Base Tecnológica: Aspectos administrativos do comércio exterior:
importações e exportações definitivas e não definitivas; nacionalização; regimes aduaneiros. As importações, assim como as exportações, possuem diversas particularidades quanto às suas modalidades de despacho aduaneiro, aos processos administrativos, isenções de tributos e órgãos fiscalizadores. O tratamento aduaneiro a ser aplicado à mercadoria importada será determinante para a escolha do tipo de declaração a ser preenchida pelo importador. 1. Modalidades de despacho: Definitiva e não definitiva
Importações definitivas: A importação é denominada como
definitiva, ou também despacho para consumo, quando o produto importado é nacionalizado. Nessa condição, a importação necessita de autorização da SECEX salvo os casos de alguns produtos e operações que são dispensados da Licença de Importação. A nacionalização de uma mercadoria consiste na sua transferência do país de origem para o país de destino, documentada pela Declaração de Importação (DI), que é formalizada e solicitada pelo importador com o deferimento da Licença de Importação (LI) pelo órgão anuente responsável.
Deve-se considerar que, na ausência da LI, mesmo quando for
obrigatória, o importador poderá ter a nacionalização da mercadoria autorizada, mediante o pagamento de uma multa de 30% sobre o valor aduaneiro, acrescido do frete e do seguro internacional para a importação. Alguns produtos gozam da dispensa do regime de licença para importação. O despacho aduaneiro de importação para consumo compreende mercadoria:
1.ingressada no País com o benefício de drawback;
2.destinada à Zona Franca de Manaus, à Amazônia Ocidental ou a Acordo de Livre Comércio; 3.contida em remessa postal internacional ou expressa ou, ainda, conduzida por viajante, se aplicado o regime de importação comum; e 4.admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, na forma do disposto no inciso II, que venha a ser submetida ao regime comum de importação; Importações não-definitivas: As denominadas “não-definitivas” são as importações que não têm os produtos nacionalizados. É o caso de alguns produtos que são importados sob o regime aduaneiro especial de Admissão Temporária, que estabelece, previamente, um prazo de permanência para o produto no país e, em seguida, ocorre a re- exportação. O produto é despachado para consumo por um tempo prévio, e a mercadoria não é nacionalizada 2. Modalidades de despacho quanto a entrega: normal, antecipado e entrega fracionada
Após o desembaraço aduaneiro a mercadoria pode ser
entregue ao importador. Entretanto, em decorrência de mandado judicial ou de decisão administrativa, poderá ser autorizada a entrega da mercadoria antes do seu desembaraço (antecipada) e/ou de forma fracionada. 1.Despacho normal: o registro da DI é realizado após a chegada da mercadoria no recinto alfandegado de zona primária ou secundária, onde é processado o despacho de importação;
2.Despacho antecipado: permite o registro da DI antes da chegada da
mercadoria, com o objetivo de que a conferência documental seja feita antes da chegada para que esta, tão logo chegue, seja desembaraçada. Normalmente é concedido para o caso de perecíveis ou outros bens que necessitem desembaraço imediato. 1.Entrega fracionada: nas importações por via terrestre é permitida a entrega fracionada da mercadoria que, em razão do seu volume ou peso, não possa ser transportada em apenas um veículo ou partida e quando for efetuado o registro de uma única DI, correspondente a uma só importação e a um único conhecimento de carga. Cada veículo transportador deve apresentar seu próprio manifesto e cópia do conhecimento de carga do total da partida, com averbação da quantidade de volumes ou mercadorias de cada um dos lotes. O desembaraço é registrado no Siscomex por ocasião do despacho do último lote relativo à DI. 3. Tipos de Importação
As importações podem ser realizadas diretamente pelo
importador/adquirente ou por intermédio de uma outra empresa, é o caso de importação por encomenda e por conta e ordem de terceiros. Tanto para importação direta ou por intermédio de terceiros, ambas as empresas envolvidas precisam estar habilitadas no Radar. 1.Importação direta: não há intermediários, ou seja, o importador é o adquirente da mercadoria no exterior, e promove, em seu nome, a importação;
2.Importação por intermédio de terceiros: há um importador
que promove a importação por encomenda ou por conta e ordem de terceiros. Importação por encomenda, o importador, que geralmente é uma empresa tipo “trading” realiza a importação com recursos próprios sob encomenda de uma outra empresa que se compromete, através de contrato, a comprar as mercadorias importadas do importador, após o desembaraço de importação das mesmas Nacionalização de produtos
Consiste na transformação do produto internacional em
nacional, ou seja, o importador adquire mercadoria estrangeira para consumo, revenda ou industrialização. Primeiros passos para a nacionalização de produtos
“Assim que a mercadoria chega em território brasileiro, ela
fica armazenada no chamado Recinto Alfandegado para que seja fiscalizada. Somente após o pagamento dos impostos, a mercadoria pode ser entregue ao importador, proprietário do bem” Os documentos exigidos para nacionalizar mercadorias
•commercial invoice, ou a fatura comercial, de responsabilidade do
exportador e que equivale à nota fiscal de compra do produto;
•Bill of Lading, ou conhecimento de embarque, a cargo da companhia
transportadora e que possibilita a comprovação do embarque do produto;
•Packing List – lista de embalagem, informando pesos bruto e líquido,
quantidade de volumes e descrição das mercadorias que constam em cada volume; •comprovante de pagamento do produto a ser nacionalizado, somente para os casos de pagamento à vista; para as demais formas de pagamento, o comprovante deverá ficar em posse do importador pelo prazo de 5 (cinco) anos, conforme legislação vigente;
•outros documentos para comprovação de benefícios, tais
como, Certificado de Origem, para comprovação de benefício para mercadoria importadas nos países do Mercosul. Regime aduaneiro
O regime aduaneiro básico, é o que contempla toda
nacionalização de produtos oriundos da importação e desnacionalização no caso de exportação, e funciona como um entreposto logístico onde ocorre a fiscalização e autorização dos principais processos do comércio exterior.