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Paraná

O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado ao norte da região Sul,
da qual é o único a ter área limítrofe com estados de outras regiões. É dividido em 399
municípios e seus estatoides limítrofes são os estados brasileiros de Mato Grosso do
Sul (a NO), de São Paulo (ao N e a L) e de Santa Catarina (ao S) e
a província argentina de Misiones (a SO) e
os departamentos paraguaios de Canindeyú e Alto Paraná (a O), além do oceano
Atlântico (a L). Sua área é de 199 307,922 km², um pouco menor que a Romênia, país
com formato semelhante. Sua capital é Curitiba. Outros municípios importantes
são: Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, São José dos Pinhais e Foz
do Iguaçu. É o quinto estado mais rico do Brasil pelo PIB, ficando atrás apenas
de SP, RJ, MG e RS.

Seu território, que abrange toda a extensão da antiga República do Guairá à época
do Império Espanhol, era a província mais nova do Brasil imperial, desmembrada de São
Paulo em 1853, sendo seu primeiro presidente Zacarias de Góis. Foi criada por motivos
diversos, podendo ser citados um acordo pelo apoio oferecido pelos paranaenses
à Revolução Farroupilha e o cultivo lucrativo da erva-mate. É também o mais
novo estado da região Sul do país, logo depois do Rio Grande do Sul (1807) e Santa
Catarina (1738).

O estado é historicamente conhecido por sua grande quantidade


de pinheirais espalhados pela porção do planalto sul, onde o clima é subtropical úmido,
como nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul enquanto o resto do Brasil
é tropical. A espécie predominante na vegetação é a Araucaria angustifolia. Os ramos
dessa árvore aparecem na bandeira e no brasão, símbolos adotados em 1947.
Atualmente, esse ecossistema encontra-se muito destruído devido à ocupação humana.

O relevo do Paraná é dos mais altos do Brasil: 52% do território estadual tem altitude
superior a seiscentos metros e somente 3% da área territorial são inferiores a trezentos
metros. Os rios mais importantes do Paraná são o Paraná, o Iguaçu, o Ivaí,
o Tibagi, Paranapanema, o Itararé e o Piquiri e o clima do estado é classificado
como temperado.
Etimologia

O nome do estado é derivado de “Paraná”, termo da língua geral paraná, que significa
“rio”.[7] Apesar disso, algumas fontes dizem que o termo vem do guarani para, “mar”,
e anã, “que se parece/assemelha”, sendo, por isso, “(rio) parecido com/semelhante ao
oceano”, de maneira natural por sua dimensão.[8][9][10] Refere-se ao rio Paraná, que
delimita a fronteira ocidental de seu território, onde ficava o salto de Sete Quedas (hoje
submerso pela represa da Usina Hidrelétrica de Itaipu) na divisa com Mato Grosso do
Sul e com o Paraguai. O rio Paraná nasce da confluência dos dois
rios: Paranaíba e Grande, que se encontram quase mais a oeste de Minas
Gerais.[8][11][12] O potamônimo[nota 1] deu o nome à região, que foi elevada à categoria
de província autônoma em 1853, desmembrando-se de São Paulo, e a de estado em
1889. A pronúncia “Paranã” era encontrada até há pouco tempo. [12][10] Os naturais do
estado do Paraná são denominados paranaenses.[13]

História

Período colonial

Capitanias do Brasil em 1534

No período pré-cabralino, a região que atualmente constitui o estado do Paraná era


habitada por diversos povos indígenas brasileiros por milhares de anos antes da
chegada dos primeiros exploradores europeus a esse lugar.[14] Estes incluíam os carijós,
no litoral, do grupo tupi, e os caingangues, no interior, do jê.[14]

No período pré-colonial, a região ficou, no século XVI, esquecida por Portugal[15] e foi
explorada por demais países, que buscavam especialmente madeira de lei. As mais
importantes expedições foram as espanholas, trazendo os religiosos da Companhia de
Jesus, que fundaram centros de povoamento no oeste do Paraná, estado cujo território
pertencia em grande parte à coroa Espanhola. Em 1554, Ontiveros, a uma légua do Salto
das Sete Quedas, foi fundada por Domingo Martínez de Irala, Governador
do Paraguai.[16][17] Posteriormente, há três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad
Real del Guayrá, na foz do Rio Piquiri.[17][16] Em 1576, os espanhóis fundaram à margem
esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo.[16][17] Com três cidades e diversas
“reduções” ou “pueblos” a região era à época conhecida como “Provincia Real del
Guaira”.[18][17]

Nos primeiros anos do século XVII, depois de se descobrir ouro em terras paranaenses,
os luso-brasileiros iniciaram a ocupação da região, por intermédio de bandeiras que
saíam de São Vicente. Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto
Loreto e Santo Inácio, sofreram destruição completa dos bandeirantes paulistas[19][17] e,
em 1632, Antônio Raposo Tavares, cercou e destruiu Vila Rica, último reduto espanhol
com capacidade para que fosse oferecida resistência.[20][17] No Paraná, uma região
aurífera foi descoberta, antes de Minas Gerais. Os povoadores se estabeleceram assim
no litoral como no primeiro planalto paranaense. O povoamento era mais concentrado
em Paranaguá, núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América
Portuguesa. Quarenta e quatro anos depois da fundação de Paranaguá (1648), em
1693, Curitiba foi elevada à categoria de vila, sendo transformada no centro que
comandaria a expansão territorial do Paraná. Era muito difícil explorar o ouro, porque
não eram conhecidos métodos de exploração decentes, e também porque a mão de
obra era escassa. Dessa forma, durante a descoberta de ouro em Minas Gerais, esse
minério do Paraná deixou de ser totalmente importante.[15] Apenas em 1820 o território
ocidental do Paraná foi entregue à coroa portuguesa passando a ser politicamente
anexo à Província de São Paulo, recebendo o nome de “Comarca de Curitiba”.[17]

A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, fundada pelo Marquês de


Cascais em 1656,[21] substituiu a Capitania de Santana,[22][23] que teve início na foz
da baía de Paranaguá e fim na atual cidade catarinense de Laguna.[22][24][25][26] Tinha
como limites a de Santo Amaro (parte da segunda seção da de São Vicente) ao
norte,[22] as águas salgadas do oceano Atlântico a leste[27] e o Governo do Rio da Prata e
do Paraguay a oeste,[28] estados extintos delimitados pelo Tratado de
Tordesilhas.[27][29] O povo parnanguara começou a dedicar-se à lavoura e o curitibano,
à pecuária. Curitiba prosperou porque era necessário alimentar e transportar os
mineradores das Minas Gerais. Com o Caminho Viamão-Sorocaba aberto, o qual fazia a
ligação entre o Rio Grande do Sul e São Paulo por intermédio da região de Curitiba, teve
início uma fase nova no histórico paranaense: o tropeirismo, o qual havia se estendido
pelos séculos XVIII e XIX. Espalharam-se as fazendas de pecuária e a figura humana
principal começou a ser o fazendeiro tropeiro, ou seja, aquele que vendia tropas de
gado, principalmente muar.[15]

Período imperial

Províncias imperiais do Brasil emDom Pedro II por


1822. volta dos 25 anos,
dois anos antes da
criação da
província.

A comarca de Paranaguá e Curitiba, que integrava a Capitania de São Paulo, foi fundada
em 19 de novembro de 1811. Mesmo após a independência do Brasil ter sido
proclamada, a região submetia-se continuamente à Província de São Paulo. Em 6 de
fevereiro de 1842, Curitiba foi elevada à categoria de cidade por uma lei provincial
paulista. Em 29 de agosto de 1853, enfim, o imperador Pedro II do Brasil assinou a Lei
Imperial n.º 704, que criou a Província do Paraná, a qual foi criada por motivos diversos.
Podem ser citados dois: um acordo pelo apoio oferecido pelos paranaenses à Revolução
Farroupilha; e o cultivo lucrativo da erva-mate. Curitiba foi transformada em capital
e Zacarias de Góis foi nomeado como o primeiro presidente da província. Naquele
tempo, bem como o comércio de gado, a produção de erva-mate se expandiu muito.
Devido à reduzida população provincial, foi iniciado um programa oficial
de imigração europeia (especialmente poloneses, alemães e italianos), o qual
colaborou para que fossem expandidas a colonização e o aparecimento de novas
economias.[15]

Serraria em plena floresta

No final do século XIX, a prosperidade econômica paranaense foi novamente


impulsionada quando as ferrovias foram implantadas, porque isso possibilitou que
a indústria de madeira crescesse, já que as matas de araucárias aos portos, como
Paranaguá, e a São Paulo, eram ligadas por certas estradas de ferro. Em igual tempo, o
transporte de muares desapareceu, e isso causou uma crise na sociedade pastoril.[15]

Período republicano
Para listas mais abrangentes, consulte Lista de governadores do Paraná.

