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Conduta

em combate
AS LEIS DA
GUERRA

1
OBJETIVOS
- Conhecer, de forma breve, o histórico sobre a origem do DICA. Regras essenciais do
DICA.
- Conhecer a Legislação Internacional (Convenções de Genebra), citando os protegidos por
esta Convenção.
- Citar o preconizado pelo direito de Haia e de Nova Iorque.
- Conhecer a listagem de atos internacionais relativos aos direitos humanos, dos quais o
Brasil é signatário.
- Conhecer a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
- Conhecer a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São Jos é).
- Conhecer a Convenção sobre a Proteção dos Direitos do Homem e Liberdades
Fundamentais.
- Descrever as Regras de Engajamento.
- Conhecer as Regras de Engajamento da ONU.
- Apresentar os símbolos distintivos e protetores.
- Conhecer os princípios base do uso da força militar e a atuação do Poder Judici ário.
- Identificar os procedimentos com pessoal capturado e com o pessoal que se rende.
- Identificar os procedimentos com pessoal ferido e com o pessoal doente.
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OBJETIVOS

- Identificar os direitos do Combatente e do PG.


- Identificar o tratamento dispensado ao pessoal de saúde e religioso.
- Conhecer a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados.
- Conhecer o Protocolo sobre Estatuto dos Refugiados.
- Identificar procedimentos a serem respeitados em Campo de
Refugiados.
- Identificar procedimentos com deslocados.
- Identificar a aplicação do DICA na garantia da manutenção da
dignidade humana dos detidos, internados e transferidos, observando a
referência contida nas publicações editadas pela Organização das
Nações Unidas.

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sumário
I – INTRODUÇÃO
8. Regras de Engajamento.
II – DESENVOLVIMENTO
9. Regras de Engajamento da
1. Origem e histórico do DICA.
ONU.
2. Finalidade e princípios do 5. Listagem de Atos 10. Símbolos distintivos e
DICA. Internacionais por assunto, protetores.
3. Conhecer as bases e a encaminhada pela Divisão 11. Inafastabilidade do
evolução da legislação de Atos Internacionais do Poder Judiciário.
internacional sobre os Direitos Ministério das Relações 12. Procedimento com a
Humanos. Exteriores (MRE). Força Oponente: a. Pessoal
4. Principais normas 6. Legislação brasileira capturado; e b. Pessoal que
Internacionais: Convenção de sobre DICA. se rende.
Genebra (1949) e seus protocolos 7. Princípios: legalidade, 13. Procedimento com a
adicionais (1977), de Haia e de proporcionalidade, Força Oponente: a. Pessoal
Nova Iorque; Convenção de progressividade, ferido; e b. Pessoal doente.
Ottawa (1997); Estatuto de Roma racionalidade e legítima 14. Estatuto do Combatente.
(1998); capítulos VI e VII da Carta defesa (própria/outrem). 15. Estatuto do PG.
da ONU e outras normas
previstas no DICA.
sumário

II – DESENVOLVIMENTO
16. Estatuto do Combatente.
17. Estatuto do PG.
18. Bases da legislação
internacional relativa a detidos,
internados, transferidos,
refugiados e deslocados.
19. Procedimentos com detidos,
internados, transferidos,
refugiados e deslocados.

III - CONCLUSÃO
INTRODUÇÃ
O

VÍDEO

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Direito da Guerra ou de Direito Internacional dos Conflitos
Armados (DICA)

No modelo atual, o DICA surgiu em O DICA, também, representa o


1864, ano em que foi celebrada a estabelecimento de normas que limitam
primeira Convenção de Genebra a condução das hostilidades, no que se
(Suíça). A partir da obra de Henry refere aos indivíduos envolvidos nos
Dunant, intitulada “Lembranças de conflitos. Em resumo, pode-se afirmar
Solferino” (1862), firmou-se a que, na atualidade, o DICA representa
convicção de que a guerra só um conjunto de normas de proteção dos
permite, no tocante ao ser humano, indivíduos e bens nos conflitos armados,
comportamentos compatíveis com a além de disciplinar o comportamento
própria dignidade, especialmente dos Estados em tais conflitos,
quando ele já não tem participação no tocante aos métodos e
ativa nos conflitos, ou seja, quando aos meios permitidos pelo
não é considerado combatente. Direito, na condução das
hostilidades.
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DICA Princípios E FINALIDADE

Distinção LIMITAÇÃO PROPORCIONALIDADE

Distinguir os combatentes e O direito das Partes beligerantes A utilização dos meios e


não combatentes. Os não na escolha dos meios para métodos de guerra deve ser
combatentes são protegidos causar danos ao inimigo não é proporcional à vantagem
contra os ataques. Também, ilimitado, sendo imperiosa a militar concreta e direta.
distinguir bens de caráter exclusão de meios e métodos que Nenhum alvo, mesmo que
civil e objetivos militares. Os levem ao sofrimento militar, deve ser atacado se
bens de caráter civil não desnecessário e a danos os prejuízos e sofrimento
devem ser objetos de supérfluos. forem maiores que os ganhos
ataques ou represálias. militares que se espera da
ação.
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DICA Princípios E FINALIDADE

