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O Serviço de Informações e

Contrainformações da FEB na Itália

André Luís Woloszyn ª

Resumo: O Serviço de Informações e Contrainformação da FEB no teatro de ope-


rações da Itália se deparou com uma nova realidade, manifestada pelo significati-
vo número de espiões infiltrados em meio à população local e nas ações massivas
da propaganda inimiga, direcionada a minar o moral e fomentar deserções. O
presente artigo trata do tema e aborda as dificuldades iniciais na atividade de
inteligência, as críticas dos norte-americanos e as fontes de informações disponí-
veis. Retrata as experiências adquiridas e os êxitos que levaram o serviço de In-
formações e Contrainformações da FEB ser considerado de maior relevância, no
âmbito do IV Corpo de Exército dos EUA.
Palavras-chave: Segunda Guerra Mundial; FEB; Informações; Contrainformações.

PALAVRAS INICIAS van, chefe do Escritório de Servi-


ços Estratégicos (OSS), criado para
Quando o primeiro escalão da coleta de informações militares e
Força Expedicionária Brasileira realização de operações encobertas
(FEB) embarcou para o teatro de na Segunda Guerra Mundial, afir-
operações da Itália, em 2 de julho mou que “antes desta guerra, os
de 1944, as técnicas utilizadas na EUA não tinham qualquer serviço
atividade de informações eram secreto de inteligência e sua única
conhecidas, contudo, faltava-lhe fonte de informações eram uma
doutrina, metodologia e, especial- dúzia de embaixadores e adidos
mente, experiências dos exércitos, militares”1.
inclusive, no norte-americano. Neste contexto, é consenso en-
Mesmo no âmbito das forças tre pesquisadores do tema que toda
armadas dos EUA, Willian Dona- a metodologia que conhecemos na
__________
a Tenente-coronel PM da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Associado corres-
pondente do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.
atualidade, foi construída ao longo obtenção de cartas topográficas e
deste conflito, notadamente no fotografias de uniformes e
teatro de operações europeu e ao insígnias utilizadas pelas tropas
longo na Batalha do Atlântico, com alemãs e italianas, foi a
base em erros e acertos. confirmação, pelo grupo de
A guerra moderna acarretou observadores brasileiros, enviados
em diversos problemas, especial- à Itália e à África do Norte, em
mente, no âmbito da FEB, que dezembro de 1943, da existência de
procurava se adaptar rapidamente a significativo número de agentes da
doutrina militar norte-americana espionagem inimiga infiltrados em
após décadas de influência france- meio à população das cidades
sa. Todavia, as dificuldades que os italianas, nas zonas que seriam
brasileiros enfrentariam na Itália, ocupadas pelos aliados.
não eram desconhecidas. A 2ª Se- Esta condição levou a
ção do Estado-Maior, da 1ª Divisão subseção de contrainformações,
de Infantaria Expedicionária (1ª ainda no Brasil, a preparar material
DIE), a partir de novembro de de alerta ao efetivo acerca do
1943, ocupava-se do levantamento problema da espionagem, com a
de dados e informações de interes- distribuição de panfletos contendo
se acerca do teatro de operações orientações básicas como a de não
italiano. comentarem assuntos militares fora
Sua missão era assessorar o dos perímetros do aquartelamento.
comando com informações para o
planejamento das operações além
de confeccionar boletins diários AS DIFICULDADES NO
contendo análises e estimativas da FRONT ITALIANO
guerra. Estava dividida em três
subseções: informações, Nos primeiros meses na Itália,
interpretação fotográfica e as informações operacionais eram,
contrainformações”2. em grande medida, provenientes do
Um destes dados, além da Serviço de Informações do IV

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Corpo de Exército dos EUA, per- com a participação de intérpretes,
tencente ao V Exército, unidade a com destaque para o major, Vernon
que estava subordinada, comparti- Walters, oficial de ligação do
lhada junto a 2ª Seção da 1ª DIE, Exército norte-americano com a
chefiada pelo tenente-coronel FEB.
Amaury Kruel. No âmbito das informações
A leitura de relatórios, recen- operacionais, as dificuldades inici-
temente desclassificados, do V ais decorriam da falta de experiên-
Exército norte-americano, apontam cia contra um bem estruturado e
que nos primeiros meses apesar do experiente serviço de informações
intercâmbio constante de informa- inimigo, que atuava por meio da
ções, havia dificuldades em trans- infiltração de agentes de espiona-
mitir dados e informações, motiva- gem, em meio a população local.
das por dois fatores condicionan- No documento, citado na obra
tes. O primeiro, a inexistência de de William Waack, são apontados
quadros aptos em criptografia, uma os principais problemas
séria deficiência apontada ainda em enfrentados pela área de
1943, pelo general Góes Monteiro, informações da FEB, nos primeiros
tampouco no manejo de aparelhos dois meses:
de comunicação fornecidos pelos
EUA. O segundo e, provavelmente [...] a falta de coordenação e
o mais importante, foi a barreira da cooperação entre as áreas de
informações e operações; a
comunicação por conta do idioma dependência dos integrantes da
inglês, que poucos integrantes da seção de informações em
FEB dominavam. relação ao chefe, o que
Diante desta circunstância, resultava na falta de repasse de
informações quando esse não se
muitas informações de natureza encontrava; a falta de
secreta, discutidas entre os coman- fidedignidade das informações
dantes dos Exércitos brasileiro e vindas de unidades
subordinadas e repassadas aos
norte-americano e seus respectivos
QG superiores; relatórios
estados-maiores, eram realizadas