Panteon dos Heroes, onde jazem os corpos dos legalistas que combateram no Cerco da
Lapa.

Após a República ter sido proclamada (1889), intensificou-se o povoamento do Paraná,


principalmente na região das terras roxas do norte do estado. Ali, fazendas cafeeiras e
cidades se fixaram nos talvegues dos três rios: Paranapanema, Cinzas e Jataí. Durante a
administração do presidente Floriano Peixoto, a Revolução Federalista e a Revolta da
Armada repercutiram no Paraná, em que foram travados muitos combates. Em 1912,
iniciou-se a Guerra do Contestado, duelo de oposição entre os habitantes empobrecidos
da região que se situa dentre os rios Uruguai, Pelotas, Iguaçu e Negro, e as forças
oficiais. Além disso, o Paraná e Santa Catarina disputaram o litígio, motivando a
denominação e o conflito acabou em 1916.[15]
Mapa do Paraná, 1934. Arquivo Nacional.

Os revolucionários de 1930, os quais puseram Getúlio Vargas como presidente do Brasil,


não precisaram encarar grande resistência no Paraná. Na administração de Vargas, o
único governante foi Manuel Ribas (duas vezes como interventor, uma como eleito), o
qual mereceu destaque por realizar obras de importância.[30][15] São exemplos: a Estrada
do Cerne, o reaparelhamento do Porto de Paranaguá, além de rodovias interligando
algumas cidades do estado e da melhoria da educação, saúde e demais áreas. [30] Nos
anos 50, a ocupação territorial, que se concluiu nos anos 60, foi efetivada.[15]

Antes de 1961, o Paraná era politicamente controlado por Moisés Lupion, por duas
vezes governador (1947–50, 1956–61).[30] Lupion foi sucedido por Ney Braga, amigo dos
militares,[31] também, ocupante do cargo por duas vezes (1961–66; 1979–
82).[31] Escolhido por voto popular nas eleições de 1982, José Richa foi governante do
estado antes de 1986.[32] Depois vieram os governantes eleitos Álvaro Dias (1987–
1991)[33] e Roberto Requião (desde 1991).[34] Requião ficou no cargo até abril de
1994,[34] quando foi sucedido por Mário Pereira, que concluiu o mandato.[35] Em 1994,
foi eleito o candidato pedetista, Jaime Lerner, que assumiu em janeiro de 1995, e
foi reeleito em 1998.[36] Requião venceu as eleições em 2002, permanecendo no cargo
até 2007, um ano depois de ser reeleito em 2006. Em 2010,[34] assumiu seu vice Orlando
Pessuti, que completou o mandato.[37] Beto Richa, filho do fluminense José Richa, foi
eleito governador em 2010,[38][39][40][41] sendo reeleito em 2014.[42] Richa continuou no
governo do estado até abril de 2018, quando foi sucedido por Cida Borghetti, que
concluiu o mandato.[43][44] Em 2018, Ratinho Júnior foi eleito
governador,[43][45] assumindo o executivo em 2019.[46][47]
Geografia

Pico Paraná, o ponto culminante da região Sul.

"A Taça" no Parque Estadual de Vila Velha.

O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizado a norte da região Sul.
Tem como limites São Paulo ao norte e nordeste; com Santa Catarina ao sul; com Mato
Grosso do Sul a noroeste; com os departamentos paraguaios de Canindeyú e Alto
Paraná a oeste; e com a província argentina de Misiones a sudoeste.[48]

O estado tem 199 307,922 km² de área e litoral com cerca de 100 km de extensão,
o segundo menor do Brasil, superado apenas pelo Piauí, com 68 praias e diversas
ilhas.[49][50][51] Cortado a norte pelo Trópico de Capricórnio, o Paraná está situado entre
os paralelos 22° 30′ 58″ N e 26° 43′ 00″ S e entre os meridianos 48° 05′ 37″ L e
54° 37′ 08″ O. Tem quatro pontos extremos. São eles: a cachoeira do Saran Grande,
em Jardim Olinda, a norte; a nascente do Rio Jangada, em General Carneiro, a sul; a leste
a foz do Ararapira, em Guaraqueçaba, e a oeste o Porto Palacim em Foz do Iguaçu.[52]

Mais de 52% do território do Paraná localiza-se numa altitude superior a 600 m e 89%
superiores a 300 m; apenas 3% localiza-se numa inferior a 200 metros. As áreas
aplainadas que se dispõem às altitudes de maior elevação, as quais compõem planaltos
de escarpas formando as serras do Mar e Geral, dominam o relevo do estado. Os
terrenos mais baixos estão situados na baixada litorânea, que abrange planícies de
aluvião, areias e morros cristalinos; a parte norte encontra-se fragmentada dando
origem à baía de Paranaguá, com aspecto em formato de dedo.[53]

Terra roxa, o solo de maior fertilidade do Brasil, cobre 40% do território, no Norte do
Paraná. Ela expandiu a cafeicultura, no estado, desde 1920. Tanto os solos
das florestas como das formações campestres são inférteis. Nestes últimos, os
agricultores estão usando tecnologias inovadoras para aproveitar melhor os solos.[54]

Suas principais bacias fluviais são: a bacia do rio Paraná, no oeste, a


de Paranapanema no norte, a do Iguaçu no sul e as do Atlântico Sudeste e do Atlântico
Sul no leste.[55] A maioria dos rios do estado é afluente do rio Paraná, dos quais os de
maior extensão são Paranapanema, que separa a divisa norte do Paraná com São Paulo,
e o Iguaçu, que delimita parcialmente o Paraná com Santa Catarina e a Argentina. A
oeste, o rio Paraná separa o estado do Paraguai e a noroeste, Mato Grosso do Sul.
Alguns rios, de menor extensão, descem em direção ao litoral, sendo que os de maior
comprimento correm ao estado de São Paulo, desembocando no rio Ribeira de
Iguape.[56]

Clima

Paraná segundo a classificação climática de Köppen-Geiger.

O Paraná caracteriza-se por três tipos climáticos: os


climas Cfa, Cfb e Cwa da classificação de Köppen. O clima subtropical Cfa aparece na
planície litorânea e no oeste do estado (áreas menos elevadas do planalto) e
apresenta temperaturas médias anuais em torno dos 19 °C e índice pluviométrico de
1 500 milímetros por ano.[57]

Clima Cfb, subtropical com boa distribuição de chuvas anuais e verões suaves, aparece
na parte mais alta e abrange os três planaltos: cristalino, paleozoico e o leste do planalto
basáltico, com temperaturas médias de 17 °C e pluviosidades regulares durante todo o
ano, em torno de 1 200 milímetros.[57]

O clima Cwa, subtropical com verões de calor e invernos de estiagem, aparece na parte
noroeste do território estadual, característico dos regimes tropicais, com chuvas no
verão e estiagem no inverno; a média térmica é um pouco mais elevada, por volta de
20 °C. O índice pluviométrico atinge 1 300 mm por ano. Em determinadas épocas do
ano, em especial no inverno acontecem geadas, mais frequentes nas áreas de mais
altitude onde, em algumas ocasiões, ocorrem quedas de neve, um fenômeno raramente
visto na região de Curitiba.[57]

Meio ambiente

Rio Iguaçu (esquerda) desembocando no Paraná, na tríplice


fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.

As florestas de araucárias são típicas da região Sul, principalmente do Paraná.


As florestas tropicais, uma porção da Mata Atlântica, abrangiam primitivamente quase
metade (46%) do Paraná,[58] sendo parte dela composta por
formações latifoliadas e coníferas, e nas partes de menor altitude ou de mais baixa
latitude (incluindo-se aí toda a fração norte do território estadual). Há outra mista,
abundante na parcela mais extensa do planalto cristalino e, em menores porções, no
extremo leste do basáltico e um pequeno pedaço do paleozoico. Nos dias atuais, é a
floresta mais economicamente explorada, sendo os últimos remanescentes
encontrados na planície litorânea, na encosta da serra do Mar e nos vales dos rios
Iguaçu, Piquiri e Ivaí. O pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) é uma das principais
espécies encontradas, além de outras latifoliadas, entre os quais imbuia, cedro e erva-
mate.[58]

Os campos limpos abrangem mais de 9% do território do Paraná e predominam na parte


leste do planalto paleozoico, bem como em partes de Curitiba e Castro, no cristalino;
Guarapuava, Palmas e demais, pequenas, no basáltico. Os campos cerrados constituem
pequenas manchas no planalto paleozoico e no basáltico e são pouco expressivos,
abrangendo menos de 1% superfície estadual.[58]

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, no Paraná


existem 29 unidades, criadas com o objetivo de preservar ecossistemas bastante
degredados, bem como conservar a flora, a fauna, os recursos hídricos e promover o
desenvolvimento sustentável, dentre vários motivos. Do total, quatorze reservas
biológicas, cinco parques nacionais, três florestas, duas estações ecológicas, duas áreas
de proteção ambiental e um refúgio de vida silvestre. Quinze delas são administradas
pelo governo federal, através do IBAMA, órgão vinculado pelo Ministério do Meio
Ambiente.[59]

