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Colonização Portuguesa

A colonização portuguesa da América é marcada pela criação das capitanias


hereditárias. Em contraste a fragmentação das possessões espanholas
vizinhas, as colônias portuguesas na América formaram uma unidade e
integridade territorial linguística após a independência, dando origem ao maior
país da região.
Os termos "Brasil Colônia", "Brasil colonial" são categorias de análise
historiográfica e se baseiam no Estado do Brasil, referindo-se às colônias
portuguesas na América que formaram, em 1815, o Reino do Brasil. Durou do
século XVI ao XIX, especificamente entre 1500 e 1815, tendo variações
geográficas ao longo de seus quase 3 séculos de existência, como a existência
do Estado do Maranhão, criado em 1621 a partir da repartição norte da
América portuguesa, que foi incorporado ao Estado do Brasil em 1775.

Apesar das grandes diferenças regionais, manteve-se, no período colonial, a


unidade linguística, tendo se formado, nessa época, o povo brasileiro, junção
e miscigenação de europeus, africanos, indígenas do Brasil, formando
uma cultura autóctone característica.

Capitanias do Norte

As capitanias do Norte faziam parte do Estado do Grão-Pará e Maranhão,


composto por Maranhão, Pará, Piauí e São José do Rio Negro.
A primeira capitania do norte do Brasil foi a Capitania do Maranhão, criada em
1534 pelo rei D. João III e dividida em dois lotes que foram doados a João de
Barros e Aires da Cunha (primeiro lote) e a Fernando Álvares de
Andrade (segundo lote). Os três donatários armaram uma frota de dez navios e
partiram para o Maranhão em 1535. A maior parte da frota se perdeu em uma
tempestade e só um pequeno grupo conseguiu desembarcar no Maranhão,
onde acabaram por serem expulsos por índios Tupi aliados de contrabandistas
franceses. Devido ao prejuízo da primeira expedição os donatários só
conseguiram reunir dinheiro para tentar de novo em 1554 e mais uma vez
foram expulsos pelos nativos.
Devido a esses incidentes a colonização portuguesa no norte do Brasil só se
iniciaria no século XVII, com as capitanias sendo administradas diretamente
pela Coroa (Capitanias Reais). Em 1615 os portugueses conquistam São Luís
do Maranhão (que foi fundada em 1612 por colonos franceses) e em 1616 é
fundado o povoado de Feliz Luzitânia (atual Belém) na recém criada Capitania
do Pará. Em 1669 foi fundado o Forte de São José da Barra do Rio Negro, na
área onde hoje fica Manaus, em 1718 foi criada a Capitania do Piauí,
desmembrada da Capitania do Maranhão e em 1755 foi criada a Capitania de
São José do Rio Negro, desmembrada da Capitania do Pará, abrangendo
territórios atualmente equivalentes aos estados do Amazonas e de Roraima.
Durante o período em que Portugal esteve unido à Espanha, na União
Ibérica (1580-1640), colonos portugueses foram avançando sobre terras da
América Espanhola até conquistarem quase toda a região amazônica (que até
então era abitada apenas por tribos indígenas). Essas conquistas portuguesas
foram oficialmente reconhecidas pela Espanha em 1750 no Tratado de Madri.
A economia das capitanias do Norte (Estado do Grão-Pará e Maranhão)
caracterizou-se pelo extrativismo de produtos amazônicos e também pela
produção de algodão, arroz, seda e açúcar. Em 1755 é criada a Companhia
Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e em 1767 o Maranhão começa
a exportar arroz para Portugal com 285 arrobas.

Capitanias do Nordeste, Sudeste e Centro

A economia dessas capitanias caracterizou-se pelo


tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava. As capitanias desse grupo
foram as que mais prosperaram, destacando-se as capitanias de Nova
Lusitânia (Pernambuco) e São Vicente (atual São Paulo).

Capitanias do Sul

A ocupação portuguesa do sul do Brasil caracterizou-se pela Colonização de


Povoamento e iniciou-se em 1680, com a fundação da Colônia do Santíssimo
Sacramento.
Devido à enorme distância entre a Colônia do Sacramento e o povoado
brasileiro mais próximo, que era Laguna (na época pertencente a São Paulo), a
coroa portuguesa viu a necessidade de povoar todo esse território para evitar a
sua ocupação pelos espanhóis e o consequente isolamento da Colônia do
Sacramento. Assim foram criadas as capitanias de Rio Grande de São
Pedro (1736) e Santa Catarina (1738), que inicialmente estavam subordinadas
à capitania do Rio de Janeiro.
A natureza econômica da região se definiu na economia de subsistência (ligada
ao mercado nacional, mas isolada dos interesses exportadores), baseada
sobretudo na produção de trigo e na colonização açoriana.

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