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INSIRA O TÍTULO DO E-

BO
CRÉDITOS

Comandante da Escola de Comando e Estado Maior da Aeronaútica


Maj Brig Ar José Virgílio Guedes de Avellar

Diretor do Instituto de Esducação a Distância (IEAD)


Romero Serra Freire Lobo - Cel Int

Conteudista
Rodrigo Eloy dos Santos - Ten Cel Av

Design Educacional
Renata Lopes Machado Romanholi - 2º Ten PED

Web Design & Design Gráfico

Aline Maira de Cássia Pereira - 2º Ten PED

Clovis Da Cruz Oliveira Neto S2 SNE


APRESENTAÇÃO

Prezados(as) estudantes,

A Força Aérea Brasileira, por meio da Escola de Comando e Estado Maior da


Aeronáutica (ECEMAR), em parceria com o Instituto de Educação a Distância
(IEAD), oferece o Curso de Gestão e Assessoramento de Estado-Maior
(CGAEM), na modalidade de educação a distância, com a missão de promover o
ensino científico e capacitar seus militares para que alcancem uma aprendizagem
significativa, com objetivo de desenvolver suas habilidades, atitudes e competências,
como forma de crescimento profissional e pessoal.

Este E-book, denominado Pensadores Clássicos e Contemporâneos, pertence a


primeira subunidade da Unidade Pensadores do Poder Militar da Disciplina Poder
Militar.
Desejamos, portanto, que realize um estudo produtivo, rico em experiências e
reflexões.

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1. INTRODUÇÃO
Conforme vimos no briefing inicial da disciplina, o estudo da história é necessário
para compreender o cenário atual e propiciar uma visão prospectiva do futuro. Não
podemos única e exclusivamente utilizar o modelo operacional recente como um
padrão para conflitos futuros, na medida em que apenas o estudo da história da
guerra poderá fornecer uma maior abrangência acerca do impacto das inúmeras
variáveis nos (in)sucessos do passado.
As grandes guerras e batalhas que marcaram os períodos históricos da humanidade
despertaram a atenção de pensadores (teóricos) militares, levando-os a refletir e a
teorizar sobre o fenômeno da guerra. Exemplo disso são os pensadores que
surgiram das campanhas napoleônicas, influenciados não só pela preponderância
do gênio militar de Napoleão Bonaparte, mas, principalmente, pela repercussão que
estas campanhas militares tiveram na doutrina e na estratégia militar.

No final do século XVIII, à medida que vias e estradas iam sendo melhoradas e
terras devidamente mapeadas, facilitandoa mobilidade dos exércitos, Napoleão
Bonaparte emerge, autoproclamando imperador da França. Napoleão incorporou
uma nova maneira de combater as guerras, uma combinação de genialidade e
organização das massas e objetivos muito mais ambiciosos do que os de seus
predecessores (FREEDMAN, 2013).
Das guerras de posições limitadas, ligadas a contendas entre governantes e
moldadas por restrições logísticas e exércitos não confiáveis, surgem as guerras
totais, envolvendo nações inteiras. As manobras militares eram prelúdios de grandes
confrontos que poderiam ver exércitos inteiros efetivamente eliminados e estados
subjugados (FREEDMAN, 2013).

