de juros,
foi constituído o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central do Brasil.
Sua criação buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo
decisório da política monetária nacional. A taxa de juros é definida como a meta para
a taxa Selic a vigorar no período entre as reuniões do Copom, que são, via de regra,
mensais. O Copom é composto pelos oito membros da Diretoria Colegiada do Banco
Central do Brasil.
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A moeda é o instrumento básico para que se possa operar o mercado, sem a qual
o processo de troca seria extremamente limitado. A moeda é o ativo utilizado para
realizar as transações porque é o que possui maior liquidez, a saber, a capacidade de
um ativo converter-se rapidamente em poder de compra, isto é, transformar-se em
mercadorias.
Demanda de Moeda
As pessoas e empresas demandam moeda por três razões básicas:
Na realidade, a demanda por moeda depende tanto da renda dos consumidores como
da taxa de juros nominal. Quanto maior for a renda, maior será a demanda por moeda.
Afinal, o aumento de renda do consumidor expande a demanda por bens e serviços
e, consequentemente, a necessidade de moeda aumenta. Quanto maior for a taxa
de juros nominal, menor será a quantidade demandada de moeda. Com taxas muito
elevadas, a demanda de moeda é menor por duas razões:
Oferta de Moeda
Pelo lado da oferta de moeda, podemos considerar, em princípio, que o governo
controla a quantidade de moeda ofertada na economia. Assim, o governo atua tanto
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pelo lado da demanda quanto da oferta de moeda. O Banco Central (BACEN) é o
emissor da moeda nacional, sendo que uma de suas principais funções é controlar
a oferta monetária, ou seja, regular a liquidez da economia. Papel moeda, ou moeda
fiduciária, corresponde a notas de papel emitidas pelo governo que não possuem
lastro em qualquer mercadoria, isto é, não existe uma garantia física sustentando o
valor da moeda, e sua aceitação se deve à imposição legal do governo.
É justamente via empréstimo que eles criam moeda, e isto pode ser assim explicado:
a concessão do empréstimo pelo banco não é feita mediante entrega de dinheiro ao
indivíduo, mas mediante a abertura de um depósito à vista em seu nome. O indivíduo
que recebeu o empréstimo paga suas dívidas com cartões, e o valor deve ser depositado
na conta daquele que recebeu. Esse depósito terá novamente o mesmo destino: uma
parcela será reservada e a outra será emprestada, e assim sucessivamente. Percebe-
se que há uma multiplicação do depósito inicial em uma série de novos depósitos a
partir do processo depósito-empréstimo-depósito-empréstimo, e assim por diante. Os
bancos podem emprestar todos os recursos captados, menos o volume que deve ser
destinado à constituição das reservas compulsórias. Por meio desses empréstimos,
podemos deduzir a capacidade de criação de moeda pelos bancos comerciais a partir
da moeda emitida pelo BACEN, definindo-se assim o chamado multiplicador bancário.
O multiplicador bancário e a criação de moeda por parte dos bancos podem ser mais
bem explicados pelo seguinte exemplo:
Suponha um depósito inicial de R$ 100,00 num banco, que deve manter 20% como
reservas compulsórias. Desses R$ 100, o banco destina R$ 20 para reservas e empresta
R$ 80,00. Esses R$ 80 retornam ao banco na forma de novo depósito. Desses R$ 80,
R$ 16,00 transformam-se em reservas e R$ 64,00 são emprestados novamente. Estes
voltam como depósito, e reinicia-se o ciclo.
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dos depósitos bancários, isto é, o depósito adicional menos as reservas que devem
ser compostas (1 - 0,8).
Para avaliarmos o total dos depósitos do banco a partir do depósito inicial, basta
realizar a soma dos termos da progressão geométrica (D) com razão menor que 1.
