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PREPARATÓRIO MACAÉ

HISTÓRIA DE MACAÉ

AULA 2

INFLUÊNCIA DOS JESUÍTAS NO BRASIL

Para entender os rumos que a nova região fundada pelos Jesuítas tomariam, é necessário conhecer um fato
importante, em 1759, os Jesuítas foram expulsos pela coroa Portuguesa do território Brasileiro, o que culminou em
uma série de mudanças drásticas na colônia, que afetaria diretamente a futura cidade de Macaé.

A importância dos Jesuítas no Brasil começa em 1549, com a chegada do Governador-Geral Tomé de Sousa, com a
atribuição do Rei de Portugal Dom João III de colonizar o litoral brasileiro. Foi Tomé de Sousa que fundou a Capitania
de Tomé de Sousa, e com ele, trouxe consigo o órgão missionário Companhia de Jesus, que tinha como objetivo,
propagar a fé católica, catequisar os nativos, e preparar os indígenas em futuros cidadãos da corte Portuguesa.

Logo que chegaram os Jesuítas construíram vários colégios, e também cuidavam da administração das principais
instituições de ensino da época, além de auxiliar no trabalho de órgãos ligados a metrópole.

Os conflitos com os colonos partiram da dificuldade de encontrar mão de obra escrava vinda da África, obrigando
alguns colonos a buscar índios para o trabalho forçado em diferentes áreas das colônias, como na agricultura e na
extração de metais preciosos.

Esta atitude bateu de frente com os objetivos dos Jesuítas, que tinham os índios como seres puros, prontos para
serem catequisados e possíveis de civilizá-los, se opondo imediatamente a esta atitude dos colonos por todo o Brasil.

Para proteger os indígenas da escravidão forçada, os padres jesuítas levaram os índios do litoral Brasileiro, para o Sul
da Colônia, em um território entre os domínios Portugueses e Espanhóis, que dominavam a partir do Uruguai.
Por ali, fundaram vilas conhecida como Sete Povos das Missões, onde viviam com os indígenas, trabalhando,
catequisando e convivendo pacificamente.

Por volta do século XVIII, um conflito marcaria para sempre a forma como a corte Portuguesa enxergava as
atribuições dos Jesuítas, que acumulavam cada vez mais influência, autonomia política e principalmente econômica,
devidos aos dízimo pagos a igreja.

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EXPEDIÇÕES DOS BANDEIRANTES

Neste mesmo período, em meados do século XVIII, a Colônia Portuguesa do Brasil, atravessava uma forte crise na
área açucareira, devido ao baixo valor vendido no mercado Europeu.

Visando superar esta crise, as autoridades Portuguesas iniciavam expedições ao interior da colônia, com o objetivo
de demarcação de territórios, descobrindo novas áreas de extração de minérios e pedras preciosas, e também de
encontrar índios para o trabalho escravo, principal objetivo da expedição, já que na época, havia uma grande
dificuldade de se encontrar mão de obra escrava, e os índios foram vistos como uma ótima opção para esta escassez.

Os responsáveis pelas expedições ficaram conhecidos como Bandeirantes, alguns organizados pela Coroa
Portuguesa, outros em sua maioria, formados por colonos sem ligação com o governo, que entravam na expedição
apenas para obter lucro fácil, vendendo os índios como escravos e encontrando pedras preciosas.

As expedições Bandeirantes logo se multiplicavam, alcançando regiões cada vez mais distantes, os bandeirantes
encontravam várias vilas fundadas por Jesuítas, Quilombos Indígenas, e territórios inexplorados.

No caminho, entravam constantemente em conflito com os índios, que pouco podiam fazer frente as armas de fogo
dos Bandeirantes, por muitas vezes, destruindo vilas Quilombolas inteiras.

Foi na vilas Jesuítas que os Bandeirantes perceberam uma ótima fonte de recursos escravos, pois ali viviam índios
socializados, catequisados e acostumados a trabalhos braçais, não precisando invadir um Quilombo de indígenas
hostis, arriscando suas vidas, sendo prioridade o ataque as missões Jesuítas, que perdurou por anos os conflitos
nestas regiões.

Para proteger os índios, mais uma vez os Jesuítas entravam em confronto direto com os interesses das autoridades
Portuguesas, e para agravar a situação, agora com particulares gananciosos.
Com isso, era comum os Jesuítas armarem com arma de fogo ou o que estivesse a disposição os índios, os ensinado a
se defender das investidas dos Bandeirantes, que se tornavam mais frequentes e implacáveis.

Já que os conflitos entre Bandeirante, índios e Jesuítas se expandiam por toda a Colônia, logo chegaram até as
fronteiras dos territórios controlados pelos Espanhóis, ao Sul do Brasil. Percebendo o objetivo das expedições
Bandeirantes, a coroa Espanhola exigiu um Tratado demarcando permanentemente as áreas controladas pelos
Portugueses e Espanhóis na região.