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A Revolução Francesa (RF) de 1789 foi marcada por grande energia, inovação e
destruição. Nos assuntos militares, a RF levou a grandes exércitos populares, cujo
impacto foi aumentado pelo desenvolvimento dos meios de transporte. Libertadas
das restrições da logística, as forças napoleônicas, abastecidas em terra, ganharam
mobilidade e profundidade em suas manobras.
Napoleão surpreendeu o mundo por sua capacidade de prevalecer sobre o inimigo
em batalhas decisivas, por meio de rápidas campanhas ofensivas. Após esse
período de contínuos conflitos militares, as condições para o exercício da atividade
militar mudaram radicalmente. Perante a capacidade destrutiva das armas, a
ofensiva perdeu dinamismo e impuseram-se enormes esforços para a constituição
de exércitos cada vez maiores. Helmut von Moltke entendeu a natureza dessa
transformação e conseguiu êxito em batalhas decisivas que pareciam reafirmar os
princípios napoleônicos. (SANTAYANA, 2020).
A condução da guerra mudou significativamente. O conceito de “nação em armas”,
fruto da era napoleônica, levou a uma teorização dos princípios da arte da guerra
que concretizasse a sua explanação de uma maneira formal, com teorias e doutrinas
escritas que pudessem ser estudadas e analisadas.
Foi precisamente o período das guerras napoleônicas que produziu dois dos mais
influentes estudiosos militares de todo o século XIX,homens cujos
escritosinfluenciaram a condução da guerra até 1914 e mesmo além(ESDAILE,
2011).
Isso nos leva, no primeiro momento,às duas figuras referenciadas por autores como
Esdaile (2011), que desenvolveram princípios e estratégias tendo como base as
observações das campanhas napoleônicas:Jomini e Clausewitz. Ambos foram
testemunhas e partícipes diretamente dessa extraordinária aventura militar.
Para Calhoun (2011, p. 141) “as obras de Jomini e, mais tarde, de Clausewitz,
afetariam o desenvolvimento do uso do termo e do conceito de estratégia, que se
espalhou no início do século XIX.”Freedman(2013) complementa essa afirmaçãoao
afirmar que asobras destes teóricos militaresderam origem ao pensamento
estratégico como ciência.
Portanto, vamos explorar o período em que a linguagem formal sobre estratégia teve
início no ocidente. Como resultado, o período da RF e a demarcação da era
napoleônica constituem o pano de fundo histórico sobreo qual Jomini e Clausewitz
ofereceram suas análises.

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2. TEÓRICOS DO PODER MILITAR

2.1 Jomini
Napoleão, Clausewitz e Jomini se destacaram no período de formação do
pensamento militar moderno, como citado por Shy (2010). Segundo o autor,
Napoleão e Clausewitz são conhecidos até pelos não versados em história, mas
Jomini só é familiar para os especialistas militares, embora tenha sido enorme sua
influência, tanto nas bases teóricas da doutrina militar quanto nas concepções
populares da guerra. A grande disparidade entre sua influência e o desconhecimento
geral que dela temos são uma chave para o entendimento de sua importante
posição na história do ocidente, desde a RF.
Embora Clausewitz seja referenciado por muitos autorescomo o mais significativo
dos dois, foi Jomini quem durante a maior parte do século XIX foi considerado o
principal intérprete do método napoleônico(FREEDMAN, 2013).

Jomini nasceu na Suíça em 1779. Incorporou ao exército francês em 1797 e ficou


sob a égide do general Michel Ney. Em 1803 escreveu um tratado sobre as
campanhas de Frederico, o Grande. Este trabalho continha as crenças centrais que
sustentaram o seu pensamento.Em 1813 ele ofereceu seus serviços à Rússia, onde
se tornou oficial general.
Emergiu como um dos primeiros e mais influentes acadêmicos militares do período
napoleônico. O estudo cuidadoso das campanhas da época, especialmente as de
Frederico, o Grande, ajudou Jomini a desenvolver suas ideias sobre os princípios da
guerra. Entre 1804 e 1805 publicou os dois primeiros volumes de uma série
destinada a sustentar sua teorização, comparando as campanhas de Frederico com
as da Revolução Francesa(CALHOUN, 2011).

