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NO ESTADO
DE DIREITOr:~)
RUBENS
REQUIÃO(**)
E
estado de direito da emprê.sa moderna. A evolução, contudo, pros-
segue, incess.antemente, além das prerrogativas já concedidas, inclu- r
sive espontaneamente pelo próprio htado. c
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Toda essa evolução, e seus problemas, estão implícitos no sim~
pies enunciado do tema /IA função social da empresa no e'stado de
direito". Seria intidir em lugar comum repri~ar o que já é conhecido, c
de hobejo, através da cultura jurídica dos colegas que estarão pre- c
sentes à VII Conferência Nacional. E
é
Por isso preferimos focalizar, neste trabalho, um episÓdio apenas r
da empresa comercial moderna, que se integra nas aspirações do (
estado de direito em outros países. O regime democrático da empre- €
sa se ressente, em nosso país, de uma emissão ignominiosa: a falta
de participação dos trabalhadores na administração das empresas que
integram, já que a participação nos lucros tornou-se um impasse I
constitucional... r
c
Valemo-nos, portanto, desta oportunidade qu'e nos cferece a (
Ordem dos Advogados do Brasil para analisar o tema proposto, deli- c
mitando-o, porém, ao princípio da co-ge'stão da empresa. Em outras s
nações vem ele sendo tratado objetivamente, como ocorreu na Alema- E
nha e na Suécia, que já o integraram em seus estados de direito. t
~
Assim agindo, propondo o debate nesses term<>s, não desmere-
(
cemos a tese sobre a função social da 'empresaj ao contrário, nele
mais profundamente nos integramos, pois a co-ge.stão constitui um
dos mais palpitantes aspectc'5 do sentido social da empresa, e do
~
aperfeiçoa.mento do estado de direito.
te.
Em comunicação feita à "Inspection des Finances"l do Ministério
das Finanças da França, em 1964, intitulada IPermanence de I/entre-
prise a travers da Faillite", analisava aquele jurista a necessidade de
reformar o instituto da fa!ência para melhor atenderem-se às funções
sociais da empresa. E sustentava: "É necessário dizer quel no atual
estado da legislação francesal a declaração de falência de uma grande
empresa leva fatalmente ao desaparecimento, à dispersão, eu de-
semprego de seu pessoal e à desintegração dos elementos do ativo.
Sob o prtexto de sancionar as faltas dos dirigentes, o legislador con-
dena a empresal isto é, os assalariados, os associados e mesmo os
credores, porque estes não gozam geralmente de uma liquidação que
decorre das más condições e permite favorecer os credores privilegia-
dos, os melhores colocados e os mais gu!osc's, isto é, o Tesouro e a
Previdência Social" E, concluindo: liA vida econômica tem imperativos
e interesses que o direito não deve desconhecer. A continuidade e a
permanência das empresas são um dos imperativos, pelas razões de
interesse social tanto quanto econômico. Eles deverão poder ser as-
seguradas pelo Direito de falência todas as vezes que isto parecer
útil. Fazendo-se assiml contribuir-se-ia para fazer melhor aparecer a
empresal na vida jurídica/l. (Aspeds ét:onomiques de Ia faillite et du
reglement iudiciaire", Biblioteque de Droit Comme'rcial, pág. 135).
6. A reforma da empresa e reforma da gestão. Discute-seI
atualmente, no Direito comerciall a reforma da empresa comercial,
como uma nova etapa da evolução de seu estado de direito. Sem
270 A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA NO ESTADO...
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en un slogan de su política, haviendo de ella el ejo sobre el qual
habria de girar Ia reforma de I'a empresa". ç