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17.

A Influência da Missão Militar


Francesa na Formação do Sargento 1

S Ten Antônio Carlos Silva Rosa


S Ten Fransérgio da Costa Vaz
1º Sgt Claúdio José de Oliveira
1º Sgt João Carlos Ribeiro
1º Sgt Maxswell Monteiro Faria

RESUMO ocorridos e a influência da MMF na forma-


Este estudo tem por objetivo verificar as ção do sargento. O desfecho aponta que
mudanças que foram implementadas no a reorganização do Exército e o estabele-
Exército Brasileiro, em especial na forma- cimento de um padrão elevado de treina-
ção do sargento, a partir do início da Mis- mento com base na assessoria estrangeira
são Militar Francesa (MMF) na primeira foram o maior legado deixado pela Missão
metade do Século XX. A metodologia utili- Militar Francesa de Instrução para a Força
zada foi a pesquisa exploratória bibliográ- Terrestre do Brasil.
fica (levantamento e revisão) pela temática,
além de explorar sites institucionais anali- Palavras-Chave: Exército. Missão. France-
sando as condições de pessoal, estrutura e sa. Sargento. Formação.
doutrina que grassavam no Exército Bra-
sileiro após a Guerra da Tríplice Aliança. Considerações iniciais
Foram abordadas a situação em que se en- Todo exército é formado para guerra e,
contrava o Exército na época, os motivos se prepara porque não descarta sua hipóte-
que levaram a contratação de uma missão, se. No caso do Brasil, a decadência militar
o porquê de ser a França a escolhida, os ob- iniciada após o fim da Guerra da Tríplice
jetivos franceses com a missão, os avanços Aliança, da qual o Brasil saiu vitorioso, tem
1. Projeto Interdisciplinar apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas
(EASA), como parte das exigências do C Adj Cmdo para a Habilitação ao Cargo de Adjunto de Co-
mando.
Orientador: Paulo Leonardo Alvares Gonçalves

