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UNIDADE II

Comércio Exterior –
Exportação e Importação

Prof. Amauri Godoy


Comércio Exterior – Exportação e Importação

 POLÍTICA BRASILEIRA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR


I. Exportação – venda de produtos (insumos ou bens acabados) ou serviços para outros
países.
1. Exportação Direta – produto é faturado pelo produtor ao importador – exige o conhecimento
de todo o processo de exportação – o produto é isento do IPI, não ocorre a incidência do
ICMS e é beneficiado dos créditos fiscais incidentes sobre os insumos utilizados no
processo produtivo.
A empresa pode assumir a exportação direta de diversas maneiras: departamento de
exportação; filial ou subsidiária de vendas no exterior; vendedores viajantes de exportação;
nomear distribuidores ou agentes no exterior; licenciamento; joint ventures.
2. Exportação Indireta – intermediada por empresas
estabelecidas no Brasil – adquirem produtos do mercado
nacional para exportá-los; transação discriminada em nota
fiscal; impostos não incidirão sobre a efetiva venda.
Comércio Exterior – Exportação e Importação

 Intermediários: Trading Companies; Empresas Comerciais Exportadoras; Empresa comercial


que opera no mercado internacional e interno.
 Outro estabelecimento da empresa produtora no estrangeiro – Loja de Varejo – Revenda;
Cooperativa ou consórcios de produtores ou exportadores; Indústria que atua
comercialmente com produtos de terceiros.
3. Documentos exigidos para a exportação – pelos órgãos intervenientes no comércio exterior
brasileiro – dependem das negociações com o importador – exigências de tratados de
comércio, exigências de autoridades brasileiras.

 São eles...
 referentes ao exportador: inscrição no Registro de
Exportadores e Importadores – REI da Secex/Ministério da
Economia.
 Intermediários: Trading Companies; Empresas Comerciais
Exportadoras; Empresa comercial que opera no mercado
internacional e interno.
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 Referentes à mercadoria (processo de embarque): Registro de Exportação no Siscomex;


Registro de Operação de Crédito – RC; Registro de Venda – RV; Solicitação de Despacho –
SD; nota fiscal; conhecimento de embarque (bill of lading); fatura comercial (commercial
invoice); romaneio (packing list); certificado de origem;
 Outros documentos: legalização consular, certificado ou apólice de seguro, borderô ou carta
de entrega.
4. Modalidades de Exportação
a) Exportação definitiva – o produto exportado não regressa ao país de origem – consumo/uso
b) Exportações temporárias – envio de produtos ao exterior, com suspensão do pagamento do
imposto de exportação; destina-se a...
 assistência humanitária e salvamento;
 ensaios e testes ou utilização no exterior;
 participação em eventos de natureza cultural, artística,
científica, comercial e/ou esportiva;
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 Acondicionamento e transporte de bens (embalagem específica retornável e reutilizável);


 Execução de contrato de arrendamento operacional, aluguel, empréstimo ou prestação de
serviços, no exterior;
 Prestação de assistência técnica a produtos exportados, em virtude de termos de garantia;
 Prazo de retorno dos produtos – máximo de 180 dias, contados a partir da data de embarque.
5. Exportações em consignação – efetuada sem uma venda realizada; finalidade de promoção
comercial ou abertura de mercado
 Efetivando a venda, emite-se a fatura comercial e liquida-se o câmbio.
 Caso não ocorra a venda, em um prazo de 180 dias, a mercadoria deve retornar ao país.
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6. Fontes de financiamento à exportação – objetivam dar suporte financeiro aos exportadores


brasileiros para atender às diversas fases de produção e comercialização dos produtos
destinados à exportação; são garantidas por recursos provenientes do governo ou do setor
privado, que podem ser do BNDES, do Banco do Brasil ou das instituições privadas de
financiamento.
 BNDES Exim – linha de crédito com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES destinada ao financiamento da exportação de bens –
Modalidade pré e pós-embarque.
 Adiantamento sobre Cambiais de Exportação – ACE –
antecipação de recursos em moeda nacional (R$) ao
exportador – após embarque da mercadoria para o exterior,
mediante a transferência ao banco dos direitos sobre a venda
a prazo, após a entrega da documentação que comprove o
embarque da mercadoria.
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 Adiantamento sobre Contrato de Câmbio – ACC – antecipação financeira em moeda nacional