A fauna paranaense varia conforme o ambiente geográfico e é formado por espécies


terrestres, que habitam as florestas e os campos, e aquáticas, que vivem nos rios ou no
mar, além de anfíbios, que possuem habitat tanto na terra como na água. Entre as
espécies terrestres destacam-se, entre várias delas,
a anta ou tapir, guará, guaraxaim, caititu, bugio, onça, gato-do-
mato, jaguatirica, tatu, paca, veado e quati, cobras, além das aves,
como papagaio, tucano, gralha, pica-pau, bem-te-vi, etc. Na fauna aquática destacam-
se alguns exemplos de peixes. São eles: jaú, dourado, pintado e o surubim, encontrados
especialmente no rio Paraná e afluentes. Da fauna do mar
existem: pescada, tainha, robalo, linguado e uma grande quantidade de demais peixes,
além do boto, o qual é um mamífero. Dentre os anfíbios existem
a capivara, cágado, tartaruga-marinha, lontra, ariranha e o próprio jacaré, este que se
encontra no rio Paraná e certos rios litorâneos.[60]

Demografia

Crescimento populacional

Censo Pop. %±

1872 126 722

1890 249 491 96,9%

1900 327 136 31,1%

1920 685 711 109,6%

1940 1 236 276 80,3%

1950 2 115 547 71,1%

1960 4 296 375 103,1%

1970 6 997 682 62,9%

1980 7 749 752 10,7%


1991 8 443 299 8,9%

2000 9 558 454 13,2%

2010 10 444 526 9,3%

Fonte: IBGE[61]

A população do estado do Paraná no censo demográfico de 2010 era de 10 444 526


habitantes, sendo a sexta unidade da federação mais populosa do país, concentrando
cerca de 5,5% da população brasileira[62] e apresentando uma densidade
demográfica de 52,4 pessoas por quilômetro quadrado (a décima segunda maior do
Brasil).[63] De acordo com este mesmo censo demográfico, 85,33% dos habitantes viviam
na zona urbana e os 14,67% restantes na rural.[64] Ao mesmo tempo, 50,87% eram
do sexo feminino e 49,13% do masculino, tendo uma razão sexual de 96,56.[65] Em dez
anos, o estado registrou uma taxa de crescimento populacional de 9,27%.[66]

Densidade demográfica do Paraná.

0-25 hab/km²

25-50 hab/km²

50-100 hab/km²

100-150 hab/km²

150-200 hab/km²
200-300 hab/km²

300-400 hab/km²

400-500 hab/km²

> 500 hab/km²

Dos 399 municípios paranaenses, apenas dois tinham população acima dos quinhentos
mil: Curitiba, que é a capital, e Londrina, no norte do estado. Outros dezesseis tinham
entre 100 001 e 500 000 (Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do
Iguaçu, Colombo, Guarapuava, Paranaguá, Araucária, Toledo, Apucarana, Pinhais, Cam
po Largo, Arapongas, Almirante Tamandaré, Umuarama, Piraquara e Cambé), quatorze
de 50 001 a 100 000, 55 de 20 001 a 50 000, 109 de 10 001 a 20 000, 105 de 5 001 a
10 000, 93 de 2 001 a 5 000 e cinco até dois mil (Esperança Nova, Miraselva, Santa
Inês, Nova Aliança do Ivaí e Jardim Olinda).[67] A maior parte da população do estado se
concentra na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, que corresponde à região leste
paranaense, com mais de 30% da população paranaense.[68] Curitiba, sozinha, abrigava
16,8% do total de habitantes,[69] além de possuir a maior densidade demográfica em
relação aos demais municípios (4 024,84 hab./km²), enquanto Alto Paraíso, no noroeste,
detinha a menor (3,31 hab./km²).[70]

O Índice de Desenvolvimento Humano do Paraná é considerado alto conforme


o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Segundo o último Atlas do
Desenvolvimento Humano do Brasil, divulgado em 2013, com dados relativos a 2010, o
seu valor era de 0,749, estando na quinta colocação ao nível nacional e na segunda a
regional, depois de Santa Catarina. Considerando-se o índice de longevidade, seu valor
é de 0,830 (9.º), o do de renda é 0,757 (6.º) e o de educação é de 0,668
(6.º).[71] O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social, é de 0,47 e a incidência
da pobreza de 39,07%.[72] A taxa de fecundidade do Paraná é de 1,86 filhos por
mulher, uma das mais baixas do Brasil.[73]
Religiões

A Catedral de Maringá, o segundo mais alto monumento da América do Sul.

De acordo com o censo demográfico de 2010, a população do Paraná é formada


por católicos apostólicos romanos (69,596%); protestantes ou evangélicos
(22,176%); espíritas (1,042%); Testemunhas de
Jeová (0,576%); mórmons (0,205%); católicos apostólicos
brasileiros (0,19%); budistas (0,146%); novos religiosos orientais (0,096%), dentre os
quais
os messiânicos (0,054%); islâmicos (0,083%); ortodoxos (0,069%); umbandistas (0,067
%); judaístas (0,039%); espiritualistas (0,025%); tradições esotéricas (0,024%); indígenas
(0,019%); candomblezeiros (0,018%) e hinduístas (0,002%). Outros 4,644% não tinham
religião, incluindo-se aí os ateus (0,322%) e agnósticos (0,065%); 0,537% seguiam outras
religiosidades cristãs; 0,35% não tinham fé determinada; 0,07% não souberam, 0,012%
praticavam outras religiões; 0,007% outras crenças orientais e 0,005% não
declararam.[74]

Segundo a divisão da Igreja Católica no Brasil, o Paraná pertence à Regional Sul II e seu
território é dividido em quatro províncias eclesiásticas, formadas
pelas arquidioceses de Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá, e mais
14 dioceses sufragâneas destas.[75]

O Paraná também possui os mais diversos credos protestantes ou reformados, sendo


a Igreja Universal do Reino de Deus, a Congregação Cristã, a Batista e a Assembleia de
Deus as maiores denominações. Como mencionado, 22,176% da população paranaense
se declararam evangélicos, sendo que 13,3% pertenciam às igrejas de origem
pentecostal, 4,832% às evangélicas não determinadas e 4,03% às de missão (4,26%).[74]
Composição étnica, migração e povos indígenas

De Immigrant ("O Imigrante"), moinho de vento em estilo holandês na colônia


de Castrolanda, no município de Castro.

A população do Paraná é composta basicamente por caucasianos, pardos, afro-


brasileiros e povos indígenas.[76] No Brasil colonial, os colonizadores espanhóis foram os
primeiros a iniciar o povoamento no território paranaense.[77] O Paraná foi colonizado
por portugueses e
demais imigrantes europeus (italianos, alemães, neerlandeses, franceses, ingleses, pol
oneses e ucranianos) e asiáticos (japoneses, coreanos e árabes).[76]

Atualmente vivem no estado do Paraná pouco mais de nove mil indígenas, distribuídos
em dezenove grupos, que ocupam área de 85 264,030 hectares de extensão. Um total
de dezessete áreas já se encontram demarcadas definitivamente pela Fundação
Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo brasileiro responsável pela questão, e
nelas se encontra a totalidade dos indígenas residentes no estado.[78] Dessas, destaca-
se a de maior população, a reserva indígena Rio das Cobras, que abrange os municípios
de Nova Laranjeiras e Espigão Alto do Iguaçu.[78]

Conforme pesquisa de autodeclaração do censo de 2010, 70,06% dos paranaenses


declararam-se brancos, 25,35% pardos, 3,15% pretos, 1,19% amarelos e
0,25% indígenas, além dos sem declaração (0,00%).[79] 99,73% eram brasileiros (99,52%
natos e 0,21% naturalizados) e 0,27% estrangeiros.[80] Entre os brasileiros, 88,50%
nasceram no Sul (82,98% no próprio estado) e 11,5% em outras regiões, sendo 7,61%
no Sudeste, 1,92% no Nordeste (1,92%), 0,7% no Centro-Oeste e 0,25%
no Norte.[81] Muitas pessoas migram de outros estados brasileiros para Paraná em
busca de trabalho ou melhores condições de vida. Dentre os estados, São Paulo tinha o
maior percentual de residentes (5,29%), seguido por Santa Catarina (2,84%) e Rio
Grande do Sul (2,68%).[82]

De acordo com um estudo de 2006, a composição genética do Paraná é a seguinte: 79%


de herança europeia, 14% africana e 7% indígena.[83] Um estudo mais recente, de 2013,
encontrou 71,0% de contribuição europeia, 17,5% africana e 11,5% ameríndia.[84]

