Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Empresarial:
. Direito Comerciante (comercial);
. Direito da prestação de Serviços;
. Direito Cambial e contratual empresarial;
. Direito industrial e do agronegócio
. Direito Processual .
AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL
. Princípio da livre-concorrência:
o princípio introduzido na ordem Constitucional
pela Carta de 1988, preceitua que todos podem
livremente concorrer, com lealdade, no mercado,
visando à produção, à circulação e ao consumo de
bens e serviços.
Possuir caráter instrumental, assegurando que a
fixação dos preços das mercadorias e serviços não
deve resultar de atos cogentes da autoridade
administrativa, mas sim do livre jogo das forças na
disputa de clientela, conforme o oscilar da
economia de mercado.
Nota: tal princípio visa a impedir que o poder
econômico domine o mercado, que a avalanche
capitalista, impulsionada pelo lucro, concentre o
poder econômico de maneira antissocial e, abusiva.
Com efeito, esse princípio ultima por exigir do
Estado uma atitude proativa no mercado para coibir
excessos por meio de tratamento desigual aos
desiguais, na medida em que e desigualam,
portanto um tratamento uniforme.
.Princípio da boa-fé objetiva:
impõe ao empresário e à sociedade
empresária o dever de “ buscar a realização de
seus interesses na exploração da atividade
empresarial cumprindo rigorosamente a lei e
adotando constante postura proba,leal,
conciliatória e colaborativa”.
deverá haver probidade e cooperação na fase
pré-contratual (da oferta), durante a execução
do contrato, fase contratual propriamente dita,
bem como na fase pós-contratual. Doutrina
Nelson, “ o princípio da boa-fé atuará como modo
de enquadramento constitucional do direito das
obrigações”.
.Princípio da boa-fé objetiva:
a boa-fé é clausula geral a orientar a
interpretação e execução dos contratos
empresariais, no sentido de que, como conceito
jurídico aberto, poderá apresentar-se como vetor
de consequências jurídicas diversas, no intuito de
se alcançar no caso concreto a solução que mais
se aproxime da legítima expectativa das partes,
principalmente para favorecer o constante
eventualmente vulnerável, por exemplo,
vulnerável economicamente.
Nota: o princípio da boa-fé poderá projetar a
necessidade de revisão do contrato para que seja
possível sua conservação.
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL
A principal fonte do direito empresarial, como não
poderia deixar de ser, é a lei. O direito empresarial
pauta-se, em primeiríssimo lugar, em nossa
Constituição Federal. Em seguida, temos outros textos
normativos, como o Código Civil de2 002, o Código
Comercial de 1.850 (parte não revogada, sobre
comércio marítimo), e diversas leis esparsas, tais
como a Lei de Falências e Recuperação Judicial
(11.101/2005), a lei que regula o exercício do
comércio pelos micro e pequenos empresários (Lei
Complementar 123/2006), Lei das Sociedades
Anônimas (Lei 6.404/76), Lei do Cheque, entre outras
diversas. Ademais, como fonte secundária do Direito
Comercial, temos os usos e costumes.
AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL
O direito do comércio tem hoje seu
regulamento tratado, em boa parte, no Código Civil
de 2002. Muitos têm propalado que o direito civil e
empresarial teriam se unificado, formando o que
doutrinadores denominam de direito privado.
Tal assertiva deve ser analisada com cuidado.
Primeiro, por que a Constituição Federal prevê a
distinção entre ambos:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar
sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
Nota: Segundo, por que, embora o Código Civil
tenha abordado relativa parte do Direito
Empresarial em seu bojo – Livro II, não há
esgotamento da matéria ali. O direito empresarial
tem uma vasta legislação esparsa. Por fim,
defendemos a autonomia do direito empresarial
também pelo fato de ele guardar características
distintas, que o diferenciam de qualquer outro
ramo do direito.
EMPRESÁRIO (ART. 966 DO CÓDIGO CIVIL)
a evolução do direito empresarial (passando da
teoria dos atos de comércio para a teoria da
empresa, da figura do comerciante para a do
empresário).
Nota: Pois bem, o conceito de empresário está
esculpido no Código Civil, em seu artigo 966, e sua
importância para o nosso certame dispensa
comentários. Vejamos: Art. 966. Considera-se
empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
os requisitos para que alguém seja classificado
como empresário:
Empresário
.Profissionalismo;
.Organização;
.Atividade econômica (produção e circulação de bens
ou serviços)Capacidade.