(R$) ao exportador, decorrente de uma exportação a ser, ainda, realizada.
 Programa de Financiamento às Exportações – Proex – criado pelo Governo Federal;
administrado pelo Banco do Brasil; objetiva proporcionar, aos exportadores brasileiros, linhas
de crédito que lhes deem condições para a competição internacional – modalidade –
Financiamento e Equalização.
 Letras de exportação (export notes) – emissão, por parte do exportador, de uma nota
promissória com valor indexado ao câmbio e vencimento para 30 a 720 dias.
 Pagamento antecipado (advanced payment) – importador
remete antecipadamente o valor da operação, após o
exportador providenciar a exportação da mercadoria e o envio
da respectiva documentação. Essa modalidade de pagamento
não é muito frequente, pois coloca o importador na
dependência do exportador.
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II. Importação – operação de compra de insumos/produtos no exterior; acompanhada de


documentos oficiais e amparada sob as normas cambiais, comerciais e fiscais em vigor
entre os países envolvidos – destinada a abastecer a indústria nacional de matérias-primas
e a população com produtos de consumo.
 Constituída por três etapas ou fases distintas, mas que se completam.
a. Administrativa: a autorização para importação, fornecida por órgãos públicos e anuentes
b. Cambial: pagamento ao exportador (fornecedor estrangeiro) em moeda estrangeira
c. Fiscal: retirada do produto da alfândega (desembaraço alfandegário)
1. Modalidades de Importação
 Importação Definitiva – o produto importado é nacionalizado,
independentemente de uma relação de compra e venda
(comércio).
 Importações não definitivas – os produtos não são
nacionalizados. Caso de alguns produtos que são importados
sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária.
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2. Nacionalização – transferência do país de origem para o país de destino, documentada pela


Declaração de Importação, que é formalizada pelo importador com o deferimento da Licença
de Importação pelo órgão anuente responsável. Alguns produtos gozam da dispensa do
regime de licença para importação.
3. Tributos incidentes na importação – incidem tributos como: Imposto de Importação –
calculado sobre o valor aduaneiro; Imposto sobre Produtos Industrializados – base de cálculo
do valor aduaneiro, acrescido dos impostos que incidem sobre o desembaraço, e encargos
cambiais pagos; ICMS valor da mercadoria, acrescido do II do IPI, dos impostos sobre
câmbio e demais despesas aduaneiras, para estado do estabelecimento importador; PIS –
importação e da Cofins-importação, base valor aduaneiro, acrescido do ICMS e dessas
contribuições, que acabam incidindo sobre elas mesmas.
4. Isenções – o reconhecimento da isenção ou a redução do
valor a ser recolhido será validado somente pela autoridade
aduaneira responsável, no qual sejam comprovados o
preenchimento das condições impostas e o cumprimento dos
requisitos legais ou contratuais.
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5. Valoração aduaneira – sistema de fiscalização de preços sobre documentos fiscais


fundamentado no Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio – serve de base para
o cálculo dos tributos aduaneiros e para a determinação do valor aduaneiro de um produto.
É calculado pela composição dos impostos, despesas e taxas que incidem sobre o preço
da mercadoria ao ser desembarcada no Brasil.
6. Redução de alíquota dos tributos na importação – os quatro Estados-partes do Mercosul
adotaram a Tarifa Externa Comum – baseada na Nomenclatura Comum do Mercosul, com
os direitos de importação incidentes sobre cada um desses itens.
 Formas de Redução: Pedidos de alteração definitiva da TEC e Pedidos de alteração
temporária da TEC no Brasil.
Interatividade

O Adiantamento sobre Contrato de Câmbio – ACC – é uma modalidade de pagamento para as


operações de exportação. O exportador opta por esta modalidade quando...

a) Necessita da antecipação de recursos em moeda nacional (R$), isso ocorre após o


embarque da mercadoria para o exterior.
b) O exportador não conhece o importador por ser a primeira relação comercial, ou para evitar
riscos de calote.
c) O produto é de alto custo e valor agregado e necessita recuperar o valor investido na
operação.
d) Necessita da antecipação financeira em moeda nacional
(R$), antes da exportação ser realizada, para financiar a
produção e operação.
e) A forma e condição de pagamento é acordada em várias
parcelas e este documento é um garantidor dos
recebimentos futuros.
Resposta

O Adiantamento sobre Contrato de Câmbio – ACC – é uma modalidade de pagamento para as


operações de exportação. O exportador opta por esta modalidade quando...

