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Responsabilidade Patrimonial

do sócio ou empresário individual

nas micro e pequenas empresas

Cristiana Cardoso Cruz

X Turma de Especialização em Direito Empresarial

Escola Paulista da Magistratura

2020

0
Responsabilidade Patrimonial do sócio ou empresário individual
nas Micro e Pequenas Empresas

Sumário. 1. Objetivo. 2. Evolução das pequenas empresas na legislação


brasileira. 3. Tipos de pequenos empresários ou empresas. 4. A
responsabilidade patrimonial. 5. Referências bibliográficas.

1. Objetivo

O tema para este artigo veio de uma dúvida pessoal, surgida a partir da leitura
de uma decisão interlocutória que determinava a constrição de ativos do executado nas contas
de instituições bancárias, pelo então sistema Bacenjud, de uma empresa de pequeno porte. Dizia
a decisão que o patrimônio da empresa era idêntico ao de seu sócio.

Diante da dúvida concreta, buscou-se compreender a responsabilidade


patrimonial dos empresários de microempresas, microempresas individuais, empresas de
pequeno porte e empresa individual de responsabilidade limitada, discutindo a atribuição de
obrigação sobre as dívidas contraídas. Para além da dúvida pessoal, são as empresas em maior
número no país e, especialmente em crises que geram desemprego massivo, as pequenas
empresas serão as maiores empregadoras e os microempresários, o maior contingente, ao menos
na realidade brasileira.

Pretende-se, assim, responder como funciona a responsabilidade pessoal do


sócio ou empresário individual nas micro e pequenas empresas em relação a dívidas da
atividade empresária, busca que se baseou em exploração bibliográfica e, em menor medida,
em decisões judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo.

1
2. Evolução das pequenas empresas na legislação brasileira

O Direito Empresarial evoluiu como disciplina no Brasil até chegar à criação


destas categorias, é dizer, destes enquadramentos tributários e deste tipo de pessoa jurídica. A
evolução no país acompanhou, em essência, movimentos do direito alienígeno, notadamente do
direito italiano. Vem daí, por exemplo, a influência para estabelecer a noção de distinção entre
sociedade simples e sociedade empresária, que permeia o Código Civil de 2002 e que inexistia
até então.

Com efeito, Nelson Abrão1 analisou a criação da figura da sociedade simples no


anteprojeto do novo Código Civil, que viria a ser a Lei nº 10.406, aprovada somente em 2002,
sob a influência dos códigos civis suíço e italiano, apontando como principais semelhanças a
exploração de negócio distinto do comercial e a aplicação subsidiária às sociedades
empresárias. Como dessemelhanças, Abrão notou que no anteprojeto do novo Código Civil
havia a previsão de que a sociedade simples teria personalidade jurídica, o que inexistia no
Código Civil italiano.

Daí que sociedade empresária é aquela que explora uma atividade empresária e
a sociedade simples é aquela que exerce uma atividade econômica, o que é distinto de atividade
empresarial. Na sociedade simples há predomínio da atividade intelectual e vínculo
personalíssimo entre os contraentes e, acima de tudo, a organização dos fatores de produção
não é critério relevante na sociedade simples. O legislador de 2002 fixou esta distinção de modo
expresso, ao dispor que “considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício
de atividade própria de empresário sujeito a registro e, simples, as demais sociedades”. Tal é
a dicção expressa do artigo 982 do Código Civil.

Com estas alterações, o Código Civil de 2002 introduziu duas noções


fundamentais para a disciplina do Direito Empresarial: a Teoria da Empresa, em substituição à
Teoria dos Atos do Comércio, e a definição de empresário, cuja responsabilidade patrimonial
será analisada neste artigo.

A Teoria dos Atos do Comércio, que vigia com o Código Comercial de 1850,
deu lugar à Teoria da Empresa. O legislador abandona termos e conceitos como comércio e
comerciante e impõe a lógica da empresa como atividade, não meramente atos, pressupondo a
ideia de coordenação, de encadeamento, etapas e intersecção entre as etapas do exercício da

1
Abrão, Nelson. Sociedade Simples: novo tipo societário? São Paulo: Leud, 1975.

2
atividade. Deveras, o legislador conceituou o empresário no artigo 966 como aquele que exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou
de serviços.

