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HISTÓRIA DO AMAPÁ

Região Norte II
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REGIÃO NORTE II

RELEMBRANDO
Quando se refere à colonização da região amazônica, trata-se da grande dinâmica que
ocorreu por causa da União Ibérica, fazendo com que o Tratado de Tordesilhas perdesse
sua aplicabilidade. Também devem ser ressaltados a expulsão dos franceses e o Forte do
Presépio em Belém, que promove a presença ibérica na região, como forma de proteção
contra holandeses, ingleses, alemães e franceses, expulsos de São Luís.
Outro fato a ser ressaltado é a ação dos bandeirantes em busca dos indígenas, assim
como os religiosos, que tinham a função de catequizar o povo índio.

OS PORTUGUESES NA AMAZÔNIA

• A presença dos portugueses na Amazônia está vinculada ao processo de expansão


do movimento bandeirante, que propiciou a expansão dos domínios lusos na Amé-
rica durante a União Ibérica. Os portugueses chegaram pelo Nordeste, partiram de
Pernambuco e, no Maranhão, chocaram-se com os franceses, que haviam fundado a
cidade de São Luís, em 1612.
• Na Amazônia, os holandeses, os ingleses e os alemães já haviam fundado feitorias. O
bandeirante Francisco Caldeira Castelo Branco, em 1616, após a expulsão dos fran-
ceses do Maranhão, fundou o Forte do Presépio de Belém, iniciando o processo
de ocupação da Amazônia.
• Os missionários foram responsáveis pela catequização dos indígenas. Para essa
tarefa, recebiam a côngrua (dever moral e religioso do crente contribuir financeira-
mente para a honesta e digna sustentação do seu pároco. Estando ele todos os dias e
todas as horas ao serviço da Paróquia). Os irmãos leigos Domingos de Brieba e André
de Toledo, dedicados à tarefa de “docilizar” os “gentios”, partiram rumo ao território
amazônico, em 17 de outubro de 1636, e chegaram a Belém em 5 de fevereiro de 1637.

Obs.: os religiosos foram conhecendo os indígenas e seus costumes, criando estratégias


de dominação intelectual e espiritual. As informações vindas dos próprios índios,
assim como da própria região, com suas características geográficas, ajudaram como
incentivo à expedição de Pedro Teixeira.
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Obs.: o Brasil foi administrado em duas frentes: uma chamada Estado do Brasil (do Nor-
deste para baixo) e a outra Estado do Maranhão.
5m

Havia, portanto, dois centros administrativos ligados a Lisboa. Com o passar do tempo,
a capital do Estado do Maranhão alterna entre São Luís e Belém do Pará, e depois, passa
definitivamente para o Estado do Pará.
O Pará detinha, naquele momento, o território do Amapá, e isso só se desfaz em 1943.
O Estado do Maranhão foi criado pelo Rei Felipe, da Espanha, para fazer com que aquela
região não fosse mais atacada pelos estrangeiros.

A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL

• A anexação da Amazônia ao Estado português ocorreu num período em que se


desenvolvia a colonização do Brasil. A distância entre a Amazônia e o Brasil criava
dificuldades administrativas.
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• 1621 – Estado do Maranhão – Capitanias do Ceará, de Gurupá, do Maranhão e do


Grão Pará, além de abranger as capitanias de Cametá, de Caeté, de Marajó, do Xingu,
de Tapuitapera e do Cabo Norte (Amapá) – Capital em São Luís. Essa organização
administrativa foi extinta em 1652, ficando até 1654 sob a jurisdição do Governo Geral.
• 1654 – Estado do Maranhão e Grão-Pará – Constituía a administração da mesma
unidade territorial anterior. Em 1737, a sede dessa nova administração passou a ser
Belém. Atenção – alternância das capitais São Luís e Belém – Vejamos o que Agui-
naldo Nascimento Figueiredo, eleito, em 2016, membro do Instituto Geográfico e
Histórico do Amazonas escreveu sobre – “Após a curta existência, o Estado do Mara-
nhão foi extinto pelo governo português em 1652. Até 1654, o Maranhão ficou sob a
jurisdição do governo geral, sendo recriado nesse mesmo ano com a denominação de
Estado do Maranhão e Grão Pará, com uma sede itinerante, isto é, ora a sede ficava
em São Luís, ora transferindo-se para Belém. Em razão do processo de decadência
econômica vivida pela cidade de São Luís e ascensão econômica de Belém, a capital
do Estado passou definitivamente para esta última em 1737”.
10m