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incompletos; falta de rapidez ação de Souza Lima, quando afir-
em relatar as informações ma que o Brasil na época não dis-
obtidas que não raras vezes
chegavam com 12 ou 24 horas punha de um conceito estratégico
de atraso; falta de estimativa da nacional para estabelecer as diretri-
potencialidade do inimigo, zes em caso de guerra e, em face
missão do chefe da seção que disso, as nossas hipóteses de Guer-
raramente o relatório diário
incluía e falta de planejamento ra eram as da guerra clássica, o que
e previsão que incluía estudos dificultava a internalização dos
das futuras condições do novos conceitos5.
terreno, climáticas, dentre
Uma análise mais ampla des-
outras3.
tes mesmos relatórios sugere que
Cordeiro de Farias, em suas algumas informações coletadas nas
memórias da guerra, oferece um frentes ocupadas por tropas norte-
relato a este respeito e a grave americanas e britânicas, eram des-
consequência que acarretava: consideradas pelo comando do V
Exército, parte disso pela ânsia em
[...] era difícil se manter infor- tomar as posições inimigas antes
mado. Os oficiais de informa- da chegada da primavera, caso de
ção diziam: ali tem alemão. Monte Castelo e suas quatro tenta-
Mas os alemães também esta-
vam organizados e deixavam
tivas infrutíferas, em 1944.
pistas falsas. Em consequência, Diante deste contexto, depen-
os comandantes eram levados a der exclusivamente destas informa-
frequentar mais as linhas de ções não era uma boa opção e rela-
frente do que normalmente de-
veriam a fim de ampliar as in- tos descrevem ainda, que estes
formações disponíveis e melho- forneciam apenas informações
rar os planos de ataque4. básicas para o planejamento das
operações, algumas já desatualiza-
Uma possível causa para tais das, status similar as informações
deficiências, inclusive da falta de compartilhadas pelo U.S. Navy ao
coordenação entre as 2ª e 3ª Seções longo da Batalha do Atlântico,
do Estado-Maior, repousa na avali-

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especialmente, no litoral da Região patrulhas de reconhecimento, que
Nordeste brasileira6. exerceram um papel relevante nas
Importante destacar, que as operações da FEB, ou a nota domi-
subseções de interpretação nante, nas palavras de seu coman-
fotográfica e contraespionagem não dante. Tinham por missão, se apro-
faziam, originalmente, parte da 2ª ximar o máximo possível das li-
Seção do EM da 1ª DIE, sendo nhas inimigas, contando com o
criadas no organograma após a elemento surpresa, com a finalida-
chegada da FEB na Itália, de de coletar informações para o
decorrente das novas necessidades planejamento das operações o que
surgidas no curso das operações. acarretou em grande número de
Neste contexto, as fontes de baixas.
informações recaíam basicamente Dentre estas, se destaca a mor-
nas patrulhas de reconhecimento e te do sargento Max Wolff Filho,
na observação e reconhecimento ocorrida em 12 de abril de 1945,
aéreo, quase sempre precisas, além durante a tomada de Montese, dois
das obtidas por meio do dias antes do início da ofensiva da
interrogatório de desertores, primavera. Wolff comandou o
prisioneiros, informações maior número destas patrulhas, ao
originadas dos partigiani e da longo da guerra.
população local, esta última, não As informações de interesse
raras vezes, imprecisas. recaíam na identificação da posição
que o inimigo ocupava no terreno,
número de efetivos, identificação
O ESQUADRÃO DE das unidades, tipos e quantidade do
RECONHECIMENTO E A armamento, principalmente, peças
OBSERVAÇÃO AÉREA de artilharia, que seguidamente
fustigavam as tropas brasileiras
Um dos principais instrumen- causando elevado número de bai-
tos de coleta de dados e informa- xas. Embora a ordem expressa era
ções acerca do inimigo foram as a de não entrar em confronto, estes

