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Entreposto Aduaneiro: como

funciona
Imagina que por algum motivo você não possa recolher os impostos para
desembaraçar a carga que você comprou ou não possa embarcar uma
mercadoria já vendida. Uma pandemia mundial ou uma desvalorização
cambial, por exemplo. O que fazer para minimizar o prejuízo com uma carga
que está na zona primária ‘correndo’ armazenagem e outros custos? Para
essa situação e muitas outras é que existe o Regime Aduaneiro Especial de
Entreposto Aduaneiro. Vamos ver o que é e como funciona?

O que é Entreposto Aduaneiro?


O Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Aduaneiro, na importação ou na
exportação, é o que permite o armazenamento de mercadorias em recintos
alfandegados, de uso público ou privado, com utilização de determinados
benefícios tributários (suspensão dos tributos federais incidentes sobre o
comércio exterior ou benefícios inerentes à exportação, conforme o caso).

Além do Regulamento Aduaneiro, a legislação base da Admissão Temporária


é a Instrução Normativa SRF nº 241/02. 
Entreposto Aduaneiro na Importação
O Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Aduaneiro na Importação é o que
permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado
de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos e contribuições
federais incidentes na importação.

O regime permite também a permanência de mercadoria estrangeira em:

 feira, congresso, mostra ou evento semelhante, realizado em recinto de


uso privativo, previamente alfandegado para esse fim;
 instalações portuárias de uso privativo misto;
 plataformas destinadas à pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e gás
natural em construção ou conversão no país, contratadas por empresas
sediadas no exterior; e
 estaleiros navais ou em outras instalações industriais localizadas à beira-
mar, destinadas à construção de estruturas marítimas, plataformas de
petróleo e módulos para plataformas.

Como já vimos anteriormente no post “Importação no Brasil: Principais


produtos importados”, os derivados e as plataformas de exploração de
petróleo estão nessa lista.

Ademais, o regime permite a admissão de mercadoria importada com ou sem


cobertura cambial. O objetivo do Entreposto Aduaneiro na Importação é
permitir o armazenamento sob controle aduaneiro de mercadorias
importadas sem o imediato recolhimento dos tributos incidentes sobre o
comércio exterior, os quais permanecem com a exigibilidade suspensa na
vigência do regime.

Outra grande vantagem do Entreposto Aduaneiro na Importação é permitir a


retirada parcial da mercadoria com o pagamento dos tributos somente da
parte a ser desembaraçada.

A concessão do regime pela Receita Federal


O regime de Entreposto Aduaneiro na Importação será requerido com base
em Declaração de Importação (DI) registrada no Sistema Integrado de
Comércio Exterior (Siscomex Web) ou Declaração Única de Importação
(Duimp) registrada no Portal Único de Comércio Exterior.

O despacho aduaneiro para admissão no regime de Entreposto Aduaneiro na


Importação é o despacho para admissão. DI de “Admissão em Regime”,
conforme figura abaixo.

O regime será concedido mediante o desembaraço aduaneiro das


mercadorias constantes da respectiva declaração de admissão.

E por quanto tempo os bens podem ficar em Entreposto


Aduaneiro?
A mercadoria poderá permanecer no Entreposto Aduaneiro na Importação
por até um ano, prorrogável por período não superior, no total, a dois anos,
contados da data do desembaraço da declaração de admissão.

O prazo de permanência no regime de mercadoria armazenada em recinto


alfandegado de uso público poderá ser sucessivamente prorrogado em
situações especiais, mediante solicitação justificada do beneficiário dirigida
ao titular da unidade da RFB jurisdicionante, respeitado o limite máximo de
três anos.

Vantagens do Entreposto Aduaneiro na Importação


 Rapidez no desembaraço aduaneiro, já que não é necessário esperar a
chegada da mercadoria;
 Disponibilidade de um valor competitivo de armazenagem em zona
secundária (Portos Secos);
 Possibilidade de desdobramento dos produtos em lote para desembaraço
com a correspondente nacionalização das mercadorias de forma
fracionada.