1) Profissionalismo: O negócio não pode ser praticado em
caráter eventual, mas deve ser feito rotineiramente,
assumindo-o o empresário como seu ofício. Assim, uma
pessoa que vende o seu único carro a um terceiro não será
caracterizada como empresária por este motivo.
SOCIEDADES DE ADVOGADOS:
O Estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei 8.906/1994) dispõe que a
sociedade de advogados é sempre sociedade
simples, isto é, que explora o seu objetivo de
forma não empresarial.
Ademais, o registro para sua constituição é
feito na própria OAB, como se depreende do
dispositivo a seguir do diploma legal citado acima:
Art. 15. § 1º A sociedade de advogados adquire
personalidade jurídica com o registro aprovado dos
seus atos constitutivos no Conselho Seccional da
OAB em cuja base territorial tiver sede.
- EMPRESÁRIO INDIVIDUAL DE
RESPONSABILIDADE LIMITADA
O empresário individual de responsabilidade
limitada - EIRELI, instituído com a Lei
2.441/2011, que modificou o Código Civil.
Nota: E o que vem a ser o EIRELI?! A definição do
que é o empresário individual de responsabilidade
limitada consta do artigo 980-A do Código Civil.
Definição: A empresa individual de
responsabilidade limitada será constituída por
uma única pessoa titular da totalidade do capital
social, devidamente integralizado, que não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo
vigente no País. Portanto, trata-se de uma única
pessoa cujo capital “social” não será inferior a 100
vezes o salário mínimo vigente.
O empresário individual de responsabilidade
limitada não responderá com a totalidade de seu
patrimônio pessoal pelas obrigações sociais, mas
apenas com aquilo que afetar às atividades
empresariais.
Nota: Outro aspecto importante é que a Lei
12.441 conferiu personalidade jurídica ao
EIRELI. O empresário individual cuja
responsabilidade não é limitada não possui
personalidade jurídica.
.Empresário individual “simples não possui
personalidade jurídica, responsabilidade
ilimitada.
.Empresário individual de responsabilidade
limitada possui personalidade jurídica,
responsabilidade limitada.
Cada pessoa somente poderá figurar em uma
única empresa da modalidade EIRELI. O nome
empresarial poderá ser firma ou denominação
social, acrescido da expressão EIRELI.
Nota: João e Maria como sócios de uma
sociedade limitada, e Maria venha a falecer, João
poderá optar por transformar essa sociedade em
uma empresa individual de responsabilidade
limitada. Ainda, segundo o CJF (enunciados da
Jornada de Direito Comercial – 2012):
A Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas
um novo ente, distinto da pessoa do empresário e
da sociedade empresária. EIRELI não é sociedade
unipessoal. Trata-se, apenas, de um novo ente, que
não se confunde com o empresário, eis que não
responde com o patrimônio pessoal, nem com a
sociedade, eis que formada por apenas uma
pessoa.
SOCIEDADE DE SÓCIOS CASADOS, ENTRE SI OU
COM TERCEIROS
O empresário previsto no artigo 966 do Código Civil
pode ser tanto empresário individual (pessoa física
que, por sua conta e risco, assume as atividades
sozinho) ou sociedade empresária (quando dois ou
mais sócios o fazem por meio da criação de uma
pessoa jurídica). Pois bem. Pode acontecer, e é
comum, que duas pessoas casadas resolvam instituir
sociedade juntos. Porém, antes da constituição, há
uma regra no Código Civil a ser observada. Vamos
direto ao dispositivo legal:
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar
sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da comunhão universal de
bens, ou no da separação obrigatória.
EMPRESÁRIO CASADO
Segundo o Código Civil:
Art. 978. O empresário casado pode, sem
necessidade de outorga conjugal, qualquer que
seja o regime de bens, alienar os imóveis que
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los
de ônus real.
. O ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL é o
CONJUNTO DE BENS corpóreos e incorpóreos
organizadamente utilizados para a exploração
negocial.
Nota:Tomemos como exemplo a Casa de Carne
Sociedade Ltda. Empresário é a própria pessoa
que a explora, neste caso a própria sociedade
Casa da Carne.
A empresa é a atividade ali existente, a venda
de carnes em si.
Já o estabelecimento é o conjunto de bens que
o empresário utiliza para a consecução de seus
objetivos (terreno, edificações, máquinas,
equipamentos, etc).
. ATIVIDADE.