Necessidade militar humanidade

Em todo conflito armado, o O princípio da humanidade proíbe que se


uso da força deve provoque sofrimento às pessoas e destruição de
corresponder à vantagem propriedades, se tais atos não forem necessários
militar que se pretende para obrigar o inimigo a se render. Por isso, são
obter. As necessidades proibidos ataques exclusivamente contra civis,
militares não justificam o que não impede que, ocasionalmente,
condutas desumanas, algumas vítimas civis sofram danos; mas todas
tampouco atividades que as precauções devem ser tomadas para mitigá-
sejam proibidas pelo DICA. los.

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DICA Princípios E FINALIDADE

A finalidade do DICA consiste em limitar e aliviar, tanto


quanto possível, as calamidades da guerra, mediante a
conciliação das necessidades militares, impostas pela
situação tática e o cumprimento da missão, com as
exigências impostas por princípios de caráter humanitário.

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Principais normas
Internacionais

Direito de Genebra Direito de Haia O Direito de Nova York


Objetiva salvaguardar e Estabelece os direitos e Caracteriza-se por instrumentos
proteger as vítimas de deveres dos beligerantes que abarcam aspectos de Haia
conflitos armados: membros durante a condução de e Genebra em forma de
das Forças Armadas fora de operações militares, complementaridade e
combate; feridos; doentes; impondo limitações aos especificação desses aspectos,
náufragos; prisioneiros de meios utilizados para constituindo-se em um sistema
guerra (PG); população civil; e provocar danos aos com legislação completa
todas as pessoas que não inimigos. aplicável às situações de
participem ou tenham deixado conflito armado.
de participar das hostilidades.
Principais normas
Internacionais
Além das quatro convenções
Direito de Genebra acima mencionadas,
Constitui-se pelas quatro complementam o direito de
Convenções de Genebra, Genebra os protocolos
A Segunda Convenção de
de 12 de agosto de 1949, adicionais, sendo os mais
Genebra trata da melhoria
que estabelecem normas importantes: a) Protocolo
das condições dos feridos,
de proteção das vítimas de adicional às convenções de
enfermos e náufragos das
conflitos armados. A Genebra, de 12 de agosto de
forças armadas no mar.
Primeira Convenção de 1949, relativo à proteção das
A Terceira Convenção de
Genebra trata da vítimas dos conflitos armados
Genebra é relativa ao
melhoria das condições internacionais (Protocolo I); e
tratamento dos prisioneiros de
dos feridos e dos b) Protocolo adicional às
guerra.
enfermos das forças convenções de Genebra, de 12
A Quarta Convenção de
armadas em campanha. de agosto de 1949, relativo à
Genebra é relativa à proteção
proteção das vítimas dos
dos civis em tempo de guerra.
conflitos armados não
internacionais (Protocolo II).
Principais normas
Internacionais

O Direito de Nova York


Entende-se por “Direito de Nova York” o conjunto de normas originadas no
âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1968, por ocasião do Ano
Internacional dos Direitos do Homem, a ONU convocou a Conferência Internacional
dos Direitos do Homem, que marcaria o vigésimo aniversário da Declaração dos
Direitos do Homem de 1948. No final da reunião, realizada no Irã, adotou-se a
resolução XXIII que, entre outras solicitações, pedia que todos os signat ários
auxiliassem para que, em todos os conflitos armados, tanto a população civil como
os soldados fossem protegidos pelos princípios do DICA.
Legislação brasileira sobre o dica

VÍDEO
O Estado Brasileiro possui significativa
predisposição em acatar as normas do Direito
Internacional. O País ratificou ou aderiu a
aproximadamente cinquenta tratados
multilaterais relacionados à proteção de pessoas
e bens e à proibição de armas de destruição em
massa.

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Legislação brasileira sobre o dica

As regras não foram ditadas pela Cruz Vermelha Internacional (que


somente as inspirou), mas por delegações de todos os Estados do mundo,
com a participação dos militares. Hoje, a quase totalidade dos pa íses s ão
partes nessas Convenções e, por isso, se comprometeram a respeitar e
fazer respeitar as regras de guerra, portanto torna-se especial a ampla
difusão dos conhecimentos nas Forças Armadas. O Estado Brasileiro deve
divulgar o conteúdo das disposições legais ratificadas, para conhecimento
da população em geral e, em especial, dos integrantes das For ças
Armadas. Além disso, fazer vigorar a legislação que for necess ária para
produzir sanções relativas às violações do DICA.