Com esta redação, trouxe o legislador, indiretamente, um conceito sobre


empresa. O empresário é aquele que exerce profissionalmente a empresa, ou seja, a atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Portanto,
empresa, tecnicamente, é a atividade, o que implica dizer que o empresário atua como pessoa
física quanto como pessoa jurídica. Ou seja, o empresário pode exercer a atividade destas duas
formas.

Neste contexto, as micro e pequenas empresas têm enorme relevância para o


direito empresarial brasileiro porque são a maioria das sociedades empresárias em atividade no
país e são também os maiores empregadores.

O constituinte, em 1988, já expressava a relevância das sociedades empresárias


de pequeno faturamento e impôs a criação de privilégios para a disciplina das micro e pequenas.

No artigo 170, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, por exemplo, dispôs
que “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios: (...) IX - tratamento favorecido para as empresas de
pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no
País”.

O artigo 179 Carta Magna ampliou a disposição, ao afirmar que “A União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de
pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei”.

Para atender à previsão do constituinte, foi aprovada a Lei Complementar nº 123,


de 14 de dezembro de 2006, que tratou especificamente sobre a matéria.

Alguns dos tipos societários criados pelo legislador tinham como característica
a limitação da responsabilidade do sócio pelas dívidas da empresa à quota integralizada (caso
da sociedade limitada, artigo 1.052, “caput”, Código Civil), ao valor do capital social

3
integralizado ou ao valor do patrimônio social total (caso da Eireli, artigo 980-A, §7º, Código
Civil).

A intenção da limitação era clara: fomentar o empreendedorismo à medida em


que limitava o comprometimento do patrimônio pessoal daquele que decidia organizar
profissionalmente um negócio e operá-lo. Esta certeza da limitação estimularia o empresário
individual a arriscar-se na criação de um negócio porque saberia que somente os bens da pessoa
jurídica respondem pela dívida, o que não acontece, frise-se, em todos os casos.

Embora o legislador brasileiro tenha criado um tipo societário por alguns


considerado pouco adequado ao exercício da empresa - como a Eireli, que recebeu duras críticas
da doutrina, especialmente de Valladão e Adamek2 -, por outro lado buscou criar tipos
societários para desestimular a criação de sociedades fictícios, ou, entendido de outra forma,
para formalizar as sociedades que operavam com sócios fictícios (os chamados “prestanome”,
“homem de palha”, sociedade de favor, sócio laranja etc), que somente emprestavam o nome
para a constituição de uma sociedade formal para atuação concreta e efetiva de apenas um sócio,
o único empresário a dirigir os negócios, administrar compras, fornecedores e funcionários, a
empreender, em suma.

A criação da sociedade empresária unipessoal, defendida pela doutrina há anos


e introduzida no Código Civil apenas com a Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, surgiu
também tardiamente no mundo pois, segundo Calixto Filho, apud Ribeiro e Costa3, somente na
década de 1920 foi criada a sociedade unipessoal, pioneiramente em Liechtenstein, país da
Europa.

Há quem atribua o surgimento da sociedade de responsabilidade limitada aos


alemães4:

Como resposta à necessidade, surge a sociedade de responsabilidade limitada,


destinada a agentes econômicos de menor dimensão. Com seu surgimento,
chegamos ao ápice do desenvolvimento do princípio da limitação em termos
de atividade coletiva.

2
França, Erasmo Valladão Azevedo e Novaes. Adamek, Marcelo Vieira von. Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada (Lei 12.441/2011): anotações. Revista de Direito Mercantil, São Paulo, vol. 163, set.-
dez. 2013
3
Ribeiro, Marcia Carla Pereira. e Costa, Pedro Henrique Carvalho da. Uma análise teórica e prática acerca de
titularidade da empresa individual de responsabilidade limitada. Revista Jurídica da Escola Superior de Advocacia
da OAB-PR. v.4, nº 1 (maio 2019). Curitiba: OABPR, 2019, p.18.
4
Moraes, Maria Antonieta Lynch. Limitação da Responsabilidade Patrimonial do Empresário Individual: uma
proposta para o direito brasileiro. Tese de Doutorado. UFPE 2015, pp. 55/56

