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A Selic nos últimos 10 anos: o que fez ela subir, cair

e qual a expectativa para os próximos meses.

Taxa Selic e sua importância na economia brasileira


A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de
Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil. Ela desempenha um papel
crucial na economia, sendo uma das principais ferramentas utilizadas para controle da
inflação e estímulo ao crescimento econômico.

A Selic é utilizada como referência para a remuneração dos investimentos em títulos


públicos federais, além de influenciar as taxas de juros de outras modalidades de
crédito, como empréstimos e financiamentos. Quando a taxa Selic é reduzida, isso
tende a estimular o consumo e os investimentos, uma vez que os juros ficam mais
baixos, tornando o crédito mais acessível e barato.

Por outro lado, quando há necessidade de conter a inflação, o Banco Central pode
optar por elevar a taxa Selic. Isso ocorre porque juros mais altos tendem a
desestimular o consumo e os investimentos, uma vez que o crédito se torna mais caro.
Com isso, a demanda é reduzida, o que ajuda a controlar a inflação.

Variações da Selic nos últimos 10 anos


Análise das principais tendências e movimentos
observados nesse período
Ao analisar as principais tendências e movimentos observados na taxa Selic nos
últimos 10 anos, é possível identificar uma série de padrões e eventos que
influenciaram suas variações. Durante esse período, a Selic apresentou momentos de
subida e queda, refletindo a conjuntura econômica e as políticas monetárias adotadas
pelo Banco Central do Brasil.

Uma das principais tendências observadas foi a queda gradual da taxa Selic ao longo
dos últimos anos. Isso ocorreu como resposta à redução da inflação e à necessidade de
impulsionar a atividade econômica. Com a melhora da estabilidade econômica e a
adoção de políticas monetárias mais expansionistas, o Banco Central optou por reduzir
a Selic, buscando estimular o consumo, o investimento e o crescimento do país.

No entanto, é importante ressaltar que essa trajetória de queda não foi linear. Ao
longo do período analisado, houve momentos de reversão e aumento da Selic, muitas
vezes em resposta a pressões inflacionárias ou a mudanças no cenário econômico.
Eventos como a crise financeira internacional de 2008, a crise da dívida soberana na
Europa e a desvalorização cambial foram alguns dos fatores que levaram a aumentos
pontuais na taxa Selic.

Outra tendência relevante foi a manutenção da Selic em patamares historicamente


baixos nos últimos anos. Essa política expansionista visou estimular a atividade
econômica e combater os efeitos negativos da recessão. No entanto, essa postura
expansionista precisou ser equilibrada com a preocupação em controlar a inflação,
garantindo a estabilidade de preços.

Um fator determinante para as tendências observadas na Selic foi o comportamento


da inflação. A inflação é um indicador-chave que influencia as decisões do Banco
Central em relação à taxa de juros. Quando a inflação se encontra acima da meta
estabelecida, o Banco Central tende a elevar a Selic para conter o avanço dos preços.
Por outro lado, quando a inflação está sob controle ou abaixo da meta, há espaço para
reduzir a Selic, estimulando a atividade econômica.

Além disso, as políticas fiscais adotadas pelo governo também tiveram impacto nas
tendências da Selic. Políticas fiscais expansionistas, caracterizadas por maior gasto
público e aumento do déficit fiscal, podem gerar pressões inflacionárias e levar a um
aumento da taxa de juros. Por outro lado, políticas fiscais mais restritivas podem
contribuir para uma redução da Selic, desde que não comprometam a estabilidade
econômica.

Futuro da Taxa Selic


Com o objetivo de alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de
juros, conhecida como Selic, como seu principal instrumento. Atualmente, essa taxa
está definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Esse
patamar vem sendo mantido desde agosto do ano passado e representa o nível mais
alto desde janeiro de 2017, quando também estava no mesmo valor.

De acordo com as expectativas do mercado financeiro, espera-se que a Selic encerre o


ano de 2023 em 12,5% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica
seja reduzida para 10% ao ano. Já para o final de 2025 e 2026, prevê-se que a Selic
fique em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

O patamar da Selic tem sido motivo de divergência entre o governo federal e o Banco
Central. Quando o Copom opta por aumentar a taxa básica de juros, o objetivo é
conter a demanda aquecida, o que tem reflexos nos preços, uma vez que os juros mais
altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Dessa forma, taxas elevadas
também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom decide reduzir a Selic, espera-se que o crédito fique mais acessível,
estimulando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e
impulsiona a atividade econômica.

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