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eram inevitáveis quando surpreen- Além disso, o comando da
didos. FEB e os quatro grupos de
Branco, referindo-se a artilharia possuíam sob seu
importância destas patrulhas, assim controle operacional duas
relata: aeronaves cada, da recém-criada
unidade da Força Aérea Brasileira
[...] o esquadrão de (FAB) denominada Esquadrilha de
reconhecimento havia se Ligação e Observação (1ª ELO),
deslocado para Traversetolo, na
busca de informes, avidamente apelidada de “Olho Neles”.
aguardados pelo comando da Composta por 11 oficiais aviadores
Divisão Expedicionária, que e 10 aeronaves Piper L-4H, a
deram conta da existência de unidade era comandada pelo
dois batalhões inimigos que se
direcionavam de Berceto para capitão aviador João Fabrício
Fornovo, robustecendo-se as Belloc9.
suspeitas de que ainda havia A aeronave foi apelidada pelos
inimigos naquele setor. Qual a
pilotos brasileiros de “teco-teco”,
natureza, efetivo e missão das
tropas em contato? Qual o um avião de turismo, adaptado para
valor, tipo e propósito das uma versão militar, voando a cerca
unidades que marchavam na de 300 e 600 metros de altura,
direção de Fornovo di Taro?
Haveria outras forças mais no
expostos ao tempo e ao fogo da
Setor? Que rumo tomavam? 7 artilharia inimiga.
O general Mascarenhas de
Após adquirirem a necessária Moraes compartilha desta
experiência, Branco assevera que percepção afirmando que eram
as informações até então vagas, aviões frágeis, desarmados, de
imprecisas e, por vezes, pouca velocidade, voando abaixo
contraditórias, transformaram-se, das nuvens, próximo ao terreno,
rapidamente, em realidade palpável afrontando o clima e a artilharia
e irrefutável, cujos resultados, sem antiaérea inimiga, contudo, os
dúvida, revelariam pormenores únicos olhos que a divisão possuía,
ansiosamente aguardados8. nos céus sobre os Montes

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Fig. 1 - Major Álvaro Alves dos Santos, chefe o Exército Brasileiro utilizava, em
do Serviço de Contrainformações campanha, a inteligência de
imagens (IMINT) para
reconhecimento do terreno e da
posição do inimigo.

OS PARTIGIANI COMO
ELEMENTOS DE
INFORMAÇÕES

A participação dos partigiani,


Fonte: Arquivo Histórico do Exército como elementos de informações e
de apoio junto às operações da
Apeninos10. FEB é pouco explorada pelos
Voando sempre acompanhado pesquisadores militares e
de um oficial de artilharia da FEB, percebidas por alguns, com certo
além da observação aérea, preconceito.
buscavam obter a localização de Contudo, pela leitura de
postos de artilharia, bases e diversos depoimentos de ex-
acompanhamentos inimigos. combatentes e obras italianas, é
Muitos jornalistas correspondentes possível afirmar que tiveram um
de guerra, como Rubem Braga e papel relevante no auxílio às
Joel Silveira, voaram nestas tropas, especialmente, pelo
aeronaves. conhecimento que tinham do
As fotografias aéreas terreno e do inimigo. A este
complementavam o respeito, Souza Lima assim
reconhecimento nas cartas e no registra:
terreno, mostrando aspectos que a
observação direta nem sempre [...] estávamos em nosso PC e
assinalava. Foi a primeira vez que recebemos a informação de que

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iriam sair alguns elementos pe- A percepção da guerra clássi-
las nossas linhas. E ficamos ca e a influência da doutrina fran-
muito surpreendidos quando, cesa pode ter sido um dos fatores
efetivamente, o Serviço de In- que contribuíram para esta percep-
formações do Batalhão nos en-
ção negativa, uma vez que era
caminhou três partisans, sendo
inimaginável que um exército regu-
um deles mulher. Sairiam cru-
zando nossas linhas e iriam lar, obtivesse auxílio de um exérci-
buscar uma série de informa- to ou grupo irregular, com caracte-
ções. Na ocasião, antes de dei- rísticas de guerrilha.
xarem o nosso Posto de Com-
bate, tiveram ocasião de co-
mentar conosco que eram da A ESPIONAGEM NAS
região e conheciam bem aquela LINHAS BRASILEIRAS
área e nos mostraram caminhos
de infiltração, as posições de
Um dos maiores problemas
morteiros e pontos de apoio do
enfrentados pelo efetivo da FEB,
inimigo etc11.
recaiu na ação intensa da
Araújo registra que os partigi- espionagem inimiga, com agentes
ani colaboraram com a FEB, evi- autóctones a serviço dos alemães.
tando que dezenas de militares Estes se infiltravam entre
fossem mortos pelos alemães. migrantes e refugiados ou
Ocultavam feridos até seu resgate, apresentando-se como agricultores
levavam munição e alimentos para da região e nessa condição
os combatentes brasileiros em disseminavam boatos e falsas
zonas ocupadas pelo inimigo e informações destinadas a confundir
forneciam informações acerca de o comando da tropa brasileira, com
sua posição e armamentos, situação relação ao número de efetivos
que possibilitava desencadear ata- inimigos dispostos nas linhas, seu
ques com efeitos devastadores pela potencial de fogo, suposto
artilharia12. abandono de posições e elevado
número de deserções. Além disso,