4
As suas origens podem ser atribuídas aos alemães, que já em 1888 tratavam
do assunto, tendo sancionado lei sobre a matéria em 1892, considerada a
primeira sobre o instituto. Tal foi sua aceitação, que rapidamente muitas leis
sucederam a alemã, na Europa, América e também na Ásia. Sem dúvida a
proliferação deste novo tipo societário foi expressivo, tendo rapidamente
substituído as em comandita e as anônimas.
Em dezembro de 1989, a União Europeia aprovou a XII Diretiva que previu que
os membros do bloco deveriam criar, em seus respectivos ordenamentos jurídicos, meios para
limitação de responsabilidade do empresário individual. O artigo 2º da diretiva, por exemplo,
dispõe que a “sociedade pode ter um sócio único no momento da sua constituição, bem como
por força da reunião de todas as partes sociais numa única pessoa (sociedade unipessoal)”5. Não
há dúvida que esta influência foi relevante para os estudos dos doutrinadores brasileiros 6, que
contribuíram para o resultado que viria a ser proposto pelo legislador.

3. Tipos de pequenos empresários ou empresas


Analisam-se, a seguir, as microempresas, a empresa individual de
responsabilidade limitada e a empresa de pequeno porte, para, a seguir, pensar sobre a
responsabilização patrimonial de cada um deles.
Para o Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -
entidade privada que promove o desenvolvimento de micro e pequenas empresas -, 99% dos
empreendimentos brasileiros são de micro e pequeno portes7. Além disso, em 2014, 44% dos
empresários eram empregadores.
Cumpre anotar a existência de outro critério para caracterizar as micro e
pequenas empresas, que é aquele relativo a número de funcionários. Segundo Tatiana Facchim,
são consideradas microempresas aquelas que possuem até 9 empregados no setor de comércio
e serviços, e até 19 empregados no setor industrial. Já as empresas de pequeno porte são aquelas
que possuem entre 10 e 49 empregados, no setor de comércio e serviços, e entre 20 e 99
empregados no setor industrial8.

5
https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31989L0667:PT:HTML, acessado em
20/09/2020.
6
A respeito, Welliton Luiz Moreira, A Sociedade Unipessoal e a Limitação da Responsabilidade Patrimonial do
Empresário Individual. Dissertação de Mestrado, Universidade de Coimbra, 2016. Uma boa análise histórica e do
direito comparado foi feita também por Eric Fonseca Santos Teixeira em Dissertação de Mestrado defendida na
UFMG em 2012 sob o título "A limitação da responsabilidade do empresário individual: a sociedade unipessoal".
7
De acordo com Sebrae e Dieese, 2014, disponível em
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/d5e123f8e74dc85cc28e8985229
9c197/$File/7608.pdf, acessado em 20/09/2020.
8
Facchim, Tatiana. A sociedade unipessoal como forma organizativa da micro e pequena empresa. Dissertação de
Mestrado, Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, p.5.

5
Acrescenta a pesquisadora9:
Os empresários individuais, que assumem pessoalmente os riscos da atividade
empresarial, constituem grande parcela das micro e pequenas empresas do país.
De acordo com as estatísticas do Departamento Nacional do Registro do
Comércio (DNRC), somente no ano de 2005 foram registradas, nas Juntas
Comerciais, 240.306 novas firmadas individuais, contra 246.726 sociedades
limitadas.

A seu turno, Sacramone et al. acrescentam dados que dão contornos precisos à
relevância das micro e pequenas10:
Além de consistirem em 87,97% dos empresários ativos, sua relevância é
destacada na economia paulista. Conforme dados de 2016, as microempresas e
empresas de pequeno porte são titulares de 99% dos estabelecimentos
empresariais, empregam 48% dos empregados, são responsáveis por 37% da
folha de salários e por 27% do produto interno bruto estadual.

3.1. Microempresa (ME)


A Lei Complementar nº 123/2006 conceituou microempresa no artigo 3º,
“caput”, como sendo a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da
microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00
(trezentos e sessenta mil reais).

3.2. Microempreendedor Individual (MEI)


Trata-se de um tipo de microempreendedor e que, conforme o §1º do artigo 18-
A da Lei Complementar nº 123/006, é o empresário individual que se enquadre na definição
do art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, ou o empreendedor que
exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito
rural, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 81.000,00 (oitenta
e um mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar por
esta sistemática.