Soma PG = D = d1/a-q, em que d1 = primeiro termo da PG e q = razão da PG. Assim,
considerando o exemplo, teríamos: D = R$ 100,00/(1-0,8) = R$ 500,00. Assim, um
depósito inicial de R$ 100,00 gerou um total de depósitos no banco de R$ 500,00, isto
é, foi multiplicado por 5. Como milhões de depósitos à vista e se ele deve recolher
compulsoriamente 20% ao BACEN, então o poder de criação de moeda desse banco é
de R$ 500 milhões (ou seja: R$ 100 milhões divididos por 0,2).
É importante deixar claro que somente as autoridades monetárias, via BACEN, podem
autorizar e emitir moeda, mas os bancos comerciais multiplicam essa moeda ou criam
dinheiro por meio de empréstimos.
Saiba mais
Bitcoin: Um novo tipo de moeda que surgiu no mundo e que ainda
gera muita dúvida é a moeda eletrônica, sendo que a mais famosa
delas é o Bitcoin. O Bitcoin é uma moeda totalmente eletrônica, ou
seja, você nunca irá segurar essa moeda na mão ou mesmo sacá-
la em um banco. Fique por dentro, acesse o site.
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Taxa de Juros
A taxa de juros é, na realidade, o preço do dinheiro ou da moeda. É aquilo que se ganha
pela aplicação de recursos durante determinado período de tempo ou, inversamente,
o que se paga pela obtenção de recursos de terceiros (tomada de empréstimo)
durante determinado período de tempo. No Brasil, há uma série de taxas de juros que
coexistem. Ela se forma basicamente no mercado monetário, ou seja, na interação
entre a demanda por moeda e a oferta de moeda. O dinheiro (ou moeda) é uma
“mercadoria”, que é negociada no mercado monetário, cujo preço é a taxa de juros. As
taxas de juros definidas pelo próprio governo devem funcionar como as taxas básicas
do mercado, sobre as quais se formam as demais taxas, de acordo com os riscos e os
prazos das operações. No Brasil, as taxas de juros definidas pelo governo são:
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Além dessas três taxas definidas pelo governo, que são referenciais, outras taxas
também referenciais, mas definidas pelo mercado, são os:
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d. Alta taxa de inadimplência, que faz com que haja repasse para as taxas de
juros, pois o risco é maior.
Outro ponto a ser destacado no que se refere à taxa de juros é a diferença entre
taxa nominal e real de juros. A taxa nominal de juros (i) é o ganho monetário que se
obtém em determinada aplicação financeira, ou o custo monetário de determinado
empréstimo. Isto significa que a taxa de juros nominal pode variar tanto por mudanças
na taxa real de juros como por mudanças na taxa de inflação (p).
Por outro lado, a taxa real de juros é a taxa nominal de juros (taxa Selic), descontada
a taxa de inflação (ou seja, deflacionada pelo IPCA). Matematicamente, a taxa real
de juros (r) é dada pela seguinte relação: o Certificado de Depósito Interbancário
(CDI), criado em meados da década de 1980, compreende títulos de emissão das
instituições financeiras, cuja função é transferir recursos de um banco para outro, ou
seja, o banco que tem dinheiro sobrando empresta ao banco que não tem. A esse
mercado, o BACEN não tem acesso. Os CDIs de um dia (a maioria das operações é por
um dia), também conhecidos como Depósitos Interfinanceiros (DI), estabelecem um
padrão de taxa média diária, a CDI over.
Em 2011, por exemplo, como a inflação foi de 6,5% (medida pelo índice do IPCA do
IBGE) e a taxa nominal de juros foi, em média, de 12%, a taxa real de juros foi de 5,5%.
Em outras palavras:
As taxas médias de juros, no Brasil, têm variado ao redor de 3% ao mês para capital
de giro das empresas a mais de 200% ao ano no cartão de crédito. Em termos de
juros, pode-se, em tom de brincadeira, dizer: “Pede o que quiser para ter o que pediu”.
O Brasil tem uma das maiores taxas de juros reais do mundo, enquanto a média dos
países desenvolvidos está ao redor de (apenas) 1% ao ano.