Despacho para consumo de mercadoria em Entreposto


Aduaneiro
O despacho para consumo é uma das formas de extinção do Regime
Aduaneiro Especial de Entreposto Aduaneiro na Importação. E esse despacho
não precisa acontecer todo de uma só vez. Lembra do exemplo lá da
introdução? Então, após a admissão da mercadoria no Regime Aduaneiro
Especial de Entreposto Aduaneiro na Importação, podem ser feitas
Declarações de Importação (ou DUIMP) fracionadas de despacho para
consumo somente da parte constante na fatura comercial (também parcial,
obviamente). Nesse caso, serão recolhidos somente os tributos proporcionais
da parte que está sendo liberada da mercadoria. Obviamente que alguns os
dados da DI de Consumo, tais como o Incoterms e a NCM, por exemplo,
deverão ser os mesmos da DI de Admissão.

Dessa forma, o Entreposto Aduaneiro funciona como uma ferramenta


logística a qual oportuniza um melhor controle do fluxo de caixa, escoamento
de estoque e alternativas de estratégias de mercado, possibilitando que o
pagamento dos impostos seja efetuado num momento mais favorável.

Algumas outras situações nas quais o Entreposto Aduaneiro pode ser uma
solução:
 O importador precisa de apenas pequena quantidade de carga, mas o
exportador só vende em grandes quantidades. Nesse caso, a admissão da
carga em Entreposto Aduaneiro deve ser feita e a carga pode ser
nacionalizada fracionadamente;
 O exportador embarcou a carga, mas o pedido do cliente do importador
brasileiro foi cancelado.O Entreposto Aduaneiro servirá para que o
importador busque no mercado por novos compradores.
 O importador comprou um contêiner, mas está sem recursos para
recolher os tributos de toda a carga. Nesse caso, a admissão da carga em
Entreposto Aduaneiro deve ser feita e a carga pode ser nacionalizada
fracionadamente;

No caso da importação marítima, ainda estaríamos lidando com altos custos


de armazenagem em zona primária e demurrage. Assim sendo, o melhor a ser
feito é registrar uma Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA) a fim de
remover o contêiner para um recinto aduaneiro de zona secundária, onde a
armazenagem geralmente é menor, desovar a carga e devolver o contêiner.
Livrados os maiores custos, deve-se fazer a admissão da carga no Regime
Aduaneiro Especial de Entreposto Aduaneiro.

E como extinguir o Entreposto Aduaneiro na Importação?


Para extinção do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Aduaneiro na
Importação, deverá ser adotada uma das providências abaixo em relação aos
bens, ainda no decorrer do prazo estabelecido para a permanência da
mercadoria importada no regime:

1. consumo, conforme vimos no tópico anterior;


2. reexportação;
3. exportação; ou
4. transferência para outro Regime Aduaneiro Especial ou aplicado em áreas
especiais

_____________________________________________________________fim

DTA – DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO (REGIME


SUSPENSIVO DE IMPOSTOS – ENQUANTO AS MERCADORIAS
ESTÃO EM TRANSITO ADUANEIRO O DESPACHO FICA
SUSPENSO)

Conceitos e Definições
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Publicado em 01/10/2019 15h28
I - Conceitos e Definições Trazidos pelo Regulamento Aduaneiro
O regime especial de trânsito aduaneiro é o que permite o transporte de mercadoria,
sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do
pagamento de tributos. (art. 315 do Regulamento Aduaneiro)
O regime subsiste do local de origem ao local de destino e desde o momento do
desembaraço para trânsito aduaneiro pela unidade de origem até o momento em que a
unidade de destino conclui o trânsito aduaneiro. (art. 316 do Regulamento Aduaneiro)
Neste contexto, o art. 317 do Regulamento Aduaneiro considera:
- local de origem, aquele que, sob controle aduaneiro, constitua o ponto inicial do
itinerário de trânsito;

- local de destino, aquele que, sob controle aduaneiro, constitua o ponto final do
itinerário de trânsito;

- unidade de origem, aquela que tenha jurisdição sobre o local de origem e na qual se
processe o despacho para trânsito aduaneiro; e

- unidade de destino, aquela que tenha jurisdição sobre o local de destino e na qual se
processe a conclusão do trânsito aduaneiro

