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Curso de Direito Empresarial/3º

período FACAL/ LIMOEIRO-PE.


DIREITO EMPRESARIAL FACULDADE DE
DIREITO DE LIMOEIRO-PE

Docente: Marcondes Bezerra de Souza, Advogado não


militante, Pós Graduado em Engenharia Econômica e de
Avaliações – UFPE, Pós Graduado em Direito Público
(Constitucional, Administrativo e Tributário)-
ESMAPE ,Professor Universitário, Direto Empresarial I e Direito
Falimentar, Especialista em Legislação de Trânsito.
E-mail:marcondesbezerra1971@gmail.com
Fones: (81)982440544.
Instagram prof Marcondes Bezerra
Limoeiro/PE, 2023.1
DIREITO EMPRESARIAL
I Ementa
Desenvolver a capacidade e o conhecimento de questões jurídicas
relativas a atividade econômica/empresarial, incluindo além da
norma a doutrina e a jurisprudência.
Conteúdo Programático:
MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
1.1.Evolução histórica do direito empresarial
1.2.Fontes do direito empresarial
MÓDULO II- CARACTERIZAÇÃO JURÍDICA DO EMPRESÁRIO
INDIVIDUAL E SUA INSCRIÇÃO
2.1. Conceito de empresário
2.2. Empresário individual x sociedade empresária
2.3. Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário
2.4. Elementos de empresa
2.5. Registro do empresário
2.6. Capacidade para exercício da empresa
MÓDULO III- SOCIEDADE EMPRESÁRIA E SUA INSCRIÇÃO

MÓDULO IV - NOME EMPRESARIAL E AUXILIARES DO


EMPRESÁRIO
4.1. Firma
4.2. Denominação
4.3. Nome Fantasia
4.4. Proteção do nome empresarial
4.5. Preposto
4.6. Contabilista
4.7. Gerente
MÓDULO V - ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
5.1. Natureza jurídica
5.2. Trespasse
5.3. Cláusula de não concorrência
5.4. Proteção ao ponto de negócio
5.5. Aviamento e clientela
MÓDULO VI - DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL
6.1. Lei 9.279/1996 ( lei de propriedade industrial- LPI)
6.2. Instituto nacional de propriedade industrial (INPI)
6.3. Patentes
6.4. Desenho industrial
6.5. Marca

MÓDULO VII - CONSTITUIÇÃO, ALTERAÇÃO,


DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA

MÓDULO VIII - SOCIEDADES SIMPLES X SOCIEDADES


EMPRESÁRIAS

MÓDULO IX -TIPOS DE SOCIEDADE

MÓDULO X - CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES


EMPRESÁRIAS
MÓDULO XI - SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
11.1. Sociedade em comum
11.2. Sociedade em conta de participação
MÓDULO XII - SOCIEDADES PERSONIFICADAS
12.1. Sociedade simples pura
12.2. Sociedade limitada
12.3. Sociedade anônima
12.4. Sociedade em nome coletivo
12.5. Sociedade em comandita simples
12.6. Sociedade em comandita por ações
12.7. Sociedade cooperativa
MÓDULO XIII - OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
13.1. Transformação
13.2. Incorporação
13.3. Fusão
13.4. Cisão
13.5. Atuação do CADE
MÓDULO XIV - DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DAS
SOCIEDADES

MÓDULO XV - ARBITRAGEM NOS CONFLITOS SOCIETÁRIOS

MÓDULO XVI - TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA


PERSONALIDADE JURÍDICA

BIBLIOGRAFIA DIREITO EMPREARIAL

. COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de Direito Comercial. 26 ed.


São Paulo:Saraiva, 2014.

. RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial. 4ª ed.


São Paulo. Editora método, 2020.

. CHAGAS, Edilson Enedito das. Direito Empresarial


Esquematizado. 1ª ed. São Paulo. Editora Saraiva, 2022
ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA,AUTONOMIA,
FONTES E CARACTERÍSTICAS. TEORIA DOS
ATOS DO COMÉRCIO, TEORIA DA EMPRESA.

O direito empresarial tem origem na Idade


Média, com o surgimento da necessidade de
normas que sistematizassem as transações
realizadas pelos comerciantes à época. Em sua
criação, os próprios comerciantes ditavam as
normas que seriam aplicáveis às relações, era um
direito feito pelas próprias partes, assim vigendo
por longo período.
Em uma segunda fase, já com a criação de Monarquias, no
início do século XIX, houve a criação do Código Napoleônico, que,
bipartindo o direito privado em civil e comercial, criou a teoria
dos atos do comércio.
De acordo com a teoria dos atos do
comércio, sempre que alguém praticava
atividade econômica que o direito considerava ato
de comércio, submeter-se-ia às obrigações do
Código Comercial, a ele se sujeitando. A
caracterização de uma pessoa como
comerciante era feita com base em uma lista
de atividades. Funcionava basicamente
assim: X praticava atividade de venda de
mercadorias, logo estava coberto por um manto
jurídico, que era o regime do direito comercial,
gozando de uma série de privilégios que lhe
seriam garantidos, como concordata, celebração
de contratos mercantis, etc.
Ocorre que muitas atividades importantes,
como a prestação de serviços e as atividades
rurais, não se encontravam na lista, o que, em
certo momento, tornou inaplicável a teoria dos
atos de comércio, já difundida mundo afora.
Como um prestador de serviço poderia olhar para
o vizinho que vendia mercadorias e, ambos
exercendo atividades econômicas, seriam
submetidos a tratamento tão diferenciado? A
teoria perdurou até a segunda guerra mundial,
quando, na Itália,revolucionariamente, surge a
unificação do direito privado, com a criação da
teoria da empresa.
Segundo a teoria da empresa, o direito
empresarial não mais regularia a atividade
de setores específicos. A forma de produzir
ou circular bens ou serviços, a forma
empresarial, é que seria agora levada em
consideração. A partir daquele momento,
não se olharia mais para quem era x ou quem
era y, mas, sim, para o modo como estes
sujeitos organizavam seu trabalho. Em regra,
todo aquele que organizasse seu negócio
profissionalmente,para produzir ou circular bens
ou serviços poderia usufruir das benesses trazida
pelo Direito Empresarial.
Código Comercial brasileiro de 1850 fora
fortemente influenciado pela teoria dos atos do
comércio. Todavia, leis esparsas anteriores ao Novo
Código Civil de 2002 já previam a utilização da teoria
da empresa, como o Código de Defesa do Consumidor,
juntamente de doutrina e jurisprudência. O Código
Civil 2002 veio ao mundo apenas aniquilar a teoria dos
atos do comércio de nosso ordenamento. Por esse
motivo, torna-se, hoje, mais exata a denominação
direito empresarial, no lugar do já consagrado nome
direito comercial (embora ambas sejam aceitas
doutrinariamente). A expressão comerciante
designava determinadas categorias que estavam sob o
manto das regras da teoria dos atos do comércio. Já o
termo empresário é deveras mais moderno e
abrangente.
Nota: o Código Civil de 2002 não adotou a
teoria dos atos de comércio, mas, sim, a teoria
da empresa. Empresário não é quem exerce a
atividade X ou Y, mas, sim, quem exerce atividade
econômica profissionalmente organizada para a
produção ou circulação de bens e serviços (CC,
art.). “Art. 966. Considera-se empresário quem
exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera
empresário quem exerce profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, ainda com
o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se
o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.”
Classificação do Direito
Empresarial
O fenômeno jurídico em sub-ramos, para fins
acadêmicos, pois no dia a dia, uma relação
jurídica predominante privada, isto é, a envolver
interesses entre particulares.

Direito Privado: Direito Civil, Direito


Empresarial, Direito Internacional Privado, Direito
do consumidor e Direito do Trabalho.

Direito Público: Direito Constitucional, Direito


Administrativo, Direito Penal, Direito Processual
Penal, Direito Previdenciário etc
Nota: no positivismo da pós-modernidade,
o direito privado se constitucionalizou, pois
a orientar mesmo as relações econômicas
entre particulares o “ princípio da dignidade
da pessoal humana, fundamento da
República Federativa do Brasil e princípio-
matriz de todos os Direitos fundamentais.

Direito Empresarial:
. Direito Comerciante (comercial);
. Direito da prestação de Serviços;
. Direito Cambial e contratual empresarial;
. Direito industrial e do agronegócio
. Direito Processual .
AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL

Embora o Código Civil de 2002 tenha


disciplinado normas de Direito Empresarial
(unificação formal), ainda sobrevive a autonomia
científica do Direito Empresarial. E o argumento,
invencível, em favor da autonomia é a ética do
empresário, o qual atua movido pelo individualismo
e pela onerosidade presumidos em suas relações
empresariais. Fábio Ulhoa, rememora que a
autonomia do direito empresarial, ainda que se
referido como direito comercial, deriva de sua
inscrição como sub-ramo categoricamente como
competência legislativa privativa da União(art. 22,
inc. I).
AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL
Ao contrário do Direito Civil moderno, pautado pela
boa-fé objetiva, o direito Empresarial disciplinado pelo
Código Civil não ignora a ética empresarial, tanto que
exclui certas atividades profissionais do conceito de
empresa, além de proibir alguns agentes públicos de
exercerem a mercancia.
O Direito Empresarial como sub-ramo do Direito
privado, que detém autonomia legislativa e científica,
sendo louvável a referida proposta pela Câmara dos
Deputados de um novo Código Comercial, apesar da
aludida autonomia, hoje, o “Direito comercial Brasileiro
está abrangido por legislação fragmentada, fruto de
momentos históricos distintos, o que dificulta sua
compreensão e aplicação e afeta, por conseguinte, a
segurança jurídica no âmbito empresarial”.
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL
Sob o império do positivismo, cujo foco era a
segurança jurídica, os princípios possuíam funções
subsidiárias, invocando tão somente quando
existirem lacunas nas leis, de moldes que não eram
providos, per si, de normatividade, pois apenas a
norma que admitia a aplicação dos princípios para
colmatar as lacunas revistia-se dessa característica.
superado o positivismo, com o surgimento do
pós-positivismo ou neopositivismo, os princípios
foram elevados à condição de espécie do gênero
norma. Não apenas isso, os princípios passaram a
ter total hegemonia e preeminência, denominados
pela doutrina de mandamentos de otimização.
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL
Espécies:
. Princípio da função Social da empresa:
O fenômeno da funcionalização do Direito, que
conduz inexoravelmente à constitucionalização de seus
diversos ramos e à superação da dicotomia público-
privado. A função social do Direito Comercial permite
sua constitucionalização, de molde que o interesse
público limita o exercício do interesse privado,
evitando o abuso do poder econômico ou a inércia do
poder público. A função social da empresa não protege
somente a pessoa jurídica contra atos ruinosos de
seus sócios (impondo-se como poder-dever uma
condução dos objetivos sociais compatível com o a
carta constitucional de 88.
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL
Espécies:
. Princípio da função Social da empresa:
O interesse da coletividade), senão também impondo
ao poder público a preservação da atividade empresarial,
tão necessária ao desenvolvimento econômico.
Nota: a função social da empresa busca assegurar
ainda a utilização dos bens de produção segundo a
função social, de modo que deverá haver, sob pena de
violação a esse princípio, a responsabilidade social na
atividade empresarial. Por força da função social, ganha
destaque o princípio o princípio constitucional da
solidariedade no campo empresarial, de forma que não
haverá obediência à função social quando a empresa
negar a efetividade ao princípio da solidariedade, quando
sua atuação não for solidária.
nota: o princípio em tela e impõe de tal forma
que, na atualidade, não só o direito contratual
como um todo se encontra pautado pela função
social, mas também todos os institutos jurídicos
do Direito Empresarial, os quais deverão ser
interpretado de modo a preservar a referida
função social.
o Conselho de Justiça Federal harmoniza-se
com a ideia de eficácia horizontal dos direitos
fundamentais, segundo a qual os direitos
fundamentais também deverão ser observado nas
relações jurídicas privadas, ainda que
empresariais, que de forma imediata, quer pelas
portas do princípio da função social(mediata).
Nota: a moderna teoria da empresa trouxe
importante inovação, facilitando o princípio da função
social, ao distinguir o sujeito de direito (empresário ou
sociedade empresária) do fato (empresa). Assim é
possível que a empresa continue a exercer sua função
social ainda quando o sujeito não tenha mais
condições de subsistir na condição de empresário, seja
pela morte ou falência.
. Princípio da Preservação da empresa:
a conservação da empresa embasa-se na
importância da continuidade das atividades de
produção de riqueza pela circulação de bens e
prestação de serviços como um valor a ser protegido,
e reconhece os efeitos negativos da extinção de uma
atividade empresarial, que acarreta prejuízos não só
aos investidores, como a toda sociedade.
O código Civil tanto buscou proteger a atividade
empresarial que permite ao incapaz continuar a atividade
em caso de sucessão hereditária. Na mesma linha, a lei de
recuperação de Empresas e de falências tem por escopo a
preservação da empresa, sendo que eventuais conflitos, em
se tratando de direito empresarial, poderão ser superados
com a interpretação e a aplicação dessa meta-norma.

