Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• Tema 1: Macroeconomia;
• Tema 2: Política Monetária;
• Tema 3: Política Fiscal;
• Tema 4: Política Cambial;
• Tema 5: Política Creditícia e de Rendas.
A Teoria Monetária tem na moeda o seu foco principal, já que é por meio
dela no seu ambiente natural que podemos desenvolver os estudos necessários
para entendermos seu comportamento no que tange a sua abundância ou
escassez, fatores esses que provocam redução ou aumento das taxas de juros.
Porém, para melhor entender esse processo, há necessidade de você conhecer
os aspectos macroeconômicos da economia e suas políticas, o que faremos em
seguida.
2
TEMA 1 – A MACROECONOMIA
Figura 1 – Macroeconomia
Crédito: B Positive/Shutterstock.
4
Quando dispomos de menos produto para comprar, com certeza o preço
praticado pelo vendedor é alto, dada a pouca oferta para a demanda existente.
Quando dispomos de muitos produtos na prateleira para vender, o preço
praticado pelo vendedor será baixo, já que a demanda não irá provocar
escassez. Assim é com o dinheiro em circulação. Muito dinheiro na economia,
juros baixos, pois o juro nada mais é do que o preço pago para se dispor de
dinheiro. Menos dinheiro na economia, juros mais altos, pois teremos uma oferta
menor que a demanda. O mercado age partindo do seguinte raciocínio: se tenho
R$ 100,00 reais para emprestar mas a procura é por R$ 200,00, emprestarei os
R$ 100,00 como se fosse R$ 200,00, e para que meu ganho seja dentro dessa
expectativa, aumento a taxa de juros. Pouco dinheiro em circulação também
inibe os investimentos, podendo acarretar uma estagnação econômica, portanto,
é fundamental que a dose aplicada pela autoridade monetária seja analisada
com bastante critério.
Saiba mais
Juro nada mais é do que o preço pago para se dispor do dinheiro.
Crédito: Nito/Shutterstock.
5
elevação dos investimentos. Quando se tem uma economia recessiva, ou seja,
com baixo consumo, o que termina por provocar uma estagnação do setor
produtivo, a autoridade econômica, valendo-se do sistema financeiro, injeta
dinheiro no mercado, utilizando para tanto as ferramentas de que dispõe, como
redução de compulsório e resgate de títulos públicos.
O Governo tem na taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação em
Custódia) a arma para regular a taxa de juros praticada pelo mercado e a
inflação. Vamos entender uma coisa: não é a taxa SELIC que vai estabelecer os
juros cobrados no seu crédito pessoal, até porque nunca vemos um banco
cobrar juros no crédito direto do consumidor, a taxa de 5,25% a.a., que é a taxa
SELIC praticada atualmente (reunião do COPOM de 10/08/2021). A finalidade
básica da SELIC é rentabilizar os títulos públicos e servir de referência para os
Bancos Privados, quando estes recorrem a outros Bancos e contraem
empréstimos visando zerar sua conta reserva no Banco Central. Por que então
se alardeia que é a Taxa Básica da economia? Acompanhe o raciocínio e irá
entender.
Todos os dias após o movimento de compensação de cheques e outros
papéis, os Bancos são obrigados a fechar no positivo a conta que mantêm junto
ao Banco Central do Brasil, evitando, assim, o chamado risco sistêmico, ou seja,
risco de um deles quebrar. Como essa conta pode ficar no vermelho? Se um
banco recebe mais cheques contra si, refletindo em pessoas sacando suas
economias daquele banco, em vez de enviar cheques contra os demais, terá
mais saques do que depósitos e, consequentemente, um resultado negativo.
Para modificar esse quadro de insolvência, terá duas maneiras: vender títulos
públicos ou tomar empréstimo de outro banco que tenha dinheiro sobrando na
sua reserva.
É aí que entra a taxa SELIC como referência de Taxa Básica. Ao contrair
o empréstimo, o banco emite um título chamado de CDI (Certificado de Depósito
Interbancário ou Interfinanceiro), sendo a SELIC o juro que irá rentabilizar o
credor, ou seja, quem concedeu o empréstimo. Ora, como o dinheiro do banco
tem sua origem em captação de recursos junto ao público, ou seja, exerce o
papel de intermediação financeira, ele precisa repassar o que capta para quem
precisa de capital. Se para tomar emprestado de outro banco está pagando taxa
alta, ele naturalmente repassa esse custo na taxa do empréstimo que concede
ao público em geral. Obviamente que outros fatores irão pesar nos juros
6
cobrados, ou no seu spread, já que o Banco irá levar em consideração o custo
de captação, inadimplência, custo operacional etc. Entendeu por que a
denominação da Taxa Básica?