a) Necessita da antecipação de recursos em moeda nacional (R$), isso ocorre após o


embarque da mercadoria para o exterior.
b) O exportador não conhece o importador por ser a primeira relação comercial, ou para evitar
riscos de calote.
c) O produto é de alto custo e valor agregado e necessita recuperar o valor investido na
operação.
d) Necessita da antecipação financeira em moeda nacional
(R$), antes da exportação ser realizada, para financiar a
produção e operação.
e) A forma e condição de pagamento é acordada em várias
parcelas e este documento é um garantidor dos
recebimentos futuros.
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I. Regimes aduaneiros especiais


 Mecanismos que permitem a entrada e a saída de mercadorias com isenção ou suspensão
de tributos.
 Há uma série de procedimentos fiscais que os caracterizam de acordo com as suas
finalidades.

1. Trânsito aduaneiro
 Regime que permite o transporte de produtos, de origem nacional ou estrangeira, sob o
controle alfandegário de um local a outro dentro do território aduaneiro, sem a cobrança de
tributos.
 O recolhimento dos tributos incidentes na operação ocorrerá
no território aduaneiro final, quando da nacionalização do
produto (importação) ou do embarque (exportação).
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2. Admissão temporária
 Permite a importação de bens que permanecerão no país por um período predeterminado,
com suspensão de impostos e retornando ao exterior, sem sofrer qualquer modificação na
configuração original.
 Objetiva favorecer a importação de produtos para atender a interesses de ordem científica,
técnica, cultural, econômica, social etc.
 Produtos admitidos dentro desse regime devem ser destinados a exposições, feiras,
competições ou exibições esportivas, servir como modelo industrial, testes, reparos e
restaurações como equipamentos e instrumentos para fins de demonstração em
estabelecimentos de pesquisa, ensino e hospitalares.
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As condições para a aplicação do regime são:


 Fazer uso do produto dentro do prazo estipulado e para os fins previstos;
 Importar com caráter de temporalidade;
 Importar sem cobertura cambial.
 Extinção do regime – adoção de uma das ações, que deve ser solicitada pelo beneficiário
antes do final do prazo estipulado para a permanência do produto no país:
 Reexportação;
 Entrega à Fazenda Nacional, sem qualquer despesa;
 Destruição, à custa do interessado;
 Transferência para outro regime aduaneiro;
 Despacho para consumo.
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3. Regime de Drawbck
 Importação de insumos para industrialização e posterior exportação do produto pela própria
detentora do drawback – pode ser utilizado por empresas que atuam nos segmentos
agropecuário, industrial e manufatureiro.
 Isenção de II, IPI e ICMS por meio do regime drawback é o maior incentivo dado para a
produção nacional destinada às exportações.

Modalidade suspensão – aplicada às seguintes operações:


 Drawback genérico: caracterizado pela discriminação genérica
da mercadoria a importar e o seu respectivo valor.
 Drawback sem cobertura cambial: quando não há cobertura
cambial, parcial ou total, na importação.
 Drawback solidário: participação solidária de duas ou mais
empresas industriais na importação.
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 Drawback para fornecimento no mercado interno: importação de matéria-prima, produto


intermediário e componentes destinados à industrialização de máquinas e equipamentos
para serem fornecidos no mercado interno.

4. Entreposto aduaneiro
 Permite, na importação ou exportação, o depósito de mercadoria, em local apropriado e
sobre controle aduaneiro, com suspensão dos pagamentos de tributos, por tempo
determinado na legislação.
 Mercadorias admitidas no regime de entreposto aduaneiro
poderão ser submetidas às seguintes operações, nos termos e
condições: exposição, demonstração e teste de
funcionamento; industrialização; manutenção ou reparo.
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Recinto alfandegado credenciado para a realização de atividades de industrialização recebe as


seguintes denominações:
 Aeroporto industrial; Plataforma portuária industrial; Porto seco industrial, se localizado em
Estação Aduaneira de Interior – Eadi.

5. Entreposto industrial
 Permite a importação de produtos com a suspensão de recolhimento de tributos por uma
indústria, desde que, após serem submetidos à industrialização, sejam destinados ao
mercado externo.

Abrange as seguintes operações:


 Montagem de produtos.
 Transformação, beneficiamento e montagem de partes e
peças utilizadas na montagem dos produtos.
 Acondicionamento e reacondicionamento.
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 Reacondicionamento de produtos dos setores automobilístico, aeronáutico, de informática e


telecomunicações e de semicondutores e componentes de alta tecnologia.