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seu ponto culminante no início do século gulamentos e aperfeiçoar o ensino e a ins-
XX. Eram visíveis as deficiências na alta trução. Sua ação resultou na reformulação
administração, carência de recursos, baixos das atribuições do Estado-Maior do Exérci-
soldos, ausência de material bélico moder- to, tornando-o mais efetivo, centralizador
no, carência de profissionalização, péssi- e encarregado de elaborar as grandes di-
mas condições de infraestrutura e falta de retrizes a serem aplicadas à totalidade da
escolas militares. Esses fatores impuseram instituição (ARAÚJO, 2015).
ao Exército uma capacidade operacional Com a chegada dos primeiros consul-
abaixo das condições mínimas necessárias tores técnicos franceses, instaurou-se o
para fazer frente a uma hipótese de agres- ensino militar de aperfeiçoamento, por
são externa (BELLINTANI, 2009). intermédio da criação da Escola de Aper-
A tendência à modernização e profissio- feiçoamento de Oficiais (ESAO). Além do
nalização das Forças Armadas surgiu entre supracitado, especificamente, a formação e
o final do século XIX e início do século XX. especialização do Sargento foi favorecida
As iniciativas foram proteladas durante pela criação da Escola de Aviação, Escola
muito tempo, pois havia necessidade de de Cavalaria, Escola de Instrução de Trans-
transformar as bases da instituição. missões, Serviço de Saúde, Escola de Inten-
Esse fato foi reforçado com a Primeira dência e Escola de Veterinária.
Guerra Mundial, que trouxe à tona mais A partir de 1920, por intermédio da atu-
uma prova da indispensabilidade de de- ação da MMF, o EB passou por um perío-
senvolver a arte da guerra e sua doutrina, do de exímia transformação. Esse proces-
devido ao vínculo com a segurança da na- so evolutivo gerou francas características
ção (ARAÚJO, 2015). que, em sua maioria perduram até os dias
No sentido de reformar o ensino castren- atuais, tornando-se um marco na história
se brasileiro, a missão militar gaulesa foi da nossa Força Terrestre (BASTOS FILHO,
contratada. A opção pela França foi devi- 1994).
do aos fatores políticos e conjunturais ex- Apesar de diversos autores apontarem
ternos, destacando: a presença do influen- para influência na MMF no EB de manei-
te senador paraibano Epitácio Pessoa na ra generalizada, especificamente, ainda
Conferência de Paz de Paris; a presença na existe o questionamento de quais foram as
capital Francesa desde 1917 de uma missão colaborações e influências dos avanços tra-
de compra de material bélico; a presença zidos por ela na formação dos Sargentos.
de oficiais do Exército Brasileiro que com- Dessa forma, o objetivo deste estudo é veri-
bateram nas fileiras do Exército francês; o ficar quais foram as mudanças implemen-
fato de existir no Brasil, desde 1905, uma tadas no Exército Brasileiro, em especial na
missão militar daquele Pais Europeu, para formação do sargento, a partir do início da
treinar a Força Pública Estadual; e o fato, Missão Militar Francesa na primeira meta-
mais contundente, de ter o Brasil declarado de do Século XX.
guerra à Alemanha (ARAÚJO, 2015). No escopo de responder o problema
A contratação da MMF foi revestida de supracitado, foi realizada uma pesquisa
muita discussão envolvendo a Presidência exploratória bibliográfica (levantamento
da República (Epitácio Pessoa), o Ministro e revisão) pela temática, além de explorar
da Guerra (João Pandiá Calógeras) e o Par- sites institucionais analisando as condições
lamento: “O debate em torno de criar-se no de pessoal, estrutura e doutrina que gras-
Brasil uma missão militar, composta por savam no Exército Brasileiro após a Guerra
estrangeiros, foi intenso nos anos de 1917 e da Tríplice Aliança.
1918” (BASTOS FILHO, 1994).
A finalidade da Missão Militar France- A situação da Força Terrestre no início do
sa (MMF) era reorganizar a doutrina do século XX
Exército Brasileiro (EB), elaborar novos re- Em 1919, o efetivo da Força perfazia um
total de 42.850 homens. Os aquartelamen- Por que uma missão militar estrangeira
tos eram precários, não sendo possível, na no Brasil
maioria dos casos, acomodar os efetivos e Evidências apontam que é através da
materiais de instrução. Além disso, por ve- ameaça e da força armada que um estado
zes, chegava-se ao ponto de não receberem consegue impor sua vontade sobre os de-
suas praças por falta de alojamento (MA- mais. A capacidade de equilibrar ou con-
LAN, 1988). ter a força de outros estados depende das
O material bélico era de origem germâ- condições de um se sobrepor à vontade do
nica, como o fuzil Mauser e, americana, outro. Nesse contexto, examinamos os di-
como a equipagem de pontões desmontá- versos aspectos que caracterizavam a Força
veis. Faltavam armas, munição de guer- Terrestre no início do século XX, restando
ra, fardamento, equipamento, recursos de uma indagação a ser feita: O que o Exército
transporte e comunicações. No que tange representava em valor relativo, diante do
à instrução, não existia unidade nem con- que estava prescrito na Constituição que
tinuidade. Os oficiais e graduados não ti- vigorava: “Instituição Permanente, desti-
nham treinamento e nem conhecimentos nada à defesa da Pátria no exterior e à ma-
de guerra, além de estarem desprestigia- nutenção das leis no interior” (MALLAN,
dos e com o moral diminuído junto à socie- 1988).
dade (MALAN, 1988). Em 1919, o Ministro da Guerra, João Pan-
Nesse período, os militares nada diá Calógeras (1870-1934), concluiu que a
mais são do que uma massa desor- forma mais rápida e eficiente para levar a
denada fardada, não podendo fazer modernização ao Exército Brasileiro era
frente às brigadas estaduais, que, bem através da contratação de uma missão mi-
equipadas e instruídas, garantem a se-
litar estrangeira. Essa missão deveria ser
gurança local e asseguram a ordem
capaz de formar “verdadeiros soldados es-
coronelística da República Velha
(BELLINTANI, 2009). clarecidos”, sabendo seu ofício e, finalmen-
te, confiantes no seu valor” (MALLAN,
Em suas observações iniciais, os france- 1988).
ses elaboraram um plano para a reorgani- Vale ressaltar que, não era uma ideia
zação do Exército com base em um efetivo original, já que outros países da Europa
de 74.534 homens em tempo de paz. Em- vinham adotando esse meio de proceder à
bora a aprovação do plano saísse no fim de reorganização ou à reciclagem do seu seg-
1922, ele nunca foi posto em prática porque mento armado (BASTOS FILHO, 1994).
o Congresso não autorizou verba suficien-
te para manter um efetivo desse vulto e ao A decisão de contratar a França
longo de toda a década, milhares de brasi- Era forte a motivação brasileira para a
leiros recusaram a submeter-se ao Serviço contratação de uma missão militar estran-
Militar. “O Exército Brasileiro real era um geira. Nos debates sobre o tema, uma cor-
débil reflexo do Exército planejado” (MC- rente era favorável a uma missão de ori-
CANN, 2009). gem germânica e outra a uma de origem
A Força Terrestre não dispunha de apoio francesa. É importante ressaltar que, desde
para satisfazer às suas mínimas necessida- 1906 já havia no Brasil a presença de uma
des no cumprimento da missão legal, mais missão francesa, contratada para instruir a
o êxito era cobrado. Tal situação impunha polícia do Estado de São Paulo (MALAN,
que os militares não encontrassem motiva- 1988).
ção para o exercício de suas tarefas especí- Neste período, a França vivia um mo-
ficas, já que de tudo careciam para realizá- mento de grande expansão cultural e tinha
-las (BASTOS FILHO, 1994). a intenção de ampliar suas fronteiras atra-
vés da produção intelectual. Somado a isso,
havia saído vitoriosa na Primeira Grande