.EMPRESÁRIO - PESSOA
.ESTABELECIMENTO -CONJUNTO DE BENS
O REGIME JURÍDICO DA LIVRE INICIATIVA
Em regra, a produção de bens e serviços que se
destinam a satisfazer necessidades humanas é provida
pela livre iniciativa. Somente em hipótese excepcionais e
supletivas o Estado atua neste segmento. Tal o é, que a
Constituição Federal anota em seu artigo 170:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
Na mesma esteira, dispõe o texto constitucional:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição,
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei. A Carta Maior, com ênfase, ainda proclama que a lei
reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência
e ao aumento arbitrário dos lucros (CF, art. 173, §4º).
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência tem por
escopo óbvio a defesa da concorrência. Integra a sua estrutura
o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A Lei 12.529/2011, em seu art. 4º, assim o
define:
Art. 4o O CADE é entidade judicante com jurisdição em todo
o território nacional, que se constitui em autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito
Federal, e competências previstas nesta Lei.
A repressão e punição aos atos de concorrência
desleal pode se dar eminentemente por duas vias, a
saber, a penal e a civil. As sanções penais
podem ser encontradas, por exemplo, na Lei
9.279/1996, a chamada Lei da Propriedade
Industrial.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Art.1.142.CC. Considera-se estabelecimento todo
complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária.
Art.1.143.CC. Pode o estabelecimento ser objeto
unitário de direitos e de negócios jurídicos,
translativos ou constitutivos, que sejam
compatíveis com a sua natureza.
Art. 1.144.CC. O contrato que tenha por objeto a
alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento,
só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à
margem da inscrição do empresário, ou da sociedade
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de
publicado na imprensa oficial.
Art. 1.145.CC. Se ao alienante não restarem bens
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação
do estabelecimento depende do pagamento de todos os
credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou
tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Art. 1.146.CC. O adquirente do estabelecimento responde
pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência,
desde que regularmente contabilizados , continuando o
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um
ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e,
quanto aos outros, da data do vencimento.
DEFINIÇÃO:
O estabelecimento é, pois, todo o complexo de
bens organizado, para o exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária. Trata-se de
elemento indispensável ao exercício da empresa. Todo
empresário deve possuí-lo.
EXIBIÇÃO DE LIVROS
Nota: Código Civil prega que os livros podem
fazer prova quer a favor quer contra o empresário.
Todavia, para fazer prova a favor não pode estar
eivado de vício, seja ele extrínseco ou intrínseco.
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e
sociedades provam contra as pessoas a que
pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados
sem vício extrínseco ou intrínseco, forem
confirmados por outros subsídios.
Os livros empresariais representam a vida
econômica do empresário. Ali são encontradas
informações valiosas sobre o andamento e a gestão
do negócio. Pois bem, estes livros são resguardados
por sigilo. O Código Civil confere proteção à
escrituração através do seguinte dispositivo
Os livros empresariais representam a vida
econômica do empresário. Ali são encontradas
informações valiosas sobre o andamento e a
gestão do negócio. Pois bem, estes livros são
resguardados por sigilo. O Código Civil confere
proteção à escrituração através do seguinte
dispositivo:
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em
lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar
diligência para verificar se o empresário ou a
sociedade empresária observam, ou não, em
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em
lei.
“ressalvados os casos previstos em lei”, o que permite
inferir que o sigilo empresarial não é direito
absoluto. Exemplifique-se. O Código Tributário
Nacional, em seu artigo 195, dispõe:
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não
têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes
ou limitativas do direito de examinar
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e
efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de
exibi-los. o Código Civil:
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste
Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por
inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no
exercício da fiscalização do pagamento de impostos,
nos termos estritos das respectivas leis especiais.
Nota:o sigilo empresarial não é válido frente
às autoridades tributárias,quando no exercício
da fiscalização.
É possível também que os livros sejam
exibidos judicialmente. A exibição em juízo
poderá ser total ou parcial. Senão vejamos.
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a
exibição integral dos livros e papéis de
escrituração quando necessária para resolver
questões relativas a sucessão,comunhão ou
sociedade, administração ou gestão à conta
de outrem, ou em caso de falência.
O Código de Processo civil ainda propõe que:
Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a
exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do
arquivo: I - na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei.
Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição
parcial dos livros e documentos, extraindo-se deles a suma que
interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.
exibição total somente pode ser determinada pelo juiz, a
requerimento da parte, e em algumas ações (art. 1.191). O
próprio Código cita os casos em que é possível a exibição
total:
1) sucessão;
2) comunhão/ sociedade;
3) administração;
4) falência/liquidação;
5) quando a lei determinar.
Nota: todavia, a exibição parcial pode ser feita de
ofício ou a requerimento da parte, em qualquer
ação judicial, quando necessário ou útil à solução da
lide (CC, art. 1.191, parágrafo primeiro).
LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS
SOCIEDADES ANÔNIMAS
a Lei 6.404, artigo 100, a companhia deve ter, além
dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os
seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas".
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias
Nominativas" e o de "Transferência de Partes
Beneficiárias Nominativas".
IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais.
V - o livro de Presença dos Acionistas.
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de
Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de
Diretoria.
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
DO EMPRESÁRIO CONSIDERADO INATIVO
Segundo o artigo 60 da Lei 8.934/94, a firma
individual ou a sociedade que não proceder a qualquer
arquivamento no período de dez anos consecutivos
deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-
se em funcionamento. Na ausência dessa comunicação, a
empresa mercantil será considerada inativa, promovendo
a junta comercial o cancelamento do registro, com a
perda automática da proteção ao nome empresarial (Lei
8.934/1994, art. 60,parágrafo primeiro).
NOME EMPRESARIAL
definição é estatuída pelo próprio Código Civil,
que diz:Art. 1.155. Considera-se nome
empresarial a firma ou a denominação adotada,
de conformidade com este Capítulo, para o
exercício de empresa.
O nome empresarial está para o empresário e
sociedade empresária tal como o nome civil está
para nós, pessoas naturais.
Nota: Enquanto eu, como pessoa física, contraio
obrigações e direitos pelo nome de Marcondes
Bezerra de Souza, a sociedade empresária
Petróleo Brasileiro S.A o faz por esta
denominação.
O empresário individual tem um nome empresarial que
pode ou não coincidir com o nome civil. Por seu turno, a
sociedade empresária não tem outro nome que não o
empresarial.
a firma e a denominação.
Atenção: é comum que no cotidiano, na linguagem
coloquial, adotemos a expressão firma como sinônimo
de empresa, comércio. Todavia, esta é uma imprecisão
terminológica. Juridicamente falando, a firma é uma
espécie de nome empresarial. Falemos um pouco sobre
as espécies de nome empresarial. A firma tem por base
nome civil. Esse nome civil pode ser do empresário
individual (quando o empresário exerce atividade
sozinho) ou dos sócios de uma sociedade empresária.
Portanto, na composição, no núcleo deste tipo de nome
empresarial sempre haverá um ou mais nomes civis.
Exemplo: Marcondes Bezerra de Souza.
A denominação, por seu turno, tem de
designar o objeto da empresa,adotando como
núcleo um nome civil ou outra expressão
linguística.Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A.
No que diz respeito à função, deve-se anotar
que a firma serve, além de elemento de
identificação, também como assinatura para
o empresário,ao passo que a denominação é
somente elemento de identificação.
Para cada tipo de empresário e sociedade
empresária há uma regra específica para a
formação do nome empresarial.
Nota: o empresário individual somente poderá
adotar a firma, baseado no nome civil. Ademais,
poderá ser de modo extenso ou abreviado, aditando-
lhe, se quiser, o ramo de atividade a que se dedica.
Código Civil:
Art. 1.156. O empresário opera sob firma
constituída por seu nome, completo ou abreviado,
aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da
sua pessoa ou do gênero de atividade.
O empresário individual de responsabilidade
limitada, por sua vez, poderá operar sob firma ou
denominação. Art. 980-A. par. 1º O nome empresarial
deverá ser formado pela inclusão da expressão
"EIRELI" após a firma ou a denominação social da
empresa individual de responsabilidade limitada.
Nota: Tendo em vista a responsabilidade
ilimitada de seus sócios, a sociedade em nome
coletivo somente poderá utilizar a firma ou
razão social.
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios
de responsabilidade ilimitada operará sob firma,
na qual somente os nomes daqueles poderão
figurar, bastando para formá-la aditar ao nome
de um deles a expressão "e companhia“ ou sua
abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e
ilimitadamente responsáveis pelas obrigações
contraídas sob a firma social aqueles que, por
seus nomes, figurarem na firma da sociedade de
que trata este artigo.
Nota: Se forem sócios de uma sociedade em
nome coletivo Marcondes Bezerra, Luciano Silva
Rosa e Joana Angélica, o nome empresarial
deverá ser: “Marcondes Bezerra, Luciano Silva
Rosa e Joana Angélica”, “Rabelo, Rosa e Angélica,
Restaurante”, “Gabriel Rabelo da Silva & Cia”,
etc.