6. Depósito Alfandegado Certificado – DAC


 Permite considerar exportado, para todos os efeitos fiscais, o produto nacional depositado
em recinto alfandegado que já foi comprovadamente vendido ao mercado exterior e
formalizado com contrato de entrega no território nacional à ordem do comprador.

A admissão no regime será autorizada para mercadoria:


 Vendida à pessoa sediada no exterior, que tenha constituído
mandatário credenciado junto à SRF, mediante contrato de
entrega no território brasileiro, à ordem do comprador;
 desembaraçada para exportação sob o regime DAC no recinto
autorizado, com base em DDE registrada no Siscomex;
 discriminada em conhecimento de depósito emitido pelo
permissionário ou concessionário do recinto autorizado a
operar o regime.
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Benefícios – para o exportador:


 Recebimento de receitas tributárias;
 Utilização de linhas de crédito e na contratação do câmbio;
 Cessação da responsabilidade do exportador, desde a admissão da mercadoria no regime;
 Baixa de compromisso de programas de exportação.

Benefícios – para o importador:


 As mercadorias estarão protegidas (maior segurança), bem como cobertas por seguro,
depositadas em local de sua confiança, por ele determinado;
 As mercadorias poderão ser renegociadas para terceiros não
domiciliados no Brasil, para qualquer destino;
 Redução do custo de frete com a formação de lotes
econômicos sem necessidade de embarque imediato.
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7. Operador Econômico Autorizado (OEA)


 Interveniente em operação de comércio exterior envolvido na movimentação internacional de
mercadorias a qualquer título que, mediante o cumprimento voluntário dos critérios de
segurança aplicados à cadeia logística ou das obrigações tributárias e aduaneiras, conforme
a modalidade de certificação, demonstre atendimento aos níveis de conformidade e
confiabilidade exigidos pelo Programa OEA (BRASIL, 2015).
 Parceiro estratégico da Receita Federal – após comprovado o cumprimento dos requisitos e
critérios do Programa OEA, será certificado como um operador de baixo risco, confiável e,
por conseguinte, gozará dos benefícios oferecidos pela Aduana, relacionados à maior
agilidade e previsibilidade nos fluxos do comércio internacional.
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São benefícios específicos para os importadores/exportadores certificados nas modalidades


OEA-C nos Níveis 1 e 2:
 Resposta à consulta de classificação fiscal em até 40 dias.
 Dispensa de garantia na Admissão Temporária para utilização econômica.
 Carga pátio por 24 horas de cargas aéreas procedentes diretamente do exterior: a
mercadoria.
Interatividade

O que caracteriza o processo de Drawback?

a) A permissibilidade de importar, temporariamente, determinadas mercadorias com


finalidades não comerciais que serão devolvidas ao exterior após seu uso.
b) A permissibilidade de exportar, temporariamente, determinadas mercadorias com
finalidades não comerciais que serão devolvidas ao exterior após seu uso.
c) Importação de insumos para industrialização e posterior exportação do produto.
d) O depósito de mercadoria, em local apropriado e sobre controle aduaneiro, com suspensão
dos pagamentos de tributos.
e) Permite considerar exportado, para todos os efeitos fiscais,
o produto nacional depositado em recinto alfandegado que
já foi comprovadamente vendido ao mercado exterior.
Resposta

O que caracteriza o processo de Drawback?

a) A permissibilidade de importar, temporariamente, determinadas mercadorias com


finalidades não comerciais que serão devolvidas ao exterior após seu uso.
b) A permissibilidade de exportar, temporariamente, determinadas mercadorias com
finalidades não comerciais que serão devolvidas ao exterior após seu uso.
c) Importação de insumos para industrialização e posterior exportação do produto.
d) O depósito de mercadoria, em local apropriado e sobre controle aduaneiro, com suspensão
dos pagamentos de tributos.
e) Permite considerar exportado, para todos os efeitos fiscais,
o produto nacional depositado em recinto alfandegado que
já foi comprovadamente vendido ao mercado exterior.
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 SISTEMA FISCAL
 Conjunto de tributos federais, estaduais e municipais regulado pelo Direito Tributário,
ramo do Direito Público que normatiza a atividade financeira do Estado.
 Aspectos tributários na exportação – Para manter a sua competitividade no mercado
internacional, evita-se tributar os produtos a serem exportados. Por isso, aplica-se a
isenção de impostos indiretos sobre os produtos exportados, inclusive aqueles que
incidem sobre os insumos na composição do produto principal como matéria-prima,
embalagem e peças.