Hierarquia urbana e regiões metropolitanas

Regiões metropolitanas do Paraná

Apucarana

Campo Mourão

Cascavel

Curitiba

Londrina

Maringá

Toledo

Umuarama
O território do Paraná situa-se dentro da área influenciada pela cidade de São Paulo. A
metrópole paulista lidera a economia paranaense através das cidades de Ourinhos, em
São Paulo, e Jacarezinho, Maringá, Londrina e Curitiba, no Paraná. Ourinhos e
Jacarezinho exercem domínio, em grupo, sobre a parte leste do norte do Paraná;
Londrina a parcela central da região, e Maringá, o oeste.[85]

Curitiba domina o restante inteiro do estado do Paraná e ainda quase Santa Catarina
inteira, menos na porção oriental a região de Tubarão e, na parte ocidental, a
de Chapecó. A capital age, na área influenciada pelo Paraná, diretamente ou através dos
centros intermediários de Ponta Grossa e Pato Branco. A área de influência direta
compreende as porções oriental e sudeste inteiras do estado. Pato Branco domina a
parte sul-ocidental, e Ponta Grossa, as porções central e ocidental inteiras.[85]

A Grande Curitiba, instituída pela lei complementar federal n.º 14 de 1973, foi a
primeira RM do Paraná a ser criada, inicialmente com quatorze municípios, até chegar
aos 29 atuais. É também a mais populosa do estado, com mais de 3,5 milhões de
habitantes, e a oitava maior do Brasil.[86] Em 1998, através de lei complementar
estadual, foram instituídas as RMs de Londrina[87] e Maringá.[88] A de Umuarama, a
quarta do estado, foi criada em agosto de 2012[89] e, em janeiro de 2015, foram criadas
mais outras quatro: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel e Toledo, passando para oito
atuais.[90]

Governo e política

O estado do Paraná, assim como uma república, é governado por três poderes, todos
com sede na capital: o executivo, representado pelo governador, o legislativo,
pela Assembleia Legislativa do Paraná, e o judiciário, pelo Tribunal de Justiça do
Paraná e outros tribunais, e juízes.[91] Também é permitida a participação popular nas
decisões do governo através de referendos e plebiscitos.[92] A atual constituição do
estado foi promulgada em 1989, acrescida das alterações resultantes de
posteriores emendas constitucionais.[91] Constituem símbolos estaduais a bandeira,
o brasão e o hino, além do sinete.[91]

O poder executivo paranaense está centralizado no governador do estado, que é eleito


em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até
quatro anos de duração, e pode ser reeleito para mais um mandato. Ele é o responsável
pela nomeação dos secretários de estado, que auxiliam no governo.[91] A sede do
governo estadual, o Palácio Iguaçu, foi inaugurada em 1953, em homenagem às
comemorações do centenário da emancipação política do estado,[93] sendo transferida
temporariamente para o das Araucárias, desde 14 de maio de 2007 até 18 de dezembro
de 2010. Naquela época, o Iguaçu voltou a abrigar a sede do governo paranaense.[94] A
residência oficial do governador do estado é a Granja do Canguiri.[95]

Desde o começo do período republicano, assumiu pela primeira vez o governo do estado
o fluminense Francisco José Cardoso Júnior, que esteve no poder entre 17 de novembro
e 4 de dezembro de 1889. Foi apenas no ano de 1947 onde ocorreu a posse do primeiro
governador escolhido por sufrágio universal, Moisés Lupion, eleito pela segunda vez
para um mandato entre 1956 e 1961.[96] O atual chefe do executivo paranaense
é Ratinho Júnior, que assumiu o cargo em 1.º de janeiro de 2019, tendo como seu vice-
governador, Darci Piana.[47]

O poder legislativo estadual é unicameral e exercido pela Assembleia Legislativa do


Paraná (Centro Leg. Presidente Aníbal Khury),[nota 2] formada por 54 deputados
estaduais, eleitos de forma direta para mandatos quadrienais. Cabe à casa elaborar e
votar leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente
o orçamento estadual (conhecido como Lei de Diretrizes
Orçamentárias).[91] No Congresso Nacional, a representação paranaense é de três
senadores e trinta deputados federais.[97]

O poder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo legislativo e regras
constitucionais brasileiras, sendo composto por desembargadores, além dos tribunais
de júri, juizados especiais e juízes de direito, substitutos e de paz.[91] A maior corte
do Poder Judiciário paranaense é o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, localizado
no Centro Cívico.[98] Representações deste poder estão espalhadas pelo território
estadual por intermédio de unidades denominadas de comarcas. De acordo com o
Tribunal Superior Eleitoral, o Paraná possuía, em novembro de 2016, 7 864 377
eleitores, representando 5,376% do eleitorado brasileiro, o sexto maior do país.[99]
Política do Paraná

O Palácio Iguaçu, em Curitiba, foi a sede do governo do Paraná de 1953 a 2007 e


desde 18 de dezembro de 2010 voltou a ser novamente o que é hoje.

A Assembleia Legislativa como vista da Avenida Cândido de Abreu, em Curitiba.

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, sede do poder judiciário paranaense.


Subdivisões

Divisão das regiões intermediárias em vermelho e das imediatas em cinza no Paraná

O Paraná surgiu como unidade administrativa em 1853 com duas cidades, sete vilas, seis
freguesias e quatro capelas curadas, sendo o município mais antigo, Paranaguá, fundado
em 1648, e o último desse período foi Araucária, criado em 1890.[100] Com
a Independência do Brasil as províncias foram organizadas em 1823 e nesse ano o
território já pertencia a São Paulo.[101] Durante todo o período republicano o estado
passou de dezenove localidades para 399 municípios, sendo a quinta unidade de
federação com o maior número de cidades e a segunda da Região Sul, atrás do Rio
Grande do Sul e à frente de Santa Catarina.[102]

Os municípios são unidades constitutivas da união em patamar igual aos estados[103] e


são agrupados pelo IBGE em regiões geográficas intermediárias e imediatas. As regiões
geográficas intermediárias congregam diversos municípios de uma área geográfica com
similaridades econômicas e sociais, não constituindo uma entidade política ou
administrativa, sendo utilizada apenas para fins estatísticos. As seis regiões geográficas
intermediárias do
Paraná são: Curitiba, Guarapuava, Cascavel, Maringá, Londrina e Ponta Grossa.[104]

As regiões geográficas intermediárias se subdividem em regiões geográficas imediatas,


que constituem um agrupamento de municípios limítrofes, com a finalidade de integrar
a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
O Paraná é dividido em 29 regiões geográficas imediatas: Curitiba, Paranaguá, União da
Vitória, Guarapuava, Pitanga, Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Francisco Beltrão, Pato
Branco, Laranjeiras do Sul-Quedas do Iguaçu, Dois Vizinhos, Marechal Cândido
Rondon, Maringá, Campo Mourão, Umuarama, Paranavaí, Cianorte, Paranacity-
Colorado, Loanda, Londrina, Santo Antônio da Platina, Apucarana, Cornélio Procópio-
Bandeirantes, Ivaiporã, Ibaiti, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Irati.

O governo do Paraná divide o território estadual em regiões de gestão e planejamento,


estabelecidas com o objetivo de centralizar a atividades das secretarias estaduais. Seus
limites nem sempre coincidem com os das mesorregiões e microrregiões.[105] As vinte e
duas regiões administrativas do estado são: Paranaguá, Curitiba, Ponta Grossa,
Jacarezinho, Londrina, Apucarana, Cianorte, Maringá, Paranavaí, Umuarama, Campo
Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Pato Branco, Guarapuava,
União da Vitória, Irati, Toledo, Ivaiporã, Laranjeiras do Sul, e Pitanga.[105]

Economia

Exportações do Paraná - (2012)[106]

Em 2013, o Paraná possuía o quinto PIB do Brasil, com 179 270 000 bilhões de reais,
representando 5,90% do PIB nacional no ano de 2005, contra 6,4% em 2003. Entretanto,
o crescimento do PIB paranaense vem apresentando sinais de desaquecimento nos
últimos dois anos. Em 2003 a variação real foi de 5,2% em relação ao ano anterior. No
ano seguinte, 2004, houve variação de 3,2%. Em 2005 a variação estimada
pelo IPARDES é de apenas 0,3%. Essa desaceleração pode ser atribuída às crises no
campo que vêm atingindo o estado nos últimos anos, e que acabam refletindo no
comércio, serviços e até indústria. Cerca de 15% do PIB paranaense provém da
agricultura. Outros 40% vêm da indústria e os restantes 45% são do setor terciário. Em
2007 apresenta um crescimento de mais de 7% do PIB, um dos melhores do país naquele
ano.[107] Quanto a sua pauta de exportações, no ano de 2012 os principais produtos
exportados foram a Soja (18,73%), Carne de Aves (10,50%), Açúcar in Natura (8,09%),
Farelo de Soja (8,00%) e Milho (6,36%).[108]

As principais atividades econômicas são a agricultura (cana-de-


açúcar, milho, soja, trigo, café, tomate, mandioca), a indústria
(agroindústria, automobilística, papel e celulose) e o extrativismo
vegetal (madeira e erva-mate).[109] O Paraná tinha em 2009, o quarto maior PIB do
Brasil, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.[110]

Setor primário

Plantação de trigo em Céu Azul.