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Suas ideias centrais foram publicadas na obraArt of War, que foi publicada pela
primeira vez em 1830 e depois em uma forma revisada em 1838. Seu livro foi
descrito como o maior referencial militar do século XIX.
A sua importância reside no fato de ter fornecido uma nova nomenclatura estratégica
que, juntamente com o seu princípio fundamental da arte da guerra.Escolher e
coordenar a manobra que conduz ao ponto decisivo, constituiu o fundamento das
concepções estratégicas do século XIX.
A maneira napoleônica de abordar as operações foi incorporada emtodos os escritos
da época, que resultaram na superioridade da ofensiva e na estratégia de ação
direta que busca a destruição do grosso da força inimiga através de uma operação
rápida, culminando em uma grande batalha decisiva. A alma do exército residia na
liderança do comandante, que tinha de mobilizar a energia necessária e planejar as
operações.
Para dar ao estudo da guerra um caráter científico, Jominidelimitou seu estudo a
estratégia operativa. Para Shy(2010), a concepção geral do problema do fenômeno
da guerra, abstraindo-o de seu contexto político e social, enfatizando o processo
decisório e os resultados operacionais, transformou a guerra em um imenso jogo de
xadrez, que ficou conhecido como a álgebra da ação.
Conforme Bernardino (2012, p. 17) o intuito de Jomini com o “compêndio da Arte da
Guerra” é tão somente o de “articular e reproduzir o seu conhecimento sobre as
regras e os princípios da arte da guerra, ajustados num corpo doutrinário e escritos
sobre a forma de um manual para a instrução militar”. Freedman (2013, p. 84)
enfatiza que,ao tentar elucidar os princípios marcantes da estratégia, Jomini
procurou “tornar a instrução mais fácil, o julgamento operacional mais sólido e os
erros menos frequentes”.
Na sua obra mais famosa, Jominiidentifica partes distintas para “A arte da Guerra”:
estadista (diplomacia), estratégia, logística de grandes táticas, engenharia (o ataque
e defesa de fortificações) e táticas menores.
Para Jomini, a vitória poderia ser alcançada aderindo a um princípio fundamental da
guerra: a aplicação de massa contra um inimigo em um ponto decisivo no momento
adequado. Era intenção de Jomini demonstrar que o caos e a complexidade da
guerra poderiam ser reduzidos a um princípio mais simples que, quando dominado
por um comandante excepcional, levaria à vitória(LINDE, 2015).
Em nome de tornar a guerra “científica”, ele delimitou seu estudo a uma
preocupação com a estratégia, cujo conceito definiu como um conjunto de técnicas
prescritivas para análise e planejamento militar, bem como como a arte de fazer a
guerra sobre a carta abrangendo todo teatro da guerra(SHY, 2010, p. 144).
O termo “logística” foi cunhado e mais desenvolvido por Jomini. O teórico definiu a
logística como a arte prática de movimentar os exércitos, dos pormenores materiais
das marchas, formações e estabelecimento dos acampamentos e acantonamentos.

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Dentre outros legados, foi o primeiro que teorizou sobre os princípios fixos, que
estão presentes em várias doutrinas militares. Enfatizou, ainda, o conceito de linhas
de operação, algo que você poderá identificar numa fase mais avançada do curso,
pois está presente no conteúdo sobre a arte operacional, na disciplina Operações
Militares.

Para refletir: Podemos citar alguns princípios de guerra de Jomini que estão
presentes no doutrina militar de defesa?

Jomini define “tática” como a arte de lutar no terreno onde o combate é travado,
colocar as forças segundo as povoações, para agirem sobre diferentes pontos do
campo de batalha. A logística compreende os meios e arranjos que elaboram os
planos de estratégia e tática. A estratégia decide onde agir. A logística traz as tropas
a este ponto.
Estas definições, que constituem uma referência no pensamento estratégico de
Jomini sobre a arte da guerra, são ainda possíveis de encontrar nos manuais
militares e foram adaptados a muitos dos conceitos operacionais que se estudam
nas escolasmilitares (BERNARDINO, 2012).
Conforme Rapin(2022)as mudanças na condução das operações militares durante
as guerras da RF foram a base para a teoria das linhas de operação formulada por
Jomini. A noção de linhas de operação ganhou um novo significado que abriu
caminho para a conceituação da arte operacional e a transição do debate tático para
o pensamento estratégico.
A contribuição de Jomini para o desenvolvimento do pensamento estratégico é
considerada a partir da dupla perspectiva da ruptura com os escritores militares do
século XVIII e os julgamentos feitos por Napoleão e Clausewitz.

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2.2 Clausewitz

“A Guerra é um instrumento da política; é a continuação da política por meios


violentos.”