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procuravam obter informações [...] diariamente, agentes
acerca da localização de depósitos espiões inimigos,
habilidosamente acionados e
de armas e munições, situação do misturados a um grande número
moral da tropa e planos detalhando de refugiados em fuga,
futuras operações. cruzavam as linhas de contato,
Como os brasileiros problema para o qual a tropa
deveria estar devidamente
tradicionalmente não utilizavam instruída e alertada para não se
agentes de espionagem, as deixar cair, facilmente, nos
informações acerca de engodos articulados pelo
inimigo [...] os brasileiros
particularidades do inimigo eram
talvez tenham sido as maiores
inicialmente provenientes dos vítimas do engodo articulado
núcleos de resistência dos pelo inimigo, tanto pela
partigiani, que, por terem ingenuidade de uns, como pela
inexperiência e credulidade de
conhecimento do terreno, guiavam outros [...] fornecendo dados
e ofereciam segurança aos agentes que, possivelmente, devam ter
brasileiros que transitavam por trás contribuído negativamente no
das linhas alemãs. resultado das operações. Tendo
chegado certa vez, ao
Quanto aos italianos, a conhecimento do Comando da
desconfiança preponderava, pois Divisão que os homens não
muitos destes colaboravam para mantinham a devida discrição
ambos os lados, por simpatia ou com respeito às operações em
estudo, fez sérias advertências a
conveniência. As informações eram respeito que, embora não
de pouca qualidade uma vez que tenham de todo coibido os
não eram nativos do lugar e sim abusos e excessos, concorreram
para despertá-los, tornando-os
pessoas que fugiram de outras
mais atentos e comedidos nas
localidades para se protegerem, não suas manifestações públicas13.
conhecendo a área, tampouco o
sistema de defesa implantado pelos Tal condição despertou para a
alemães. necessidade da existência de um
A este respeito, Castelo Bran- maior controle das
co assevera: correspondências dos integrantes

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da FEB enviadas ao Brasil, pois notadamente, quando de boa-fé,
poderiam cair nas mãos inimigas, permitiram a entrada de alguns
se constituindo em importante poucos italianos nos acampamen-
fonte de informações. tos, a fim de apanhar comida e
A partir de então, passaram cigarros. Nesta situação muitos
por crivo e assuntos militares como soldados foram assassinados pelos
o moral dos colegas, o local em italianos quando de serviço de
que se encontrava estacionado, sentinela nos acampamentos15.
dificuldades com treinamento e Outra questão não menos re-
adaptação, foram terminantemente levante foi o comportamento dos
proibidos de registro. efetivos quando de folga, mistu-
Da mesma forma, a contrain- rando-se a população de áreas já
formação supervisionava direta- libertadas, mas que ainda possuíam
mente o material e conteúdo pro- muitos espiões e simpatizantes,
duzido pelos correspondentes de dispostos a ouvir conversas acerca
guerra, submetidos às regras do de assuntos militares e relatá-las a
Regulamento para Correspondente quem se dispusesse a fornecer
de Guerra Acompanhando o Exér- alimentos ou outras benesses.
cito dos EUA em Campo. Por Diante desta conjuntura desfa-
questões de segurança não era vorável e de um cenário de cons-
permitido publicar a descrição das tantes ameaças, restou evidente a
bases militares da FEB, movimen- necessidade da criação de um setor
tos antecipados de tropas e direção, que tratasse, exclusivamente, des-
assuntos relacionados a planos de tes assuntos, considerados de segu-
operações, número do efetivo e de rança.
feridos e nome de oficiais14.
Por outro lado, a camarada- A PROPAGANDA E
gem do soldado brasileiro frente às CONTRAPROPAGANDA
agruras enfrentadas pela população
local foi uma questão difícil de ser A propaganda inimiga foi uma
trabalhada pela contrainformação, ferramenta de forte impacto psico-