1. O IPI e o ICMS nas exportações


 Isenção de IPI e ICMS – modalidade de exportação direta,
serão mantidos os créditos fiscais obtidos sobre a compra dos
insumos utilizados no processo produtivo; modalidade de
exportação indireta, a isenção pode ser obtida se a operação
for realizada por uma trading company, por uma empresa
comercial exportadora ou por um consórcio de exportação.
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2. Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – Cofins – isentas do pagamento


da Cofins as exportações de produtos (primários, semielaborados e manufaturados) e de
serviços. Alíquota é de 7,6% e incide “por dentro” sobre o faturamento das empresas.
Essa isenção aplica-se às exportações diretas e indiretas.
3. Programa de Integração Social – PIS – isenta de pagamento do PIS as exportações de
produtos primários, manufaturados e semielaborados, vendidos às trading companies. A
sua alíquota também é uniforme (1,65%) e incide sobre a receita operacional bruta da
empresa nas vendas ocorridas internamente no Brasil. Porém, a isenção não se aplica
sobre as vendas realizadas a cooperativas, empresas comerciais exportadoras, consórcios
ou entidades semelhantes.
 Aspectos tributários na importação
4. Imposto de importação – base de cálculo – quando a
alíquota for ad valorem, é definida conforme a classificação
fiscal do produto a ser importado e incidirá sobre o valor
CIF (custo, seguro e frete) da mercadoria importada,
multiplicado pela taxa fiscal de conversão (chamada de
taxa de câmbio), ou seja:
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 Valor aduaneiro (valor FCA + frete + seguro) = valor CIF x taxa de câmbio
 Fato gerador: registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho
para consumo; dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de
bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao regime de importação
comum; na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria em recinto
alfandegado.

Não incidência do Imposto de Importação – entrada de mercadoria no território aduaneiro do


país ocorre nas seguintes hipóteses:
 Mercadoria estrangeira que chegar ao país por erro
comprovado de expedição e que for devolvida para o exterior.
 Mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e
que se destine à reposição de outra anteriormente importada
que, após o desembaraço aduaneiro, se tenha revelado
defeituosa ou imprestável, desde que observada a
regulamentação editada pelo Ministério da Economia.
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 Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento.


 Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração de
importação, observada a regulamentação do Ministério da Economia.
5. Regime de tributação unificada – objetiva racionalizar o comércio por via terrestre na
fronteira Foz do Iguaçu/Ciudad Del Este, simplificando a tributação e o controle aduaneiro;
incentivando o fluxo lícito de mercadorias na região fronteiriça.
 Permite a importação, por microempresa importadora varejista habilitada, de determinadas
mercadorias procedentes do Paraguai, mediante o pagamento unificado dos impostos e
contribuições federais devidos na importação, com despacho aduaneiro simplificado.
6. Ex-tarifários – instrumento de redução temporária do II
incidente sobre determinada mercadoria; permite às
empresas solicitar ao governo um tratamento tributário
especial para importar máquinas sem similar nacional. Pode
ser requerido quando o bem importado não possuir
produção nacional ou quando quem o produz se encontra
impossibilitado de atender à demanda.
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7. Drawback – é a desoneração de impostos na importação vinculada a um compromisso de


Exportação
 Modalidades de Drawback
 Suspensão – importação de insumos a serem utilizados na industrialização ou
beneficiamento de produto a exportar; suspensão dos impostos (II, IPI, PIS e Cofins) e
Isenção do ICMS e AFRMM incidentes, tornando o beneficiário mais competitivo no
mercado internacional, evita o desembolso de valores para posterior crédito quando da
exportação.