Nota: e o instituto da recuperação judicial ou extrajudicial


tem por objetivo preservar justamente a empresa, não o
empresário isoladamente, ao contrário da falência, que é
desfavorável tanto ao empresário quanto ao
empreendimento, permitindo-se a continuidade da
atividade empresarial com a substituição dos antigos
dirigentes, por exemplo, quando houver a “ alienação da
empresa, com a venda de seu estabelecimento em bloco”
(art. 140, inc. da lei n. 11.101/2005).
A extinção da empresa deve ser vista como última
ratio, mas este princípio não pode ser invocado para
acobertar torpezas. É dizer, atividades espúrias, ainda
que relevantes economicamente ou para a cultura da
sociedade, não são alcançadas pelo princípio em tela.
preservar a empresa significa resguardar os
mercados de fatores de produção e de consumo do
local, da região, do Estado e do país em que se
encontra.

Princípio da Livre Iniciativa:


trata-se de um princípio fundamental previsto pela
Constituição da República de 1988, no art. 1º, inc. IV,
dotado de eficácia positiva e negativa, como toda
norma Constitucional.
Ademais, de se ver que mesmo as normas
programáticas possuem eficácia positiva, o que impõe
ao legislador o dever de cumprir os programas
estipulados, com a regulamentação das normas
constitucionais, pois a interpretação da norma
programáticas não pode transforma-se em promessa
constitucional inconsequente.
o princípio é considerado fundamento da ordem
econômica, conferindo à iniciativa privada o papel de
protagonista na produção ou circulação de bens e
serviços.
mas a livre iniciativa, expressão da liberdade de
exercício de qualquer atividade econômica, tem limites.
É que a história é testemunha dos efeitos negativos de
um liberalismo extremado, esbarrando a livre iniciativa
nos limites da função social.
Nota: intrinsecamente ligado ao princípio da livre-
iniciativa, tem-se o princípio da livre-concorrência.
Ambos são complementares, mas, enquanto a livre-
iniciativa aponta para a liberdade política, que lhe
serve de fundamento, a livre-concorrência significa
a possibilidade de os agentes econômicos podem
atuar sem embaraços juridicamente justificáveis,
em determinado mercado.

. Princípio da livre-concorrência:
o princípio introduzido na ordem Constitucional
pela Carta de 1988, preceitua que todos podem
livremente concorrer, com lealdade, no mercado,
visando à produção, à circulação e ao consumo de
bens e serviços.
Possuir caráter instrumental, assegurando que a
fixação dos preços das mercadorias e serviços não
deve resultar de atos cogentes da autoridade
administrativa, mas sim do livre jogo das forças na
disputa de clientela, conforme o oscilar da
economia de mercado.
Nota: tal princípio visa a impedir que o poder
econômico domine o mercado, que a avalanche
capitalista, impulsionada pelo lucro, concentre o
poder econômico de maneira antissocial e, abusiva.
Com efeito, esse princípio ultima por exigir do
Estado uma atitude proativa no mercado para coibir
excessos por meio de tratamento desigual aos
desiguais, na medida em que e desigualam,
portanto um tratamento uniforme.
.Princípio da boa-fé objetiva:
impõe ao empresário e à sociedade
empresária o dever de “ buscar a realização de
seus interesses na exploração da atividade
empresarial cumprindo rigorosamente a lei e
adotando constante postura proba,leal,
conciliatória e colaborativa”.
deverá haver probidade e cooperação na fase
pré-contratual (da oferta), durante a execução
do contrato, fase contratual propriamente dita,
bem como na fase pós-contratual. Doutrina
Nelson, “ o princípio da boa-fé atuará como modo
de enquadramento constitucional do direito das
obrigações”.
.Princípio da boa-fé objetiva:
a boa-fé é clausula geral a orientar a
interpretação e execução dos contratos
empresariais, no sentido de que, como conceito
jurídico aberto, poderá apresentar-se como vetor
de consequências jurídicas diversas, no intuito de
se alcançar no caso concreto a solução que mais
se aproxime da legítima expectativa das partes,
principalmente para favorecer o constante
eventualmente vulnerável, por exemplo,
vulnerável economicamente.
Nota: o princípio da boa-fé poderá projetar a
necessidade de revisão do contrato para que seja
possível sua conservação.
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL
A principal fonte do direito empresarial, como não
poderia deixar de ser, é a lei. O direito empresarial
pauta-se, em primeiríssimo lugar, em nossa
Constituição Federal. Em seguida, temos outros textos
normativos, como o Código Civil de2 002, o Código
Comercial de 1.850 (parte não revogada, sobre
comércio marítimo), e diversas leis esparsas, tais
como a Lei de Falências e Recuperação Judicial
(11.101/2005), a lei que regula o exercício do
comércio pelos micro e pequenos empresários (Lei
Complementar 123/2006), Lei das Sociedades
Anônimas (Lei 6.404/76), Lei do Cheque, entre outras
diversas. Ademais, como fonte secundária do Direito
Comercial, temos os usos e costumes.
AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL
O direito do comércio tem hoje seu
regulamento tratado, em boa parte, no Código Civil
de 2002. Muitos têm propalado que o direito civil e
empresarial teriam se unificado, formando o que
doutrinadores denominam de direito privado.
Tal assertiva deve ser analisada com cuidado.
Primeiro, por que a Constituição Federal prevê a
distinção entre ambos:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar
sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
Nota: Segundo, por que, embora o Código Civil
tenha abordado relativa parte do Direito
Empresarial em seu bojo – Livro II, não há
esgotamento da matéria ali. O direito empresarial
tem uma vasta legislação esparsa. Por fim,
defendemos a autonomia do direito empresarial
também pelo fato de ele guardar características
distintas, que o diferenciam de qualquer outro
ramo do direito.
EMPRESÁRIO (ART. 966 DO CÓDIGO CIVIL)
a evolução do direito empresarial (passando da
teoria dos atos de comércio para a teoria da
empresa, da figura do comerciante para a do
empresário).
Nota: Pois bem, o conceito de empresário está
esculpido no Código Civil, em seu artigo 966, e sua
importância para o nosso certame dispensa
comentários. Vejamos: Art. 966. Considera-se
empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
os requisitos para que alguém seja classificado
como empresário:
Empresário
.Profissionalismo;
.Organização;
.Atividade econômica (produção e circulação de bens
ou serviços)Capacidade.
1) Profissionalismo: O negócio não pode ser praticado em
caráter eventual, mas deve ser feito rotineiramente,
assumindo-o o empresário como seu ofício. Assim, uma
pessoa que vende o seu único carro a um terceiro não será
caracterizada como empresária por este motivo.