9
Op. cit., p.44.
10
Sacramone, Marcelo Barbosa. Waisberg, Ivo. Nunes, Marcelo Guedes. Scardoa, Renato. O processo de
insolvência e o tratamento das microempresas e empresas de pequeno porte em crise no Brasil. Revista Pensar,
2020, p.9

6
O microempreendedor individual foi criado pela Lei Complementar nº 128/2008
que alterou a Lei Complementar nº 123. Segundo dados do Sebrae, os registros começaram a
partir de julho de 2009 e, até dezembro de 2015, eram 5,68 milhões de registros11.

3.3. Empresa de pequeno porte (EPP)


A Lei Complementar nº 123/2006 conceituou a empresa de pequeno porte em
seu artigo 3º como sendo as microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o
empresário a que se refere o art. 966 do Código Civil, devidamente registrados no Registro de
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: II
- no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro
milhões e oitocentos mil reais).

3.4. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli)


A Lei n.12. 441/2011, de 11 de julho de 2011, introduziu o artigo 980-A na Lei
10.406/2002, o Código Civil, que estabeleceu um novo tipo de empresa no ordenamento ao
dispor que a empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única
pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a
100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Como se vê, uma pessoa natural constitui, sozinha, uma empresa com
personalidade jurídica própria, registrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, e, optando
por esta configuração, só poderá ser titular de uma única empresa individual de
responsabilidade limitada.
Por outro lado, a empresa individual também poderá resultar da concentração de
quotas em um único sócio oriundas de outra modalidade de sociedade, como disposto no
parágrafo terceiro do artigo 980-A do Código Civil.
Observe-se, ademais, que a empresa individual de responsabilidade limitada
(Eireli) foi incluída no artigo 44 do Código Civil, em seu inciso VI, como pessoa jurídica de
direito privado. Contudo, para Valladão e Adamek12, a Eireli é sociedade limitada unipessoal,

11
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Perfil%20do%20MEI%202015.pdf, acessado em
20/09/2020.
12
FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo e Novaes. ADAMEK, Marcelo Vieira von. Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada (Lei 12.441/2011): anotações. Revista de Direito Mercantil, São Paulo, vol. 163, set.-
dez. 2013

7
e não um novo ente jurídico personificado (fls. 46 e 47 do texto), não bastando, para isso, figurar
nas hipóteses do artigo 44.
Outro ponto interessante a corroborar a natureza jurídica de sociedade limitada
da Eireli, ainda segundo Valladão e Adamek, é o capital social previsto no “caput” do artigo
980-A. É o único tipo societário que estipula capital social mínimo, de cem vezes o maior
salário mínimo vigente no País (artigo 980-A, “caput”), o que esvaziou a provável intenção do
legislador de estimular a formalização dos negócios.
Este capital social mínimo, no entender de Carlos Henrique Abrão 13, constitui
um patrimônio de afetação subordinado ao capital social integralizado desde a constituição da
empresa.
3.5. Subsidiária integral
Embora não seja o escopo deste artigo, cumpre registrar que o primeiro tipo
societário formado exclusivamente por uma única pessoa jurídica ou física foi trazido pela lei
das sociedades anônimas, a Lei n. 6404, de 15 de dezembro de 1976, em seu artigo 251, que
dispôs que a companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único
acionista sociedade necessariamente brasileira.
Segundo Fran Martins, a subsidiária integral, constituída de forma originária ou
derivada, deve adotar o regime fechado da sociedade anônima. Para constituição pela forma
derivada, todas as suas ações devem ser incorporadas ao patrimônio de uma única companhia
e, neste caso, ocorre a incorporação da sociedade “sem que desapareça a pessoa jurídica da
sociedade incorporada”14, precedido, necessariamente, por assembleia geral nas duas
sociedades.
Da leitura da aludida lei complementar e especialmente com o apoio da
bibliografia citada, as variantes trazidas pela Lei Complementar nº 123/2006 não são tipos
societários, diferentemente do que se pode pensar.
Os tipos societários existentes no ordenamento brasileiro são aqueles previstos
nos artigos 986 a 1.096 do Código Civil de 2002 e as classificações das sociedades ou dos
empresários em microempresa, empresa de pequeno porte ou microempresa individual são
exclusivamente tributárias, ou seja, um enquadramento pelo faturamento para percepção de
benefícios fiscais e tributários para estímulo da competitividade no mercado.