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Guerra, fato que, então, tornava ilógica a
contratação do exército derrotado (Alema- Os avanços implementados pela Missão
nha) para instruir o nosso, o que poderia Militar Francesa
trazer reflexos negativos (BELLINTANI, A MMF atuou no Exército Nacional pro-
2016). movendo-lhe incomparável transforma-
Coadjuvando com os demais motivos, ção, destacando-se em diversos aspectos.
ressalta-se o reconhecimento e proclama- Como exemplos de avanços promovidos
ção do Estado de Guerra, iniciado pelo Im- pela atuação da missão francesa, podemos
pério Alemão contra o Brasil, oficializado citar a reorganização do sistema escolar da
pelo Congresso Nacional em 26 de outubro Força, criando vários estabelecimentos de
de 1917 (MALAN, 1988). ensino para a formação e aperfeiçoamento
Todas essas influências supracitadas cer- de oficiais e praças, a construção de novos
tamente deram força no enfoque decisivo quartéis, a importação de armamentos e
de escolha. Então, em 1919, Brasil e Fran- equipamentos em geral. Houve profunda
ça assinaram o primeiro tratado para vin- modernização no campo educacional, com
da da missão de instrução militar, que foi a criação de novos cursos e aprimoramen-
se renovando até 1940 (BASTOS FILHO, to dos que já existiam, modificando a dou-
1994; BELLINTANI, 2016). trina militar brasileira (BASTOS FILHO,
1994).
As intenções francesas com a missão mili- Sob a direção da MMF, ocorreu uma re-
tar no Brasil volução no ensino militar e na Administra-
Na base de planos franceses para a ex- ção do Exército, com clara repercussão, na
pansão da sua cultura e das suas fronteiras, instrução nos quartéis – quadros e tropa
vinha atrelado o interesse francês na venda – e nos exercícios em campanha, que evo-
de material bélico para o Brasil. luíram da limitada ordem dispersa e das
Essa foi a principal motivação da França posições estáticas para manobras mais ob-
para firmar o contrato de envio da missão. jetivas, com ênfase no fogo e movimento,
O comércio de material bélico teria exce- no emprego mais vantajoso do material bé-
lente repercussão nos países vizinhos ao lico e no funcionamento dos apoios e servi-
Brasil, que poderiam, então, também tor- ços (BASTOS FILHO, 1994).
narem-se clientes da França (BELLINTA- A Missão Francesa também colaborou,
NI, 2009). mesmo que indiretamente, porém nítida,
Ao assumirem contratos para a instrução para que o Exército passasse a contar com
e profissionalização de um efetivo militar, recursos necessários para aquisição dos
os membros da MMF, normalmente, costu- meios que necessitava.
mavam aconselhar os exércitos sob sua ins-
trução a respeito dos melhores materiais a A influência da MMF na formação dos
serem adquiridos. A França se aproveitaria militares, em especial dos Sargentos
ainda, de um acordo que existia desde 1900 Sua ação fez-se sentir na linha de ensino
com o Brasil, que beneficiava os produtos militar com a criação da Escola de Aper-
franceses com a cobrança de taxas mínimas feiçoamento de Oficiais (ESAO) e o aper-
(BELLINTANI, 2009). feiçoamento da Escola de Estado-Maior.
Dessa forma, a França aproveitaria essas Atingiu também a formação dos Sargentos
concessões financeiras do Brasil indican- com a criação da Escola de Cavalaria, Esco-
do o material bélico a ser adquirido e diri- la de Saúde, Escola de Veterinária (EsVet),
gindo aos fabricantes franceses. Com isso, Escola de Intendência (EsInt), Instrução de
contribuiria para um superavit em sua ba- Transmissões, conseguindo uma homoge-
lança comercial, vendendo a “sucata” que neidade de conhecimentos e de atitudes
não mais lhe faz serventia (BELLINTANI, que possibilitaram enorme êxito. Em 1919,
2009). com o advento da Missão Militar Francesa,