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Princípios base do uso da força militar

legalidade proporcionalidade Legítima defesa

Não há crime sem lei anterior Pode-se atacar um objetivo Entende-se em quem, usando
que o defina, nem pena sem militar somente depois de moderadamente dos meios
prévia cominação legal. realizar uma avaliação que necessários, repele injusta agressão,
conclua que não se espera que a atual ou iminente, a direito seu ou
perda de vidas civis supere a de outrem.
vantagem militar prevista.

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onu Regras de engajamento

 Caracteriza-se por uma série de instruções pré-definidas


que orientam o emprego das unidades que se encontram
na área de operações, consentindo ou limitando
determinados tipos de comportamento, em particular o uso
da força, a fim de permitir atingir os objetivos políticos e
militares estabelecidos pelas autoridades responsáveis.

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Símbolos distintivos e protetores

O emblema também pode ser empregado com fins indicativos, durante guerras
ou em tempos de paz, para mostrar que uma pessoa ou um bem estão
relacionados ao Movimento ou a um de seus componentes.

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Procedimento com a Força Oponente

Pessoal capturado ou que se rende Pessoal ferido ou doente

Gozam do estatuto de “prisioneiros de guerra”.


A obrigação de cuidar dos militares
Como tais, não podem ser processados ou
feridos e doentes sem discriminação (por
punidos por terem participado diretamente das
exemplo, sem distinção entre amigos e
hostilidades. De fato, os combatentes têm o
inimigos); O respeito e a identificação do
direito de participar diretamente nas
pessoal, transporte e equipamento
hostilidades e gozam de imunidade contra
sanitários mediante a utilização de um
processos pelos seus atos de beligerância. Não
emblema (uma cruz vermelha sobre
obstante, se cometerem crimes de guerra,
fundo branco).
devem ser julgados por isso.

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pg Estatuto do Combatente

Serão considerados combatentes os membros das


Forças Armadas de uma Parte no conflito, e
também os membros das milícias e dos corpos de
voluntários que fizerem parte dessas Forças
Armadas.
Os membros das outras milícias e dos outros
corpos de voluntários, incluindo
os dos movimentos de resistência
organizados, que pertencerem a uma Parte
no conflito e atuarem fora do próprio
território, mesmo que esse território esteja
ocupado, contanto que essas milícias ou
corpos de voluntários, incluindo esses
movimentos de resistências organizados.
20
pg Prisioneiro de guerra

É considerado Prisioneiro de Guerra (PG) todo o combatente que cair em poder do inimigo. O
reconhecimento do estatuto do PG é um direito do combatente aprisionado.

O PG fica sob a guarda do Estado captor e Os PG, por ocasião de sua captura, caso a
não da unidade militar que o capturou, situação permita, e posterior internação,
devendo ser, por ocasião de sua captura: terão direito a condições de higiene e
a) inspecionado; assistência médica e de praticar a própria
b) desarmado; religião, além da garantia de seus direitos
c) protegido; civis, de acordo com as leis de seu país de
d) assistido; e origem.
e) evacuado posteriormente para campos
de concentração apropriados.

Os PG poderão ser forçados a trabalhar, exceto os oficiais. Os suboficiais e sargentos,


contudo, só poderão ser empregados em tarefas de supervisão. Esse trabalho dever á ser
remunerado de acordo com o previsto nas Convenções de Genebra.

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pg Tratamento dispensado ao pessoal de saúde e
religioso

O pessoal do serviço de saúde


exclusivamente destinado à procura,
ao levantamento, ao transporte ou
ao tratamento dos feridos e doentes
ou à profilaxia das doenças e o
pessoal exclusivamente destinado à
administração das formações e
estabelecimentos sanitários, assim
como os capelães adidos às forças
armadas, serão respeitados e
protegidos em todas as
circunstâncias.

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pg OS DESLOCADOS E REFUGIADOS

Refugiados são pessoas que tiveram de deixar ou permanecer fora do seu pa ís ou


cruzar uma fronteira reconhecida, pelo fato de que a sua vida e a sua liberdade
se
encontravam ameaçadas em virtude de um conflito armado.
Deslocados são pessoas ou grupos de pessoas compelidas a fugir de seus
domicílios ou locais em que residiam habitualmente, de maneira s úbita e
imprevista, em consequência de conflitos armados.

23
pg OS DESLOCADOS E REFUGIADOS

No caso de conflito armado, os


refugiados e os deslocados também
serão tratados com humanidade, sem
nenhuma distinção de caráter
desfavorável baseada na raça, cor,
religião ou crença, sexo, nascimento ou
fortuna, ou qualquer critério análogo.
A Quarta Convenção de Genebra trata
das medidas relativas à proteção de civis
em tempo de guerra.

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conclusão

“o exército pode ficar cem anos sem ir à guerra, mas


não pode ficar um dia sem estar preparado para ela.”
Rui Barbosa

3º sgt Soares – Mnt Com

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