Essa é uma célebre frase de Carl Philipp Gottlieb von Clausewitz (1780-1831),
considerado por muitos autores como um dos principais teóricosdo período de
formação do pensamento militarmoderno.
Embora contemporâneo de Jomini, demorou mais para se tornar conhecido.
Clausewitz se alistou no exército prussiano aos 12 anos. Ele era um colaborador
próximo dos grandes reformadores militares prussianos von Scharnhorst e von
Gneisenau. Ambos, de origem hanoveriana e austríaca, são considerados gênios
militares do período pós-Napoleão.
Clausewitz desfrutou da amizade e tutela de ambos os reformadores e de extensa
formação intelectual, em grande parte autodidata. De 1818, quando foi promovido a
oficial general, até 1830, foi diretor da academia militar prussiana onde estudou
Helmut von Moltke, que se tornaria conhecido várias décadas depois.
Após sua morte, sua esposa publicou, em 1832, os manuscritos inacabados de sua
obra mais importante. Von Kriege (“Da Guerra”) se tornaria uma obra de referência
obrigatória. Ao longo de oito volumes, analisa o fenômeno da guerra, desde a sua
abordagem e motivações até à sua execução, abrangendo aspetos logísticos,

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táticos, operacionais e estratégicos. Mas, acima de tudo, o que o torna tão relevante
é sua abordagem filosófica. Conceber esquemas estratégicos e novas táticas
interessava-lhe muito menos do que identificar os elementos permanentes da guerra
e compreender os mecanismos que regem o seu funcionamento(PARET, 2010b).
Muitos aspectos de suas ideias e conceitos receberam muita atenção nos últimos
anos e continuam sendo relevantes, frequentemente utilizados nas doutrinas atuais
e estudados em escolas civis e militares(ČAJIĆ, 2016).
Os autores Kornberger e Engberg-Pedersen(2019), no artigo Reading Clausewitz,
reimagining the practice of strategy, sugerem que a teoria da estratégia
organizacional desfruta de um interesse renovado na análise histórica e afirmam que
a teorização da estratégia de Clausewitz promove avançosnasdiscussões
acadêmicas sobre a prática da estratégia.
A obra“Da Guerra” está dividida em oito partes (denomindas livros). Os livros Um e
Oitocontém os elementos principais de pensamento estratégico de Clausewitz.
De acordo com Paret(2010), no livro Um, entitulado “Da Natureza da Guerra”,
Clausewitz define as principais características do conflito armado nos campos social
e político, identificando os elementos que estão sempre presentes na condução da
guerra: perigo, esforço físico e mental, além dos muitos obstáculos que dificultam a
concretização das intenções. Clausewitz chamou esses elementos de “Fricção”, ou
seja, o desgaste provocado pelo clima da guerra, pelo acaso, tornando difícil tudo o
que parece fácil, ou nas palavras de Clausewitz (1984): “na guerra é tudo muito
simples, mas a coisa mais simples é difícil.”
O livro Oito, “Dos Planos de Guerra”, retoma os mais importantes temas do primeiro
livro, explora a relação da “guerra absoluta” na teoria e “guerra real”. Com uma série
de casos históricos e teóricos de grande originlidade, analisa o caráter político da
guerra e a interação da política com a estratégia.
Conforme Paret (2010, pp. 197–198), Clausewitz teria estabelecido dois objetivos
principais: penetrar por meio da análise lógica na essência da guerra absoluta, da
guerra “ideal” na linguagem filosófica da época; e entender a guerra nas várias
formas que ela assume, como fenômeno social e político, e em seus aspectos
estratégicos, operacionais e táticos.
O texto é caracterizado pelas referências cruzadas e alusões. Ao longo da obra
correm duas relações dialéticas: a relação entre a guerra teórica e a guerra
verdadeira; e a relação entre os três fatores que, juntos, compôem a guerra:
violência, acaso/probabilidade e razão.
Para Clausewitz, a guerra é “um ato de força, e não existe limite lógico para
aplicação dessa força”. Nenhum dos lados tem total controle de suas ações, e os
oponentes procuram impor suas vontades; em consequência, como cada um
procura superar o outro, há uma escalada em seus esforços. “Um choque de forças
que operam livremente e sem obedecer a quaisquer leis que não sejam as suas
próprias.” E eventualmente, pode-se atingir o extremo (a guerra absoluta), ou seja,