Como o Brasil adotou em 1999 o sistema de metas de Inflação para fazer
cumprir a faixa preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), o
Banco Central procura encarecer ou baratear o dinheiro que circula na economia
conforme já detalhamos anteriormente.
O COPOM (Comitê de Política Monetária), órgão formado pelos membros
da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, reúne-se a cada 45 (quarenta
e cinco) dias para estabelecer a taxa básica SELIC, visando, assim, cumprir as
metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional. O
comportamento da economia fundamentada em diversos indicadores é que irá
dizer se a taxa para os próximos quarenta e cinco (45) dias permanecerá a
mesma, se será reduzida ou corrigida. Veremos este tema de forma mais
detalhada na sequência.
Saiba mais
Confira no link a seguir um vídeo que mostra as ações do Banco Central
por meio da Política Monetária para combater a inflação. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=LiUOk90e710>. Acesso em: 7 dez. 2021.
7
De acordo com o art. 164 da Constituição Federal, não pode o Banco
Central financiar o tesouro com recursos próprios, então, busca capitalizar o
governo negociando títulos públicos federais no mercado financeiro.
Assim, o governo consegue arrecadar recursos, bem como enxugar ou
irrigar o mercado de dinheiro. Ao vender títulos públicos, naturalmente, o Banco
Central retira dinheiro de circulação, pois dá o título ao investidor ficando com o
dinheiro, reduzindo, assim, o montante circulante. Ao comprar o título de volta,
coloca dinheiro em circulação no mercado financeiro, reduzindo a dívida pública.
O governo vive um eterno dilema de arrecadar mais do que gasta, porém, não
pode deixar de gastar, já que precisa estimular a economia. Quando a
arrecadação via impostos não é suficiente, o governo se endivida emitindo títulos
públicos e ofertando-os no mercado financeiro.
Dentro da política macroeconômica, se o foco for a redução da inflação,
as ações de política fiscal são a diminuição do gasto público ou o aumento da
carga tributária, inibindo o consumo e o investimento. Por outro lado, se o foco
for maior crescimento e geração de emprego, a política fiscal seria a de
estimular a demanda agregada, e, para tanto, as medidas seriam de redução da
carga tributária, da taxa de juros e maior volume de dinheiro circulando na
economia. O Brasil tem a segunda maior carga tributária da América Latina,
correspondendo a 32% do PIB.
Observamos o resultado das contas do Governo quando olhamos para
seu orçamento e deduzimos a receita primária das despesas primárias. Esta
conta demonstrará se temos um Orçamento Equilibrado, Superavitário ou
Deficitário. Esse caixa pode se apresentar com Superávit ou Déficit primário ou
fiscal, resultado alcançado quando a receita do governo é superior ou inferior
aos seus gastos, independentemente dos juros e da correção da dívida passada.
Déficit operacional é o resultado do cálculo primário acrescido do pagamento
dos juros da dívida passada. As ações no contexto da política fiscal estarão
voltadas para esse resultado, já que o orçamento é o raio x da situação do caixa
do governo.
Vamos entender melhor esse tal de Déficit Fiscal.
O cálculo é simples: o governo arrecada dinheiro por meio dos impostos.
Com o saldo em caixa resultante dessa arrecadação, ele deduz suas despesas
primárias, como as despesas com funcionários, água, energia, comunicação,
propaganda e demais infraestruturas necessárias para fazer a máquina
8
governamental andando. Após essas contabilizações, se faltar dinheiro, tem-se
um Déficit Fiscal, e para cobrir esse déficit, dispõe-se de algumas alternativas:
aumentar impostos, emitir moeda ou se endividar emitindo títulos públicos.
Já o Déficit Secundário, também conhecido como resultado fiscal nominal,
é quando após contabilizar receitas primárias e despesas primárias, apura-se o
resultado e se faz o acréscimo dos juros que o governo deve pagar, juros esses
relativos aos títulos públicos nas mãos de terceiros. Se faltar dinheiro, teremos
então um Déficit Secundário. Para o financiamento do Déficit Público, dispõe o
governo de duas ferramentas para se autofinanciar, que é: por meio da emissão
de moeda ou colocação de títulos públicos no mercado. Não podemos afirmar
que exista uma regra padrão que estabeleça qual é o remédio mais apropriado,
pois tudo irá depender de como se apresenta a economia, em que pese as duas
situações apresentarem vantagens e desvantagens.