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lógico, direcionada a abater o mo- sões diárias em português, incitan-
ral do soldado brasileiro, na tenta- do à deserção. A radialista foi
tiva de reduzir sua disposição para presa pela FEB após a rendição da
o combate. Era transmitida por 148ª Divisão de Infantaria alemã.
diferentes veículos, como rádios, Logo após a chegada dos bra-
boletins, cartazes, jornais e panfle- sileiros à Itália, o jornal fascista La
tos, em português. Stampa publicou um artigo sob o
Além de semear dúvidas sobre título “Mercenários sobre os Alpi-
a possibilidade de vitória, explo- ninos”, denegrindo a imagem das
rando as dificuldades climáticas e tropas, classificadas como “capa-
geográficas da zona de operações e cho dos norte-americanos”. Embo-
o poderio de fogo da artilharia, ra a massificação destas mensa-
lembrava a constante ameaça de gens, não há registros de que te-
morte que rondava os combatentes nham atingido resultados satisfató-
em cada deslocamento, causando rios em relação aos brasileiros.
tensões permanentes. A respeito da contrapropagan-
Os alemães espalhavam, cons- da, direcionada a neutralizar os
tantemente, falsas notícias, boatos efeitos da propaganda adversa, o
e ameaças como a de que seriam comandante da FEB registra:
facilmente mortos, caso não se
rendessem ou desertassem. Havia Na defensiva de inverno, prati-
apelos sentimentais utilizando-se cou-se de ambos os lados a
guerra psicológica: nossa arti-
das famílias dos soldados, que lharia arremessou em suas gra-
ficariam sem seus entes queridos, nadas quantidade apreciável de
enquanto lutavam em uma guerra boletins de propaganda, desti-
que não era sua. nados a arrefecer o entusiasmo
bélico inimigo; e alto-falantes,
As rádios de Milão, conhecida instalados em nossas linhas
como Voz da República Fascista, avançadas, com a mesma fina-
de Berlim e outras clandestinas, lidade, dirigiram-se diretamente
ao combatente alemão exortan-
uma delas, operada por Margarida
do-o a entregar as armas16.
Hirschaman, realizavam transmis-

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Da mesma forma, a A CRIAÇÃO DO SETOR DE
reportagem de Arlindo Silva relata: CONTRAESPIONAGEM
(C.I.C.)
[...] a contrapropaganda, foi
utilizada pelos homens da Diante da massificação da es-
Subseção na linha de combate.
Colocavam, no interior de pionagem e da propaganda inimiga
granadas com pólvora, folhetos e seus efeitos nefastos, foi criado,
e salvo-condutos, convidando em 22 de agosto de 1944, dentro da
os soldados inimigos a estrutura da 2ª Seção do Estado-
bandearem para o lado
brasileiro. Os folhetos, Maior, um novo setor denominado
explicavam por que os soldados Serviço de Contraespionagem,
brasileiros tinham atravessado o organizado pelo tenente Ubirajara
Atlântico para ir lutar contra a
Dolácio Mendes.
Alemanha e Itália. [...] os alto-
falantes eram colocados, na ca- Integrava a Subseção de Con-
lada da noite, junto às trainformações, chefiada pelo ma-
trincheiras inimigas [às vezes, a jor Álvaro Alves dos Santos, e sua
cem metros de distância
apenas] e ligados para irradiar
concepção foi aos moldes do
mensagens de propaganda Counter Intelligence Center, inclu-
aliada17. indo um rápido treinamento opera-
cional junto aquele18.
Registros revelam que Este setor deveria cumprir
significativa parte das mensagens missões de identificação, na zona
da FEB aos alemães e italianos se da divisão, da rede de espionagem
referiam a rendição, utilizando o mantida pelo inimigo, assinalar
argumento de que a guerra estava simpatizantes do nazifascismo,
perdida, os aliados haviam realizar ações de contrapropaganda
penetrado no coração da Alemanha além do interrogatório de prisionei-
e, diante disso, sacrifícios como a ros, coletando informações impor-
perseverança em resistir e a perda tantes sobre efetivos, armamentos,
de vidas, já não faziam sentido. posições que ocupavam e planos de
operações.