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num dado momento a violência absoluta termina com a destruição total de um dos
lados(CLAUSEWITZ, 1984).
Ao mesmo tempo, Clausewitz diz que existem elementos que inibem a escalada
para a guerra absoluta. São fatores que tem relação com características específicas
dos estados em conflito e características gerais da ocasião – seus elementos
políticos, econômicos, tecnológicos e sociais. E ainda, se uma determinada guerra
não busca a destruição total do inimigo e sim um objertivo menor, então até mesmo
a teoria não demanda uma escalada para extremos. Portanto, a guerra nunca é um
ato isolado, mas o resultado de outras forças, que a afetam e podem alterar sua
violência.
A violência, contudo, continua sendo a essência, a ideia reguladora, mesmo nas
guerra limitadas. Para ele, a guerra é uma sucessão de atos violentos, mais longos
ou curtos, interrompidos por pausas nos planejamentos, concentração de esforços,
recuperação de energia.
Assim, a variedade de elementos inerentes às sociedades que se opôem, o livre
arbítrio da liderança, que pode ou não se conformar com as realidades objetivas, e
os motivos políticos da guerra determinarão o objetivo militar e a quantidade de
esforço a ser despendido. “A guerra é meramente a continuação da política por
outros meios.” (CLAUSEWITZ, 1984).
A segunda relação dialética, conforme Paret (2010), está contida na asseveração de
que a guerra real é uma composição de três elementos, que são articulados e
apresentados como uma trindade “notável”, composta por violência e paixão;
incerterza, acaso e probabilidade; e propósito político.
Para compreender e analisar determinda guerra, bem como para planejar e conduzí-
la, é necessário estudar e explorar esses três elementos. Ignorar qualquer um deles
tornaria falha uma teoria ou uma política(PARET; CRAIG; GILBERT, 2010).
Clausewitz associou cada elemento com o campo de ação principal de um
seguimento diferente da sociedade. O primeiro elemento - violência e paixão - foi
relacionado com o povo. O segundo - incerteza, acaso e probabilidade - se
apresentava em função de coragem, determinação e talento do comandante e de
exército. O terceiro - política - seria uma questão do governo, pois só cabe a este a
decisão política da guerra.

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Simplificando, a guerra é uma interação entre três forças: a paixão, o acaso e a
razão. Aguerra é vista como um fenômeno conflitual político-militar violento, entre
Estados ou entidadespolíticas, usando como instrumento as forças armadas
institucionais, por motivos de interesse nacional epara servir objetivos políticos
(VICENTE, 2006).
O pensamento central de Clausewitz para definir a natureza da guerra, quanto aos
meios e fins: ato de violência destinado a forçar o inimigo a executar nossa vontade.
Como decorrência, determinados elementos deveriam ser atingidos na seguinte
ordem:
1) o inimigo deveria ser desarmado;
2) seu território deveria ser conquistado (mesmo que em parte); e
3) a sua vontade de prosseguir resistindo, deveria ser debelada.
O elemento primário, e mais importante, seria obter o desarmamento do inimigo, o
que somente poderia ser conseguido pela incapacitação de suas forças militares em
prosseguir no combate, resultando que o fim da guerra seria subjugar o inimigo por
meio do combate.

O “camaleão” da guerra
“a guerra é mais do que um verdadeiro camaleão, que adapta um pouco as suas
características a uma determinada situaç ão” (CLAUSEWITZ, 1984, p. 92).

Quanto a sua natureza, todas as guerras seriam iguais, variando, por outro lado, em
face de suas características decorrentes de seus objetivos políticos mais ou menos
grandiosos, tecnologias ou influências. Assim, quanto mais fortes os motivos que
afetem a própria existência da nação e fazem surgir poderosas tensões que
precedem a guerra, mais se aproximará da forma abstrata (ou absoluta), ao passo
que quanto mais objetivar a destruição do inimigo e os objetivos políticos coincidirem
com os militares, mais a guerra parecerá militar e menos política. Por fim, se a
guerra tiver fracos motivos e tensões diminutas, o que faria seu elemento chave (a
violência) diminuir, mais a guerra se afasta de seu desígnio político e da finalidade
da guerra ideal, tornando-se puramente, e tão só, política.
Clausewitz, enfim, surge como um filósofo da guerra, procurou “estudar sua
estrutura, sua dinâmica interna, seus vínculos com outros elementos da existência
social que poderiam ser suas causas, e que foram alterados ou destruídos sob seu
impacto” (PARET, 2001, p. 257).