O financiamento visa à gestão responsável da Política Fiscal e a redução
da nossa dívida pública em relação ao percentual do PIB (Produto Interno
Bruto,) que reflete toda a riqueza produzida dentro do território nacional em
determinado período de tempo. Ele tem por finalidade a Política Fiscal, a
geração de emprego, o aumento dos investimentos públicos e a ampliação da
seguridade social, visando à redução da pobreza e da desigualdade social.
Saiba mais
No vídeo a seguir você poderá extrair mais informações sobre o tema.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UV8BLoiZrHI>. Acesso em:
7 dez. 2021.
9
que tange às transações comerciais, tarifas de importação, exportação,
incentivos etc.
Em síntese, a Política Cambial trata do controle do Governo sobre a taxa
de câmbio. A Política Comercial se concentra nos instrumentos de incentivo às
exportações ou estímulo ou desestimulo às importações.
As transações de um País com os demais países do mundo refletem o
resultado da sua balança de pagamentos e a política cambial, trabalhando para
manter em equilíbrio os dois componentes básicos da balança, que são: a conta
corrente e a conta capital financeiro. Na conta corrente, são contabilizadas as
entradas e saídas relativas ao comércio de bens e serviços, além dos
pagamentos e transferências. Já na conta capital financeiro se contabiliza os
empréstimos do FMI e contas atrasadas de débitos vencidos no exterior. Temos,
ainda, dentro da balança de pagamentos a Balança Comercial, que reflete as
importações e exportações brasileiras. A taxa de câmbio de um País pode ser
fixa, flutuante ou híbrida. Nos regimes flutuantes, o preço é determinado pela
lei da oferta e da procura, não ocorrendo interferências dos Bancos Centrais. No
regime de câmbio fixo, muito comum nos países socialistas, o Banco Central
realiza a compra e a venda de toda oferta ou demanda, evitando, assim,
variações. No regime híbrido, temos uma mistura de câmbio fixo e flutuante e
observamos uma atuação do Banco Central, porém, não tão efetiva como ocorre
com a política de câmbio fixo.
No Brasil, adotou-se o modelo de câmbio flutuante, ou seja, o preço é
estabelecido pelo mercado. Por adotar este modelo, o governo não pode intervir
de forma direta na taxa de câmbio. Quando o volume de moeda estrangeira
estiver menor dentro do Brasil, o governo estimula as exportações e desestimula
as importações. Quando ocorre um aumento relativo de moeda estrangeira
gerando sua desvalorização, o governo procura estimular as importações,
estabelecendo, assim, um equilíbrio. Você poderia perguntar: qual o interesse
que tem o Brasil em valorizar uma moeda estrangeira dentro do país? A
resposta é simples: atrair investidores, tornar o ambiente mais propício para os
exportadores que são os geradores de empregos e riquezas dentro do Brasil,
aumentar suas reservas em moeda estrangeira para fazer frente aos
compromissos internacionais etc.
10
A balança de pagamentos de um país pode apresentar déficit ou
superávit. Um resultado deficitário reflete a entrada de divisas inferior à saída, e,
nesse caso, temos a exportação de bens e serviços menor que a importação.
Outra situação resulta do desequilíbrio financeiro, em que o país não
consegue atrair dólares na quantidade necessária para pagar suas contas em
moeda estrangeira.
11
Central) o sistema por meio do qual as Instituições Financeiras conversam com
o Banco Central e podem consultar o PTAX de todas as moedas. Por ser o dólar
a moeda mais negociada no país, quando falamos de PTAX, logo o
relacionamos à moeda americana. O PTAX é definido por meio da média
ponderada das negociações ocorridas com a moeda estrangeira no decorrer do
dia.
Exemplo: vamos supor que, no decorrer do dia, é fechada uma operação
de câmbio entre duas instituições no valor de US$ 12 milhões de dólares à
cotação de R$ 5,00 reais. No mesmo dia, é fechado outro negócio de US$ 18
milhões de dólares a R$ 5,20 reais. A taxa PTAX será a média ponderada das
duas transações, ou seja, R$ 5,120.
Acompanhe o cálculo.
Saiba mais
Veja o mercado do dólar e suas variáveis no link a seguir. Disponível em:
<https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/12/17/dolar-comercial-e-
turismo-onde-comprar-vender-precos-cotacao-dicas-iof.htm>. Acesso em: 7 dez.
2021.
13
e) Ampliação do sistema de saúde;
f) Ajuda a estados e municípios visando à melhor gestão etc.
Saiba mais
Veja no link a explicação do Presidente do Banco Central sobre ajuste
fiscal e reformas. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/noticias/557685-
investidor-privado-ainda-espera-ajuste-fiscal-e-reformas-avalia-presidente-do-
banco-central/>. Acesso em: 7 dez. 2021.
14
REFERÊNCIAS
15