Plantação de soja em Guarapuava.

O setor primário é o menos relevante para a economia paranaense: em 2013,


a agropecuária representava somente 10,4% do valor total adicionado à de todo o
estado.[107] O setor agropecuário do Paraná tem grande diversificação e alta
produtividade, bem como um progressivo parque industrial.[111][112] É o estado brasileiro
que mais produz milho e soja e o segundo produtor de cana-de-açúcar.[113]
Os mais importantes produtos da agricultura paranaense são o trigo, o milho e
a soja,[113] riquezas das quais foram obtidos recordes de safra, competindo com os
demais estados.[113] O cultivo da soja é o mais novo dos três e foi expandido tanto no
norte como no oeste do estado, e depois no sul.[114] Tem importância, também, que
o algodão herbáceo é especialmente produzido no norte.[114] A cafeicultura, que é uma
das principais atividades agrícolas do estado, caso não desfrute da mesma
grandiosidade de antigamente (o Paraná, sozinho, já chegou a produzir 60% do café de
todo o mundo), ainda faz com que o Paraná continue sendo um dos mais importantes
produtores da federação brasileira.[115] As plantações mais densas de café revestem a
área a oeste de Apucarana.[114] Em segundo lugar, o café é produzido nos terrenos da
área zoneada de Bandeirantes, Santa Amélia e Jacarezinho.[114]

No que se refere à pecuária, o Paraná dispõe de uma imensa bovinocultura e é um dos


estados brasileiros que mais criam porcos, principalmente no centro, sul e leste do
estado.[116] Nos últimos vinte anos, a bovinocultura e a suinocultura foram muito
expandidas.[114] Como nos demais estados da região Sul, diferem, no Paraná, os modos
de utilização das terras campestres ou florestais.[114] Geralmente, nas zonas
campestres, a pecuária extensiva é praticada; nas florestais, as plantações e pastos
artificiais para engordar o gado são desenvolvidas.[114] No Paraná, a quantidade
produzida de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de abelha ainda é
expressiva.[116]

O subsolo paranaense possui grandes riquezas minerais. Há reservas significativas


de areia, argila, calcário, caulim, dolomita, talco e mármore, bem como demais
menores (baritina, cálcio). A bacia carbonífera é a terceira do Brasil, e a de xisto, a
segunda. Em relação aos minerais metálicos, mediram-se depósitos
de chumbo, cobre e ferro.[117]
Setor secundário

Unidade Monte Alegre da Klabin S.A., em Telêmaco Borba.

Centro de Tecnologia da Klabin, em Telêmaco Borba.

Embora o estado possua um grande parque industrial, na economia paranaense o setor


secundário é atualmente o segundo menos relevante: em 2013, a participação
da indústria representava somente 26,02% do valor total adicionado à de todo o
território estadual.[107]

Em meados do século XX, as atividades econômicas da indústria impulsionaram


consideravelmente a economia do Paraná.[118] Foi em consequência desse impulso que
a urbanização cresceu, não somente na área ao redor de Curitiba, como em polos
interioranos, exemplificando, Ponta Grossa — maior parque industrial do interior —,
Londrina, Cianorte e Cascavel.[114] Os mais importantes gêneros industriais são o
de alimentos e o madeireiro.[114] Curitiba é o município que possui mais indústrias e os
mais importantes setores de sua atividade industrial são os de alimentos e de móveis, o
madeireiro, de minerais não-metálicos, de produtos químicos e
de bebidas.[114] Na Região Metropolitana de Curitiba, em São José dos Pinhais,
encontram-se ainda unidades industriais (montadoras) da Volkswagen-Audi e
da Renault, ambas de grande porte.[119] O setor madeireiro espalha-se no interior, com
importantes centros em União da Vitória, Guarapuava e Cascavel.[114]

O centro mais expressivo dos alimentos produzidos é Londrina, sendo também muito
importante a atividade em Ponta Grossa, considerado um dos maiores parques
moageiros de milho e soja da América Latina.[114] A mais importante indústria do estado
é a Klabin, que se instalou na Fazenda Monte Alegre, no município de Telêmaco
Borba.[120][121][122][123][124]

Setor terciário

Centro financeiro de Curitiba.

O setor terciário é o maior e mais relevante da economia paranaense: em 2013, a


participação dos serviços representava 63,4% do valor total adicionado à de todo o
estado.[107]

Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) realizada pelo IBGE em 2013, existiam no
estado 94 352 empresas,[125] das quais 4 413 eram locais.[126]

Em 2013, trabalharam para todas essas empresas, 712 191 trabalhadores, que
totalizavam ao todo uma receita bruta de 75 551 590 mil reais, juntos com salários e
outras remunerações que somavam um total de 13 442 569.[125]

No Paraná, existiam, em 2015, 1 559 agências (instituições financeiras), que renderam


R$ 143 521 153 112 mil em operações a crédito, 211 648 844 mil à vista do governo,
8 972 412 757 mil privados, 37 528 225 778 mil em poupança, 42 277 904 694 mil a
prazo e 327 991 725 mil reais em obrigações por recebimento.[127]
Turismo

Cataratas do Iguaçu, no Parque Nacional do Iguaçu.

Jardim Botânico de Curitiba.

O Paraná é o estado brasileiro que possui a maior quantidade de parques nacionais, com
destaque o Parque Nacional do Iguaçu e o de Superagui.[128] Foz do Iguaçu, com mais de
270 cachoeiras e quedas d’água[129][130] é mundialmente conhecida, principalmente
pela[131] Garganta do Diabo. Outra atração da cidade é a Usina Hidrelétrica de Itaipu que
é aberta a visitação.[132]

O Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, com pedras em diversas formas, é
outro exemplo de ponto turístico do estado. Ainda em Ponta Grossa pode-se visitar
o Buraco do Padre,[133] a Capela de Santa Bárbara (construída pelos Jesuítas)[134] e a
Cachoeira da Mariquinha.[135]

Em Maringá existe a Catedral de Maringá (Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória),


segundo monumento mais alto da América do Sul e décimo do mundo.[136] Crescente
visitação tem ocorrido na região do Cânion Guartelá, (6° maior do mundo e do Brasil)
em Tibagi.[137]

Curitiba é hoje um importante destino turístico brasileiro, especialmente procurado por


turistas oriundos de estados vizinhos que chegam à cidade por via terrestre.[138] Um
importante aumento no “turismo de negócios” tem também se verificado nas últimas
décadas.[139] Seja por razões de lazer ou trabalho, o fluxo de visitantes estimado no ano
de 2006 chega a ser surpreendente: mais de 1 800 000 pessoas, ou seja, maior que o
número de habitantes da cidade.[140]

Durante o ano inteiro, são realizadas feiras e festivais, merecendo destaque a Munchen
Fest de Ponta Grossa,[141] a Oktoberfest de Rolândia,[142] Carnaval
de Tibagi,[143] o Festival Internacional de Londrina,[144] de Teatro de Curitiba (o principal
do país),[145] Folclórico e de Etnias do Paraná,[146] e a Feira de Móveis do Paraná
(Movelpar).[147] Atraem ainda considerável interesse as feiras agropecuárias de grande
porte, em especial a Expo Londrina.[148]

Infraestrutura

Saúde

Mortalidade 20,0 por mil nascimentos


infantil (2005)[149]

Médicos 16,9 por 10 mil hab.


(2005)[149]

Leitos 2,3 por mil hab. (2005)[149]


hospitalares

Hospital Evangélico de Curitiba, um dos mais modernos e bem equipados do Paraná.

Consideram-se ótimas as condições de saúde do estado, o que torna elevado o nível de


economia da população. Em 2005, funcionavam 4 780 estabelecimentos
hospitalares,[150] os quais contavam com 28 340 leitos[150] e eram atendidos, em 2007,
por 40 187 médicos,[151] 5 832 enfermeiros[151] e 19 229 auxiliares de
enfermagem.[151] Em 2005, da população, 86,1% dos paranaenses possuem acesso à
rede de água,[152] enquanto 68,5% são beneficiados pela de esgoto sanitário.[152]

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2008, 77,0% da população
paranaense avalia sua saúde como boa ou muito; 67,4% realiza consulta médica
periodicamente; 48,1% dos habitantes consultam o dentista regularmente e 8,3% esteve
internado em leito hospitalar nos últimos doze meses. 33,4% declararam ter
alguma doença crônica e apenas 27,0% tinham plano de saúde. Outro dado significante
é o fato de 52,2% declararem necessitar sempre do Programa Unidade de Saúde da
Família — PUSF.[153]

Na questão da saúde feminina, 40,4% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame
clínico das mamas nos últimos doze meses; 53,0% entre 50 e 69, mamografia nos dois;
e 78,7% entre 25 e 59, preventivo para câncer do colo do útero nos três.[153]

Educação

Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro na década de 1970, hoje CCSA da UENP.