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Após exaustiva seleção, foram [...] num campo de Batalha
escolhidos para o setor de contra- observamos dois fatores abso-
lutamente opostos. O primeiro
espionagem, onze militares da é a busca constante de infor-
FEB. Um oficial na chefia do setor, mações, utilizando todos os
dois oficiais auxiliares, dois sar- meios disponíveis, desde ór-
gentos para funções administrati- gãos de busca da tropa até
agentes de toda espécie, in-
vas e seis agentes operacionais. cluindo informantes estran-
Estes atuaram em conjunto com geiros. O segundo, é aquele
outros três agentes italianos, per- que se antepõe ao primeiro, a
criação de uma rede tão com-
tencentes ao Serviço de Informa-
pacta quanto possível, cobrin-
ções Italiano (S.I.M.). Os agentes do todo o campo de Batalha,
foram divididos em três grupos, incluindo os órgãos de busca
com dois agentes brasileiros e um inimigos20.
italiano.
O setor foi chefiado, nos pri- Sem envolvimento em outras
meiros dias, pelo tenente Ubirajara atividades de informações, passou
Dolacio Mendes, substituído uma a controlar os itinerários de
semana após pelo major Álvaro migrantes e refugiados nas zonas
Alves dos Santos. Embora tenham ocupadas pelas tropas brasileiras,
iniciado os trabalhos em 27 de fator que reduziu, sensivelmente, a
novembro de 1944, só seria oficia- infiltração de agentes e o trânsito
lizado em 3 de fevereiro de 194519. de civis por dentro das linhas
Em março de 1950, o ex-chefe brasileiras. Competia-lh, ainda,
da subseção de contrainformação realizar investigações referentes a
da FEB, coronel Álvaro Alves dos sabotagem, espionagem e
Santos, publicou no jornal O Ex- atividades subversivas, incluindo, a
combatente um artigo onde se disseminação de boatos da
manifestou acerca da atividade, propaganda inimiga, sedição,
asseverando que traição, violação de regras de
segurança, dentre outras.

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Este setor se manteve sem se- a correspondência civil
gredo da opinião pública brasileira proveniente do inimigo, auxiliar
as instalações militares com
até o ano de 1954, quando o tema relação a medidas de contra
emergiu da reportagem realizada sabotagem e cooperar com a
pelo jornalista Arlindo Silva, na Polícia Militar nas informações
revista O Cruzeiro, baseado no de seu interesse21.
depoimento do capitão da reserva
Em uma dessas missões de
Ubirajara Dolácio Mendes, em
vasculhar posições anteriormente
1949. Posteriormente, em 1963, a
ocupadas pelo inimigo na localida-
obra de Geraldo Batista de Araújo,
de de Abetaia, em dezembro de
um dos agentes do C.I.C., apresen-
1944, por ocasião do último ataque
taria detalhes mais amplos acerca
em princípio de maio, apoderaram-
das missões e capacidades. Segun-
se de um relatório que tratava do
do Araújo, o C.I.C. tinha por mis-
interrogatório de prisioneiros brasi-
sões:
leiros, capturados pela 232ª DI,
[...] capturar agentes inimigos dentre estes, o do soldado Bruno
conhecidos e suspeitos e Lassen Souza Lima, relata o teor
pessoas que tivessem do documento, publicado no Bole-
colaborado com o inimigo ou
constituíssem ameaça à
tim de Informações nº 79, da 1ª
segurança das forças aliadas. DIE, da seguinte forma:
Vasculhar edifícios ou
escritórios ocupados por [...] ele dá o nome dos oficiais
elementos do serviço de da sua Companhia, fornece da-
informações ou pela polícia dos sobre a organização e o
inimiga, os centros de emprego do 11º RI, informa a
transmissões, edifícios e missão, antes da deserção, dá
instalações militares em que se informações sobre outras uni-
soubesse ou suspeitasse da dades brasileiras, informações
existência de documentos de sobre as nossas intenções, a po-
valor para a contraespionagem sição do nosso armamento,
e interrogar os refugiados e dar- efeito das armas alemãs, em re-
lhes o destino que julgasse lação aos preparativos da guerra
conveniente. [...] examinar toda química e mais uma série de in-