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Os Instrumentos de Política Monetária
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de limites e condições dos créditos (ou de outros títulos da Dívida Pública), e através
delas regula-se a liquidez da economia. Quando há excesso de oferta monetária, o
Banco Central, via leilões, vende as Obrigações do Tesouro e, assim, retira os excessos
de moeda, ou seja, pelas operações de venda reduz-se a massa monetária do público
e dos bancos, comprimindo-se, em consequência, a base monetária.
Por outro lado, quando há insuficiência de oferta monetária, o Banco Central entra no
mercado comprando as Obrigações do Tesouro em circulação. Desse modo, ele “irriga”
o mercado financeiro, ao injetar novamente o papel moeda que havia sido retirado do
sistema pelas operações de venda. Em outras palavras, através do open market, o
Banco Central procura adequar a oferta monetária às necessidades reais da economia.
Em suma, os dois principais tipos de operação são: compra líquida de títulos públicos
pelo BC, cujo resultado é o aumento de liquidez do mercado, queda da taxa de
juros primária (Resgate de Títulos) e venda líquida de títulos públicos pelo BC, cuja
consequência é a redução de liquidez do mercado e aumento da taxa de juros primária
(Colocação de Títulos). Portanto, a maior ou menor liquidez da economia (mediante
a adoção dos instrumentos acima descritos) tem consequências diretas sobre a
taxa de juros no mercado. Por exemplo, se o Banco Central vende títulos do governo,
diminuindo a liquidez do sistema, só conseguirá colocar seus títulos aumentando a
taxa de retorno. O aumento das taxas de retorno dos títulos do governo faz com que
eles sejam preferidos em lugar de outros ativos. Para captar recursos, isto é, obter
depósitos a prazo (CDBs e RDBs), os bancos terão de aumentar as taxas de juros que
estão dispostos a pagar.
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famílias, das empresas – via lucro – e do governo) não é pela elevação da taxa de
juro, mas pela redução do deficit público. Aumentos da taxa de juro, numa situação
de governo deficitário, somente contribuem para aumentar ainda mais o deficit do
governo porque geram um círculo vicioso.
Como o governo FHC adotou a venda de títulos como caminho para financiar o deficit
(que continuou porque as reformas tributária e previdenciária não foram realizadas,
apesar de fundamentais) e com pouca emissão de moeda, o estoque da dívida pública
federal (que inclui a dívida contratual externa e a mobiliária federal interna) fechou o
ano de 2003 em R$ 913 bilhões, que correspondia a 58% do PIB. Em percentual, em
relação ao PIB, tem realmente caído, mas cabe registrar que, em termos absolutos (é
o fenômeno que não para de crescer), em 2017, fechou em torno de R$ 3,4 trilhões.
O financiamento do deficit público, via emissão de moeda, gera inflação, mas, via
emissão de títulos, cria a dívida interna.
Recolhimentos Compulsórios
Trata-se de depósitos que os bancos devem fazer no Banco Central e que correspondem
a uma parcela dos depósitos que recebem. Em outras palavras, do volume de recursos
aplicados nos depósitos à vista, nos bancos, uma parte fica nos bancos para fazer frente
aos saques dos correntistas (encaixe bancário), a outra parcela é obrigatoriamente
depositada no Banco Central (recolhimentos compulsórios), e somente uma parte fica
para ser emprestada. Quanto maior a parcela dos depósitos que deve ser deixada no
Banco Central, isto é, quanto maior o compulsório, tanto menor a quantidade dos recursos
que os bancos têm para empréstimos, e, assim, tanto menor a liquidez do sistema.
A título de exemplo, no início do Plano Real, o governo utilizou-se muito dos recolhimentos
compulsórios (100% sobre o crescimento dos depósitos em contas correntes; 30% sobre
os depósitos a prazo –CDBs e RDBs; 30% sobre a caderneta de poupança; 15% sobre as
operações de empréstimos, entre outros). Estima-se que esses diversos compulsórios
devam ter retirado da economia em torno de R$ 30 bilhões. O aumento do compulsório
provoca uma elevação nas taxas de juros, porque a oferta monetária (volume de dinheiro
para empréstimos) se reduz, e vice-versa. Por causa da crise financeira mundial, o
governo brasileiro reduziu um pouco o percentual dos recolhimentos compulsórios e
assim liberou um pouco mais de dinheiro para os bancos.