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o Centro de Instrução e Aperfeiçoamento Ao consultarmos o Plano Geral de En-
de Infantaria (CIAI), onde eram formados sino (PGE) de 1933, constatamos as diver-
os instrutores para os Tiros de Guerra (TG) sas instruções, que por influência da MMF
é transformado em Escola de Sargentos de passaram a ser aplicadas na formação e
Infantaria (ESI), que seria antecessora ime- especialização dos Sargentos. Nesta época,
diata da Escola de Sargentos das Armas nos corpos de tropa e nas formações dos
(BASTOS FILHO, 1994; LIMA, 2018). serviços do EB, o preparo do pessoal era re-
A MMF colaborou na formação de mili- querido pelas necessidades da atividade e
tares para a aviação militar brasileira, ten- visava atender a carência indispensável da
do em 1928, com instrução racional e inten- busca contínua por conhecimentos. O obje-
siva, aplicado sete cursos, sendo um deles tivo era prepará-los para o bom desempe-
de Sargentos Aviadores (pilotos e mecâni- nho de funções na tropa e nos órgãos dos
cos) (MALAN, 1988). serviços (BRASIL, 1933).
Atuou ainda na implementação do Ser- Neste período, as operações militares
viço de Educação Física, passando a dar cresciam num ritmo acelerado e intensifica-
ênfase na importância da atividade física. vam-se no quesito relevância. Apesar dos
Foi implementado um novo Regulamento altos custos pagos para essas operações, o
de Educação Física, o que constituiu um Brasil as mantinha, devido ao êxito em es-
real progresso em relação ao que se apli- pecializar e instruir o quadro de militares.
cava antes da chegada da MMF. Com isso, No entanto, ainda havia inerente necessi-
permitiu-se a formação de oficiais e sargen- dade de capacitação e motivação da Força
tos ágeis e robustos, para atuarem como para que o EB enfrentasse, com os meios
instrutores e auxiliares nos corpos de tropa adequados, os novos desafios (BRASIL,
(MALAN, 1988). 1933; ARAÚJO, 2015).
Mesmo com pouco tempo de real instru- O curso de sargentos, por exemplo, tinha
ção nas escolas, a preparação, que antes era a duração de um ano para que os efeitos
apenas teórica, é substituída por um ensino dessa instrução fossem sentidos mais ra-
associado ao caráter prático. pidamente nos corpos de tropa. A MMF
Os exercícios em campanha passam a primou pela formação profissional do sar-
sair dos terrenos nos “fundos” dos quar- gento, sendo o currículo da Escola de Sar-
téis para outros mais adequados, propor- gentos de Infantaria (ESI) formado pelas
cionando os espaços e aspectos topográ- seguintes disciplinas: Combate e Serviço
ficos necessários à formação do Sargento, em Campanha, Ordem Unida, Educação
ao exemplo do Campo de Instrução de Ge- Física, Organização do Terreno, Armamen-
ricinó no Rio de Janeiro e de Saicã no Rio to e Tiro, Transmissão e Avaliação de Dis-
Grande do Sul (LIMA, 2018). tancias, Topografia, Higiene e Escrituração
Aplicaram-se também mudanças de Militar (LIMA, 2018).
cunho ideológico e doutrinário, como a Corroborando com esta ideia, Bastos
obediência, a disciplina, o amor à pátria, o Filho (1994) afirma que os militares brasi-
nacionalismo, o respeito ao chefe, a servi- leiros, dentre eles o sargento, passaram a
dão, entre outros (BELLINTANI, 2009). fazer estudos de situação, numa sequência
A disciplina é a força principal dos lógica, que conduzia a escolha da melhor
exércitos. (...) sem disciplina não há linha de ação. Aprenderam na prática, de
positivamente exército. Haverá ho- tanto que ouviram e treinaram, a ação de
mens armados, divorciados do dever comando desde o recebimento da missão
militar, sem coesão patriótica, sem
até a tomada da decisão, que os franceses
consciência da dignidade de sua mis-
gostavam de sublinhar.
são. Haverá, para dizer toda verda-
de, homens armados contra a Pátria O avanço ocorrido com a missão francesa
(CARVALHO, 1924). permitiu que na década de 30, a mola por
muito tempo comprimida, distendesse, fa-