Em 2009, foram registradas matrículas de 1 677 128 discentes, nas 6119 escolas
de ensino fundamental do estado, das quais 769 073 eram municipais, 744 913
estaduais, 162 621 particulares e 521 federais.[157] Quanto ao corpo docente era o
mesmo formado de 82 217 professores, sendo que 11 923 eram particulares.[157] Em
2009, ministrava-se o ensino médio, em 1713 estabelecimentos, com 74 114 discentes
matriculados e 34 457 docentes.[157] Dos 474 114 alunos, 3560 estavam na escola
pública federal, 418 117 na estadual, e 52 437 na particular.[157]
Em 2013, o total de alunos do ensino médio passou a 479 519 (queda de 1,06% em
relação a 2012, quando havia 484 633 estudantes). Destes, 4 272 (0,9%) estavam na
rede pública federal, 411 299 (85,8%) na estadual e 63 948 (13,3%) na particular.[158]

Em 2013, as instituições de ensino públicas e privadas da Educação Básica do Paraná


atenderam 10 721 alunos portadores de necessidades especiais, representando um
aumento de 10,6% em relação a 2012. Deste total, 13 (0,12%) estavam matriculados na
rede federal, 1 540 (14,36%) na estadual, 3 601 (33,59%) na municipal e 5 567 (51,93%)
na particular.[159]

Ensino Superior

Universidade Federal do Paraná.

Quanto ao ensino superior, em 2009, o estado tinha 183 estabelecimentos, onde foram
registradas matrículas de 109 592 discentes, sendo 35 494 alunos em escolas públicas
federais, 71 419 em estaduais, 2679 em municipais e 177 291 em particulares.[160]

De acordo com o PNUD do ano 2010 o IDH-Educação do Paraná é de 0,668, o quinto


maior índice entre os estados brasileiros, perdendo apenas para Rio de Janeiro, Santa
Catarina, São Paulo e Distrito Federal.[161] Dentre os municípios do estado, o melhor
resultado foi de Curitiba com 0,768 e o pior foi Doutor Ulysses com 0,362.[162] Ainda de
acordo com a pesquisa, o índice de analfabetismo no estado em adultos acima de 25
anos era de 7,86%,[162] sendo o menor de 1,48%, registrado em Quatro Pontes,[162] e o
maior de 24,51% no município de Itaúna do Sul.[162]

Em 1912 é fundada a Universidade Federal do Paraná, a primeira do Brasil e da região


Sul do país.[163] Além da UFPR, o Paraná tem universidades espalhadas pelo estado nas
principais cidades de cada região.[164] Ainda em Curitiba, encontra-se a sede da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná — PUCPR[165] e do Centro Universitário
Curitiba (UNICURITIBA), entidade sucessora da Faculdade de Direito de Curitiba criada
em 1950.[166] O estado conta com uma universidade federal multicampi, a UTFPR.[167]

Em Ponta Grossa a universidade estadual é a UEPG, em Londrina é a UEL, Maringá conta


com a UEM, Guarapuava é sede da UNICENTRO, Cascavel é a cidade-base da UNIOESTE,
que ainda dispõe de câmpus espalhados por vários outros municípios, Jacarezinho é a
cidade-base da UENP.[164] O estado conta ainda a UNESPAR, Universidade Estadual do
Paraná, a qual é composta por sete centros universitários, nas cidades de
Apucarana, Campo Mourão, Curitiba, Paranaguá, Paranavaí, São José dos Pinhais
e União da Vitória.[164]

Transportes

Aeroporto Internacional Afonso Pena.

Rodovia BR-277, próximo ao município de Matelândia, no extremo oeste do estado.

No estado existem seis aeroportos comerciais, dos quais dois internacionais:


o Governador José Richa, em (Londrina), o Internacional Afonso Pena e o do Bacacheri,
de Curitiba, e o Cataratas, administrados pela Infraero, além dos de Cascavel e Maringá,
geridos pelas respectivas municipalidades.[168][169][170][171]
A rede de rodovias pavimentadas abrange duas estradas que penetram no estado, de
leste a oeste: a conexão Ourinhos/SP-Londrina-Apucarana-Maringá-Paranavaí (BR-
369/BR-376) e a Paranaguá-Curitiba-Ponta Grossa-Guarapuava-Cascavel-Foz do Iguaçu
(BR-277). Em direção transversal, aparecem as conexões Apucarana-Ponta Grossa (BR-
376), Sorocaba-Curitiba e São Paulo-Curitiba-Rio Negro. Esta última encontra-se
prolongada até o extremo sul do Rio Grande do Sul e pertence à BR-116.[172]

O sistema ferroviário paranaense participa notavelmente da vida econômica do estado.


No setor sul, as linhas da Ferroeste (Antiga Ferropar), a Ferrovia da Soja, que a iniciativa
privada em 1997 começou a operar e que o governo retomou no início de 2007, no
trecho de Guarapuava a Cascavel, estendendo-se (em projeto) até Guaíra e Foz do
Iguaçu. Outra estrada de ferro liga do Porto de Paranaguá até Curitiba, Guarapuava,
Londrina, Ponta Grossa e Maringá. De norte a sul, são encontradas as linhas da Rumo
ALL, ex-América Latina Logística, que corresponde à malha meridional da ex-Rede
Ferroviária Federal, que também privatizou-se na década de 1990, que liga o Paraná
com aos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.[172]

O Paraná é ligado ao Brasil e ao exterior através dos portos


de Paranaguá e Antonina.[173] Os moradores das vilas e povoados encontrados nas ilhas
e às margens da baía de Paranaguá são servidos pelos serviços de barcos.[173] Alguns
dirigem-se para a Ilha do Mel, demais para Guaraqueçaba, demais ainda
para Cananéia e Iguape no estado de São Paulo, usando-se do canal do
Varadouro.[173] Fazem-se serviços de balsa na baía de Guaratuba, fazendo a ligação
entre a cidade de igual nome (Porto Damião de Souza) e Caiobá (Porto da
Passagem).[174] Faz-se o transporte fluvial em grande escala no rio Paraná, fazendo a
ligação entre a cidade de Guaíra e o estado de São Paulo e, intermédio de balsa,
com Mato Grosso do Sul.[173] A navegação fluvial também há em Foz do Iguaçu, ligando
o Brasil com a Argentina.[173]

Serviços e comunicações

O estado conta com outros serviços básicos. No Paraná, existem várias empresas
responsáveis pelo abastecimento de água. Em 345 dos 399 municípios paranaenses, a
empresa responsável por água e saneamento básico (esgoto) é a Companhia de
Saneamento do Paraná (Sanepar).[175]
Em relação à energia elétrica, existe uma empresa no estado, a Companhia Paranaense
de Energia.[176] Bem como as hidrelétricas de Capivari-Cachoeira, no Capivari, a nordeste
de Curitiba, e de Júlio Mesquita Filho, no rio Chopim, no sudoeste do estado,[177] opera
no Paraná a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo em produção de
energia (depois da das Três Gargantas, na China), contudo, ainda a em tamanho,
na fronteira Brasil-Paraguai,[178] e erguida em grupo com este país.[179] Terminada em
1991, somente a partir daí a sua capacidade inteira, de 12 000 MW, começou a ser
utilizado, o que fez do Paraná o estado brasileiro que mais produz energia.[180] No
entanto, o Paraná também é enriquecido de energia produzida pelas usinas
de açúcar e álcool, produtoras de eletricidade desde a queima do bagaço da cana.[181]

Vista panorâmica da Usina Hidrelétrica de Itaipu à noite, na fronteira do Brasil com o


Paraguai.

[182]
O código de área (DDD) do estado varia, desde 041 até DDDs
046.[184] No dia 2 de fevereiro de 2009, as
Cidade DDD
regiões oeste e sudoeste passaram a serem servidas
pela portabilidade, com outras cidades de DDDs 45 e 46, 19 (São Curitiba 41
Paulo), 93 e 04 (Pará).[185]
Ponta Grossa 42

Londrina 43

Maringá 44

Foz do Iguaçu 45

Sede da TV Iguaçu de Curitiba, afiliada à Rede Massa em março Pato Branco 46

de 2008 e ao Sistema Brasileiro de Televisão desde 1981.