13
Abrão, Carlos Henrique. Empresa individual. São Paulo: Atlas, 2015, 2ª ed., p.43.
14
Martins, Fran. Curso de direito comercial. Atualizador: Carlos Henrique Abrão. 40ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2017, p.268.

8
Disso decorre que uma empresa de pequeno porte não necessariamente será um
empresário individual, podendo ser sociedade limitada ou uma Eireli, por exemplo.

4. A responsabilidade patrimonial
Há tempos o direito privado busca sistematizar a responsabilização do
comerciante, do capitalista, do sócio, do empresário, enfim, dos participantes responsáveis pelo
investimento e/ou pela administração de um comércio, primeiramente, e de uma sociedade
empresária, com o passar dos anos.
Ascarelli, apud Isfer15, afirmou que:
Patrimônio separado e pessoa jurídica são, afinal, instrumentos jurídicos para
disciplinar a responsabilidade das partes pelos autos que praticarem como
sócios e para distinguir, assim, os interesses sociais e os interesses individuais
dos sócios.

No Brasil, Waldemar Ferreira16 sublinhava a existência de limites dados pelas


obrigações assumidas:

Não há, em verdade, sociedade de responsabilidade limitada: toda a sociedade


é de responsabilidade ilimitada.
A ilimitação da responsabilidade no entanto é relativa. Tudo no mundo é
limitado. A responsabilidade das pessoas jurídicas, como a das pessoas naturais
tem limite – o das obrigações que assumem e das dívidas que contraem.
Ninguém é obrigado a mais do que deve. Quem paga todas as suas dívidas,
encontra o limite de suas responsabilidades. Liberta-se. (...)
Além da limitação das dívidas ao quanto delas, há a limitação patrimonial. Todo
o patrimônio do devedor se vincula ao pagamento de duas dívidas; esgotado ele,
a obrigação tem existência virtual e o direito, a que ela corresponde, a
fulguração da faca sem lâmina.

Segundo Maria Antonieta Lynch Moraes, a separação patrimonial das pessoas


jurídicas, que antes era imperativa e absoluta, foi gradativamente mitigada segundo ela
primeiramente pela jurisprudência e, a seguir, pelo legislador com a teoria da desconsideração
da personalidade jurídica17. Foi com o texto legal que ocorreu a limitação da responsabilidade

15
Isfer, Edson. Sociedades unipessoais e empresas individuais – responsabilidade limitada. Curitiba: Juruá, 1996,
p.115.
16
Waldemar Ferreira. Tratado de Sociedades Mercantis. Rio de Janeiro: Editora Nacional de Direito Ltda., 1958,
segundo volume. pp.284/285
17
MORAES, Maria Antonieta Lynch. Limitação da Responsabilidade Patrimonial do Empresário Individual: uma
proposta para o direito brasileiro. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 2015, p.43.

9
do empresário ao criar os diferentes tipos societários e suas regras próprias, segundo Maria
Lynch Moraes, fator que passou a limitar o risco dos empreendedores18.
Já Ricardo Negrão19 refere-se à regra da unidade patrimonial, pela qual os bens
sociais respondem pelas obrigações decorrentes do exercício da atividade, empresarial ou não.
No Direito Civil brasileiro, aquele que assumiu uma obrigação ou contraiu uma
dívida deva responder integralmente e de forma ilimitada pelo seu pagamento. O artigo 391,
do Código Civil, afirma que todos os bens do devedor respondem pelo inadimplemento das
obrigações. Mais adiante, no livro do Direito de Empresa, o legislador consignou que os bens
particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de
executados os bens sociais (artigo 1024, “caput”, CC). Daí que, se os bens da sociedade não
cobrirem as dívidas, os sócios respondem pelo saldo, na proporção em que participem das
perdas sociais, a menos que disponham diferentemente, por exemplo, por meio de cláusula de
responsabilidade solidária no contrato social (artigo 1.023, CC). É a chamada responsabilidade
proporcional pelo saldo, termo usado por Pereira Calças20.
A respeito, Marcelo Fortes Barbosa Filho21 entende que o artigo 1.023, do
Código Civil, fixa a regra básica da responsabilidade do sócio perante terceiros nas sociedades
simples, em que se pode afirmar, segundo ele, que as dívidas oriundas das operações sociais
vinculam diretamente a pessoa jurídica. Quer isto dizer que o credor deve voltar-se contra a
própria sociedade com quem contratou, esgotando todos os meios existentes para satisfazer seu
direito ao crédito. Persistindo a insuficiência de patrimônio, os sócios deverão responder,
somente aí, pela dívida feita pela sociedade ou em seu nome.
Lembre-se, ademais, que no ordenamento jurídico brasileiro já existia uma
exceção ao artigo 1.024 do CC (“Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais”), que era a desconsideração
da personalidade jurídica, prevista pioneiramente no artigo 28 da Lei 8078, de 11 de setembro
de 1990, o Código de Defesa do Consumidor, instituto que mereceu regramento próprio no
artigo 50 do Código Civil.
Como se viu, a solução do patrimônio de afetação foi acatada pelo legislador ao
prever, no artigo 980-A, do CC, introduzido pela Lei 12.441, de 11 de julho de 2011, que o