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Operações de Redesconto ou Empréstimo de
Liquidez
Constituem um segundo instrumento clássico de política monetária, em que o Banco
Central supre, automaticamente, a uma taxa pré-fixada, necessidades eventuais de
caixa (a curtíssimo prazo) dos bancos comerciais. É a última linha de atendimento
aos furos de caixa das instituições bancárias.
As taxas de redesconto são as taxas cobradas pelo Banco Central aos bancos
comerciais para lhes fazer empréstimo em caso de emergência. Se as taxas de
redesconto são altas, os bancos vão tomar cuidado para não correr o risco de ficar
sem reservas em caixa e farão, portanto, menos empréstimos. A taxa de redesconto
é um instrumento menos flexível do que os recolhimentos compulsórios e pouco
utilizada como instrumento de controle de liquidez dos bancos. Esse instrumento
atua como empréstimo de liquidez. As operações de redesconto são essencialmente
expansionistas, pois implicam o manejo de reservas para refinanciar operações
bancárias de longo prazo ou para socorrer os bancos em momentos de baixa liquidez.
Até março de 1999, o custo do redesconto era corrigido pela Taxa Básica do Banco
Central (TBC), mas, com a extinção da TBC, passou a ser a taxa Selic. Em janeiro de
2000, o CMN (Conselho Monetário Nacional) criou um novo sistema de socorro aos
bancos que retira do Banco Central parte dos riscos de prejuízos em caso de quebras
de instituições financeiras. O redesconto extingue o sistema de garantias usado na
assistência financeira de liquidez. Por esse sistema, o BACEN concedia empréstimos
aos bancos e tomava títulos ou créditos com garantia. Agora, ele passa a comprar
ativos do banco com dificuldades, como títulos e créditos. As compras poderão ser
definitivas ou com compromisso de revenda ao banco e serão cobrados juros.
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recursos para pagar débitos trabalhistas. Em suma, a alteração em um ou mais dos
três instrumentos de política monetária (mercado aberto, recolhimentos compulsórios
ou operações de redesconto) implica alteração da base monetária, ou seja, esses
instrumentos atuam sobre a liquidez do sistema bancário. Os instrumentos de política
monetária são: mercado aberto, depósitos compulsórios e redesconto.
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Quanto à relação entre a taxa de juros e o nível de investimento, já vimos, no conteúdo
anterior, que há uma relação inversa entre essas duas variáveis, ou seja, quanto mais
elevados os juros, maior o desestímulo para os empresários investirem. As reduções
de investimento e de consumo em razão de juros elevados (que é o que o Brasil vem
experimentando ao longo dos últimos oito anos) contraem a demanda agregada,
com consequentes reflexos negativos sobre os níveis da renda ou (o que é o mesmo)
da oferta e do emprego. Por outro lado, um exagerado suprimento monetário pode
provocar a inflação ao elevar a demanda agregada (via queda na taxa de juros, que por
sua vez aumenta o investimento, e via aumento do consumo, devido à elevação dos
níveis nominais do poder aquisitivo) acima da oferta global de pleno emprego.
Da = C + I + G + X
• pela taxa de juros (r), que, por sua vez, altera o investimento (I);
• pela alteração do nível nominal do poder aquisitivo, que, por sua vez, altera o
consumo (C).
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taxas de juros. Sabe-se que vale a pena tomar emprestado no exterior, desde que a
taxa de juros externa, combinada à taxa de desvalorização (ou de valorização) do real,
seja menor do que a taxa de juros interna.
ii = ie + r + pi + pe
Dessa forma, com alta taxa de juros praticada no mercado interno, muitas empresas
têm optado por realizar empréstimos no mercado externo.