2) Organização: A pessoa deve praticar a atividade de forma


organizada, dispondo do chamado estabelecimento
empresarial, que é o conjunto de bens móveis e imóveis,
corpóreos e incorpóreos, utilizados para o exercício da
atividade.
3) Atividade econômica: Vejam que o Código arrolou tanto a
circulação de bens como a prestação de serviços, entre
outras.
4) Capacidade: veremos mais à frente este conceito. Por ora,
devemos saber que a pessoa para ser empresária deverá ser
considerada como capaz de direitos e obrigações.
Nota: Portanto, uma pessoa que exerce a
atividade de venda de carros, possui uma
“garagem” e lá pratica organizadamente essa
atividade econômica, será considerada empresária.
Todavia, quando eu, Marcondes Bezerra, resolvo
vender meu fusca 1972, estarei excluído do regime
empresarial, posto que apenas o fiz
esporadicamente, sem levar a operação como
profissão.
Nota: Caso eu resolva abrir uma concessionária para
vender veículos, estarei enquadrado no conceito de
empresário individual. O negócio estará em meu nome
e assumirei os riscos do empreendimento, mesmo que haja
o concurso de colaboradores (empregados, gerentes,
contabilistas, etc.). Quem responderá pelo sucesso (ou pelo
insucesso) da atividade serei eu.
Nota: Hipótese diferente, todavia, ocorre quando
duas ou mais pessoas se reúnem para explorar
juntas um empreendimento. Suponha-se que
Gabriel e José decidem formar uma pessoa jurídica,
chamada Carro Bom Sociedade LTDA.
Neste caso, quem recebe os ganhos, quem efetua
as vendas, quem contrai obrigações, é a pessoa
jurídica (e não Gabriel e José). Foi criada uma
pessoa (diferente da dos sócios) para que o negócio
fosse explorado. E essa pessoa (que também
obedece aos requisitos estabelecidos no artigo 966)
é chamada de sociedade empresária. Portanto,
neste caso, não são os sócios que respondem
pelas atividades empresariais, mas, a pessoa
jurídica.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL:
. Pessoa física;
. Patrimônio pessoal confunde-se com o
empresarial. Não há separação;
. A pessoa física responde pelos direitos e
obrigações. Responsabilidade pessoal do
empresário.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA:
. Pessoa jurídica (não se confunde com os sócios -
estes mantêm relação com a sociedade);
. Patrimônio próprio, diferente do dos sócios;
. A pessoa jurídica responde pelos direitos e
obrigações. Não há responsabilidade pessoal dos
sócios, em regra.
EXCEÇÕES AO REGIME EMPRESARIAL
o Código Civil estabelece que aquele que
exerce atividade organizada de modo profissional
para a produção ou circulação de bens ou serviços
é considerado empresário. Mas devemos nos
perguntar: esta regra comporta exceção?! A
resposta deve ser afirmativa. Existem
determinadas pessoas (físicas e jurídicas) que
mesmo exercendo atividades econômicas
organizadas não estarão sob o manto do regime
empresarial.
As exceções são, em síntese, as seguintes:
1) PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 966 –
PROFISSIONAIS LIBERAIS
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços. Parágrafo único. Não se considera
empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.
nota:Com base no dispositivo acima, ressalvadas
estão, via de regra, as atividades intelectuais que
possuam natureza científica, literária ou
artística, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.
Nota:Um médico que trabalhe sozinho, que tenha uma
clientela que freqüenta sua clínica a fim de prestigiar o
bom trabalho por ele realizado, não será considerado
empresário, por conta do que ordena o artigo 966,
parágrafo único, embora possua todos os elementos
contidos na questão: exploração profissional da atividade,
individual, direta, habitual e com fins lucrativos de uma
atividade econômica. O mesmo vale para dentistas,
arquitetos, artistas, uma vez que prestam serviços de
natureza intelectual, científica, literária ou artística.
Todavia, o hospital de grande porte onde esse mesmo
médico trabalha como plantonista, ambiente cujos
pacientes não sabem sequer de sua existência, não vão lá
por sua causa, mas, sim, por que o exercício da profissão
(a medicina) constitui elemento da empresa (hospital),
será considerado sociedade empresária.
A sociedade empresária é aquela que se
enquadra no artigo 966 do Código Civil, já citado. A
sociedade simples tem critério residual, isto é, será
aquela que não se enquadrar no conceito de
sociedade empresária. E por que há este nome?!
Pois, de acordo com o próprio Código Civil: Art.
982. Salvo as exceções expressas, considera-se
empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito
a registro (art. 967); e, simples, as demais.
SOCIEDADES COOPERATIVAS:
uma pessoa física ou jurídica seja considerada
empresária é a organização dos fatores de produção
para explorar o objeto de modo lucrativo.
Muito embora as cooperativas tenham todas as
qualificações para atenderem ao disposto no artigo
966, deixam de ser sociedades empresárias por
força de disposição expressa no Código Civil.
Art. 982, parágrafo único. Independentemente de
seu objeto, considera-se empresária a sociedade
por ações; e, simples, a cooperativa.

SOCIEDADES DE ADVOGADOS:
O Estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei 8.906/1994) dispõe que a
sociedade de advogados é sempre sociedade
simples, isto é, que explora o seu objetivo de
forma não empresarial.
Ademais, o registro para sua constituição é
feito na própria OAB, como se depreende do
dispositivo a seguir do diploma legal citado acima:
Art. 15. § 1º A sociedade de advogados adquire
personalidade jurídica com o registro aprovado dos
seus atos constitutivos no Conselho Seccional da
OAB em cuja base territorial tiver sede.

PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS QUE EXPLOREM


A ATIVIDADE RURAL
exceção a pessoas que, inobstante exerçam
atividade econômica, atendendo a todos os
requisitos do artigo 966 do Código Civil, não são
tidas como empresárias. São as pessoas físicas e
jurídicas que explorem atividade rural.
Ademais, o registro para sua constituição é feito
na própria OAB, como se depreende do dispositivo a
seguir do diploma legal citado acima: Art. 15. § 1º A
sociedade de advogados adquire personalidade jurídica
com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no
Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver
sede.
Art. 16. Não são admitidas a registro, nem podem
funcionar, as sociedade de advogados que apresentem
forma ou características mercantis, que adotem
denominação de fantasia, que realizem atividades
estranhas à advocacia, que incluam sócio não inscrito
como advogado ou totalmente proibido de advogar.
§ 3º. É proibido o registro, nos cartórios de registro civil
de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade
que inclua, entre outras finalidades, a atividades de
advocacia.
Confrontando-se o disposto no CC/2002 e o teor do
estatuto da OAB, vê-se que as sociedades de advogados
possuem natureza de sociedade simples, pois a elas é vedado,
dentre outros, o exercício de atividades de caráter mercantil,
além do registro nas juntas comerciais, características
essenciais para caracterização de uma sociedade empresária.
Nesse sentido, leciona Maria Helena Diniz:

“A sociedade simples é a pessoa jurídica de direito privado


(CC, art. 44, II) que visa ao fim econômico ou lucrativo, pois o
lucro obtido deverá ser repartido entre os sócios, sendo
alcançado com o exercício de certas profissões ou pela
prestação de serviços técnicos (CC, arts. 997 a 1.038; RT,
462:81, 39:216, 395:205). P. ex., uma sociedade imobiliária,
uma sociedade de advogados (Lei . 8.906/94, arts. 15 a 17 e
Provimento n. 112/206 do Conselho federal da OAB) [...]”.¹
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural
constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus
parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os
efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o
exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, ou transformada, de acordo com um
dos tipos de sociedade empresária, pode, com as
formalidades do art. 968, requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede,
caso em que,depois de inscrita, ficará equiparada,
para todos os efeitos, à sociedade empresária.
Nota: Assim, em regra, aquele que exerce
atividade econômica rural não está sujeito ao
regime jurídico empresarial, salvo se
expressamente fizer opção, mediante registro na
Junta Comercial (onde se registram os
empresários).
REGISTRO EMPRESÁRIO:
Aquele que exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário
no registro público de empresas mercantis da
respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Nota: registro é obrigação legal a todos os
empresários imposta. Não obstante, um
empresário que não o faça não deixará de sê-lo
por este motivo. Encontrar-se-á, tão-somente,
em situação irregular. Algumas consequências
advêm da não providência do registro, como exemplo:
1) A vedação de requerer para si recuperação
judicial ou extrajudicial;
2) A responsabilidade pessoal e ilimitada dos sócios.
Ademais, poderá ser requerida a falência, recuperação
judicial ou recuperação extrajudicial do empresário
irregular. Decretando-a, incorrerá o empresário
irregular em ilícito penal, previsto no artigo 178 da Lei
de Falência, cuja sanção é detenção, de 1 (um) a 2
(dois) anos, e multa, se o fato não constituir crime
mais grave.
Nota: empresário individual e a sociedade
empresária devem se registrar no Registro
Público de Empresas Mercantis, a cargo das
Juntas Comerciais. Já os outros tipos societários
devem proceder ao registro no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas. De acordo com o Código Civil:
Art. 1.150. O empresário e a sociedade
empresária vinculam-se ao Registro Público de
Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro
Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá
obedecer às normas fixadas para aquele registro,
se a sociedade simples adotar um dos tipos de
sociedade empresária.
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante
requerimento que contenha:
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil
e, se casado, o regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafo;
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.

O quão importante é a questão do registro de


empresário e sociedade empresarial que termos
uma lei especifica de REGISTRO é a LEI 8.934
DE 1994.
Se ater à LEI que rege o assunto sobre o Registro
Público de Empresa Mercantis (RPEM) que são as
Juntas Comerciais que fazem o registro do
empresário e da sociedade empresária.

Das Finalidades e da Organização

O RPEM é exercido em todo território nacional e tem


como finalidade dar garantia, publicidade, autenticidade,
segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas
mercantis, além disso, deve cadastrar as empresas
nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e
manter atualizadas as informações pertinentes e por
fim, proceder à matrícula dos agentes auxiliares do
comércio, bem como ao seu cancelamento.
Os atos das firmas individuais, leia-se empresários
individuais e das sociedades mercantis, leia-se sociedades
empresárias, devem ser arquivados no RPEM.
Art. 1º O Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins, observado o disposto nesta Lei, será
exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica,
por órgãos federais, estaduais e distrital, com as seguintes
finalidades: (Redação dada pela Lei nº 13.833, de 2019)
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e
eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis,
submetidos a registro na forma desta lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em
funcionamento no País e manter atualizadas as
informações pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do
comércio, bem como ao seu cancelamento.
Art. 2º Os atos das firmas mercantis individuais e
das sociedades mercantis serão arquivados no
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades
Afins, independentemente de seu objeto, salvo as
exceções previstas em lei.
Os serviços de Registro Público de Empresas
Mercantis são exercidos por um sistema de maneira
uniforme, harmônica e interdependente em todo
Brasil, esse sistema se chama SINREM que quer dizer
Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis.
Esse sistema de registro nacional é composto pelo
Departamento Nacional de Registro Empresarial e
Integração, também chamado de DREI e pelas Juntas
Comerciais.
O DREI tem função de supervisão, orientação e
coordenação normativa na esfera técnica e na área
administrativa de maneira supletiva. Ou seja, normas de
orientação, supervisão e registro ficam a cargo do DREI. E
as Juntas Comerciais que são órgãos locais que devem
executar os registros e atentar para a estrutura
administrativa dos serviços de registro.
Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em todo o
território nacional, de maneira uniforme, harmônica e
interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de
Empresas Mercantis (Sinrem),composto pelos seguintes
órgãos:
I - o Departamento Nacional de Registro Empresarial e
Integração, órgão central do Sinrem, com as seguintes
funções: (Redação dada pela Lei nº 13.833, de 2019):
a) supervisora, orientadora, coordenadora e normativa,
na área técnica; (Redação dada pela Lei nº 13.833, de
2019)
b) supletiva, na área administrativa; e (Redação dada
pela Lei nº 13.833, de 2019)
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com
funções executora e administradora dos serviços de
registro.
Departamento Nacional de Registro
Empresarial e Integração (DREI)
A lei define que o DREI é um órgão que pertence
à Secretaria de Governo Digital da Secretaria
Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
Digital do Ministério da Economia e elenca as
diversas finalidades atribuídas ao DREI.
Art. 4º O Departamento Nacional de Registro
Empresarial e Integração (Drei) da Secretaria de
Governo Digital da Secretaria Especial de
Desburocratização, Gestão e Governo Digital do
Ministério da Economia tem por finalidade: (Redação
dada pela Lei nº13.874, de 2019):
I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os
órgãos incumbidos da execução dos serviços de Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as
normas e diretrizes gerais do Registro Público de
Empresas Mercantis e Atividades Afins;
III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das
leis, regulamentos e demais normas relacionadas com o
registro de empresas mercantis, baixando instruções
para esse fim;
IV - prestar orientação às Juntas Comerciais, com
vistas à solução de consultas e à observância das
normas legais e regulamentares do Registro Público de
Empresas Mercantis e Atividades Afins;