Quanto às modalidades de trânsito, elas são classificadas segundo a origem, destino e


submissão ou não a despacho de exportação/reexportação da seguinte forma: (arts.
318 e 319 do Regulamento Aduaneiro)
1. Trânsito de importação (mercadorias procedentes do exterior e destinadas ao País):

- o transporte de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga no território


aduaneiro até o ponto onde deva ocorrer outro despacho; ou

- o transporte de mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado situado na zona


secundária a outro; ou

- o transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior,


conduzida em veículo em viagem internacional até o ponto em que se verificar a
descarga.

2. Trânsito de passagem (mercadorias procedentes do exterior e a ele destinadas):

Inclui-se na modalidade de trânsito de passagem, devendo ser objeto de procedimento


simplificado:
- o transporte de materiais de uso, reposição, conserto, manutenção e reparo
destinados a embarcações, aeronaves e outros veículos, estrangeiros, estacionados ou
de passagem pelo território aduaneiro;

- o transporte de bagagem acompanhada de viajante em trânsito ; e

- o transporte de partes, peças e componentes necessários aos serviços de


manutenção e reparo de embarcações em viagem internacional.

3. Trânsito de exportação (mercadorias submetidas previamente a despacho de


exportação ou de reexportação):
- o transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para
exportação, do local de origem ao local de destino, para embarque ou para
armazenamento em área alfandegada para posterior embarque; ou

- o transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportação, do local de


origem ao local de destino, para embarque ou armazenamento em área alfandegada
para posterior embarque; ou

- o transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria estrangeira, nacional ou


nacionalizada, verificada ou despachada para reexportação ou para exportação e
conduzida em veículo com destino ao exterior.

Além das modalidades mencionadas no Regulamento Aduaneiro, o transporte da


mercadoria admitida no regime de Depósito Alfandegado Certificado (DAC) com destino
ao local de embarque para o exterior ou de transposição de fronteira é efetuado por
meio da Declaração de Trânsito de Transferência (DTT). (art. 5º, inciso IV, da IN SRF nº
248, de 2002).
Sem prejuízo de controles especiais determinados pela Secretaria da Receita Federal
do Brasil, independe de despacho para trânsito a remoção de mercadorias de uma área
ou recinto para outro, situado na mesma zona primária. (art. 325, § 2º, do Regulamento
Aduaneiro)
Poderá ter procedimento simplificado, a ser estabelecido pela autoridade aduaneira
local, o trânsito aduaneiro que tiver os locais de origem e de destino jurisdicionados à
mesma unidade. (art. 336, parágrafo único, do Regulamento Aduaneiro)
 

II- Conceitos e Definições Trazidos pela Instrução Normativa SRF nº 248, de 2002
O art. 4º da IN SRF nº 248, de 2002, define como:
- área pátio, a área de zona primária demarcada pelo titular da URF de jurisdição, para
permanência de cargas destinadas a movimentação imediata;

- carga armazenada, a carga recebida pelo depositário;

- carga parcial, a carga procedente diretamente do exterior e que, embora amparada


por um único conhecimento de transporte internacional, tenha sido embarcada no
exterior em mais de um veículo;

- carga pátio, aquela mantida em área pátio;


- conhecimento genérico, ou master, o conhecimento de transporte internacional emitido
pelo transportador do percurso internacional quando consignado a agente
desconsolidador;

- conhecimentos agregados, ou houses ou filhotes, os conhecimentos de carga emitidos


por agente consolidador no exterior, relativos a um conhecimento genérico;

- depositário, o administrador do recinto ou local alfandegado;

- local de origem, aquele que, sob controle aduaneiro, constitui o ponto inicial do
itinerário de trânsito;

- local de destino, aquele que, sob controle aduaneiro, constitui o ponto final do
itinerário de trânsito;

- operação fracionada ou comboio, a operação em que a mercadoria em trânsito


aduaneiro, correspondente a um único despacho, seja transportada por dois ou mais
veículos rodoviários;

- operador de transporte multimodal (OTM), a pessoa jurídica habilitada pelo Ministério


dos Transportes a operar essa forma de transporte;