Obs.: de 1580 a 1640 vigorava a União Ibérica. Quando houve, em Portugal, a restauração
dos Braganças, acabando com a União Ibérica. Consequentemente, as terras além
do Tratado de Tordesilhas, naquele momento, se tornaram espanholas. Em 1652
Portugal, sem autorização espanhola, criou novamente o Estado do Maranhão e
Grão-Pará, ocupando uma terra que oficialmente não era portuguesa.
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• 1751 – Criação do Estado do Grão Pará e Maranhão – Nomeação de Francisco Xavier


de Mendonça Furtado (irmão do Marquês de Pombal) para governador.

Obs.: nesse contexto, tem-se a efetivação da colonização no atual Estado do Amapá.


Como o Tratado de Madri foi criado um ano antes (em 1750), o território passou a ser
oficialmente português.

• 1772 – Divisão do Estado do Grão Pará e Maranhão em dois Estados: Estado do


Grão Pará e Rio Negro e Estado do Maranhão e Piauí – Carta Régia de 20 de agosto
de 1772. Estado do Grão Pará e Rio Negro –primeiro governador foi o capitão general
João Pereira Caldas.
• EM 1823, a AMAZÔNIA FOI ANEXADA AO BRASIL, como região Norte, pelas tropas
do almirante inglês John Pascoe Grenfell, que estava a serviço de D. Pedro I.

Obs.: antes da criação do Estado do Amapá, havia outros acontecimentos: se de 1621 a


1652 era o Estado do Maranhão, e de certa forma, a terra da região era espanhola,
tinha-se a expedição de Pedro Teixeira acontecendo. Ele subiu o rio Amazonas. .
15m
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Pedro Teixeira, com as informações recebidas através dos religiosos Brieba e Toledo,
levou os padres, que escreveram o descobrimento do Rio Amazonas. Nesses escritos, há
riqueza de detalhes do rio, da região e da floresta em si.

A EXPEDIÇÃO DE PEDRO TEIXEIRA

• A expedição de Pedro Teixeira foi organizada por Jácome de Noronha (1637-1638),


após a expedição de Brieba e Toledo que lhe deram as informações necessárias. Em
27 de outubro de 1637, a expedição partiu de Cametá e subiu o rio Amazonas. Os rela-
tos foram feitos pelos padres Cristóbal de Acuña e Alonso de Rojas.
• O relato de Alonso de Rojas, intitulado “Descobrimento do Rio Amazonas”, junto com
o relato do padre Cristóbal de Acuña, “Descobrimento Del Grand Rio de la Amazo-
nas”, surpreendem pela precisão dos dados técnicos sobre a largura, a profundidade
e o comprimento do rio; as sugestões de aproveitamento das terras que o margeiam,
assim como a construção de fortalezas em pontos estratégicos.
• As crônicas enfatizam a densidade populacional às margens do grande rio e dos tribu-
tários, informa sobre a diversidade linguística, as habitações asseadas, a alimentação
farta, os feiticeiros temidos e a inexistência de templos, ritos e cerimônias religiosas.
• A expedição de Pedro Teixeira abriu as comunicações com Quito, provando-as exe-
quíveis; tornou o trecho entre os Andes e o Atlântico conhecido, possibilitando, dessa
forma, o domínio português. Do ponto de vista geopolítico, a expedição contribuiu para
a reforma territorial, até então determinada pelo Tratado de Tordesilhas.

