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Resumo:
Neste presente artigo, é feita um breve resgate das definições de taxa básica de
juros e de inflação é relacionado de forma técnica afim de buscar compreender e lançar luz
sobre um problema antigo no Brasil que é a alaga taxa de juros. Desde o Plano Real que o
Brasil convive com altas taxas da Selic, mas que no passado, logo após o Plano Real, fazia
sentido, mas contemporaneamente já não se justifica mais. O Brasil prática taxas muito
superiores aos seus pares internacionais e sempre uma das justificativas apresentadas é a o
risco da inflação, o aumento da inflação. Neste artigo, buscou-se mostrar de forma sucinta é
clara porque não faz sentido se apoiar em tal narrativa de que a inflação clama por uma taxa
de juros maior.
Introdução:
Desde o início dos anos 2000 para os dias atuais o Brasil pratica altas taxas de
juros que possuem impacto direto na população, pois uma vez que a taxa selic (outro nome
para taxa básica de juros) aumenta as instituições financeiras aumentam, também, a taxa de
juros praticada com seus clientes. A taxa Selic é nesse sentido uma ferramenta usada pelo
Banco Central para controlar a inflação e além disso também é um mecanismo usado para
outros problemas brasileiros, tais como atrair capital estrangeiro, aumentar a poupança
pública, reduzir déficit em conta corrente. No entanto, as taxas que o Brasil pratica não são
reproduzidas em nenhum outro lugar do mundo, isso significa dizer que para além de
controlar a inflação existe um outro fator que influencia a Selic e este fator não é técnico, isto
é: o rentismo. Desde o começo da década de 1990, o Banco Central tem sido “capturado” por
aqueles que vivem de aplicação financeira, os rentistas, que são os únicos que de fato ganham
com juros tão altos, pois veem suas aplicações valerem mais. Nesse sentido, é fundamental
que a produção de conteúdo que trate de elucidar essas questões econômicas que são tão
caras ao país e que impactam diretamente na vida cotidiana da população.
Neste presente artigo, buscou-se fazer uma análise da principal justificativa usada
por alguns economistas e pelo próprio banco central para justificar a alta taxa de juros
praticada no Brasil que é a inflação, além de, elucidar qual o verdadeiro impacto das elevadas
taxas de juros no Brasil e o porquê de não surtirem o efeito esperado.
A alteração da taxa básica de juros dar-se-á sempre que o Copom julgar, por meio
de critérios técnicos, ser necessário, o grupo, que é composto pelos presidentes e diretores do
Banco Central, além de agentes ligados ao departamento de economia direta ou
indiretamente. O comitê reúne-se oito vezes ao ano, cada encontro dura dois dias e ocorre
com um intervalo de quarenta e cinco dias de um encontro para o outro. Nesses encontros a
equipe delibera sobre a alteração ou não da taxa de juros e emite sempre um ata das reuniões,
este é um dos momentos mais aguardados pelos investidores brasileiros, pois influencia
significativamente as perspectivas futuras.
O remédio mais usado para combater a inflação no Brasil é o aumento da taxa básica
de juros (Selic) pelo Banco Central. De acordo, com o economista Henrique Meirelles
o aumento da taxa de juros por parte do Banco Central é medida necessária para
combater a inflação, uma vez que ela continua acima da meta. A decisão de aumentar
a taxa básica de juros se dá pelo fato de que uma vez aumentando a Selic isso geraria
de imediato um aumento em todos os outros tipos de juros e desestimularia o
consumo, pois as pessoas passam a ser desestimuladas a comprar bens de consumo
duráveis, por exemplo, e isso faz com que não haja uma pressão para que os preços
subam, mas mantenham-se os mesmos. Um outro argumento é de que o aumento da
Selic atrairia investimento financeiro estrangeiro a fim de diminuir a cotação do dólar.
Embora esse seja o argumento mais usado pelos ditos “economistas do mercado", que
seriam aqueles economistas que atuam em grandes bancos e financeiras e que,
portanto, estariam sendo porta-vozes do mercado financeiro, não é válido na medida
em que não se aplica ao atual cenário brasileiro. Pois taxas de juros nominais mais
altas, no longo prazo, resultam em inflação mais alta (Cochrane, 2016, p. 117). Ou
seja, inverte-se a relação clássica entre juros e inflação, pois se o Banco Central
aumenta a taxa de juros a inflação aumenta e, de forma contrária, se o Banco Central
diminui a taxa de juros a inflação também diminui.
Nessa ótica, fica evidente que o Brasil não precisa de taxa de juros altas, pois seus
efeitos são deletérios à economia e só beneficia aqueles que vivem de renda, os
rentistas; não os investidores, mas os rentistas, pois eles não aplicam seu dinheiro na
indústria ou em negócios para o desenvolvimento do país, mas são homens e mulheres
muito ricos que vivem da renda de suas aplicações.
Considerações finais
Ao longo de todo trabalho ficou claro e simples de perceber por qual razão o aumento
da taxa de juros no Brasil não é uma decisão acertada, isso tudo com base em estudos
recentes e em resultados práticos que destoam daquilo que foi durante décadas
ensinado nas escolas de economia como verdade absoluta, mas não verdade só se
sustentam no plano teórico das ideias.
Dessa maneira, vê-se que o Brasil não precisa ter sua economia desaquecida com
juros tão altos enquanto seus pares ao redor do mundo não praticam tais taxas, além
de um dos pés de seu tripé ter perdido sustentação teórica e não encontrar respaldo na
prática o brasileiro vê seu poder de compra cair, percebe-se confuso com o
emaranhado de informações infundadas de “especialistas” e grande parte da mídia
camuflar a realidade dos fatos.
REFERÊNCIAS