A relação entre a taxa de juros e a poupança pode ser observada pelas decisões das
pessoas: quando a poupança está rendendo muito pouco, os consumidores consomem
mais e chegam a sacar parte da poupança, ou seja, os saques são maiores que os
depósitos. É por isso que, quando o governo deseja estimular a poupança, ele altera o
chamado redutor para que esta tenha um melhor rendimento. Nesse caso, os depósitos
tendem a superar os saques, e o volume de recursos aplicados na poupança tende a
aumentar. Os custos dos empréstimos externos são menores do que os custos dos
empréstimos domésticos desde que (1 + taxa de juros externa) vezes (1 + taxa de
desvalorização do real) seja menor do que (1 + taxa de juros interna). O coração da
poupança é a renda do consumidor, mas a taxa de juros também afeta a poupança.
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Efeito do Juro sobre os Preços
Quando o governo brasileiro sobe a Selic (taxa de juros dos títulos públicos)
normalmente os jornais estampam manchetes do tipo: “Governo sobe juros para conter
inflação”. A pergunta é: Qual a influência da taxa de juros sobre os preços? Sabemos
que a inflação nada mais representa do que o aumento generalizado dos preços dos
bens e serviços. O aumento dos juros desestimula o consumo (principalmente de bens
financiáveis, porque o juro incide sobre as prestações, conforme já vimos). Reduzindo
o consumo (os economistas diriam: diminuindo a demanda agregada), haverá menor
pressão de demanda e, consequentemente, maior possibilidade de os preços subirem
menos, ou mesmo não subirem.
Reflita
Política Econômica: Dada a incerteza sobre os efeitos reais das
políticas macroeconômicas, não seria melhor não utilizar nenhuma?
E, mesmo se a política puder, em princípio, ser útil, podemos
confiar nos formuladores de política econômica para implementar
a política correta? A conclusão: a incerteza limita o papel da
política econômica. Os formuladores de política econômica nem
sempre fazem a coisa certa. Mas, com instituições corretas, a
política econômica pode ajudar e deve ser utilizada.
Fonte: Blanchard (2011).
Economia Internacional
Uma das políticas mais importantes que temos dentro da economia internacional é a
política cambial, que fundamenta-se, via de regra, na administração da taxa de câmbio
e no controle das operações cambiais. Apesar do forte vínculo que ela mantém com
a política monetária, sua influência é direta sobre as variáveis ligadas às transações
econômico-financeiras do país com o resto do mundo. Ela tem impacto direto sobre a
política monetária, razão pela qual deve ser administrada com muito cuidado.
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dobro. É por isso que o comércio exterior representa uma excelente alternativa para o
aumento do produto interno bruto de um país e, portanto, um caminho para reduzir o
desemprego e aumentar a renda nacional. O Japão e a Alemanha foram países que se
beneficiaram muito do comércio exterior, pois são grandes exportadores líquidos, isto é,
exportam muito mais do que importam e, assim, geram mais riquezas em seus países.
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Entre os diferentes períodos da política de comércio exterior brasileiro, pode-se citar
os seguintes:
Saiba mais
Balança Comercial: A balança comercial é a diferença entre o valor
total exportado (isto é, as exportações) e o valor total importado (as
importações). Quando as exportações superam as importações,
tem-se um superavit comercial. Caso contrário, tem-se um deficit
comercial.
A abertura da economia brasileira tem sido a condição básica para a estabilidade dos
preços, uma vez que forçou a indústria nacional a aumentar a competitividade, ao
introduzir novas tecnologias que possibilitaram elevação da produtividade e redução
dos custos unitários de produção. Isso ajudou a transferir renda para os consumidores,
via redução dos preços e dos lucros das empresas. A abertura do mercado brasileiro
estimulou fusões e aquisições de empresas em todos os setores, de tal forma que, no
período de 1994-1999, o total de fusões e aquisições chegou a quase mil negócios.