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formações sobre a tropa brasi- dar buscas nos postos de comando
leira, inclusive as relações com e depósito de suprimento
a população italiana, a organi-
zação efetiva e termina com assegurando-se de que foram
uma opinião sobre as tropas inteiramente destruídos ou
alemãs, em que diz: “de acordo retirados documentos que
com o desertor, os brasileiros pudessem interessar ao inimigo.
acreditam que uma das melho-
res unidades alemãs está na Também fazia parte da missão,
frente deles, fala-se até mesmo elaborar documentos com
de uma Divisão SS”22. orientações e recomendações às
unidades acerca de procedimentos
Provavelmente esta comportamentais, com o objetivo
informação acarretou em mudanças de não serem surpreendidos em
de locais para guarda do ações de sabotagem ou pela
armamento e munições além do espionagem inimiga.
reforço na segurança dos pontos Estes boletins eram
indicados no interrogatório e transmitidos constantemente,
orientações complementares. assinados pelo próprio comandante
Por outro lado, as fontes de da FEB, general Mascarenhas de
pesquisa disponíveis revelam que Moraes, ao escalão subordinado,
os agentes da contraespionagem como o abaixo reproduzido:
não realizavam prisões. Estas eram
efetivadas pelos efetivos das tropas Porreta Terme, 5 de novembro
que detinham suspeitos e os de 1944. 2ª Seção-SCI.
encaminhavam para a Polícia Circular nº 1. Conduta de
contrainformação. 1 - Qualquer
Militar (PM), que, por sua vez,
civil encontrado nas zonas de
solicitava a presença do C.I.C. para frente, deverá ser detido e
avaliação e realização de remetido ao CIC, por
interrogatório. intermédio da Polícia Militar; 2
- Os objetivos dos agentes
Araújo relata, ainda, que em inimigos é o de localizar
caso de evacuação ou retraimento, posições de armas, esclarecer
era missão da contraespionagem sobre dispositivo tomado por

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nossas tropas e mesmo, espionagem em trânsito pelas
descobrir nossas intenções linhas brasileiras e a neutralização
atuais e futuras, o que pode
causar a morte de nossos da propaganda adversa.
combatentes; 3 - Os agentes
inimigos são em sua maioria
italianos, homens e mulheres, O INTERROGATÓRIO DE
bem treinados pelo Serviço de
Segurança Alemão; 4- Assuntos PRISIONEIROS
militares, de qualquer espécie,
jamais devem ser tratados na O interrogatório de
presença de civis ou em
prisioneiros de guerra, alemães e
ambiente fora do
aquartelamento23. italianos, após os necessários
treinamentos e ao longo de
Outras importantes experiências, alcançou resultados
orientações foram publicadas nos acima das expectativas.
jornais confeccionados pela FEB, Dentre os inúmeros êxitos, um
ao longo da campanha, dentre episódio, em particular, digno de
estes, A Trincheira, a Cobra nota, foi o interrogatório de um
Fumou e o Marreta que circulavam prisioneiro de guerra alemão as
no âmbito do esquadrão de vésperas do quinto ataque a Monte
reconhecimento e nas diferentes Castelo, em 20 de fevereiro de
unidades, alertando, dentre outras 1945. Ao longo deste
questões, sobre o perigo dos interrogatório, restou evidenciado
diferentes tipos de minas terrestres que a informação
e da presença de franco-atiradores. premeditadamente difundida de
Entre um cardápio variado de que os alemães estariam se
êxitos obtidos pela subseção de retirando de Monte Castelo não
contrainformações e pela correspondia a realidade. Nas
contraespionagem, dentre aqueles palavras do general Mascarenhas
que, eventualmente, possuem de Moraes, “foi um informe falso
registro documental, se destacam a que, se levado em consideração,
identificação e prisão de agentes da poderia nos conduzir a um ataque

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Fig. 2 - Soldados italianos aguardam para serem interrogados
em Viareggio no dia 31 de outubro de 1944

Fonte: Arquivo Histórico do Exército

noturno desastroso, de código, contendo as atividades


consequências irremediáveis” .
24
cotidianas das tropas aliadas ao
Outro dos sucessos foi a longo do Vale do Rio Pó.
prisão e interrogatório de Fossi A importância das
Tomaso, que alegava ser um informações obtidas nos
refugiado, de aparência inofensiva, interrogatórios é registrada em
mas confesso agente da diversas ocasiões nas memórias do
espionagem alemã. Este transitava comandante da FEB, possibilitando
seguidamente por dentro das linhas avaliações acerca do inimigo e suas
brasileiras, solicitando intenções.
alimentação, cigarros e contando Em um destes registros, o
histórias aos soldados. Quando da general Mascarenhas de Moraes
prisão, foi encontrado em seu observa que quando as tropas se
poder um mapa da região onde dirigiam rumo a Roca para sua
operava a FEB junto a um livro em captura, “os prisioneiros de guerra