- trânsito aduaneiro de entrada, aquele referente às seguintes modalidades de


transporte sob controle aduaneiro:

a) de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga no território aduaneiro


até o local onde deva ocorrer o próximo despacho; e

b) de mercadoria procedente do exterior e destinada ao País, quando conduzida em


veículo terrestre, em viagem internacional, até o local, no território aduaneiro, onde
deva ocorrer o próximo despacho;

- trânsito aduaneiro de passagem, o transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria


procedente do exterior e ao exterior destinada;

- trânsito aduaneiro nacional, aquele sob o qual as mercadorias sujeitas a controle


aduaneiro são transportadas de um recinto aduaneiro a outro no território nacional,
numa mesma operação;

- trânsito aduaneiro internacional, aquele sob o qual as mercadorias sujeitas a controle


aduaneiro são transportadas de um recinto aduaneiro a outro, numa mesma operação,
no curso da qual se cruzam uma ou várias fronteiras internacionais, segundo acordos
bilaterais ou multilaterais;

- trânsito escalonado, o transporte, em um mesmo veículo, de cargas acobertadas por


declarações de trânsito aduaneiro com destinos ou origens diferentes;

- transportador nacional de trânsito internacional (TNTI), o transportador nacional


habilitado pelo órgão competente a operar transporte internacional rodoviário;
- transportador estrangeiro de trânsito internacional (TETI), o transportador estrangeiro
com permissão do órgão competente para operar transporte internacional pela via
rodoviária;
- transportador nacional de trânsito nacional (TNTN), o transportador nacional habilitado
pela RFB a operar trânsito aduaneiro nacional;

- unidade de origem, a URF que tem jurisdição sobre o local de origem e na qual se
processa o despacho para trânsito aduaneiro;

- unidade de destino, a URF que tem jurisdição sobre o local de destino e na qual se
processa a conclusão da operação de trânsito aduaneiro;

- unidade de fiscalização aduaneira, a URF que jurisdicione, para fins de fiscalização


dos tributos incidentes sobre o comércio exterior, o domicílio da matriz da empresa;

- habilitação do responsável legal, procedimento pelo qual a unidade de fiscalização


aduaneira autoriza o responsável legal a atuar no Siscomex Trânsito, em nome do
interessado, e a credenciar os seus prepostos e representantes;

- credenciamento no Siscomex Trânsito, procedimento pelo qual o responsável legal


autoriza, no sistema, os demais representantes a atuar em nome do interessado.

- trânsito aduaneiro de saída, amparado por MIC-DTA, o transporte sob controle


aduaneiro de mercadoria despachada para exportação ou reexportação, pelo território
aduaneiro, conduzida em veículo com destino ao exterior.
 

III- Conceitos e Definições Trazidos pela Instrução Normativa RFB nº 1.702, de


2017
O parágrafo único da art. 2º da IN SRF nº 248, de 2002 normatiza que os casos de
trânsito aduaneiro de remessas postais internacionais e os de mercadorias destinadas à
exportação ou reexportação, não amparados por MIC-DTA de saída, TIF-DTA de saída
e DTAI (Declaração de Trânsito Aduaneiro Internacional a ser utilizada nas operações
de trânsito aduaneiro internacional entre o Brasil e a Venezuela), regem-se por normas
próprias.
Dessarte, o que o referido dispositivo anuncia é que, com a entrada em vigor da IN RFB
nº 1.702, de 2017, as mercadorias cujo despacho de exportação for processado por
meio de Declaração Única de Exportação (DU-E) e que forem submetidas ao regime de
trânsito aduaneiro - com exceção daquelas amparadas por MIC-DTA de saída, TIF-DTA
de saída e DTAI, as quais permanecem sendo controladas pelo Siscomex Trânsito -
estarão sujeitas aos controles previstos pela referida Instrução Normativa.
Por conseguinte, é possível observar no artigo 49 da citada norma que a manifestação
de embarque para trânsito aduaneiro pelo território nacional dará origem
ao Documento de Acompanhamento de Trânsito (DAT), gerado pelo módulo CCT,
que é o documento de transporte que dará amparo ao trânsito e deverá acompanhar a
carga durante todo o percurso.
Para maiores informações sobre o processo de manifestação de Documento de
Acompanhamento de Trânsito (DAT), clique neste link: Manifestar DAT
 