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Críticos de Clausewitz
Em defesa da existência de novas guerras, Creveld (1991), desenvolvendo
umateoria “antitrindade clausewitiziana da guerra”, critica aquele autor no sentido
deque teria dado um sentido estado-centrista à natureza da guerra, haja vista quea
construiu considerando seus três elementos: o povo, o exército e o governo. Aguerra
da atualidade (pós 1945), segundo Creveld, seria caracterizada porconflitos de baixa
intensidade e com atores não estatais envolvidos, ao menosde um lado. Ressalta
ainda Creveld (1991) que Estados poderosos sucumbirama inimigos mais fracos
militarmente, como foi caso dos EUA na da guerra doVietnã.
A interpretação de Creveld(1991) acerca da teoria clausewitiziana de que
nãoabarcaria as “novas guerras” e muitos dos conflitos armados da atualidade
têmmotivações étnicas, e são emocionalmente violentos, sendo apolíticos a pontode
não se enquadrarem no conceito de guerra de Clausewitz.
Kaldor (2012)em abordagem sobre “novas guerras”, aponta quea natureza da guerra
de Clausewitz, sendo de magnitude absoluta e empregadapor um Estado para
compelir outro a sua vontade (guerras espetaculares), já́ nãose aplica quando
presenciamos atores não estatais empregando a forç a contracivis para fragilizar
governos e impor suas ideologias. Para ela, citando oscenários do Kosovo, as forç as
militares deveriam, primariamente, atuarcomo protetoras dos direitos humanos, dos
́ ios.
crimes de guerra, e contra osgenocid
Para Moran (2002, p. 27)tais autores partem de uma interpretaç ão de que a
natureza da guerra tenhamudado, porém o que se apresenta, pelas suas próprias
colocações, é que asmudanças ocorreram nas caracteriś ticas das guerras, mas sua
natureza em faceda “violência, incerteza e razão” continuaram a existir
Muito embora algumas críticas de que a tria ́ de clausewitziana estariaultrapassada
em face das novas ameaças do século XX e XXI, foi verificado que,por intermédio
de uma interpretação mais ampla e contextualizada, a violência,a incerteza e a
razão que levam e permeiam a guerra, ou conflitos similares,ainda continuam a
explicar como surgem, se desenrolam e como podemfinalizar, seja tendo como
protagonista Estados ou outros atores não estatais.

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Curiosidades sobre SUN TZU

Figura lendária (dúvidas acerca da própria existência). Foi influenciado pela filosofia
de Confúcio. Sob diferentes interpretações, a obra (A arte da Guerra) tem aplicação
multidisciplinar.
Ênfase em análise do cenário e no uso de informações.
Principais conceitos:
1) Inteligência como fator primordial;
2) Guerra como último recurso;
3) Subordinação da guerra à política; e
4) Prejuízos socioeconômicos da guerra.
Sun Tzu escreveu um livro tratando sobre planejamento, estratégia e liderança: A
Arte da Guerra. A ideia central de seu pensamento estratégico é a de que a
estratégia vitoriosa é aquela que consegue evitar o uso das armas.
A suprema arte da guerra é a não guerra; “...um general deve evitar o combate...
Nunca esqueças que teu objetivo, ao desencadear a guerra, deve ser o de conseguir
para o Estado a glória, o esplendor e a paz...”.
O conhecimento (bem como organização) é um recurso valioso; “Conhece teu
inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes serás
vitorioso”.
Os conceitos e a metodologia adotada por Sun Tzu em seu livro foram a base para a
criação da matriz SWOT, que aborda fatores como forças, fraquezas, ameaças e
oportunidades.

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É importante entender que, para ele, o elemento central de uma estratégia vitoriosa,
ou seja, o supremo planejamento, é aquele que logra vitória evitando o uso das
armas.