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Taxa de Câmbio
A taxa de câmbio é o preço, em moeda corrente nacional, de uma unidade de moeda
estrangeira. Assim, quando se diz que o câmbio está em 1,80, quer dizer que é
necessário um real e oitenta centavos para trocar (ou comprar) um dólar, por exemplo.
Por meio da taxa de câmbio, que indica quantos reais são necessários para comprar
um dólar ou outra moeda, pode-se estimular a exportação (E) e desestimular a
importação (M), ou vice-versa. Por exemplo, a desvalorização ou depreciação cambial
é um aumento do preço das divisas estrangeiras em moeda nacional. Quando o real
se deprecia, paga-se maior número de reais por dólar. Isso significa que os preços dos
produtos estrangeiros em reais ficam mais caros e que os preços dos nossos produtos
ficam mais baratos, ou seja, nossas exportações aumentam e nossas importações
diminuem em resposta à desvalorização do real.
Assim, a expansão líquida das exportações (E-M) aumenta a demanda agregada (Da)
e gera mais empregos.
Uma valorização do real significa menos reais por dólar. A determinação da taxa
de câmbio pode ocorrer por interferência direta das autoridades econômicas ou
não. Com a interferência governamental o Brasil experimentou, nos últimos quinze
anos, dois tipos diferentes de condução da política cambial. Até o início de 1990, o
Banco Central exerceu um poder absoluto ao fixar a taxa de câmbio, sem qualquer
consulta ao mercado. Nesse período, a taxa de câmbio era determinada diretamente
pelo BACEN. No segundo caso, a partir de 1990, houve uma interferência relativa, ao
permitir a flutuação da taxa, mas dentro de certos limites determinados por essas
autoridades, como foi o caso do sistema de bandas, que funcionou no período de
1995 até meados de janeiro de 1999. A partir dessa data, a política cambial brasileira
passa a ser praticamente sem qualquer interferência governamental, em que o câmbio
flutua livremente. Assim, de um modo geral, pode-se dizer que há basicamente três
regimes cambiais:
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Taxa de Câmbio no Brasil
Como se afirmou, o governo brasileiro adotou, de 1995 até janeiro de 1999, o regime
de bandas cambiais, por meio das quais o Banco Central fixava os limites superior e
inferior (que são as bandas), dentro das quais a taxa de câmbio podia (livremente)
flutuar. Quando a taxa de câmbio se aproximava da banda superior, o Banco Central
entrava vendendo dólar no mercado, impedindo, assim, que a taxa subisse. Quando
a taxa de câmbio estava muito próxima da banda inferior, o Banco Central atuava
comprando dólar, forçando a subida da taxa para níveis desejados pelo governo. É
importante lembrar que, no caso do governo brasileiro, as reservas internacionais
vinham se mantendo em níveis relativamente elevados (em torno de US$ 70 bilhões), o
que permitiu e facilitou a atuação do Banco Central nesse regime de bandas cambiais,
mas caíram nos anos seguintes.
Na verdade, pela primeira vez, desde julho de 1995, o governo brasileiro sinalizava a
saída de um sistema de câmbio (excessivamente) controlado para um sistema de
maior flutuação. Esse alargamento das bandas iria ocorrer de forma gradual, de modo
a evitar turbulência. Como sabemos, em menos de um ano, o Banco Central teve de
abandonar também essa política de bandas e passou a permitir uma livre flutuação do
dólar, podendo evidentemente vir a intervir (vendendo dólar), sem, contudo, deixar claro
para o mercado quando intervirá. Uma desvalorização do real estimula as exportações
brasileiras e reduz suas importações Não sendo um regime de taxa de câmbio fixa
(como ocorreu até 1990), os outros dois casos se enquadram em situações de taxas
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flutuantes, em que a taxa de câmbio é determinada pelas forças de oferta e demanda
por divisas, no chamado mercado cambial.