IV- Conceitos e Definições Trazidos pela Instrução Normativa RFB nº 800, de 2007
- unitização de carga, o acondicionamento de diversos volumes em uma única unidade
de carga;
- consolidação de carga, o acobertamento de um ou mais conhecimentos de carga para
transporte sob um único conhecimento genérico, envolvendo ou não a unitização da
carga;

- transportador, a pessoa jurídica que presta serviços de transporte e emite


conhecimento de carga;

- transbordo, a transferência direta de mercadoria de um para outro veículo;

- baldeação, a transferência de mercadoria descarregada de um veículo e


posteriormente carregada em outro;

- complementação do transporte internacional, o transporte da carga procedente ou


destinada ao exterior e baldeada ou transbordada no País, com o objetivo de entregá-la
no destino final constante do respectivo conhecimento de carga.

V- Conceitos e Definições Trazidos pelo Decreto nº 99.704, de 1990 


Para efeito de cargas em trânsito amparadas por MIC-DTA ou TIF-DTA, no âmbito de
países signatários do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre (ATIT), temos as
seguintes definições no Anexo I (Assuntos Aduaneiros) do Acordo de Transporte
Internacional Terrestre, aprovado pelo Decreto nº 99.704, de 1990:
- Admissão temporária: Regime aduaneiro especial que permite receber em um
território aduaneiro, com suspensão do pagamento dos gravames de importação, certas
mercadorias ingressadas com um fim determinado e destinadas a serem reexportadas,
dentro de um prazo estabelecido, sem haver sofrido modificações, salvo a depreciação
normal como conseqüência do uso que se faça delas.

- Aduana de carga: a aduana, sob cujo controle são carregadas as mercadorias nas
unidades de transporte e onde se colocam os lacres aduaneiros, a fim de facilitar o
começo de uma operação de Trânsito Aduaneiro Internacional (TAI) na aduana de
partida.

- Aduana de destino: a aduana de um país signatário sob cuja jurisdição conclui uma
operação TAI.

- Aduana de partida: a aduana de um país signatário sob cuja jurisdição começa uma
operação TAI.

- Aduana de passagem de fronteira: a aduana de um país signatário pela qual ingressa


ou sai do país uma unidade de transporte no curso de uma operação TAI.

- Carregamento excepcional: um ou vários objetos pesados ou volumosos que, por


razão de seu peso, suas dimensões ou sua natureza, não possam ser transportados em
unidades de transporte fechadas, sob reserva de que possam ser facilmente
identificados. Neste conceito, também se compreendem os veículos novos que se
transportam por seus próprios meios.

- "Container": Elemento do equipamento de transporte (baú portátil, tanque móvel ou


análogo com seus acessórios, incluídos os equipamentos de refrigeração, lonas, etc.)
que corresponda às seguintes condições:
a) constitua um compartimento fechado, total ou parcialmente destinado a conter
mercadorias;

b) tenha caráter permanente portanto seja suficientemente resistente para suportar seu
uso repetido;

c) haja sido especialmente idealizado para facilitar o transporte de mercadorias, por um


ou mais meios de transporte, sem manipulação intermediária de carga;

d) esteja construído de maneira tal que permita sua movimentação fácil e segura, em
particular no momento de ser transladado de um meio de transporte a outro;

e) haja sido desenhado de tal maneira que resulte fácil enchê-lo e esvaziá-lo;

f) seu interior seja facilmente acessível à inspeção aduaneira sem a existência de


lugares onde possam ocultar-se mercadorias;

g) esteja dotado de partes e outras aberturas providas de dispositivos de segurança que


garantam sua inviolabilidade durante seu transporte ou armazenamento e que permitam
receber lucros, cintas ou outros elementos de segurança aduaneiros;

h) seja identificável mediante marcas e números gravados de forma que não possam
modificar-se ou alterar-se e pintados de maneira que sejam facilmente visíveis; e

i) tenham um volume interior de um metro cúbico pelo menos.