A secretaria responsável pelas comunicações em todo o Paraná é a Secretaria da
Comunicação Social, que atua tanto na assessoria da imprensa, quanto no marketing e
na Internet.[186] Existem diversos jornais presentes em vários municípios do estado,
como, por exemplo, Tribuna do Norte (em Apucarana), do Interior (em Campo
Mourão), Diário Popular (em Curitiba), Gazeta do Iguaçu (em Foz do Iguaçu), dos
Campos (em Ponta Grossa), Jornal do Oeste (Toledo), A Tribuna do
Povo (Umuarama), de Cianorte, entre outros.[187] Dois dos mais influentes jornais do
país,[188] Gazeta do Povo e O Estado do Paraná, são paranaenses e mantém suas sedes
na capital. O Paraná também concentra um grande número de editoras que produzem
algumas das principais publicações do estado. Entre elas se destaca a Imprensa da
Universidade Federal do Paraná, editora de livros didáticos, técnicos e científicos, teses,
revistas e periódicos, e encadernadora de brochuras e confeccionadora de impressos de
qualquer natureza, de interesse aos setores, cursos, departamentos e unidades aos
membros do corpo docente da UFPR.[189]

No campo da televisão, o estado foi pioneiro com a criação da sua primeira emissora, a
atual RPC Curitiba, pelo advogado e empresário Nagib Chede, em 29 de outubro de
1960.[190] Com o passar do tempo, várias outras emissoras desenvolveram-se no estado
e ganharam projeção nacional e regional, como foi o caso da CNT,[191] a Rede
Massa[192] e a Mercosul,[193] todas com sede na Grande Curitiba. Além disso, há
transmissão de canais nas faixas Very High Frequency (VHF) e Ultra High
Frequency (UHF). O Paraná é sede de alguns canais/emissoras de televisão, como a RIC
Londrina,[194] a RPC Foz do Iguaçu,[195] a TV Educativa de Ponta Grossa,[196] a TV
Carajás (em Campo Mourão)[197] e a TV Beltrão (em Francisco Beltrão).[198]

Segurança pública e criminalidade

Helicóptero da Aviação na Polícia Militar do Paraná.


Auto Bomba Tanque do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná.

As mais importantes unidades das Forças Armadas no Paraná são: no Exército Brasileiro,
o Paraná faz parte do Comando Militar do Sul (junto com os estados do Rio Grande do
Sul e Santa Catarina), sediado em Porto Alegre, pertencendo à 5.ª Região Militar e 5.ª
Divisão de Exército (com Santa Catarina);[199] merecem destaque no estado o 13.º
Batalhão de Infantaria Blindado (Ponta Grossa)[200] e o 20.º Batalhão de Infantaria
Blindado (Curitiba);[201] na Marinha do Brasil, o Paraná pertence ao 5.º Distrito Naval,
que se sedia em Rio Grande;[202] e na Força Aérea Brasileira, o Paraná integra o Cindacta
II, localizado em Curitiba, que se encarrega do radar no sul do Brasil, no Mato Grosso do
Sul inteiro, porção meridional e oeste de São Paulo.[203]

A Polícia Militar do Estado do Paraná (PMPR) tem por função primordial o policiamento
ostensivo e a preservação da ordem pública no Paraná. Ela é Força Auxiliar e Reserva do
Exército Brasileiro, e faz parte do Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do
Brasil.[204] Seus integrantes são denominados Militares dos Estados,[205] assim como os
membros do Corpo de Bombeiros do Paraná.[204]

O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná é um comando Intermediário da


PMPR, cuja missão consiste na execução de atividades de defesa civil, prevenção e
combate a incêndio, buscas, salvamentos e socorros públicos, no âmbito do Estado do
Paraná.[206] A corporação é força auxiliar e tropa reserva do Exército Brasileiro, e
pertence o sistema de segurança pública e defesa social do Brasil. Seus integrantes são
denominados militares dos Estados pela Constituição Federal de 1988, assim como os
demais membros da Polícia Militar do Paraná.[207]

A Polícia Civil do Estado do Paraná é órgão do sistema de segurança pública ao qual


compete, nos termos do artigo 144, § 4º, da Constituição Federal e ressalvada
competência específica da União, as funções de polícia judiciária e de apuração das
infrações penais, exceto as de natureza militar.[208] As principais instituições
penitenciárias do estado são a Penitenciária Central[209] e a Colônia Penal Agrícola.[210]

Desde o final de 2014, o estado do Paraná utiliza tornozeleiras eletrônicas para


fiscalização do cumprimento de pena por parte de presos do regime semiaberto. [211] O
uso desta tecnologia era estudado deste 2007, quando um modelo tornozeleira
desenvolvido por uma empresa privada junto ao Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento, órgão subordinado ao governo estadual, foi apresentada ao então
governador, Roberto Requião.[212] Além de monitorar presos em regime semiaberto do
estado, o governo do Paraná fornece parte de suas tornozeleiras para uso da polícia
federal,[213] mesmo que os monitorados tenham residência em outro, como é o caso do
ex-diretor da Petrobrás preso durante a Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa, que
cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.[214]

Críticas severas tem sido feitas à falta de efetivos tanto da polícia civil quanto da militar
e se mostrado uma preocupação dos paranaenses, são os mesmos da década de 80 para
quase o dobro de população.[215][216][217]

Mapa da violência no Paraná

De acordo com dados do “Mapa da Violência 2012”,, publicado pelo Instituto Sangari e
pelo Ministério da Justiça, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, que era de 10,8
em 1980, subiu para 35,1 em 2009 (ficando acima da média nacional, que era de 27,0).
Entre 2000 e 2009, o número de homicídios subiu de 1766 para 3 588. Em geral, o Paraná
subiu sete posições na classificação nacional dos estados e Distrito Federal por taxa de
homicídios, passando da décima-sexta posição em 2000 para a nona em 2010. Curitiba
e região metropolitana possuíam taxas doze vezes maiores que a do estado (47,0),
enquanto, no interior, o mesmo era um pouco menor que a média estadual (24,8).[218]
Em 2000, 168 municípios não registravam nenhum caso de homicídios do estado,
número caindo para 130 em 2010. Considerando-se todos os municípios com mais de
cem mil habitantes, que em 2000 eram 60, passaram, em 2010, para 101 do total do
mesmo. Entre os municípios acima de 50 000 e abaixo de 100 000 habitantes, destacam-
se Pinhais e Piraquara, que apresentaram forte crescimento nos níveis de violência. Ao
mesmo tempo, a região metropolitana da capital registrou um forte aumento de 126,7%
nas taxas de homicídios, enquanto, no interior do estado uma queda de 24,8%.[218][219]

Conforme o “Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008”, também publicado


pelo Instituto Sangari, as cidades paranaenses que apresentavam as maiores taxas de
homicídios por grupo de cem mil habitantes eram Foz do Iguaçu
(98,7), Guaíra (94,7), Tunas do Paraná (90,1) e Rio Bonito do Iguaçu (80,1).[220]

Cultura

Em sua composição étnica, a cultura do Paraná soma uma grande quantidade


de etnias como portugueses, espanhóis, italianos, alemães, neerlandeses, eslavos, polo
neses, ucranianos, árabes, coreanos, japoneses, gaúchos, catarinenses, paulistas, minei
ros, nordestinos, indígenas e africanos, as quais colaboraram para que a alma do povo
paranaense fosse consolidada. Possivelmente observamos a cultura do estado
no artesanato, na culinária, no folclore, quer dizer, nas diferentes maneiras dos
paranaenses se expressarem.[221]

Interior da Ópera de Arame, em Curitiba.

No começo, os hábitos e as lendas dos índios redimensionaram a cultura da Europa,


de Portugal e de Espanha. O povo paranaense legou uma grande quantidade dos
hábitos, como o costume de consumo de ervas, milho, mandioca, mel e tabaco. Depois,
os tropeiros colaboraram com a cultura de consumir o chimarrão, o café e o feijão-de-
tropeiro e os escravos africanos trouxeram como legado a feijoada, a cachaça e suas
danças e ritos. Posteriormente, os imigrantes europeus, fixados especialmente no sul e
leste do Paraná, deixaram manifestações próprias misturadas à cultura popular estadual
que existia antes das recentes contribuições culturais de outros países. Tradições
polonesas, alemãs, ucranianas, libanesas e japonesas, como é o caso, foram somadas às
manifestações originárias dos povos indígenas, da África, de Portugal e de Espanha,
diversificando ainda mais a cultura do Paraná. Dessa forma, o Paraná é uma imensa
formação cultural de influência por grupos deslocados de seus países ou Estados por
diversos motivos. Essa miscigenação inteira faz parte da cultura paranaense, que se
manifesta e se representa na arquitetura, na literatura, na música e em demais artes
cênicas e visuais.[221]

Entre os principais paranaenses ilustres podemos destacar: David Carneiro, um dos mais
renomados historiadores brasileiros[222] e pai do historiador David Carneiro
Júnior;[223] Moysés Paciornik, médico curitibano;[224] Michel Teló, medianeirense, ex-
integrante do Grupo Tradição;[225] Tony Ramos, araponguense, ator da Rede
Globo;[226] entre os escritores, Dalton Trevisan, Helena Kolody e Paulo Leminski;[227] os
cientistas César Lattes, Metry Bacila, João José Bigarella e Newton Freire-Maia, este
último mineiro radicado em Curitiba;[228] Sônia Braga, maringaense;[229] a dupla
sertaneja Chitãozinho e Xororó, astorguense;[230] Jaime
Lerner, político, arquiteto e urbanista curitibano;[231] Anízio Alves da Silva, inventor
do supletivo (atualmente conhecido como Educação de Jovens e Adultos);[232] Deivid
Willian da Silva, londrinense, jogador do Clube Atlético Paranaense;[233] Dirceu José
Guimarães;[234] Fábio Campana, natural de Foz do Iguaçu, jornalista;[235] Aramis
Millarch;[236] os ex-governadores Roberto Requião de Mello e Silva[237] e Moysés
Lupion;[238] Laurentino Gomes, maringaense, escritor;[239] Grazi Massafera;[240] Maria
Fernanda Cândido;[241] dentre vários outros.
Instituições e bibliotecas

O Museu Paranaense, em Curitiba.