V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos


incumbidos do Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins, representando para os devidos fins às
autoridades administrativas contra abusos e infrações
das respectivas normas, e requerendo tudo o que se
afigurar necessário ao cumprimento dessas normas;

VI - estabelecer normas procedimentais de


arquivamento de atos de firmas mercantis individuais e
sociedades mercantis de qualquer natureza;
VII promover ou providenciar, supletivamente, as medidas
tendentes a suprir ou corrigir as ausências, falhas ou
deficiências dos serviços de Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins;
VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas
comerciais para a melhoria dos serviços pertinentes ao
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
IX - organizar e manter atualizado o cadastro nacional das
empresas mercantis em funcionamento no País, com a
cooperação das juntas comerciais;
X - instruir, examinar e encaminhar os pedidos de
autorização para nacionalização ou instalação de filial,
agência, sucursal ou estabelecimento no País por
sociedade estrangeira, ressalvada a competência de outros
órgãos federais; (Redação dada pela Medida Provisória nº
1.040, de 2021);
XI - promover e elaborar estudos e publicações e
realizar reuniões sobre temas pertinentes ao
Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins. (Redação dada pela Lei nº
13.833,de 2019);
Parágrafo único. O cadastro nacional a que se
refere o inciso IX do caput deste artigo será
mantido com as informações originárias do
cadastro estadual de empresas, vedados a
exigência de preenchimento de formulário pelo
empresário ou o fornecimento de novos dados ou
informações, bem como a cobrança de preço pela
inclusão das informações no cadastro nacional.
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Juntas Comerciais
A Junta Comercial é o órgão que faz efetivamente o
registro público das empresas mercantis. Cada Estado da
federação deve ter uma Junta Comercial tendo jurisdição
em todo o território do Estado. Por exemplo, no Estado
do Rio de Janeiro existe a JUCERJ, em Pernambuco é a
JUCEPE.
Art. 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade
federativa, com sede na capital e jurisdição na área da
circunscrição territorial respectiva.
As Juntas Comerciais possuem natureza jurídica
híbrida, pois, de acordo com a lei, nas questões
administrativas estarão subordinadas ao respectivo
governo Estadual a que pertence e ao mesmo tempo nos
aspectos técnicos a mesma junta deverá seguir as regras
estipuladas pelo DREI.
Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se,
administrativamente, ao governo do respectivo ente
federativo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional
de Registro Empresarial e Integração, nos termos desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.833, de 2019).

Há possibilidade de que as Juntas desconcentrem


a sua prestação de serviço de registro quando for
feito convênio com outros órgãos e entidades sobre
isso.

Art. 7º As juntas comerciais poderão desconcentrar


os seus serviços, mediante convênios com órgãos
públicos e entidades privadas sem fins lucrativos,
preservada a competência das atuais delegacias.
A lei define quais as competências da Junta, então, a lei
traz um rol de incumbências específicas desse órgão.
Art. 8º Às Juntas Comerciais incumbe:
I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei;
II - elaborar a tabela de preços de seus serviços,
observadas as normas legais pertinentes;
III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores
públicos e intérpretes comerciais;
IV - elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas
alterações, bem como as resoluções de caráter
administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas
legais, regulamentares e regimentais;
V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas
legalmente inscritas no Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins;
VI - o assentamento dos usos e práticas mercantis.
Ademais, essa inscrição seguirá uma ordem. Se
hoje é registrado o empresário de número 1.000,
amanhã será o de n. 1.001. Além disso, quaisquer
alterações que houver na configuração deste
empresário devem ser averbadas, isto é, anotada,
na Junta Comercial. Neste sentido são os
parágrafos §1º e §2º do artigo 968.
§ 1o Com as indicações estabelecidas neste
artigo, a inscrição será tomada por termo no livro
próprio do Registro Público de Empresas Mercantis,
e obedecerá a número de ordem contínuo para
todos os empresários inscritos.
§ 2o À margem da inscrição, e com as mesmas
formalidades, serão averbadas quaisquer
modificações nela ocorrentes.
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou
agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro
Público de Empresas Mercantis, neste deverá também
inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do
estabelecimento secundário deverá ser averbada no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva
sede.
CAPACIDADE E IMPEDIMENTO
Segundo o artigo 972 do Código Civil, podem exercer
a atividade de empresário os que estiverem em pleno
gozo da capacidade civil e não forem legalmente
impedidos.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário
os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e
não forem legalmente impedidos.
Atente-se que não basta o pleno gozo da
capacidade civil - que, em regra, se dá aos 18
anos, quando a pessoa se torna capaz para todos
os atos da vida civil - é necessário, também, que
não seja o empresário pessoa legalmente
impedida, como são os magistrados, militares,
servidores públicos federais. Frise-se: deve o
empresário atender cumulativamente os dois
requisitos: não ser impedido e estar no pleno
gozo da capacidade civil. A regra é o pleno gozo
da capacidade civil. Porém, existem casos em que
o incapaz poderá continuar – e nunca dar
início – a atividade empresarial, adquirindo
status de empresário. São as seguintes situações:
1) Incapacidade superveniente. Determinada pessoa era
capaz e, após determinado acontecimento, torna-se incapaz
para os atos da vida civil.
2) Falecimento ou ausência dos pais. Ressalve-se que em
ambos os casos é exigida autorização judicial. Além disso,
exige-se que o incapaz seja representado ou assistido,
conforme seja absoluta ou relativa a incapacidade.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante
ou devidamente assistido, continuar a empresa antes
exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo
autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização
judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da
empresa, bem como da conveniência em continuá-la,
podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os
pais, tutores ou representantes legais do menor ou do
interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
Nota:Estas regras citadas acima valem tão-
somente para o caso do exercício do
empresariado como empresário individual. É o
empresário individual, enquanto pessoa física,
que deve ser capaz e não estar impedido.
Situação distinta ocorre quando esta pessoa
pretende ser sócia de sociedade empresária.
Explicaremos a seguir. Mas, e se, porventura,
aquele que abriu uma panificadora, como
empresário individual, sendo Auditor do Trabalho,
for “pego”, mesmo estando na situação de
impedido. O que ocorre? A resposta está no artigo
973 do Código Civil.
Art. 973. A PESSOA legalmente
IMPEDIDA de exercer atividade própria
de empresário, SE A EXERCER,
RESPONDERÁ pelas obrigações
contraídas.
Com efeito, aquele que exerce a atividade
empresarial, estando impedido,deverá
responder pelas obrigações que contrair. É
uma questão de isonomia para aqueles que
exercem suas atividades de modo regular.
Caso não houvesse responsabilidade, estar-
se-ia premiando o cometimento de
ilegalidades no exercício do comércio.
Nota: Art. 973. § 3o O Registro Público de
Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais
deverá registrar contratos ou alterações contratuais
de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que
atendidos, de forma conjunta, os seguintes
pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de
2011) I – o sócio incapaz não pode exercer a
administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº
12.399, de 2011)II – o capital social deve ser
totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº
12.399, de 2011)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser
assistido e o absolutamente incapaz deve ser
representado por seus representantes legais.
(Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011).
Portanto, um incapaz pode ser sócio de
sociedade empresária, desde que:
- não seja administrador desta sociedade;
- o capital social esteja totalmente integralizado;
- haja assistência ou representação, conforme a
incapacidade seja, respectivamente, relativa ou
absoluta.

- EMPRESÁRIO INDIVIDUAL DE
RESPONSABILIDADE LIMITADA
O empresário individual de responsabilidade
limitada - EIRELI, instituído com a Lei
2.441/2011, que modificou o Código Civil.
Nota: E o que vem a ser o EIRELI?! A definição do
que é o empresário individual de responsabilidade
limitada consta do artigo 980-A do Código Civil.
Definição: A empresa individual de
responsabilidade limitada será constituída por
uma única pessoa titular da totalidade do capital
social, devidamente integralizado, que não será
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo
vigente no País. Portanto, trata-se de uma única
pessoa cujo capital “social” não será inferior a 100
vezes o salário mínimo vigente.
O empresário individual de responsabilidade
limitada não responderá com a totalidade de seu
patrimônio pessoal pelas obrigações sociais, mas
apenas com aquilo que afetar às atividades
empresariais.
Nota: Outro aspecto importante é que a Lei
12.441 conferiu personalidade jurídica ao
EIRELI. O empresário individual cuja
responsabilidade não é limitada não possui
personalidade jurídica.
.Empresário individual “simples não possui
personalidade jurídica, responsabilidade
ilimitada.
.Empresário individual de responsabilidade
limitada possui personalidade jurídica,
responsabilidade limitada.
Cada pessoa somente poderá figurar em uma
única empresa da modalidade EIRELI. O nome
empresarial poderá ser firma ou denominação
social, acrescido da expressão EIRELI.
Nota: João e Maria como sócios de uma
sociedade limitada, e Maria venha a falecer, João
poderá optar por transformar essa sociedade em
uma empresa individual de responsabilidade
limitada. Ainda, segundo o CJF (enunciados da
Jornada de Direito Comercial – 2012):
A Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas
um novo ente, distinto da pessoa do empresário e
da sociedade empresária. EIRELI não é sociedade
unipessoal. Trata-se, apenas, de um novo ente, que
não se confunde com o empresário, eis que não
responde com o patrimônio pessoal, nem com a
sociedade, eis que formada por apenas uma
pessoa.
SOCIEDADE DE SÓCIOS CASADOS, ENTRE SI OU
COM TERCEIROS
O empresário previsto no artigo 966 do Código Civil
pode ser tanto empresário individual (pessoa física
que, por sua conta e risco, assume as atividades
sozinho) ou sociedade empresária (quando dois ou
mais sócios o fazem por meio da criação de uma
pessoa jurídica). Pois bem. Pode acontecer, e é
comum, que duas pessoas casadas resolvam instituir
sociedade juntos. Porém, antes da constituição, há
uma regra no Código Civil a ser observada. Vamos
direto ao dispositivo legal:
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar
sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da comunhão universal de
bens, ou no da separação obrigatória.
EMPRESÁRIO CASADO
Segundo o Código Civil:
Art. 978. O empresário casado pode, sem
necessidade de outorga conjugal, qualquer que
seja o regime de bens, alienar os imóveis que
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los
de ônus real.

Art. 979. Além de no Registro Civil, serão


arquivados e averbados, no Registro Público de
Empresas Mercantis, os pactos e declarações
antenupciais do empresário, o título de doação,
herança, ou legado, de bens clausulados de
incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Para a prática de determinados atos, a lei exige que
a pessoa casada tenha o consentimento do outro
cônjuge (marido ou esposa). Essa autorização é o que
se denomina outorga uxória. Segundo o artigo 978,
é necessária a outorga uxória para alienar ou gravar
de ônus os bens empresariais? Não!: Se eu,
Marcondes Bezerra, sou empresário individual e
sou casado com Edileuza, não precisarei do
consentimento dela para alienar um imóvel que esteja
afetado às atividades empresarias, nem para gravá-lo
de ônus real.
Por fim, a sentença que decretar ou homologar a
separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes
de arquivados e averbados no Registro Público de
Empresas Mercantis (CC, art.980).
EMPRESA X EMPRESÁRIO X ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAl

.EMPRESA é a ATIVIDADE economicamente


organizada, para produzir ações coordenadas para a
circulação ou produção de bens ou serviços.
.EMPRESÁRIO, por seu turno, é o sujeito de direito,
PESSOA FÍSICA (EMPRESÁRIO INDIVIDUAL) OU
JURÍDICA (SOCIEDADE EMPRESÁRIA),que exerce a
empresa.