 Submodalidades do drawback suspensão


 fornecimento no mercado interno
 sem cobertura cambial
 genérico
 intermediário
 solidário
Comércio Exterior – Exportação e Importação

 Isenção – o fabricante exporta primeiro o produto para, em seguida, importar os insumos,


solicitando a isenção dos encargos tributários, com a intenção de repor o seu estoque.
 Restituição – exportador solicita a restituição dos impostos pagos pela importação dos
insumos que foram utilizados para a fabricação do produto que já foi exportado. É efetivada
sob a forma de crédito fiscal, não disponibilizados os valores em espécie para a empresa,
mas em crédito para abater nos impostos incidentes sobre as vendas. O crédito é concedido
pela SRF, e a restituição é válida somente para o Imposto de Importação e para o IPI.
 Verde e Amarelo – suspensão do IPI, PIS e Cofins nas
aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e
materiais de embalagem no mercado interno, por beneficiário
do regime aduaneiro especial de drawback.
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8. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – devido ao estado


importador, estabelecendo a competência para arrecadação do ICMS incidente sobre
operações de importação com base no princípio da territorialidade, as alíquotas variam de
estado para estado, cabe a verificação da alíquota vigente no estado do estabelecimento
importador, de acordo com o produto importado.
9. Valoração aduaneira – sistema prévio de fiscalização de preços declarados em
documentos fiscais de comércio internacional; objetiva a determinação do valor de certa
mercadoria importada, fixando um montante que servirá de base para o cálculo dos tributos
e direitos aduaneiros, segundo critérios técnicos e legais aprovados e praticados
internacionalmente.
 Com isso, busca-se reduzir a competição desleal entre
produtos nacionais e estrangeiros, impedindo o sub ou o
superfaturamento nas operações internacionais.
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10. Dumping e direitos antidumping – objetivam evitar que os produtores nacionais sejam
prejudicados por importações realizadas a preços de dumping, prática essa considerada como
desleal em termos de comércio em acordos internacionais.
11. Medidas de salvaguarda – objetivam aumentar, temporariamente, a proteção à indústria
doméstica que esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave decorrente do
aumento, em quantidade, das importações, em termos absolutos, com o intuito de que
durante o período de vigência de tais medidas a indústria doméstica se ajuste, aumentando
a sua competitividade.
Interatividade

Estas medidas objetivam aumentar, temporariamente, a proteção à indústria doméstica que


esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento, em
quantidade, das importações, em termos absolutos, com o intuito de que durante o período de
vigência de tais medidas a indústria doméstica se ajuste, aumentando a sua competitividade.
Qual é a medida em questão?

a) Medida Antidumping.
b) Medida de Salvaguarda.
c) Drawback.
d) Valoração Aduaneira.
e) Ex-tarifários.
Resposta

Estas medidas objetivam aumentar, temporariamente, a proteção à indústria doméstica que


esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave decorrente do aumento, em
quantidade, das importações, em termos absolutos, com o intuito de que durante o período de
vigência de tais medidas a indústria doméstica se ajuste, aumentando a sua competitividade.
Qual é a medida em questão?

a) Medida Antidumping.
b) Medida de Salvaguarda.
c) Drawback.
d) Valoração Aduaneira.
e) Ex-tarifários.
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 Aspectos administrativos na exportação


 Para ingressar na atividade exportadora ou importadora, a empresa deve planejar suas
ações, para otimizar seu desempenho como um todo, pois irá deparar-se com todas as
exigências administrativas que envolvem o processo.
 Inicialmente, a empresa deve se credenciar ao Siscomex. Em seguida, de acordo com os
produtos definidos para exportação ou importação, a empresa deve verificar todas as
exigências a que estão subordinados.
1. Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex –
sistema informatizado do comércio exterior brasileiro –
integra todas as atividades que envolvem registro,
acompanhamento e controle das operações de exportação e
importação entre empresas nacionais e estrangeiras.
 Essas atividades são realizadas pelos órgãos gestores do
sistema e pelos órgãos anuentes.
Comércio Exterior – Exportação e Importação

 A maioria das importações brasileiras está dispensada de licenciamento prévio, devendo os


importadores somente providenciar o registro da Declaração de Importação – DI no
Siscomex, com o objetivo de dar início aos procedimentos de despacho aduaneiro junto à
unidade local da Receita Federal do Brasil.
 Algumas mercadorias ou operações especiais, que estão sujeitas a controles especiais, o
licenciamento pode ser automático ou não automático e previamente ao embarque da
mercadoria no exterior.
2. Licença de Importação – LI – informações referentes à
mercadoria e à operação em cinco fichas: das informações
básicas (referentes ao importador, país de procedência e
unidades da Receita Federal do Brasil), do fornecedor, da
mercadoria, da negociação e de informações complementares
(uma tela específica para informações adicionais).
 Somente poderão ser credenciados como representantes da
empresa despachante aduaneiro, sócio dirigente ou funcionário
com vínculo empregatício exclusivo com a empresa ou com
empresa coligada ou controlada.
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3. Tratamento administrativo das exportações – análise e a anuência realizadas previamente à