Ideia / Assunto Sun Tzu Clausewitz


Perspectiva da guerra Política / Econômica Política
Desgastar o inimigo / Forçar o objetivo político
Papel da Força
Mínima / Máxima
Rápida e mínima
Vitória Ideal Destruição do iiigo
violência
Método preferido de
Ilusão / Disfarce Atacando os CG
vitória
FFAA, Aliados, Povo e FFAA, Aliados, Capitais,
Centro de Gravidade
Estrratégia Inimiga e Líderes
Contraditória / Falsa /
Inteligência Crítica / Precisa
Ilusória

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2.3 Liddell Hart
O teórico militar britânico B. H. Liddell Hart criticou o argumento central de
Clausewitz: a relação de política e guerra, pois a guerra era a pior forma de resolver
os problemas. Passou-se a pensar em formas mais econômicas (guerra por gente
mais especializada = profissionalização e, portanto, com menor número de soldados,
com foco na manobra), usando SUN TZU (A Arte da Guerra, sem violência). Para
Hart, se o inimigo pensar como Clausewitz (objetivo desarmar o inimigo através
violência física para submeter a sua vontade), os combatentes provavelmente se
destruirão, caso haja igualdade de forças.
Hart criticou o paradigma da superioridade numérica e a finalidade da guerra (de
Clausewitz) que é a aniquilação/domínio do inimigo, ao defender que a finalidade é a
paz.
No final de 1918, com o término da Primeira Guerra Mundial (I GM), e tendo em vista
que seus objetivos políticos haviam sido traçados sob a égide do pensamento
clausewitziano (massa e ação ofensiva, em particular), o autor de On War passou
também a ser considerado como o mentor de uma catástrofe histórica, tendo
recebido de Liddell Hart a alcunha de “madi da massa” (HART, 1933, p. 118-129),
por ser o pregador da guerra absoluta (muito embora este conceito em Da Guerra
deva ser considerado como uma abstração de Clausewitz para explicar o fenômeno
da guerra em sua teoria).
Da mesma forma, Keegan (1993, p.17-18), porém, defendendo em outro momento a
razoabilidade do pensamento de Clausewitz, o próprio Keegan (2006) alerta que a
ocorrência de muitos mortos na I GM atribuídas às ideias de Clausewitz, na verdade,
foi um efeito da visão tradicional de serem empregadas forças maciças sobre o
inimigo, o que sempre foi um desejo tático de outros generais em outras épocas.
Cabe ressaltar que o aporte de grandes efetivos àquele conflito armado decorreu,
em verdade, de um apoio da sociedade para o incremento de tropas na linha de
frente, consolidando a tríade clausewitziana da guerra: povo, exército e governo.
(KEEGAN, 2006, p. 451).

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Aproximação Indireta
A strategist should think in terms of paralyzing, not of killing.
- Basil Liddell Hart

Liddell Hart, escrevendo após a Primeira Guerra Mundial, enfatizou as ideias de Sun
Tzu sobre a abordagem indireta da guerra, como meio de evitar tantas baixas:
“atacar o inimigo em sua linha de menor resistência (físico), ou na linha de menor
expectativa (psicológico), calculado para deslocar o equilíbrio do oponente”.
A partir de uma análise histórica de 25 séculos de guerra, Liddell Hart concluiu que
“ao longo dos tempos, resultados decisivos na guerra só foram alcançados quando a
abordagem foi indireta. Em estratégia, o caminho mais longo pode ser o caminho
mais curto para casa.”
Em sua opinião, a abordagem indireta da guerra conferia uma vantagem moral e
psicológica sobre o inimigo. Em seu livro “Strategy: The Indirect Approach (1954)”, o
teórico militar revisa as campanhas de quatorze conflitos europeus ao longo de
2.500 anos para demonstrar as vantagens de uma abordagem indireta sobre uma
abordagem direta para travar a guerra (HART; CAMPANA, 2012).
Liddell Hart define a abordagem direta como uma simples questão de concentrar a
maior parte da força contra o ponto mais forte de resistência do inimigo. A
abordagem indireta, ao contrário, é um processo pelo qual um lado enfraquece a
oposição ganhando vantagens físicas e psicológicas antes do início da batalha e
então escolhendo um momento oportuno para atacar rapidamente os pontos mais
vulneráveis do inimigo.
Cobrindo um conjunto exaustivo de exemplos, Liddell Hart argumenta que os
comandantes mais famosos da história ocidental, incluindo Alexandre, o Grande,
Júlio César e Napoleão Bonaparte, conquistaram suas maiores vitórias por meio de
intimidação, astúcia, velocidade e surpresa – fundamentais aspectos da abordagem
indireta. Ele observa que esses mesmos comandantes falharam quando praticaram
a abordagem direta. Para Liddell Hart, suas derrotas mostram “quão raramente a
posse de força superior compensa a desvantagem de atacar da maneira mais
óbvia”(HART; CAMPANA, 2012).
Em vez da abordagem direta, tomando o caminho óbvio para um confronto com um
inimigo preparado, a abordagem indireta “diminuiria a possibilidade de resistência”.
O impacto vital seria na esfera psicológica e não na esfera física. Isso exigia o
cálculo dos fatores que afetam a vontade do oponente. Assim, embora o movimento
possa ser a chave para capturar o inimigo fisicamente, a surpresa foi a chave para
influenciar a psicologia do inimigo. “O deslocamento é o objetivo da estratégia; sua
sequência pode ser a dissolução do inimigo ou sua ruptura mais fácil na batalha.
A dissolução pode envolver alguma medida parcial de luta, mas isso não tem o
caráter de uma batalha.” É importante notar que, embora Fuller e Liddell Hart sejam