. O ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL é o
CONJUNTO DE BENS corpóreos e incorpóreos
organizadamente utilizados para a exploração
negocial.
Nota:Tomemos como exemplo a Casa de Carne
Sociedade Ltda. Empresário é a própria pessoa
que a explora, neste caso a própria sociedade
Casa da Carne.
A empresa é a atividade ali existente, a venda
de carnes em si.
Já o estabelecimento é o conjunto de bens que
o empresário utiliza para a consecução de seus
objetivos (terreno, edificações, máquinas,
equipamentos, etc).
. ATIVIDADE.
.EMPRESÁRIO - PESSOA
.ESTABELECIMENTO -CONJUNTO DE BENS
O REGIME JURÍDICO DA LIVRE INICIATIVA
Em regra, a produção de bens e serviços que se
destinam a satisfazer necessidades humanas é provida
pela livre iniciativa. Somente em hipótese excepcionais e
supletivas o Estado atua neste segmento. Tal o é, que a
Constituição Federal anota em seu artigo 170:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
Na mesma esteira, dispõe o texto constitucional:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição,
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei. A Carta Maior, com ênfase, ainda proclama que a lei
reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência
e ao aumento arbitrário dos lucros (CF, art. 173, §4º).
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência tem por
escopo óbvio a defesa da concorrência. Integra a sua estrutura
o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A Lei 12.529/2011, em seu art. 4º, assim o
define:
Art. 4o O CADE é entidade judicante com jurisdição em todo
o território nacional, que se constitui em autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito
Federal, e competências previstas nesta Lei.
A repressão e punição aos atos de concorrência
desleal pode se dar eminentemente por duas vias, a
saber, a penal e a civil. As sanções penais
podem ser encontradas, por exemplo, na Lei
9.279/1996, a chamada Lei da Propriedade
Industrial.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Art.1.142.CC. Considera-se estabelecimento todo
complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária.
Art.1.143.CC. Pode o estabelecimento ser objeto
unitário de direitos e de negócios jurídicos,
translativos ou constitutivos, que sejam
compatíveis com a sua natureza.
Art. 1.144.CC. O contrato que tenha por objeto a
alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento,
só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à
margem da inscrição do empresário, ou da sociedade
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de
publicado na imprensa oficial.
Art. 1.145.CC. Se ao alienante não restarem bens
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação
do estabelecimento depende do pagamento de todos os
credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou
tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Art. 1.146.CC. O adquirente do estabelecimento responde
pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência,
desde que regularmente contabilizados , continuando o
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um
ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e,
quanto aos outros, da data do vencimento.
DEFINIÇÃO:
O estabelecimento é, pois, todo o complexo de
bens organizado, para o exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária. Trata-se de
elemento indispensável ao exercício da empresa. Todo
empresário deve possuí-lo.

Art. 1.142.CC. Considera-se estabelecimento todo


complexo de bens organizado, para exercício da empresa,
por empresário, ou por sociedade empresária.
NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAL
Universalidade de fato é um conjunto de bens que
pode ser destinado de acordo com a vontade do particular.
Universalidade de direito é um conjunto de bens a que a
lei atribui determinada forma (por exemplo, a herança),
imodificável por vontade própria.
universalidade de fato.
Art. 1.143.CC. Pode o estabelecimento ser objeto
unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos
ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua
natureza.
ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
(TRESPASSE)
O estabelecimento pode ser alienado. Essa
alienação recebe o nome de trespasse.
Art. 1.144.CC. O contrato que tenha por objeto a
alienação, o usufruto ou arrendamento do
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros
depois de averbado à margem da inscrição do
empresário, ou da sociedade empresária, no Registro
Público de Empresas Mercantis, e de publicado na
imprensa oficial.
Art. 1.145.CC. Se ao alienante não restarem bens
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da
alienação do estabelecimento depende do
pagamento de todos os credores, ou do
consentimento destes, de modo expresso ou tácito,
em trinta dias a partir de sua notificação.

Art. 1.146.CC. O adquirente do estabelecimento


responde pelo pagamento dos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente
contabilizados, continuando o devedor primitivo
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a
partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação,
e, quanto aos outros, da data do vencimento.
1) O trespasse é a alienação do estabelecimento
como um TODO e não fragmentada. Ou seja, a
empresa procede à transferência de todo o
complexo de bens.
2) Só produz efeito frente a terceiros quando
averbado no Registro de Empresas
mercantis/Junta Comercial e publicado na
Imprensa Oficial (CC, art. 1.144).
3) Se ao alienante não restarem bens suficientes
para solver o seu passivo, a eficácia da alienação
do estabelecimento depende do pagamento de
todos os credores, ou do consentimento destes,
de modo expresso ou tácito, em TRINTA DIAS a
partir de sua notificação.
4) O adquirente do estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à transferência,
desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo
SOLIDARIAMENTE obrigado pelo prazo de
UM ANO, a partir, quanto aos créditos
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros,
da data do vencimento. Atente-se para o fato de
que a responsabilidade é SOLIDÁRIA.

Ressalve-se, contudo, que para o direito


tributário temos regras próprias, como vemos no
artigo 133 do Código Tributário Nacional:
Art. 133.CTN. A pessoa natural ou jurídica de
direito privado que adquirir de outra,por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento
comercial, industrial ou profissional, e continuar a
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão
social ou sob firma ou nome individual, responde
pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento
adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração
do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este
prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis
meses a contar da data da alienação, nova atividade
no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria
ou profissão.
Outra exceção que deve ser feita é para a
aquisição no caso de falência ou recuperação
judicial, onde o adquirente está livre de que
qualquer ônus, como se vê na Lei de Falências:
Art. 141.LF. Na alienação conjunta ou separada
de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais,
promovida sob qualquer das modalidades de que
trata este artigo:
II – o objeto da alienação estará livre de
qualquer ônus e não haverá sucessão do
arrematante nas obrigações do devedor, inclusive
as de natureza tributária, as derivadas da
legislação do trabalho e as decorrentes de
acidentes de trabalho.
CLÁUSULA DE NÃO-RESTABELECIMENTO
Art. 1.147.CC. Não havendo autorização
expressa, o alienante do estabelecimento não pode
fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos
subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou
usufruto do estabelecimento, a proibição prevista
neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
O artigo 1.147 estabelece que, não havendo
autorização expressa, o alienante do
estabelecimento não pode fazer concorrência ao
adquirente, nos CINCO anos subsequentes à
transferência. É conhecida esta cláusula nos
contratos de trespasse como cláusula de não
restabelecimento.
AVIAMENTO
Na lição de Fábio Ulhoa Coelho, o
estabelecimento é a reunião dos bens necessários
ao desenvolvimento da atividade econômica. Ao
reunir bens de diversas naturezas para exercer a
atividade, ele acaba por agregar valor à empresa, o
que faz com que o seu valor seja maior do que a
simples soma dos bens.
Com efeito, se o estabelecimento X possui
máquinas no montante de R$ 10.000,00 e
edificações no valor de R$ 50.000,00, mas funciona
há muito tempo, já possuindo clientela e tradição
no local, poderá ser vendido por mais do que R$
60.000,00 (R$ 10.000,00 + R$ 50.000,00).Esse
plus, juridicamente, é chamado de aviamento.
ESCRITURAÇÃO E LIVROS EMPRESARIA
Quando estudamos ciências contábeis, temos que,
essencialmente, quatro são as técnicas contábeis de
que a disciplina se utiliza para atingir a sua finalidade
(fornecimento de informações), a saber: escrituração,
elaboração das demonstrações contábeis, auditoria e
análise de balanços.
Imagine-se que eu e você somos administradores
da sociedade GRS. Cada nota fiscal de compra de
mercadoria, cada NF de venda, cada cheque emitido,
cada compra de ativo imobilizado para a produção,
tudo isso tem de ser controlado. Pensem vocês se não
houvesse um controle de todos os atos e fatos que
ocorrem no âmbito de uma empresa. O que seria desta
empresa?! O que seria do mercado? E o que seria da
economia nacional?
Pois bem, todos esses eventos devem ser
contabilizados. Então, no período de competência,
colheremos todos os documentos necessários e
lançaremos nos respectivos livros, sejam eles
comerciais ou fiscais. A técnica utilizada para o
registro dos fatos contábeis nos livros é chamada de
escrituração.
Por exemplo, a lei que disciplina as sociedades por
ações (Lei 6.404/76)prescreve: Art. 177. A
escrituração da companhia será mantida em
registros permanentes, com obediência aos preceitos
da legislação comercial e desta Lei (a própria 6.404) e
aos princípios de contabilidade geralmente aceitos,
devendo observar métodos ou critérios contábeis
uniformes no tempo e registrar as mutações
patrimoniais segundo o regime de competência.
o Código Civil de 2002 traz alguns artigos que
correspondem ao assunto. Senão vejamos.
Capítulo IV - Da Escrituração
Art. 1.179. O empresário e a sociedade
empresária são obrigados a seguir um sistema de
contabilidade, mecanizado ou não, com base na
escrituração uniforme de seus livros, em
correspondência com a documentação respectiva,
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o
de resultado econômico.
§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a
espécie de livros ficam a critério dos interessados.
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o
pequeno empresário a que se refere o art. 970.
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por
lei, é indispensável o Diário, que pode ser
substituído por fichas no caso de escrituração
mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o
uso de livro apropriado para o lançamento do
balanço patrimonial e do de resultado econômico.
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os
livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes
de postos em uso, devem ser autenticados no
Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem
que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade
empresária, que poderá fazer autenticar livros não
obrigatórios.
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art.
1.174, a escrituração ficará sob a
responsabilidade de contabilista legalmente
habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.

Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma


e moeda corrente nacionais e em forma contábil,
por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem
intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as
Margens.
Parágrafo único. É permitido o uso de código de
números ou de abreviaturas, que constem de
livro próprio, regularmente autenticado.
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com
individuação, clareza e caracterização do documento
respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução,
todas as operações relativas ao exercício da empresa.
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário,
com totais que não excedam o período de trinta dias,
relativamente a contas cujas operações sejam
numerosas ou realizadas fora da sede do
estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares
regularmente autenticados, para registro individualizado,
e conservados os documentos que permitam a sua
perfeita verificação.
§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e
o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados
por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado
e pelo empresário ou sociedade empresária.
Art. 1.185. O empresário ou sociedade
empresária que adotar o sistema de fichas de
lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo
livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as
mesmas formalidades extrínsecas exigidas
para aquele.
Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e
Balanços será escriturado de modo que registre:
I - a posição diária de cada uma das contas ou
títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma
de balancetes diários;
II - o balanço patrimonial e o de resultado
econômico, no encerramento do exercício.
Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventário serão
observados os critérios de avaliação a seguir determinados:
I - os bens destinados à exploração da atividade serão
avaliados pelo custo de aquisição, devendo, na avaliação dos
que se desgastam ou depreciam com o uso, pela ação do
tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização
respectiva, criando-se fundos de amortização para assegurar-
lhes a substituição ou a conservação do valor;
II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à
alienação, ou que constituem produtos ou artigos da indústria
ou comércio da empresa, podem ser estimados pelo custo de
aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre que
este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente
ou venal estiver acima do valor do custo de aquisição, ou
fabricação, e os bens forem avaliados pelo preço corrente, a
diferença entre este e o preço de custo não será levada em
conta para a distribuição de lucros, nem para as percentagens
referentes a fundos de reserva;
III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser
determinado com base na respectiva cotação da Bolsa de
Valores; os não cotados e as participações não acionárias
serão considerados pelo seu valor de aquisição;
IV - os créditos serão considerados de conformidade com o
presumível valor de realização, não se levando em conta os
prescritos ou de difícil liquidação, salvo se houver, quanto
aos últimos, previsão equivalente.
Parágrafo único. Entre os valores do ativo podem figurar,
desde que se preceda, anualmente, à sua amortização:
I - as despesas de instalação da sociedade, até o limite
correspondente a dez por cento do capital social;
II - os juros pagos aos acionistas da sociedade anônima, no
período antecedente ao início das operações sociais, à taxa
não superior a doze por cento ao ano, fixada no estatuto;
III - a quantia efetivamente paga a título de aviamento de
estabelecimento adquirido pelo empresário ou sociedade.
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá
exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real
da empresa e, atendidas as peculiaridades desta,
bem como as disposições das leis especiais,
indicará, distintamente, o ativo e o passivo.
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as
informações que acompanharão o balanço
patrimonial, em caso de sociedades coligadas.

Art. 1.189. O balanço de resultado econômico,


ou demonstração da conta de lucros e perdas,
acompanhará o balanço patrimonial e dele
constarão crédito e débito, na forma da lei
especial.
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em
lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar
diligência para verificar se o empresário ou a
sociedade empresária observam, ou não, em
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em
lei.
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a
exibição integral dos livros e papéis de
escrituração quando necessária para resolver
questões relativas a sucessão, comunhão ou
sociedade, administração ou gestão à conta de
outrem, ou em caso de falência.
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida
cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício,
ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de
ambas, sejam examinados na presença do empresário
ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de
pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que
interessar à questão.
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se
fará o exame, perante o respectivo juiz.
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos
casos do artigo antecedente, serão apreendidos
judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como
verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar
pelos livros.
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode
ser elidida por prova documental em contrário.
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros,
nos casos do artigo antecedente, serão
apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-
se-á como verdadeiro o alegado pela parte
contrária para se provar pelos livros.
Parágrafo único. A confissão resultante da
recusa pode ser elidida por prova documental em
contrário.
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste
Capítulo ao exame da escrituração,em parte ou
por inteiro, não se aplicam às autoridades
fazendárias, no exercício da fiscalização do
pagamento de impostos, nos termos estritos das
respectivas leis especiais.
Art. 1.194. O empresário e a sociedade
empresária são obrigados a conservar em boa
guarda toda a escrituração, correspondência e mais
papéis concernentes à sua atividade, enquanto não
ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos
atos neles consignados.
Art. 1.195. As disposições deste Capítulo
aplicam-se às sucursais, filiais ou agências, no
Brasil, do empresário ou sociedade com sede em
país estrangeiro.
INTERPRETAÇÃO DOS DISPOSITIVOS
devemos escriturar, por meio de lançamentos
contábeis, todas as notas fiscais e documentos que
comprovem alteração no patrimônio da entidade.
Estabelece o Código Civil:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são
obrigados a seguir um sistema de contabilidade,
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de
seus livros, em correspondência com a documentação
respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e
o de resultado econômico.
Esta escrituração, nos ditames do artigo 1.182, deve ser
feita por contabilista legalmente habilitado. Aqui, duas
exceções devem ser feitas.
1) O artigo fala em contabilista, expressão que
abrange tanto o bacharel em ciências contábeis como o
técnico em contabilidade, desde que regularmente
habilitados.
2) Há que se fazer uma exceção. Caso não haja
contabilista na localidade, a escrituração deve ser feita pelo
próprio empresário ou por outro auxiliar.
Segundo o artigo 1.183, a escrituração será feita
em idioma e moeda corrente nacionais e em forma
contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano,
sem intervalos em branco, nem entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as
margens, sendo permitido o uso de código de
números ou de abreviaturas, que constem de livro
próprio, regularmente autenticado. Na mesma
linha, o art. 1.194 estabelece que o empresário e a
sociedade empresária são obrigados a conservar em
boa guarda toda a escrituração, correspondência e
mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto
não ocorrer prescrição ou decadência no
tocante aos atos neles consignados.
Nota: algumas questões costumam asseverar que
empresário e sociedade empresária devem conservar
documentos de escrituração pelo prazo de cinco anos.
Tal afirmação está incorreta. Por exemplo. O direito
tributário tem seu regulamento geral previsto no Código
Tributário Nacional. Nesta lei, sobre a prescrição e a
decadência de tributos encontramos as seguintes
afirmações:
Decadência
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o
crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que
houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
Prescrição
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito
tributário prescreve em cinco anos, contados da
data da sua constituição definitiva.
Portanto, se a Fazenda tem um tributo relativo a
janeiro de 2008 para cobrar e o lança em outubro de
2012, deixará de incorrer em prazo decadencial (que
conta para o lançamento do tributo) e passará a se
sujeitar ao prazo prescricional (de mais cinco anos).
Logo, por todo este prazo deverá o contribuinte
guardar os livros.
O artigo 1.179, §2º prescreve que:
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o
pequeno empresário a que se refere o art. 970.
resposta pode ser encontrada na Lei Complementar n.
123/2006.
Art. 68. Considera-se pequeno empresário,
para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e
1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), o empresário individual caracterizado
como microempresa na forma desta Lei Complementar
que aufira receita bruta anual até o limite previsto no
§ 1º do art. 18-A.
Art. 18-A, § 1º Para os efeitos desta Lei
Complementar, considera-se MEI o empresário
individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),que tenha
auferido receita bruta, no ano calendário anterior,
de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),
optante pelo Simples Nacional e que não esteja
impedido de optar pela sistemática prevista neste
artigo.
LIVROS EMPRESARIAIS
De acordo com o Código Civil, os números e as
espécies de livros que o empresário vai adotar,
em regra, ficam a seu critério. Todavia, pode
haver disposição especial de lei em contrário, que
ordene a escrituração de livros específicos, como o
faz, por exemplo, a legislação fiscal, que exige a
escrituração de livros como registro de entradas de
mercadoria, registros de saída, entre outros.
o código civil obriga a todos os empresários
que escriturem o livro diário, como vemos a
seguir: Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos
por lei, é indispensável o Diário, que pode ser
substituído por fichas no caso de escrituração
mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o
uso de livro apropriado para o lançamento do balanço
patrimonial e do de resultado econômico.
No Diário serão lançadas, com individuação, clareza
e caracterização do documento respectivo, dia a dia,
por escrita direta ou reprodução, todas as operações
relativas ao exercício da empresa (CC, art. 1.184).
Admite-se a escrituração resumida do Diário, com
totais que não excedam o período de trinta dias,
relativamente a contas cujas operações sejam
numerosas ou realizadas fora da sede do
estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares
regularmente autenticados, para registro
individualizado, e conservados os documentos que
permitam a sua perfeita verificação (CC, art.1.184. §
1o).
Art. 1.184, § 2o Serão lançados no Diário o
balanço patrimonial e o de resultado econômico,
devendo ambos ser assinados por técnico em
Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo
empresário ou sociedade empresária.
O balanço patrimonial deverá exprimir, com
fidelidade e clareza, a situação real da empresa e,
atendidas as peculiaridades desta, bem como as
disposições das leis especiais, indicará,
distintamente, o ativo e o passivo (CC, art.
1.188).O balanço de resultado econômico, ou
demonstração da conta de lucros e perdas,
acompanhará o balanço patrimonial e dele
constarão crédito e débito, na forma da lei especial
(CC, art. 1.189).
Nota: os livros devem ser autenticados no
registro competente, autenticação que se dará
antes de pô-los em uso. Art. 1.181. Salvo
disposição especial de lei, os livros obrigatórios e,
se for o caso, as fichas, antes de postos em uso,
devem ser autenticados no Registro Público de
Empresas Mercantis.
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem
que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade
empresária, que poderá fazer autenticar livros
não obrigatórios.