A Biblioteca Pública do Paraná é a maior biblioteca pública do estado e da região Sul do


país em número de acervo bibliográfico.

A Universidade Federal do Paraná foi criada em 1912,[242] e a Pontifícia Universidade


Católica do Paraná, em 1959.[243] Dos museus que existem no estado, o de maior
importância é o Museu Paranaense, em Curitiba, criado em 1876 pelo
historiador Agostinho Ermelino de Leão, com coleções históricas, etnográficas e
arqueológicas, bem como sua biblioteca especializada.[244]

Outra instituição de importância é o Museu Coronel Davi Antônio da Silva Carneiro,


também na capital.[245] O Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tombou suas
coleções, como as do Paranaense.[246] Seu acervo tem peças arqueológicas, etnográficas
e numismáticas.[245] Em Paranaguá, dois museus constituem um atrativo aos visitantes:
o Museu de Arqueologia e Artes Populares, vinculado à Universidade Federal do Paraná
e cujo local de funcionamento é no antigo Colégio dos Jesuítas, e o do Instituto Histórico
e Geográfico de Paranaguá.[247]

As maiores bibliotecas encontram-se em Curitiba: a Biblioteca Pública do Paraná,[248] a


do Museu Paranaense,[249] as da UFPR[250] e a da PUCPR em Curitiba.[251] Há também
bibliotecas especializadas, como a do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e
Extensão Rural, que possui um grande acervo relacionado com tecnologias
agrícolas,[252] e a do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná,
especializada em assuntos relacionados com o cooperativismo.[253]

Patrimônio cultural, festivais e culinária

Um barreado feito num restaurante em prato de porcelana.

O Patrimônio Histórico também catalogou, no estado, uma grande diversidade de


monumentos arquitetônica e historicamente valiosos, como a igreja matriz de São Luís,
em Guaratuba, a casa na qual faleceu o general Carneiro, em Lapa, a histórica residência
dos jesuítas, e a fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, em Paranaguá.[179]

As principais festas religiosas do estado são a de Nossa Senhora da Luz, em


Curitiba,[254] e a do Rocio, em Paranaguá, seguido de grande procissão.[255] A principal
festa popular é a Congada da Lapa, originária da África e que homenageia São Benedito,
na cidade de Lapa.[256] A quantidade de eventos artístico-culturais paranaenses é
riquíssima e variada e apresenta o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná,[257] o
Internacional de Música de Londrina,[258] o de Dança de Cascavel,[259] o de Teatro de
Curitiba[260] e o de inverno de Antonina.[261]

As diversas origens de sua população são testemunhadas pela cozinha


paranaense.[262] A exemplo da feijoada brasileira, o prato mais característico é
o barreado, que se aprecia no litoral inteiro e cujo ingrediente principal é o cozimento
da carne, por uma grande quantidade de tempo, em panela de barro, até ser
desmanchado.[262][263] O churrasco é, como no sul inteiro, um dos pratos mais típicos do
interior, junto com os das comunidades de imigrantes
alemães, poloneses e italianos.[262]
Pontos turísticos

A Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá no caminho entre Curitiba e Morretes.

Atravessado por estradas e repleto de restaurantes, o Paraná é um estado de grande


atrativo ao turismo.[264] São merecedoras da atenção do turista a capital, com seus
museus, jardins e universidades, o teatro Guaíra, o Passeio Público (com o jardim
zoológico),[265] os monumentos históricos de Guaratuba, Lapa e Paranaguá, e
especialmente a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, uma das obras de maior fama da
engenharia brasileira. Dos trens que a cortam, um grandioso panorama envolvente de
paisagens serranas e litorâneas é descortinado ao mesmo tempo.[266]

Antônio Rebouças, irmão (prematuramente morto) do engenheiro, monarquista e


abolicionista André, projetou a ferrovia, no segundo reinado.[267] Contrária à hipótese
de peritos estrangeiros convidados pelo governo, a estrada, que se abriu ao trânsito em
1885,[268] foi erguida em um traço em linha de simples aderência.[266] Possui 111 km de
extensão, 41 pontes e treze túneis,[268] doze dos quais se escavaram na rocha viva, bem
como o arrojado viaduto Vicente de Carvalho, com 84 m.[268] Várias destas obras de arte
foram criadas para superar os trechos de maior dificuldade. Elas ainda se consideram
muito audaciosas, para a topografia da região.[266]

São inúmeros os acidentes naturais turisticamente interessantes no Paraná, como as


rochas de arenito vermelho de Vila Velha, os quais têm aparência de dólmens, na
periferia de Ponta Grossa; as grutas de calcário de Campinhos, em Tunas do Paraná,
gruta da Lancinha (maior em biodiversidade do sul do Brasil) em Rio Branco do Sul, e do
Monge, em Lapa; as cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu; o Parque Nacional do
Iguaçu, com suas florestas; a ilha do Mel, com seu balneário, o farol, a caverna e a antiga
fortaleza da Barra, em Paranaguá; as praias de Pontal do Sul, Praia de
Leste, Matinhos, Caiobá e Guaratuba.[266]

Esportes
Estádio Joaquim Américo Guimarães (ou Arena da Baixada) durante o jogo
entre Irã e Nigéria durante a Copa do Mundo FIFA de 2014.

Entrada do Autódromo Internacional de Curitiba, localizado em Pinhais.

O futebol é o esporte mais popular no estado de Paraná, seguido


por vôlei, basquete, ginástica, artes marciais e automobilismo.[269] O futebol foi
introduzido no início do século XX, tendo como principais equipes o Clube Atlético
Paranaense, o Coritiba Foot Ball Club e o Paraná Clube, além de outros times menores.
O Campeonato Paranaense, realizado anualmente desde 1915, é o principal evento de
futebol no estado, organizado pela Federação Paranaense de Futebol, contando com a
participação de doze equipes na primeira divisão.[270] Os estádios de futebol Major
Antônio Couto Pereira e a Arena da Baixada, ambos em Curitiba, são os maiores do
Paraná.[271]

O Paraná é sede de eventos esportivos nas mais diversas modalidades, seja de


importância local, nacional e até mesmo internacional, entre os quais os Jogos Oficiais
do Paraná, realizados pela secretaria estadual do esporte e que reúne os Jogos Abertos
do Paraná, os Jogos Colegiais (JOCOPS), os Universitários (JUPS), os da Juventude
(JOJUPS) e da Primavera (JEP);[272] o Campeonato Mundial de Carros de Turismo,
a Fórmula Truck, a GT3 Cup, a Stock Car Brasil e a SuperBike Brasil, eventos que são
realizados no Autódromo Internacional de Curitiba.[273] O Paraná sediou quatro jogos
da Copa do Mundo de 2014, realizados no Estádio Joaquim Américo Guimarães (Arena
da Baixada), em Curitiba.[274] Há ainda diversos incentivos à prática de esportes.[275]
Dentre as principais personalidades do esporte paranaense estão: no futebol, Rogério
Ceni (ex-goleiro do São Paulo Futebol Clube) e Pedro Ken; Dalila Bulcão Mello, Joyce
Batista e Rolando Ferreira Júnior, no basquete; Clésio Prado, Elisângela
Oliveira, Emanuel Rego, Ericléia Bodziak (Filó), Gilberto Amauri Godoy Filho (Giba),
no vôlei; e Angélica Kvieczynski, Ana Paula Scheffer, Daiane dos Santos, Khiuani Dias,
Nicole Müller, na ginástica; nas artes marciais: Anderson Silva (muay thai), Camila
Coninck Costa (judô), Marcelo Barreto (taekwondo), Rosilette dos Santos (judô) e Volnei
Cláudio Mânica (kung fu); David Muffato e seu pai Pedro Muffato, ambos no
automobilismo.[269]

Feriados

O Paraná não possui data magna nem feriados estaduais. Em 2014 foi apresentado e
aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná uma lei que instituía a dissolução do
polêmico feriado da emancipação política do estado, passando a ser ponto facultativo.
O feriado não era cumprido pelas empresas públicas e particulares

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