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zendo o profissionalismo militar ser cada tps://cpdoc.fgv.br /sites/ default/files/
vez mais valorizado; as escolas passaram a verbetes/primeirarepublica/MISS%-
ser vistas como verdadeiros centros de for- C3%83O% 20MILITAR%20FRANCESA
mação profissional, especializando oficiais .pdf>. Acesso em 20 Set 2018.
e graduados na técnica do combate e no
emprego das armas (BELLINTANI, 2016). ______, Rodrigo Nabuco de. Missão
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além da ausência de uma identidade in- google.com.br/books/about/Dicion%-
ternacional. O EB, deparava-se por ávidas C3%A1rio_ist%C3%B3rico_biogr%C3%A-
mudanças idealizadas por conflitos, quan- 1fico_da_Pr.html?id=vi2HCgAAQBA-
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entre os demais a reorganização da Força
Terrestre com uma proposta de treinamen- ______, Adriana Iop. Relações França-
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crutamento, aquisição de equipamentos, 2016. Disponível em: <https://www.rese-
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ção de quartéis. Militar_Francesa_ 1920-1940_para_o_Exer-
Os militares brasileiros obtiveram boa cito_Brasileiro>. Acesso em 20 Set. 2018.
parte do que queriam dos franceses: a sen-
sação de serem modernos e o endosso às BELLINTANI, Adriana Iop. O Exército
suas inclinações para intervir na socieda- Brasileiro e a Missão Militar Francesa: ins-
de a fim de moldar melhores filhos para a trução, doutrina, organização, moderni-
Pátria. Os diversos exercícios no terreno, o dade e profissionalismo (1920-1940). 2009.
elevado padrão de treinamento, a ênfase 698 p. Tese de Doutorado (Doutor em
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as demonstrações de apreço aos valores manas, Universidade de Brasilia, Brasilia,
éticos e morais, bem como o amor à Pátria e 2009. Disponível em: <http://repositorio.
a seus símbolos são marcas indeléveis dos unb.br/handle/ 10482/3811?mode=full>.
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Do alto comando militar aos alunos, dos
chefes aos executantes, em todos os esca- BRASIL. Decreto Nº 22.350, de 12 de
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aplicaram os ensinamentos que levaram o www2.camara.leg.br/legin/fed/de-
Brasil a ocupar hoje, um lugar respeitável cret/1930-1939/decreto-22350-12-janeiro-
no ranking das maiores potências militares -1933-558454-publicacaooriginal-79753-pe.
do mundo. html>. Acesso em: 20 Set. 2018.

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MACCANN, Frank D. Soldados da


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MALAN, Alfredo Souto. Missão Militar


Francesa de Instrução junto ao Exército
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