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Graciete Guerra da Costa – FORTES PORTUGUESES NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Pós-doutora na Universidade de Brasília pelo Programa de Pesquisa e Pós-Graduação


no Instituto de Relações internacionais

Obs.: o Forte de Macapá tem elevada importância para a ocupação da região amazônica.
Serviu para garantir que a região fosse protegida pelas possíveis invasões. Foi cons-
truído após o Tratado de Madri.
20m

• Forte do Presépio – Belém - PA (1616)


• Forte de Santo Antônio de Gurupá – PA (1623)
• Fortaleza de São José da Barra do Rio Negro – Manaus – AM (1669)
• Forte de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Paru – Almeirim – PA (1680)
• Forte de Santo Antônio dos Pauxis de Óbidos – PA (1685)
• Fortaleza do Tapajós – Santarém – PA (1697)
• Forte Nossa Senhora da Conceição – Costa Marques - RO (1754)
• Forte de São Gabriel da Cachoeira – AM (1761)
• Fortaleza de São José de Macapá – AP (1764)
• Forte São Francisco Xavier de Tabatinga – AM (1766)
• Forte de São Joaquim do Rio Branco – Boa Vista – RR (1775)
• Real Forte Príncipe da Beira – Costa Marques – RO (1776)
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Obs.: há um conjunto de fortes que foram estabelecidos para que a região não fosse do-
minada por outros estrangeiros. Mesmo com o fim da União Ibérica, Portugal se
manteve ativo para que aquela região continuasse sob seu domínio. Com o Tratado
de Madri, em 1750, ratificada essa posse, inicia-se uma perspectiva de ocupação
mais decidida, como ocorreu no Mato Grosso. Porém, o Tratado de El Pardo anula o
Tratado de Madri, e após, o Tratado de Ildefonso ratifica o acordado no de Madri.

MISSIONÁRIOS E CATEQUESES

ATENÇÃO
Já foi cobrado em prova que no Estado do Amapá não existiram missões religiosas.
25m
Mas à época, a missão que havia na região não era jesuíta, e sim franciscana.
(Observe a cruz ao extremo sul do Estado).
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• Desde o século XVI a Igreja se colocou “ao lado do índio”, defendendo-o, procurando
impedir a sua escravização, o que em parte não conseguiu fazer ainda que levantasse
sua voz contra os massacres das tribos.
• Era comum o uso do braço indígena onde o escravo negro era ausente ou muito caro.
• São Paulo, ao Sul, e a Amazônia, ao Norte, tiveram sempre o índio como elemento
escravizado e, assim, a cultura indígena, principalmente a sua língua, teve forte influ-
ência no linguajar dessas regiões.

Obs.: existe, no Brasil, a Revolta de Beckman, contra uma companhia de comércio, do Ma-
ranhão, que tinha que fornecer escravos africanos para os colonos. Não os forneceu,
o que causou/aumentou a escravização dos indígenas.

• Destacamos como elemento de catequese na região os jesuítas, os franciscanos, os


carmelitas e os memenários, também conhecidos como mercedários.
• Os franciscanos de Santo Antônio receberam as missões do Cabo do Norte, Marajó
e Norte do Rio Amazonas; à Companhia de Jesus couberam as dos Rios Tocantins,
Xingu, Tapajós e Madeira; os franciscanos ficaram com as da Piedade e do Baixo
Amazonas, tendo como centro Gurupá; os mercedários com as do Urubu, Anibá,
Uatumã e trechos do Baixo Amazonas; e os carmelitas com as dos Rios Negro, Branco
e Solimões.

ATENÇÃO
Na prova pode ser cobrada a afirmação de que quem cuidou da capitania do Cabo Norte
foram os Jesuítas, Carmelitas e Mercedários, e foram os Franciscanos de Santo Antônio.

Obs.: na Amazônia, havia várias formas de se adquirir um indígena para o trabalho. Os


resgates eram tropas que salvavam o indígena preso pela tribo inimiga e como ele já
seria morto ou escravizado, poderia prestar serviços a quem o salvou. Os descimen-
tos consistiam no religioso convencer o indígena a trabalhar, e por diversas vezes
não recebia. Nas “guerras justas”, tropas de guerra iam evitar resistência dos índios
e verificar se estes se aliavam a outros povos que não fossem o português.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa Santos.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.

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