exportação pela Secex, do Ministério da Economia, e por outros órgãos e agências
governamentais.
 É possível consultar a Secex sobre os produtos sujeitos a procedimentos especiais, a normas
de padronização e classificação, ao imposto de exportação ou que tenham a exportação
contingenciada ou suspensa, em virtude da legislação ou decorrência de compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil.
4. Controle administrativo das importações – importações brasileiras estão dispensadas de
licenciamento prévio, devendo os importadores tão somente providenciar o registro da
declaração de importação – DI no Siscomex para dar início aos procedimentos de despacho
aduaneiro junto à unidade local da SRF.
 Produtos agrícolas e medicamentos; importações de material
usado, que estão sujeitas a controles especiais – o licenciamento
da operação de importação deverá ser providenciado também
por meio do Siscomex, previamente ao embarque da mercadoria
no exterior.
Comércio Exterior – Exportação e Importação

5. Controle cambial das operações de comércio exterior


 Pessoas físicas ou jurídicas só podem comprar ou vender moedas estrangeiras nos
estabelecimentos autorizados pelo Banco Central do Brasil – Bacen.
 Ingresso e saída de moeda estrangeira correspondente ao recebimento das exportações e
ao pagamento das importações efetuado mediante a contratação e liquidação de contrato de
câmbio em banco autorizado.
6. Contrato de Câmbio – instrumento firmado entre o vendedor e o comprador de moedas
estrangeiras, no qual se definem as características das operações de câmbio e as
condições sob as quais se realizam.
 Pode ser celebrado prévia ou posteriormente ao embarque
das mercadorias para o exterior ou a sua chegada ao país,
não implicando em multas ou penalidades.
 Exportação – liquida-se o contrato mediante entrega da moeda
estrangeira ou do documento que a represente ao banco com
o qual tenha sido celebrado o contrato de câmbio.
Comércio Exterior – Exportação e Importação

 Importação – pagamento é processado de acordo com os dados constantes na Declaração de


Importação – DI registrada no Siscomex ou na documentação da operação comercial, no
caso de ainda não estar disponível a Declaração de Importação.
7. Nomenclatura e classificação de mercadorias
 Sistema numérico que identifica internacionalmente todas as mercadorias envolvidas em
transações comerciais.
 Classificadas de acordo com uma sistemática elaborada pela Organização Mundial das
Alfândegas – estrutura de códigos composta por seis dígitos, em um ordenamento lógico e
crescente do qual especificações como origem, matéria construtiva e aplicação são atendidas.
 Nomeada de Sistema Harmonizado de Designação e de
Codificação de Mercadorias – NESH ou somente Sistema
Harmonizado – SH, objetiva o aprimoramento da coleta, da
comparação e da análise estatística referente à movimentação
das mercadorias entre países.
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8. Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM – lista os produtos ordenados segundo a


convenção internacional (Sistema Harmonizado – SH), levando em consideração matéria
essencial, emprego, aplicação etc. Cada produto é descrito a partir de suas características
genéricas até os detalhes mais específicos que permitem a sua individualização.
9. Contratação do transporte – contrato de transporte e suas condições são celebrados entre
o usuário pagador do frete e o transportador, e independem, mas complementam as
condições de venda praticadas pelos Incoterms.

Frete – remuneração pelo serviço contratado de transporte de uma mercadoria. O pagamento


do frete pode ocorrer de duas formas:
 frete pré-pago (freight prepaid): pago no local de embarque;
 frete a pagar (freight collect): pago no local de desembarque.
 As condições do Incoterms influenciam a contratação do frete
e os valores a serem aplicados.
Comércio Exterior – Exportação e Importação

 Composição do frete marítimo – leva em conta uma série de fatores considerados pelo
agente marítimo, ou armador, até que chegue ao exportador ou importador.
 Frete básico (freight basic): prevalece sempre o fator que incide na maior receita para o
armador ou agente. O peso ou volume da mercadoria e características da mercadoria (carga
valiosa, perigosa, de peso ou tamanho desproporcionais) são analisados para ser realizada a
cobrança.
 Várias taxas e sobretaxas são acrescidas ao frete mediante a aplicação de um percentual, ou
valor específico, destinado a cobrir determinados custos ou com justificativas diversas para
aplicação da cobrança.
10. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante –
AFRMM – objetiva reaparelhar a frota mercante brasileira,
adotando-se como sua principal fonte de recursos o
Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante –
AFRMM.
Comércio Exterior – Exportação e Importação