18
Op.cit, p.51.
19
Negrão, Ricardo. Curso de Direito Comercial e de Empresa: teoria geral da empresa e direito societário. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020, 16ª ed, volume 1, p.309.
20 Manoel de Queiroz Pereira Calças. Sociedade Simples, p. 101. in Filkenstein, Maria Eugênia Reis & Proença,
José Marcelo Martins (Coord.). Direito societário: tipos societários. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 101.
21 Comentário ao artigo 1023 in Peluso, Cezar (Coord.) Código civil comentado: doutrina e jurisprudência.
Barueri: Manole, 2019, 13ª ed, p.998

10
capital social mínimo da empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli),
integralizado, em cem vezes o maior salário mínimo vigente. Este foi o entendimento de Carlos
Abrão a respeito, como já referido anteriormente22.
A ideia do patrimônio de afetação foi positivada pelo legislador, em verdade, na
Lei 10.931, de 2 de agosto de 2004, que modificou a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964,
que trata do condomínio e das incorporações imobiliárias, que previu, no artigo 31-A, a
possibilidade de criação de um regime de afetação, pelo qual o terreno e as acessões objeto de
incorporação imobiliária, bem como os demais bens e direitos a ela vinculados, seriam mantidos
apartados do patrimônio do incorporador e constituiriam patrimônio de afetação.
Outra possibilidade sugerida pela doutrina foi incorporada pelo legislador em
2019, com a Lei n. 13.874, ao artigo 1052 do CC, acrescentando-lhe os parágrafos primeiro e
segundo, para criar a sociedade unipessoal, que, do que se pode vislumbrar, trouxe ao menos
três benefícios: i. limitação da responsabilidade patrimonial do empreendedor individual pelas
dívidas sociais; ii. fim do capital mínimo exigido pela empresa individual de responsabilidade
limitada (Eireli), exigência que inexiste na sociedade unipessoal do artigo 1052, CC02; iii.
ausência de sociedade fictícia, com número de sócios apenas para atender a exigência legal.
Há extensa discussão doutrinária sobre: i. se a sociedade unipessoal é realmente
uma sociedade, já que não faria sentido falar em sociedade formada por uma única pessoa; ii.
se a sociedade unipessoal é formada por ato constitutivo (o que faria sentido) ou contrato
plurilateral (típico das sociedades pluripessoais), dentre outros aspectos relevantes.
Como a alteração é recente, não há julgados que já respondam a estas antigas
inquietações, como nos dizeres de Trajano de Miranda Valverde, em 1943, apud Edson Isfer23:
Mas, se o direito positivo dispõe que a pessoa pode limitar a sua
responsabilidade, organizando ou constituindo determinada espécie de
sociedade, por que não lhe há de conferir, sem o auxílio desse meio, a
faculdade de limitar essa responsabilidade mediante a separação de bens ou
valores de seu patrimônio para a consecução de certo fim ou a declaração de
que somente responderá, na organização, empresa ou estabelecimento, até
certa soma?

22
Abrão, Carlos Henrique. Empresa individual. São Paulo: Atlas, 2015, 2ª ed., p.43.
23
Isfer, Edson, op. cit., p.161, em referência a Trajano de Miranda Valverde, em Revista Forense, 1943.