EXIBIÇÃO DE LIVROS
Nota: Código Civil prega que os livros podem
fazer prova quer a favor quer contra o empresário.
Todavia, para fazer prova a favor não pode estar
eivado de vício, seja ele extrínseco ou intrínseco.
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e
sociedades provam contra as pessoas a que
pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados
sem vício extrínseco ou intrínseco, forem
confirmados por outros subsídios.
Os livros empresariais representam a vida
econômica do empresário. Ali são encontradas
informações valiosas sobre o andamento e a gestão
do negócio. Pois bem, estes livros são resguardados
por sigilo. O Código Civil confere proteção à
escrituração através do seguinte dispositivo
Os livros empresariais representam a vida
econômica do empresário. Ali são encontradas
informações valiosas sobre o andamento e a
gestão do negócio. Pois bem, estes livros são
resguardados por sigilo. O Código Civil confere
proteção à escrituração através do seguinte
dispositivo:
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em
lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar
diligência para verificar se o empresário ou a
sociedade empresária observam, ou não, em
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em
lei.
“ressalvados os casos previstos em lei”, o que permite
inferir que o sigilo empresarial não é direito
absoluto. Exemplifique-se. O Código Tributário
Nacional, em seu artigo 195, dispõe:
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não
têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes
ou limitativas do direito de examinar
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e
efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de
exibi-los. o Código Civil:
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste
Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por
inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no
exercício da fiscalização do pagamento de impostos,
nos termos estritos das respectivas leis especiais.
Nota:o sigilo empresarial não é válido frente
às autoridades tributárias,quando no exercício
da fiscalização.
É possível também que os livros sejam
exibidos judicialmente. A exibição em juízo
poderá ser total ou parcial. Senão vejamos.
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a
exibição integral dos livros e papéis de
escrituração quando necessária para resolver
questões relativas a sucessão,comunhão ou
sociedade, administração ou gestão à conta
de outrem, ou em caso de falência.
O Código de Processo civil ainda propõe que:
Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a
exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do
arquivo: I - na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei.
Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição
parcial dos livros e documentos, extraindo-se deles a suma que
interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.
exibição total somente pode ser determinada pelo juiz, a
requerimento da parte, e em algumas ações (art. 1.191). O
próprio Código cita os casos em que é possível a exibição
total:
1) sucessão;
2) comunhão/ sociedade;
3) administração;
4) falência/liquidação;
5) quando a lei determinar.
Nota: todavia, a exibição parcial pode ser feita de
ofício ou a requerimento da parte, em qualquer
ação judicial, quando necessário ou útil à solução da
lide (CC, art. 1.191, parágrafo primeiro).
LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS
SOCIEDADES ANÔNIMAS
a Lei 6.404, artigo 100, a companhia deve ter, além
dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os
seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas".
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias
Nominativas" e o de "Transferência de Partes
Beneficiárias Nominativas".
IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais.
V - o livro de Presença dos Acionistas.
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de
Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de
Diretoria.
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
DO EMPRESÁRIO CONSIDERADO INATIVO
Segundo o artigo 60 da Lei 8.934/94, a firma
individual ou a sociedade que não proceder a qualquer
arquivamento no período de dez anos consecutivos
deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-
se em funcionamento. Na ausência dessa comunicação, a
empresa mercantil será considerada inativa, promovendo
a junta comercial o cancelamento do registro, com a
perda automática da proteção ao nome empresarial (Lei
8.934/1994, art. 60,parágrafo primeiro).
NOME EMPRESARIAL
definição é estatuída pelo próprio Código Civil,
que diz:Art. 1.155. Considera-se nome
empresarial a firma ou a denominação adotada,
de conformidade com este Capítulo, para o
exercício de empresa.
O nome empresarial está para o empresário e
sociedade empresária tal como o nome civil está
para nós, pessoas naturais.
Nota: Enquanto eu, como pessoa física, contraio
obrigações e direitos pelo nome de Marcondes
Bezerra de Souza, a sociedade empresária
Petróleo Brasileiro S.A o faz por esta
denominação.
O empresário individual tem um nome empresarial que
pode ou não coincidir com o nome civil. Por seu turno, a
sociedade empresária não tem outro nome que não o
empresarial.
a firma e a denominação.
Atenção: é comum que no cotidiano, na linguagem
coloquial, adotemos a expressão firma como sinônimo
de empresa, comércio. Todavia, esta é uma imprecisão
terminológica. Juridicamente falando, a firma é uma
espécie de nome empresarial. Falemos um pouco sobre
as espécies de nome empresarial. A firma tem por base
nome civil. Esse nome civil pode ser do empresário
individual (quando o empresário exerce atividade
sozinho) ou dos sócios de uma sociedade empresária.
Portanto, na composição, no núcleo deste tipo de nome
empresarial sempre haverá um ou mais nomes civis.
Exemplo: Marcondes Bezerra de Souza.
A denominação, por seu turno, tem de
designar o objeto da empresa,adotando como
núcleo um nome civil ou outra expressão
linguística.Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A.
No que diz respeito à função, deve-se anotar
que a firma serve, além de elemento de
identificação, também como assinatura para
o empresário,ao passo que a denominação é
somente elemento de identificação.
Para cada tipo de empresário e sociedade
empresária há uma regra específica para a
formação do nome empresarial.
Nota: o empresário individual somente poderá
adotar a firma, baseado no nome civil. Ademais,
poderá ser de modo extenso ou abreviado, aditando-
lhe, se quiser, o ramo de atividade a que se dedica.
Código Civil:
Art. 1.156. O empresário opera sob firma
constituída por seu nome, completo ou abreviado,
aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da
sua pessoa ou do gênero de atividade.
O empresário individual de responsabilidade
limitada, por sua vez, poderá operar sob firma ou
denominação. Art. 980-A. par. 1º O nome empresarial
deverá ser formado pela inclusão da expressão
"EIRELI" após a firma ou a denominação social da
empresa individual de responsabilidade limitada.
Nota: Tendo em vista a responsabilidade
ilimitada de seus sócios, a sociedade em nome
coletivo somente poderá utilizar a firma ou
razão social.
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios
de responsabilidade ilimitada operará sob firma,
na qual somente os nomes daqueles poderão
figurar, bastando para formá-la aditar ao nome
de um deles a expressão "e companhia“ ou sua
abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e
ilimitadamente responsáveis pelas obrigações
contraídas sob a firma social aqueles que, por
seus nomes, figurarem na firma da sociedade de
que trata este artigo.
Nota: Se forem sócios de uma sociedade em
nome coletivo Marcondes Bezerra, Luciano Silva
Rosa e Joana Angélica, o nome empresarial
deverá ser: “Marcondes Bezerra, Luciano Silva
Rosa e Joana Angélica”, “Rabelo, Rosa e Angélica,
Restaurante”, “Gabriel Rabelo da Silva & Cia”,
etc.
A sociedade em comandita simples também
deverá se utilizar de firma, haja vista que os
sócios comanditados possuem responsabilidade
ilimitada pelas obrigações sociais. Como os
comanditários possuem responsabilidade limitada,
não podem constar do nome social. Com efeito,
deve ser utilizada a expressão “e companhia”.
o Código Civil:
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar
firma ou denominação, integradas pela palavra final
"limitada" ou a sua abreviatura.
§ 1o A firma será composta com o nome de um
ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo
indicativo da relação social.
§ 2o A denominação deve designar o objeto da
sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de
um ou mais sócios.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a
responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores que assim empregarem a firma ou
a denominação da sociedade.
Nota: a sociedade limitada pode adotar a firma
ou denominação, integrando-se,
obrigatoriamente, a palavra “limitada” ou
sua abreviatura ao final.
A omissão da palavra "limitada" determina a
responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores que assim empregarem a firma
ou a denominação da sociedade (CC, art. 1.158,
parágrafo 3º).
Nota: Caso a sociedade limitada opte pela firma
poderá designar o ramo da atividade. Caso utilize
a denominação, esta indicação é obrigatória.
A sociedade anônima deve adotar denominação.
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob
denominação designativa do objeto social, integrada
pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia",
por extenso ou abreviadamente.
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome
do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido
para o bom êxito da formação da empresa.
Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A, Vale S.A.
A sociedade em comandita por ações pode,
também, adotar firma ou denominação.
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode,
em lugar de firma, adotar denominação designativa do
objeto social, aditada da expressão "comandita por
ações“. Outro aspecto importante:
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de
qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo
único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já
inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de
alienação. Parágrafo único. O adquirente de
estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o
permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu
próprio, com a qualificação de sucessor.
Nota: não pode ser objeto de alienação,
ressalvando-se a hipótese de o adquirente de
estabelecimento, se o contrato permitir, usar o nome
do alienante precedido do seu próprio, como
sucessor.
Nota: o empresário em recuperação judicial, deve
acrescer ao seu nome a expressão “Em Recuperação
Judicial”.
DAS SOCIEDADES
No Brasil, as pessoas jurídicas podem se encontrar sob o
manto de dois regimes jurídicos:
1) Regime jurídico de direito público: nele se encontram,
quase que sempre, a União, Estados, Distrito Federal,
Municípios, Territórios e autarquias.
2) Regime jurídico de direito privado: compreende todas as
outras pessoas.
A diferença entre os regimes reside justamente no
tratamento jurídico que lhes são conferidos. As pessoas
jurídicas de direito público, em virtude de zelarem pelo
interesse coletivo, se situam quase sempre em posição de
superioridade, de supremacia, sobre as pessoas privadas.
Ao revés, as pessoas jurídicas de direito privado se
respaldam no princípio da isonomia, inexistindo, entre elas,
valoração diferenciada de seus interesses.
Nota: as pessoas jurídicas de direito privado podem se
constituir sob duas formas:
a) pessoas jurídicas de direito privado estatais: que
compreende as empresas públicas e as sociedades de
economia mista;
b) pessoas jurídicas de direito privado não-estatais:
abarcando este conceito as fundações, associações e
sociedades.
As sociedades, por seu turno, podem se subdividir em
simples e empresárias.
A distinção entre uma sociedade simples e uma
sociedade empresária reside em quê? Seria no lucro? Bem,
quem acha que é isso errou. Esse é um critério insuficiente
para separar os dois institutos. Por exemplo, por força de
disposição legal, as sociedades de advogados são sempre
sociedades simples, mas, ora,como um advogado viveria
sem a remuneração de sua profissão?
Percebam, pois, que não podemos separar
uma sociedade simples e empresária pelo critério
lucro, uma vez que as simples também podem
possuir fins lucrativos.
A diferença, então, entre uma sociedade
simples e uma sociedade empresária reside na
exploração de seu objeto de forma profissional e
organizada, como propõe o artigo 966 do Código
Civil. Sem prejuízo do exposto, as sociedades por
ações (que compreendem as sociedades anônimas
e sociedades em comanditas por ações) são sempre
sociedades empresárias, ainda que possuam fins
pios. Ao revés, as cooperativas são sempre
sociedades simples. É este o comando do artigo
982, par. único do CC.
SOCIEDADES EM ESPÉCIE :
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
CAPÍTULO I - DA SOCIEDADE EM COMUM
Art.986.cc:Enquanto não inscritos os atos
constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por
ações em organização, pelo disposto neste
Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que
com ele forem compatíveis, as normas da
sociedade simples.

Art. 987.cc: Os sócios, nas relações entre si ou


com terceiros, somente por escrito podem provar
a existência da sociedade, mas os terceiros
podem prová-la de qualquer modo.
Art. 988cc: Os bens e dívidas sociais constituem
patrimônio especial, do qual os sócios são titulares
em comum.

Art. 989cc: Os bens sociais respondem pelos atos


de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo
pacto expresso limitativo de poderes, que somente
terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou
deva conhecer.

Art. 990cc: Todos os sócios respondem solidária


e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído
do benefício de ordem, previsto no art. 1.024,
aquele que contratou pela sociedade.
CAPÍTULO II - DA SOCIEDADE EM CONTA DE
PARTICIPAÇÃO
Art. 991cc. Na sociedade em conta de participação, a
atividade constitutiva do objeto social é exercida
unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome
individual e sob sua própria e exclusiva
responsabilidade, participando os demais dos
resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-
somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante
este, o sócio participante, nos termos do contrato
social.