11. Termos Internacionais de Comércio – Incoterms


 Termos de vendas estabelecidos internacionalmente, criados para administrar conflitos que
possam existir devido à interpretação de contratos internacionais de compra e venda, nos
quais envolvem transporte de produtos e seus respectivos custos, além da responsabilidade
sobre perdas e danos que possam ocorrer, definindo os direitos e obrigações recíprocos do
exportador e do importador, estabelecendo um conjunto-padrão de definições e
determinando regras uniformes e práticas imparciais.
 Aplicados pelos importadores e exportadores de todos os países. Alguns não são usados no
Brasil, em função da legislação, especificamente a que trata dos regimes tributários.

A fim de facilitar o entendimento, os Incoterms foram agrupados


em quatro categorias:
 grupo E (partida);
 grupo F (transporte internacional não pago);
 grupo C (transporte internacional pago);
 grupo D (chegada).
Comércio Exterior – Exportação e Importação

 Grupo D – até a chegada ao local nomeado – característica desse grupo é que a


transferência do risco se dá fora do país do exportador.
 Diferentemente dos outros grupos, nesse, o vendedor precisa assumir a responsabilidade
pela chegada da carga no país do comprador, além de cuidar de todas as responsabilidades
logísticas.
 Grupo C – transporte internacional pago – local nomeado difere do local de entrega. O local
nomeado é aquele até onde o transporte é pago. O local de entrega, com transferência do
risco, é aquele designado entre as partes no país do vendedor.
 Grupo F – transporte internacional não pago – a responsabilidade do exportador termina no
porto de embarque.
 Grupo E – O exportador acondiciona a mercadoria na
embalagem de transporte (caixa, saco) e disponibiliza-a em
seu próprio estabelecimento. Cabe ao importador estrangeiro
adotar todas as providências para retirada da mercadoria do
estabelecimento do exportador.
Comércio Exterior – Exportação e Importação

 A menor responsabilidade do vendedor encontra-se nos termos do Grupo E, no qual o


vendedor coloca a mercadoria à disposição do comprador, correndo por conta deste todas as
despesas, desde a origem até o destino. Na medida em que se avança para o Grupo C, o
vendedor passa a se responsabilizar por um nível maior de despesas, chegando ao Grupo D,
no qual o vendedor assume um maior comprometimento com as despesas e arranjos para
colocar a mercadoria no destino. No Brasil, é muito comum as negociações serem realizadas
com os Incoterms do Grupo F, demonstrando que os exportadores possuem menor
influência e domínio sobre a cadeia de logística internacional. O uso dos Incoterms do Grupo
D requer um domínio mais sofisticado das atividades de logística, pois a maior parte delas
ocorre ou se baseia no exterior.
Interatividade

Sistema informatizado do comércio exterior brasileiro – integra todas as atividades que


envolvem registro, acompanhamento e controle das operações de exportação e importação
entre empresas nacionais e estrangeiras é conhecido como:

a) Siscomex.
b) SisBacen.
c) Secex.
d) Camex.
e) Incoterms.
Resposta

Sistema informatizado do comércio exterior brasileiro – integra todas as atividades que


envolvem registro, acompanhamento e controle das operações de exportação e importação
entre empresas nacionais e estrangeiras é conhecido como:

a) Siscomex.
b) SisBacen.
c) Secex.
d) Camex.
e) Incoterms.
Referências

BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política social: fundamentos e história. São Paulo: Cortez,
2010.
BRASIL. Código de ética do assistente social. Brasília: CFESS, 1993.
BRASIL. Constituição Federal. 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
BRASIL. Ministério da Assistência e Desenvolvimento Social. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro
de 1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742.htm.
COUTO, B. R. O direito social e a assistência social na sociedade brasileira: uma equação
possível? São Paulo: Cortez, 2010.
FALEIROS, V. de P. A política social do Estado capitalista. São
Paulo: Cortez, 2000.
MARTINELLI, M. L. Serviço social: identidade e alienação. São
Paulo: Cortez, 2009.
ATÉ A PRÓXIMA!

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