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informaram que toda a margem Dentro do contexto da guerra,
leste do Rio Panaro estava minada, o C.I.C. sofreu apenas uma baixa,
o que era indício veemente de que com a morte decorrente da
os contrários, em rota batida, se explosão de uma mina do soldado e
utilizaram da rodovia locada na agente José Pessoto Sobrinho,
margem oeste daquele curso de ocorrida quando aguardava para
água”25. surpreender um espião nazista, que
Outra informação obtida do deveria atravessar as linhas da FEB
interrogatório de prisioneiros para a zona de ocupação alemã, de
capturados em Collechio permitiu à posse de importantes informações.
FEB saber que a 148ª Divisão de
Infantaria alemã marchava em
retraimento pela Estrada 62, rumo Fig. 3 – Soldado José Pessoto Sobrinho, a
ao Norte, no Vale do Taro, com única baixa fatal do C.I.C. da FEB
grande efetivo, farto armamento e
equipamentos, porém,
demonstrando desgaste físico,
existência de feridos, alguns em
estado grave, e a falta de
combustível26.
Este conjunto de informações
desencadeou as tratativas de rendi-
ção da divisão alemã em 27 de
abril de 1945, o que efetivamente
ocorreria em 30 de abril, com o
aprisionamento de 14.779 mil pra-
ças, 800 oficiais, 80 canhões de
diferentes calibres, 1.500 viaturas
de todos os tipos, centenas de veí-
culos de tração animal e abundante Fonte: Arquivo Histórico do Exército
munição27.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS eram compartilhados e, posterior-
mente, aprofundados pelos brasilei-
Pela análise dos poucos regis- ros. Devido ao reduzido efetivo e
tros históricos disponíveis para estrutura, é possível afirmar tam-
pesquisa relacionados a essa ativi- bém que muitas missões não pude-
dade, é possível afirmar que o ram ser cumpridas a contento, em
serviço de informações e contrain- face da extensão da zona de opera-
formações da FEB foi essencial no ções e a crescente e interminável
assessoramento ao planejamento demanda até a rendição alemã e
das operações de combate e, espe- italiana.
cialmente, na segurança de pessoal, Importante destacar que o se-
comunicações e documentação. tor de informações e contrainfor-
Suas ações e atividades permitiram mações da 1ª DIE, foi citado posi-
um conhecimento mais amplo tivamente pelo general Crittenber-
acerca do inimigo, especialmente, ger, como o melhor serviço do
avaliações sobre seu comportamen- gênero dentro do IV Corpo de
to na zona de combate o que, em Exército norte-americano em abril
perspectiva, fornecia indícios de de 1945, obtendo e disseminando
seus passos seguintes e possíveis informações com velocidade, con-
intenções. cisão e exatidão razoáveis.
Com treinamento adequado, De todo modo, as experiências
se adaptaram rapidamente as mis- no combate moderno, adquiridas
sões que lhes eram atribuídas, ad- pela atividade de informações e
quirindo experiência, em grande contrainformações a partir de ne-
medida, pelo volume de ações de cessidades surgidas nas zonas de
espionagem, sabotagem, dissimu- operações da Itália, contribuíram
lação e da propaganda inimiga. para aperfeiçoar o trabalho conjun-
Por óbvio que havia uma rela- to entre as seções do estado-maior,
ção aproximada com os serviços de notadamente, entre as 2ª e 3ª Se-
informações norte-americanos, ções (informações e operações),
onde alguns dados e informações além de solidificar novos conceitos

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e, paulatinamente, possibilitou a Guerra Mundial. Rio de Janeiro:
construção de uma doutrina que foi Capemi Editora e Gráfica Ltda,
sendo testada, reformulada ou 1982.
readequada e, em linhas gerais, GONÇALVES, Daniel Evangelista.
permanece vigente até os dias atu- Esquadrilhas de Ligação e
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8
Rio de Janeiro: Biblioteca do Exér- Ibid.
9
cito, 2018. GONÇALVES, Daniel Evangelista.
Esquadrilhas de Ligação e Observação:
vigília constante em defesa da Pátria.
Rio de Janeiro: Instituto Histórico-
1
WEINER, Tim. Legado de Cultural da Aeronáutica, 2016.
10
cinzas. Rio de Janeiro: Record, MORAES, 1984, op.cit.
11
2008, p. 24. SOUZA LIMA, op.cit, p. 70.
2 12
MORAES, João Baptista Mascarenhas ARAÚJO, Geraldo Batista de.
de. Memórias. Rio de Janeiro: Caçando espiões: atividades do servi-
Biblioteca do Exército, 1984, p.132. ço de contraespionagem da FEB. Rio
3
WAACK, William. As duas faces da de Janeiro: Borsoi, 1963.
13
glória: a FEB vista pelos aliados e BRANCO, op.cit. p.155-156.

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16
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21
ARAÚJO, op.cit., p. 70-71.
22
SOUZA LIMA, op.cit., p. 66.
23
ARAÚJO, op.cit., p. 77-79.
24
MORAES, 1984, op.cit., p.246.
25
Ibid., p. 294.
26
Ibid., p. 309.
27
Ibid., p.316.

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