- Controle aduaneiro: Conjunto de medidas tomadas com vistas a assegurar o


cumprimento das leis e regulamentos que a aduana esteja encarregada de aplicar.

- Declaração de Trânsito Aduaneiro Internacional (DTA): a manifestação de mercadoria


perante a aduana pelo declarante.

- Declarante: A pessoa que, de acordo com a legislação vigente de cada país


signatário, solicite o início de uma operação aduaneira internacional, nos termos do
presente Anexo, apresentado uma declaração DTA perante a aduana de partida e
responda frente às autoridades competentes pela exatidão de sua declaração.

- Depósito aduaneiro: Regime aduaneiro especial em virtude do qual as mercadorias


são armazenadas sob o controle de aduana no recinto aduaneiro com suspensão do
pagamento dos gravames que incidem sobre a importação ou exportação.

- Garantia: Obrigação que contrai, a favor da aduana, com objetivo de assegurar o


pagamento dos gravames ou cumprimento de outras obrigações contraídas frente a ela.

- Gravames de importação ou exportação: Direitos aduaneiros e qualquer outro encargo


de efeito equivalente, seja de caráter fiscal, monetário, cambiário ou de outra natureza
que incidam sobre as importações e exportações. Não se incluem neste conceito as
taxas e encargos análogos quando corresponda ao custo dos serviços prestados.

- Operação de Trânsito Aduaneiro Internacional (TAI): O transporte de mercadorias


desde a jurisdição de uma aduana de partida até a jurisdição de uma aduana de destino
localizada em outro país, sob o regime estabelecido no presente Anexo.
- Pessoa: indistintamente uma pessoa física ou natural ou uma pessoa jurídica, a
menos que o contexto disponha outra coisa.

- Recinto aduaneiro: Lugar habilitado pela aduana destinado à realização de operações


aduaneiras.

- Transbordo: Translado de mercadorias efetuado sob controle aduaneiro de uma


mesma aduana, de uma unidade de transporte a outra, ou para mesma em viagem
distinta, incluindo sua descarga em terra, com objetivo de continuar até seu lugar de
destino.

- Trânsito aduaneiro internacional: Regime aduaneiro especial sob o qual as


mercadorias sujeitas a controle aduaneiro são transportados de um recinto aduaneiro a
outro numa mesma operação, no curso da qual se cruzam uma ou várias fronteiras,
segundo acordos bilaterais ou multilaterais.

- Transportador: A pessoa autorizada para realizar o transporte internacional terrestre


nos termos do presente Acordo, e que assume a responsabilidade perante as
autoridades competentes pela correta execução da operação TAI, em tudo que for de
usa sua incumbência.

- Unidade de transporte:

a) Os containers;

b) veículos rodoviários, incluídos os reboques e semi-reboques; e

c) Os vagões ferroviários.

O que é DTA na importação?


A DTA é a Declaração de Trânsito Aduaneiro, e ela é elaborada no Siscomex
Trânsito, módulo do sistema responsável por esse tipo de operação. 

Modalidades de DTA
Relacionamos abaixo as modalidades de trânsito aduaneiro na importação
(mercadorias procedentes do exterior e destinadas ao País):

 o transporte de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga


no território aduaneiro até o ponto onde deva ocorrer outro despacho; ou
 o transporte de mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado situado
na zona secundária a outro; ou
 o transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente do
exterior, conduzida em veículo em viagem internacional até o ponto em
que se verificar a descarga.

Tipos de Declaração de Trânsito Aduaneiro

Conforme figura acima a DTA (Declaração de Trânsito Aduaneiro)  pode ser


de quatro tipos, a saber:

 de entrada ou de passagem, comum, cujas cargas sujeitam-se a emissão


de fatura comercial; ou
 de entrada ou de passagem, especial, cujas cargas não se sujeitam a
emissão de fatura comercial, tais como os bens mencionados no artigo 3º
da IN/SRF nº 248, de 2002 (partes, peças e componentes necessários à
manutenção de embarcações em viagem internacional,
independentemente de sua bandeira, quando adquiridos sem cobertura
cambial; e os materiais de uso, reposição ou conserto de embarcações,
aeronaves ou outros veículos estrangeiros, estacionados ou de passagem
pelo território aduaneiro), quando acobertados por conhecimento de
transporte internacional; urna funerária; mala diplomática; bagagem
desacompanhada e semelhantes.