A sociedade em comandita simples também
deverá se utilizar de firma, haja vista que os
sócios comanditados possuem responsabilidade
ilimitada pelas obrigações sociais. Como os
comanditários possuem responsabilidade limitada,
não podem constar do nome social. Com efeito,
deve ser utilizada a expressão “e companhia”.
o Código Civil:
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar
firma ou denominação, integradas pela palavra final
"limitada" ou a sua abreviatura.
§ 1o A firma será composta com o nome de um
ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo
indicativo da relação social.
§ 2o A denominação deve designar o objeto da
sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de
um ou mais sócios.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a
responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores que assim empregarem a firma ou
a denominação da sociedade.
Nota: a sociedade limitada pode adotar a firma
ou denominação, integrando-se,
obrigatoriamente, a palavra “limitada” ou
sua abreviatura ao final.
A omissão da palavra "limitada" determina a
responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores que assim empregarem a firma
ou a denominação da sociedade (CC, art. 1.158,
parágrafo 3º).
Nota: Caso a sociedade limitada opte pela firma
poderá designar o ramo da atividade. Caso utilize
a denominação, esta indicação é obrigatória.
A sociedade anônima deve adotar denominação.
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob
denominação designativa do objeto social, integrada
pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia",
por extenso ou abreviadamente.
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome
do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido
para o bom êxito da formação da empresa.
Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A, Vale S.A.
A sociedade em comandita por ações pode,
também, adotar firma ou denominação.
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode,
em lugar de firma, adotar denominação designativa do
objeto social, aditada da expressão "comandita por
ações“. Outro aspecto importante:
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de
qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo
único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já
inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de
alienação. Parágrafo único. O adquirente de
estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o
permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu
próprio, com a qualificação de sucessor.
Nota: não pode ser objeto de alienação,
ressalvando-se a hipótese de o adquirente de
estabelecimento, se o contrato permitir, usar o nome
do alienante precedido do seu próprio, como
sucessor.
Nota: o empresário em recuperação judicial, deve
acrescer ao seu nome a expressão “Em Recuperação
Judicial”.
DAS SOCIEDADES
No Brasil, as pessoas jurídicas podem se encontrar sob o
manto de dois regimes jurídicos:
1) Regime jurídico de direito público: nele se encontram,
quase que sempre, a União, Estados, Distrito Federal,
Municípios, Territórios e autarquias.
2) Regime jurídico de direito privado: compreende todas as
outras pessoas.
A diferença entre os regimes reside justamente no
tratamento jurídico que lhes são conferidos. As pessoas
jurídicas de direito público, em virtude de zelarem pelo
interesse coletivo, se situam quase sempre em posição de
superioridade, de supremacia, sobre as pessoas privadas.
Ao revés, as pessoas jurídicas de direito privado se
respaldam no princípio da isonomia, inexistindo, entre elas,
valoração diferenciada de seus interesses.
Nota: as pessoas jurídicas de direito privado podem se
constituir sob duas formas:
a) pessoas jurídicas de direito privado estatais: que
compreende as empresas públicas e as sociedades de
economia mista;
b) pessoas jurídicas de direito privado não-estatais:
abarcando este conceito as fundações, associações e
sociedades.
As sociedades, por seu turno, podem se subdividir em
simples e empresárias.
A distinção entre uma sociedade simples e uma
sociedade empresária reside em quê? Seria no lucro? Bem,
quem acha que é isso errou. Esse é um critério insuficiente
para separar os dois institutos. Por exemplo, por força de
disposição legal, as sociedades de advogados são sempre
sociedades simples, mas, ora,como um advogado viveria
sem a remuneração de sua profissão?
Percebam, pois, que não podemos separar
uma sociedade simples e empresária pelo critério
lucro, uma vez que as simples também podem
possuir fins lucrativos.
A diferença, então, entre uma sociedade
simples e uma sociedade empresária reside na
exploração de seu objeto de forma profissional e
organizada, como propõe o artigo 966 do Código
Civil. Sem prejuízo do exposto, as sociedades por
ações (que compreendem as sociedades anônimas
e sociedades em comanditas por ações) são sempre
sociedades empresárias, ainda que possuam fins
pios. Ao revés, as cooperativas são sempre
sociedades simples. É este o comando do artigo
982, par. único do CC.
SOCIEDADES EM ESPÉCIE :
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
CAPÍTULO I - DA SOCIEDADE EM COMUM
Art.986.cc:Enquanto não inscritos os atos
constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por
ações em organização, pelo disposto neste
Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que
com ele forem compatíveis, as normas da
sociedade simples.
“ Sonhos são
Gratuitos.
Transformá-los
em realidade
Tem um peço.”
E.J.Gibs