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frequentemente vistos como gêmeos intelectuais, nisso eles discordam(FREEDMAN,
2013).
Fuller certamente buscava o deslocamento psicológico do inimigo, mas não via
problema em tomar a rota direta se isso tivesse o efeito desejado. Uma abordagem
indireta era “geralmente um mal necessário” e o “poder da arma” determinaria qual
escolher. Enquanto Liddell Hart era dogmático, Fuller era pragmático. Liddell Hart
queria evitar a batalha; para Fuller, era a provável fonte de vitória(FREEDMAN,
2013).
As ideias de Liddell Hart sobre guerra limitada ganharam força à medida que as
armas termonucleares deram um novo significado à ideia de guerra total.
Ele também foi um propagandista em seu próprio nome, a ponto de sugerir que a
tragédia da Segunda Guerra Mundialocorreu elo fato de os generais britânicos
negligenciaremsuas ideias sobre a guerra blindada, enquanto os generais alemães
as transformaram na blitzkrieg.
Após sua morte em 1970, sua história foi contestada e sua autopromoção
repreendida, mas a ideia central da “abordagem indireta” continuou a ganhar
adeptos nos meios empresarial e militar (FREEDMAN, 2013).
Seu método era definir o ideal pelo qual o desempenho real seria julgado. Assim, o
objetivo da guerra era “subjugar a vontade do inimigo de resistir, com a menor perda
humana e econômica possível para si mesmo” (FREEDMAN, 2013).
Evitar a perda significava evitar grandes batalhas, embora os princípios básicos se
aplicassem mesmo se a batalha tivesse que ser travada. A ligação com Sun Tzu era
clara: “A perfeição da estratégia seria, portanto, produzir uma decisão sem um
grande confronto(FREEDMAN, 2013).
As vitórias israelenses em todas as três guerras pareciam ser uma defesa das
teorias daqueles apóstolos da mobilidade, Fuller e Liddell Hart. O próprio Liddell Hart
considerava a Guerra dos Seis Dias como “a melhor demonstração da teoria da
abordagem indireta”(ARREGUÍN-TOFT, 2012). Eles mostraram que um exército
pequeno, altamente treinado e habilidoso, equipado para operações móveis e
comandado por homens de alta inteligência, poderia derrotar exércitos muito
maiores.
As ideias de Liddell Hart ressoaram no período entre guerras no pensamento militar
de importantes contemporâneos: J. F. C. Fuller, Charles de Gaulle, o jovem George
Patton e, sobretudo, jovens oficiais alemães, como Heinz Guderian, que
desenvolveu técnicas para vitórias rápidas e limitadas na blitzkrieg (PARET, 2010b,
p. 181).

19
Podemos, então, citar alguns legados de Hart:
1) Aproximação Indireta e Forças Armadas enxutas e profissionais (adesão só no
pós-Vietnã / Desert Storm)
2) Triunfo da tecnologia e da Guerra de Movimentos
3) Influência no meio acadêmico e literário
4) Papel decisivo no estabelecimento de algumas visões prevalentes até hoje
(Lawrence da Arábia).

20
3. REFERÊNCIASREFERÊNCIA
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Perspective. Terrorism and Political Violence, vol. 24, no. 4, p. 635–657, Sep. 2012.
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