11
A casuística bem ilustra o exposto pela doutrina e alguns julgados24 do Tribunal
de Justiça de São Paulo demonstram-no. Por todos, merece destaque o voto de Sérgio
Shimura25:
JUSTIÇA GRATUITA EMPRESÁRIO INDIVIDUAL FIRMA
INDIVIDUAL “Firma individual” é o nome com que o empresário individual
atua no mercado, que coincide com o seu próprio nome. O fato de o
empresário individual estar inscrito no “Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica” - CNPJ, exigível de todas as entidades situadas no Brasil, não o torna
“sociedade”, nem pessoa jurídica, visto que existe para fins tributários,
controle da Receita Federal e movimentações financeiras. E circunstância de
agregar “microempresa” ou “empresa de pequeno porte” também existe para
fins classificatórios, podendo se referir tanto à sociedade ou ao empresário
individual. No que concerne ao pedido de justiça gratuita, a lei exige
unicamente a declaração de pobreza específica para fins processuais, sobre a
qual pesa a presunção legal de que o declarante está falando a verdade.
RECURSO PROVIDO.

Neste mesmo sentido26:


Denota-se dos documentos juntados que a apelante, nos termos do artigo 68
da Lei Complementar nº 123/2006, figura como empresário individual
caracterizado como microempresa.
Desta forma, para fins de responsabilização, a apelante, pessoa física e titular
da empresa, responderá ilimitadamente perante a empresa constituída e, na
qualidade de empresária individual, responderá por todos os atos da sociedade,
inclusive com o seu patrimônio particular.
Eis porque a apelante é parte legítima, sim, para responder pelos atos
imputados.

Por fim, uma boa síntese consta da lição de Marcelo Sacramone27:


Ressalte-se que a Microempresa e a Empresa de Pequeno Porte não são formas
de uma pessoa jurídica ou do empresário individual e sequer exigem a
constituição de um tipo empresarial. Trata-se de um benefício tributário
concedido a esses, os quais preservam sua forma jurídica como sociedade
limitada, empresário individual, Eireli etc. Sequer a inclusão ao nome
empresarial da expressão ME ou EPP é mais necessária, após a revogação do
art.72 da Lei Complementar n. 123/2006 pela Lei Complementar n. 155/2016.

24
Veja-se, principalmente, Agravo de Instrumento 2169764-91.2016.8.26.0000; Apelação 2049933-
10.2020.8.26.0000; Agravo de Instrumento 2049825-15.2019.8.26.0000; Agravo de Instrumento 2112950-
93.2015.8.26.0000; Agravo de Instrumento 2134894-20.2016.8.26.0000.
25
TJSP; Agravo de Instrumento 0308809-23.2011.8.26.0000; Relator Sérgio Shimura; Órgão Julgador: 23ª
Câmara de Direito Privado; Data do Julgamento: 30/05/2012; Data de Registro: 01/06/2012
26
Apelação Cível 0001477-57.2014.8.26.0264, TJSP, Relator Maurício Pessoa; Órgão Julgador: 2ª Câmara
Reservada de Direito Empresarial; Data do Julgamento: 01/11/2018.
27
Sacramone, Marcelo Barbosa. Manuel de direito empresarial. São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p.62.

12
Uma microempresa, por exemplo, pode referir-se tanto a um empresário
individual quanto a uma sociedade empresária.
Como a maioria das sociedades empresárias, no Brasil, é sociedade limitada, a
regra da responsabilidade neste caso se dá pelo artigo 1.052, “caput”, do Código Civil, que
prevê que a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, embora todos
respondam solidariamente pela integralização do capital social.
Na hipótese de sociedade simples, o artigo 1.007, “caput”, do Código Civil
assevera que o sócio participa dos lucros e das perdas na proporção das respectivas quotas.
Tratando-se de sociedade em comandita simples, os comanditados respondem
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais e os comanditários respondem somente pelo
valor de sua quota, a teor do artigo 1.045, “caput”, do Código Civil.
Na sociedade em nome coletivo, por sua vez, todos os sócios rondem solidária e
ilimitadamente pelas obrigações da sociedade, como assevera o artigo 1.039, “caput”, do
Código Civil, embora os sócios possam limitar entre si a responsabilidade de cada um no ato
constitutivo.
Na sociedade anônima, nos termos do artigo 1.088, “caput”, do Código Civil, o
sócio obriga-se somente pelo preço da emissão da ação que subscrever ou que adquirir.
Já o empresário individual, que pode ser toda pessoa física em pleno gozo de sua
capacidade civil e não estiver legalmente impedido (artigo 972, Código Civil), responde com
seu patrimônio pessoal, que é único e não se diferencia da atividade empresarial. Nos dizeres
de Edson Isfer, no comerciante individual, o que também se aplica ao empresário individual, o
dever (Schuld) e a responsabilidade (Haftung) são unificados na mesma pessoa, no “sentido de
ser a quem se atribuem direitos e obrigações”28.
De tudo quanto se expôs, conclui-se que não há que se falar automaticamente
em responsabilização do patrimônio pessoal do sócio ou empresário individual pelo mero fato
de ter se constituído sob a forma de microempresa, microempresa individual ou empresa de
pequeno porte. Estes não são tipos societários e não demonstram, pela mera análise de sua
denominação (ME, MEI, EPP, Eireli), a responsabilidade pessoal do sócio ou do empresário
pelas obrigações ou débitos oriundos da atividade empresária.
Assim, a simples leitura da denominação social ou firma não revela, de per si, o
regime de responsabilidade, devendo-se buscar, necessariamente, a análise da ficha cadastral
para identificar seu tipo societário e pensar, a partir daí, sobre a responsabilidade envolvida.