Na DTA de entrada comum pode ser informada, ainda, uma fatura pro forma,
desde que a carga objeto do trânsito se destine ao regime de admissão
temporária.

A utilização de DTA somente é permitida para carga amparada por


conhecimento de transporte internacional.

Normalmente, na importação a DTA é efetuada pelo Transportador Nacional


de Trânsito Nacional (TNTN), que é o transportador nacional habilitado
pela Receita Federal a operar trânsito aduaneiro nacional.

Procedimentos da DTA na importação


Os procedimentos são separados em três grandes grupos, a saber:

I – Procedimentos na Unidade de Origem

Os procedimentos executados pelos intervenientes na Unidade de Origem


correspondem àquelas transações efetuadas no Siscomex Trânsito com
vistas à concessão do regime especial de trânsito aduaneiro e o desembaraço
da DTA.

II – Procedimentos durante o Trânsito Aduaneiro

Durante o percurso do trânsito, poderá haver necessidade de um ou mais dos


seguintes procedimentos: mudança de modal de transporte; manipulação de
carga e interrupção seguida ou não de redirecionamento.
III – Procedimentos na Unidade de Destino

 Chegada do veículo;
 Verificação da integridade do trânsito;
 Armazenamento;
 Conferência e;
 Conclusão do trânsito

DTA na importação – penalidades


Relacionamos abaixo as principais penalidades aplicadas no trânsito
aduaneiro.

LEGISLAÇÃO
INFRAÇÃO APLICÁVEL PENALIDADE

art. 688, VI, e  689,


Desvio de rota, sem XVII,
Perdimento do veículo e da mercado
motivo justificado do Regulamento
Aduaneiro

art. 702, III, c, do


Multa de 50% do Imposto de Imp
Extravio de mercadoria Regulamento
(com redução)
Aduaneiro

Comprovação, fora do
prazo, da chegada da art. 702, V, b, do
Multa de 10% do Impost
mercadoria ao local de Regulamento
Importação (com redução)
destino, no caso de Aduaneiro
trânsito aduaneiro

Não localização de
contêiner ou veículo
art. 728, II, do
contendo mercadoria,
Regulamento Multa de R$ 15.000,00
inclusive a granel, no
Aduaneiro
regime de trânsito
aduaneiro
Violação de dispositivo
art. 728, VI, do
de segurança, unidade de
Regulamento Multa de R$ 2.000,00
carga ou veículo sob
Aduaneiro
controle aduaneiro

Substituição de veículo art. 728, VII, b, do


transportador, sem Regulamento Multa de R$ 1.000,00
autorização prévia. Aduaneiro

Não localização de art. 728, IX, do


Multa de R$ 300,00 por volume (L
volume no veículo Regulamento
R$ 15.000,00)
transportador Aduaneiro

Não localização de carga art. 728, X, a, do


Multa de R$ 200,00 por tonelada de
a granel no veículo Regulamento
granel. (Limite de R$ 15.000,00)
transportador Aduaneiro

Veículo chegado ao
art. 728, VIII, c, do
destino fora do prazo Multa de R$ 500,00 por dia de at
Regulamento
estabelecido, sem fração
Aduaneiro
motivo justificado.

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Portaria que irá disciplinar a dispensa de etapas do trânsito aduaneiro. Faça
sua contribuição!

O futuro do DTA
Tendo em vista as normas propostas no Novo Processo de Importação, a
elaboração e o controle da DTA na importação, bem como as funções do
Siscomex Trânsito serão incorporadas pelo Módulo de Controle de Carga e
Trânsito (CCT) do Portal Siscomex já que a principal premissa do Portal é
agrupar em um só local todos os sistemas de controle de comércio exterior.

 
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