TRATADO DE MADRID (1750)

Os Portugueses e Espanhóis chegaram a um acordo em 1750, ficando decidido que Portugal cederia a região de
Sacramento (hoje uma cidade no Uruguai), em troca, controlaria a área onde os Jesuítas seguiram para fugir da
perseguição aos índios, conhecida como Sete Povos das Missões.

Pelo Tratado, os índios e Jesuítas que viviam no lado brasileiro da fronteira, deveriam seguir para o lado Espanhol,
atravessando o rio Uruguai, onde viveriam sob julgo Espanhol, outro Reino escravocrata.

Obviamente, este acordo não agradou nada aos Jesuítas, além do grande deslocamento de uma região para outra,
agravava o fato dos Espanhóis também ser a favor da escravização dos índios, e novamente, se viam as voltas dos
seus perseguidores.

Foi então que os Jesuítas, resolveram armar e treinar os índios mais uma vez, defendendo suas terras e lutando pela
liberdade, agora contra os colonos Portugueses e Espanhóis.

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GUERRA GUARANÍTICA (1753 – 1759)

Os revoltosos Jesuítas e índios se opuseram ao Tratado de Madrid, que só beneficiaria os colonos, descumprindo o
acordo. O controle dos Sete Povos das Missões foi passado aos indígenas, sob liderança do pagé da tribo Guaraní,
Sepé Tiaraju, se recusando a fazer o deslocamento para outra região.

Rapidamente, o exército Espanhol foi acionado para fazer valer o tratado, mas as tropas indígenas conseguiram
reprimir o ataque inicialmente, não se repetindo na segunda investida, após os Espanhóis receberem o reforço de
tropas Portuguesas, compondo um exército maior e com armas mais potentes, derrotando as forças de Sepé Tiaraju
em 1759, encerrando a sangrenta Guerra Guaranítica.

Logo após ao fim da Guerra Guaranítica, portugueses e espanhóis tiveram que fazer outros tratados para substituir
as decisões do Tratado de Madri. Em 1777, as duas coroas assinaram o Tratado de Ildefonso, no qual os portugueses
devolveram as Sete Missões para a Espanha. Porém, os espanhóis abriram mão da região das missões após o Tratado
de Badajós, assinado em 1801."

MARQUÊS DE POMBAL – A EXPULSÃO DOS JESUPITAS

Sebastião José de Carvalho e Melo, ou como ficou conhecido Marquês de Pombal (1699 – 1782) foi um ministro e
diplomata Português que assumiu a posição em 1769, onde iniciou uma série de reformas, tanto em Portugal como
no Brasil Colônia.

Marquês de Pombal era absolutista, ou seja, governava com punhos de ferro e suas decisões deveriam ser tomadas
a risca, sujeito a retaliação. Qualquer situação ou indivíduo que perturbaria a ordem ou que poderiam abalar a coroa
Portuguesa eram rapidamente reprimidos, e neste cenário, a complicada relação entre Colonos e Jesuítas entraram
em pauta.

Procurando manter o controle total sobre todas as atividades do Brasil, Marquês de Pombal julgou os religiosos da
Companhia de Jesus prejudiciais ao governo, já que havia um grande histórico de revoltas, caminhando contra os
desejos da Coroa Portuguesa na Colônia.

Ele percebeu que os Jesuítas tinham um poder de persuasão muito grande, já que eram os únicos que podiam
catequisar os Índios, além de administrar diversas instituições de ensino no Brasil.

Foi então que ordenou a expulsão total dos Jesuítas confiscando tosos os seus bens, encerrando as atividades da
Companhia de Jesus na Colônia.

Na região recebida pelos Jesuítas, que fazia parte da Capitania da Paraíba do Sul, compreendendo Macaé e parte de
Rio das Ostras, também foi afetada pelo decreto do Marquês de Pombal.

Em 1759 toda a área da Fazenda de Santana foram incorporadas aos bens da Coroa Portuguesa e colocadas a venda.
A partir deste decreto e a expulsão da ordem, a Fazenda de Santana, fundada pelos Jesuítas na região desde 1630,
foi arrematada em 1776 por Gonçalo Marques de Oliveira, um mestre caldeireiro morador da capital, Rio de Janeiro.

Em 1795 contraindo muitas dívidas, Gonçalo Marques de Oliveira vendeu metade de sua propriedade, onde estava
incluída a Capela de Santana, naquela época, um importante núcleo da fé católica na localidade. O comprador foi o
capitão Bento José Ferreira Rabello, morador de Campos dos Goytacazes, onde vivia do negócio de cana-de-açúcar.

No ano de 1812, os herdeiros de Bento José Ferreira Rabello, cederam a Capela de Santana para servir
provisoriamente de Matriz, um local de adoração para os locais.

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