A oferta de divisas estrangeiras (ou seja, os ofertantes de dólar no Brasil, por exemplo)
origina-se:
Nas exportações brasileiras, uma vez que, quando uma mercadoria nacional é vendida
para o exterior, o importador estrangeiro envia para o Brasil os dólares resultantes
daquela operação, ou seja, há um aumento na quantidade ofertada de dólares aqui no
país.
A partir de 2009, parece haver uma tendência de retorno de dekasseguis para o Brasil,
porque a situação econômica no Japão (economia em recessão e desemprego)
estava desfavorável.
• as importações brasileiras;
• os devedores brasileiros em moeda estrangeira, que precisam comprar dólares;
• as empresas multinacionais que remetem juros e dividendos;
• os turistas brasileiros em viagem ao exterior.
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quanto maior a taxa de câmbio, menor a importação, porque fica mais caro para o país
adquirir bens e serviços do exterior. Tendo em vista que, para comprar do exterior, os
importadores têm que pagar em dólares, a demanda por dólar cai com o aumento da
taxa de câmbio.
Assim, a taxa de câmbio, num sistema de livre mercado como o que temos atualmente,
depende das forças acima, ligadas à demanda e à oferta de dólares. É possível afirmar
que, quanto maior a taxa de câmbio:
Uma pressão de demanda por dólares (produzida pelo aumento de importação, por
exemplo) pode resultar na elevação da taxa de câmbio. Nesse caso, a curva de demanda
por dólar desloca-se para a direita. Do mesmo modo, um aumento nas exportações
brasileiras pode pressionar a cotação do dólar para baixo, uma vez que a oferta de
divisas é maior. Nesse caso, a curva de oferta de dólar desloca-se para a direita.
Balanço de Pagamentos
O Balanço de Pagamentos de um país é um resumo contábil das transações
econômicas que esse país faz com o resto do mundo, durante certo período de tempo.
A partir desse balanço, pode-se avaliar a situação econômica internacional do país. Os
três principais componentes do Balanço de Pagamentos são:
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de então, por conta da maior abertura da economia brasileira, a balança comercial do
país apresentou deficits no período 1995-2000, mas em 2001 voltou a ser positiva.
No tocante à balança de serviços, pode-se dizer que, historicamente, nosso país tem
deficit nessas transações com o exterior.
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exportações representa uma poderosa alavanca para a expansão do mercado, tendo
efeito positivo sobre o emprego, a produção e a renda porque: Da = Y (oferta global).
Por meio das exportações, é possível fazer um país crescer, gerar emprego e aumentar
a renda interna. Foi o que fez o Japão, um exemplo para o Brasil, que, infelizmente, ainda
exporta muito pouco, considerando-se o potencial que tem. É inaceitável que alguém
afirme que o Brasil não deve exportar enquanto houver brasileiros passando fome
aqui. Ora, se passam fome não é por falta de alimentos, mas porque não têm renda
suficiente para adquirir os alimentos. Uma das maneiras de aumentar a renda interna
dos brasileiros é via exportação. Afinal, para exportar, é preciso produzir internamente
e, ao produzir internamente, acaba-se gerando renda e emprego dentro do país.
Reflita
Câmbio: Câmbio valorizado prejudica as exportações e a
competitividade da indústria nacional, visto que os importados
ficam baratos.
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Conclusão
Caro(a) aluno(a), ao longo deste conteúdo, vimos os aspectos mais importantes
da política monetária e da economia internacional. Assim, estudamos como as
interferências do governo na quantidade de moeda e taxa de juros afetam a nossa
economia.
Além disso, vimos que a economia internacional tem se tornado cada vez mais
importante para a economia brasileira se desenvolver. Isto porque passamos por um
processo de reestruturação da economia que nos permitiu ingressar de vez no comércio
mundial, com uma participação crescente, apesar de ainda pequena em comparação
com outros países como EUA, China e Japão.
Espero que você tenha compreendido a importância do estudo dessas duas políticas
que interferem e estão muito presentes em nossa vida todos os dias.
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Referências
BLANCHARD, O. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: Pearson Education, 2011.