28
Isfer, E. op.cit., p.176.

13
Embora pareça evidente tal conclusão, na prática do Poder Judiciário muitas
decisões interlocutórias podem ignorá-la, daí porque a sistematização destas poucas linhas
cumpre contribui para este esclarecimento ou, antes, sublinha a importância desta observação.
Cabe, finalmente, acrescentar a seguinte reflexão: o direito brasileiro tem
buscado meios para garantir o cumprimento dos contratos avençados pelas partes e a satisfação
dos direitos e obrigações entre contratantes, partindo sempre dos deveres anexos ao contrato,
mormente a boa fé, a eticidade, a transparência.
Se um contrato entre dois empresários (compra e venda de insumos, consignação
de produtos do fabricante para um mercadinho de bairro, dentre outras possibilidades) de
pequeno porte for inadimplido com relação ao pagamento do preço, o credor buscará a
satisfação de seu crédito com o protesto da nota fiscal, eventualmente com o ajuizamento de
uma execução, seguida de pedido de penhora de ativos financeiros, bens etc. Imaginando-se
que o devedor seja um empresário individual, sabe-se que seu patrimônio pessoal responderá
pela dívida em questão e, sendo uma microempresa, por suposição, há de se pensar que
provavelmente este empresário não terá bem algum em seu patrimônio para responder pela
dívida.
Deste raciocínio, decorre a seguinte reflexão: talvez caiba ao direito empresarial
pensar fora da lógica do tipo societário, é dizer, para além do tipo societário. É verdade que a
criação da sociedade unipessoal atende ao anseio de doutrinadores profundamente respeitados
com grande razão ao afastar a sociedade fictícia, ao desidratar o sócio fictício. Mas, mais do
que isso, é possível considerar outras métricas e parâmetros para a responsabilidade
patrimonial.
Ora, o objetivo evidente é solver a dívida e pacificar uma relação econômica.
Contudo, note-se que os empresários, ao vender para estabelecimentos ou para
microempresários, já têm à sua disposição indicadores consistentes a respeito da probabilidade
de pagamento do débito, como por exemplo: a) verificação da existência de protestos em
cartórios de títulos; b) score/ rating dos órgãos de proteção ao crédito; c) certidões de
distribuições cível e trabalhista, principalmente; d) cadastro positivo.
Evidentemente que não se está a propor a verificação destes quatro parâmetros
no trato diário de compra e venda entre pequenos comerciantes, mas alguns destes critérios
devem ser verificados nos relacionamentos comerciais frequentes, cativos, não sendo possível
recorrer, frequente e consistentemente, a execuções infrutíferas, a pedidos infinitos e sucessivos
de penhoras de ativos, a pedidos de desconsideração da personalidade jurídica sem o menor
fundamento, práticas comuns nos fóruns atualmente e que refletem a dependência da prática

14
jurídica por institutos tidos como grandes promessas para garantir a solvência de um
contratante. Ora, tais institutos, como a desconsideração, ou a criação de novos tipos societários,
são apenas alguns das possibilidades de amadurecimento da prática empresarial, mas há que se
explorar a maior responsabilidade na compra e venda e, especialmente, os deveres anexos
contratuais.

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