Art. 992cc. A constituição da sociedade em conta de


participação independe de qualquer formalidade e pode
provar-se por todos os meios de direito.
Art.993cc:O contrato social produz efeito
somente entre os sócios, e a eventual inscrição de
seu instrumento em qualquer registro não confere
personalidade jurídica à sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de
fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio
participante não pode tomar parte nas relações
do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de
responder solidariamente com este pelas
obrigações em que intervier.
Art.994.cc:A contribuição do sócio participante
constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio
especial, objeto da conta de participação relativa
aos negócios sociais.
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação
aos sócios.
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade
e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito
quirografário.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às
normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais
do falido.
Art. 995.cc Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não
pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos
demais.
Art. 996.cc Aplica-se à sociedade em conta de participação,
subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para
a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas
relativas à prestação de contas, na forma da lei processual.
Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as
respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

A sociedade em conta de participação (SCP),


também conhecida como SOCIEDADE SECRETA, NÃO
POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA, PATRIMÔNIO,
tampouco NOME EMPRESARIAL.
CONTRATO DE INVESTIMENTO, em que alguns
sócios exercem a atividade empresarial e os outros
participam dos resultados obtidos .
Na SCP existem duas espécies de sócios:
a) OSTENSIVO: quem opera o negócio frente a
terceiros, assumindo responsabilidade ILIMITADA
pelas obrigações contraídas, não havendo que se
falar sequer em subsidiariedade, face à falta de
personalidade jurídica e de patrimônio da
Sociedade; e,
b) PARTICIPANTE: também chamado de SÓCIO OCULTO,
não aparece nas relações desenvolvidas com terceiros,
sendo mero prestador de capital, respondendo na forma
estipulada em contrato (e apenas frente ao ostensivo).
Sócio da SCP:
.Ostensivo: opera frente a terceiros, responsabilidade
ilimitada ;
.Participante: sócio oculto, mero prestador de capital,
interessado nos lucros.
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, A
ATIVIDADE CONSTITUTIVA DO OBJETO SOCIAL É
EXERCIDA UNICAMENTE PELO SÓCIO OSTENSIVO, em
seu nome individual e sob sua própria e exclusiva
responsabilidade, participando os demais dos resultados
correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o
sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio
participante, nos termos do contrato social.
Nota: A constituição da sociedade em conta de
participação INDEPENDE DE QUALQUER
FORMALIDADE e pode provar-se por todos os
meios de direito (CC, art. 992). Assim, não há
necessidade de se registrar a sociedade em conta
de participação, pois sua constituição independe
de formalidade.
Art.993.cc: O contrato social produz efeito somente
entre os sócios, e a eventual inscrição de seu
instrumento em qualquer registro não confere
personalidade jurídica à sociedade.
Com efeito, se os sócios dessa sociedade em conta
de participação resolverem registrar a sociedade, isso
não conferirá a ela personalidade jurídica. A conta de
participação não existe para terceiros, somente para os
sócios.
Nota: Na sociedade em conta de participação NÃO HÁ
FALÊNCIA DA SOCIEDADE, pois, juridicamente falando,
não há sociedade personalizada.
a conta de participação tenha registro na Junta
Comercial ou no Cartório (o que pode ocorrer
apenas para melhor assegurar os interesses dos
contratantes), ela NÃO adquire CNPJ e,
consequentemente, personalidade jurídica,
não sendo passível de falir.

SCPS FALEM OS SEUS SÓCIOS, SEJAM OS OSTENSIVOS,


SEJAM OS PARTICIPANTES.
Art. 994.cc: A contribuição do sócio participante constitui,
com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da
conta de participação relativa aos negócios sociais.
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em
relação aos sócios.
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução
da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo
saldo constituirá crédito quirografário.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito
às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos
bilaterais do falido.
SOCIEDADE EM COMUM
A sociedade em comum NÃO É ELEGÍVEL pelas partes,
posto que ela é irregular. Assim, se A e B resolvem
contratar uma sociedade, eles não podem, na ótica do
Código Civil, estipular em contrato social que a sociedade
será uma sociedade em comum, sendo impossível
juridicamente levar o contrato social a registro desta forma.
A SOCIEDADE EM COMUM É AQUELA QUE NÃO INSCREVEU
SEUS ATOS CONSTITUTIVOS NA JUNTA COMERCIAL. É, por
esse motivo, DESPIDA DE PERSONALIDADE JURÍDICA.
Nota: responsabilidade dos sócios nas
sociedades em comum. Passemos a estudá-la.
Segundo o Código Civil: Art. 990. Todos os sócios
respondem solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais, excluído do benefício de
ordem, previsto no art. 1.024, aquele que
contratou pela sociedade.
Art. 1.024cc: Os bens particulares dos sócios
não podem ser executados por dívidas da
sociedade, senão DEPOIS de executados os
bens sociais.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
ASPECTOS COMUNS À SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
E ÀS SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES
Nota: Concentremo-nos nas sociedades em nome
coletivo e nas sociedades em comandita simples. Há
regras gerais extraídas do Código Civil que servem
para subsidiar a existências de ambos os tipos
societários. :
- São sociedades de pessoas, isto implica dizer que
a cessão de cota social condiciona-se à
concordância dos demais sócios.
- O nome empresarial deve ser formado por firma
social, em que somente poderá transparecer nome
dos sócios com responsabilidade ilimitada. Se
determinado sócio possui responsabilidade limitada
(no caso da sociedade em comandita simples), e
oferece o nome à composição da firma, passará a
responder ilimitadamente pelas obrigações sociais.
- Somente sócios com responsabilidade ilimitada
poderão administrar a sociedade, inexistindo a
possibilidade de uma pessoa jurídica ser sócia de
sociedade em nome coletivo ou sócia comanditada em
sociedade.
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
Art.1.039.cc:Somente pessoas físicas podem tomar
parte na sociedade em nome coletivo, respondendo
todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante
terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por
unânime convenção posterior, limitar entre si a
responsabilidade de cada um.
Art.1.040.cc:A sociedade em nome coletivo se rege pelas
normas deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas do
Capítulo antecedente.
Art. 1.041.cc: O contrato deve mencionar, além das
indicações referidas no art.997, a firma social.
Art. 1.042.cc:A administração da sociedade compete
exclusivamente a sócios,sendo o uso da firma, nos limites do
contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.
Art. 1.043cc: O credor particular de sócio não pode, antes de
dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do
devedor.
Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:
I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida
judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de
noventa dias, contado da publicação do ato dilatório.
Art. 1.044.cc: A sociedade se dissolve de pleno direito por
qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se
empresária, também pela declaração da falência.
Nota: A principal característica da sociedade em nome
coletivo é a responsabilidade ilimitada dos sócios que
a compõem. Explique-se melhor este ponto. Primeiro,
a responsabilidade sobre os sócios recai, obviamente,
somente depois de esgotados os meios de cobrança do
capital social, isto é, do patrimônio social.
o contrato social pode (segundo o artigo 1.039,
parágrafo único) limitar a responsabilidade de cada um.
Essa limitação, contudo, só será válida para a relação
entre os sócios. Os sócios continuarão a responder
ilimitadamente perante terceiros, sendo que a limitação da
responsabilidade será apurada em eventual ação de
regresso.
Art. 1.039.cc: Somente pessoas físicas podem tomar
parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos
os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações
sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade
perante terceiros, podem os sócios, no ato
constitutivo, ou por unânime convenção posterior,
limitar entre si a responsabilidade de cada um.
A sociedade em nome coletivo é uma
sociedade de pessoas, que depende do
consentimento dos outros sócios para que
estranhos entrem no quadro social.
.Sociedades em nome coletivo e sociedades
em comandita simples Sociedades de pessoas.
.Sociedade limitada Pode ser sociedade de
pessoa ou de capital. Sociedade anônima e
em comandita por ações Sempre sociedades
de capital.
Nota: Aplicam-se às SNC as normas das
sociedades simples, subsidiariamente.Outro
aspecto deveras importante é que a Lei de
Falência (Lei 11.101/05) diz que:
Art. 81. A decisão que decreta a falência da
sociedade com sócios ilimitadamente
responsáveis também acarreta a falência
destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos
jurídicos produzidos em relação à sociedade
falida e, por isso, deverão ser citados para
apresentar contestação, se assim o desejarem.
se uma sociedade em nome coletivo vir a falir,
todos os seus sócios também incorrem na mesma
conduta, juntos.
Nota: Se a sociedade for de responsabilidade limitada,
por seu turno, não haverá, em regra, consequências
para a sociedade, em vista da autonomia que possui a
pessoa jurídica (o já propalado princípio contábil da
entidade, pelo qual a sociedade é diferente da pessoa
dos sócios). O nome empresarial da sociedade em nome
coletivo deverá ser a firma social, contendo o nome de
ao menos um dos sócios, seguido da expressão “&
Companhia” ao final.
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
Art. 1.045.cc:Na sociedade em comandita simples
tomam parte sócios de duas categorias: os
comanditados, pessoas físicas, responsáveis
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os
comanditários, obrigados somente pelo valor de sua
quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os
comanditados e os comanditários.
Art. 1.046.cc: Aplicam-se à sociedade em comandita
simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que
forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos
direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome
coletivo.

Art. 1.047.cc: Sem prejuízo da faculdade de participar


das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as
operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato
de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de
ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído
procurador da sociedade, para negócio determinado e com
poderes especiais.
Art. 1.048.cc: Somente após averbada a modificação do contrato,
produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota do
comanditário, em consequência de ter sido reduzido o capital social,
sempre sem prejuízo dos credores preexistentes.
Art. 1.049.cc: O sócio comanditário não é obrigado à reposição de
lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas
supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros,
antes de reintegrado aquele.
Art. 1.050.cc: No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade,
salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que
designarão quem os represente.
Art. 1.051.cc: Dissolve-se de pleno direito a sociedade:
I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das
categorias de sócio.
Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários
nomearão administrador provisório para praticar, durante o período
referido no inciso II e sem assumir a condição de sócio, os atos de
administração.
Na sociedade em comandita simples temos duas
qualidades de sócios:
1)Os sócios comanditários têm responsabilidade
limitada em relação às obrigações contraídas pela
sociedade empresária, respondendo apenas pela
integralização das cotas subscritas. Contribuem apenas
com o capital subscrito, não contribuindo de nenhuma
outra forma para o funcionamento da empresa,
ficando alheios, inclusive, da administração da
mesma. Podem, todavia, exercer as atribuições de
fiscalização.
Art. 1.047.cc: Sem prejuízo da faculdade de participar
das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as
operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato
de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de
ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.
2) Os sócios comanditados contribuem com capital e
trabalho, além de serem responsáveis pela
administração da empresa. Sua responsabilidade
perante terceiros é ilimitada, devendo saldar as
obrigações contraídas pela sociedade.
Art. 1.045.cc: Na sociedade em comandita simples
tomam parte sócios de duas categorias: os
comanditados, pessoas físicas, responsáveis
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais;
e os comanditários, obrigados somente pelo valor
de sua quota.
.Os sócios comanditados devem ser
obrigatoriamente pessoas físicas. Sócios
Comanditados Somente pessoas físicas
(Responsabilidade ilimitada). Sócios Comanditários
Pessoas físicas ou jurídicas (Responsabilidade limitada).
Nota: A firma ou razão social da sociedade somente
pode conter nomes de sócios comanditados, sendo
que a presença do nome de sócio comanditário faz
presumi-lo comanditado, passando a responder de
forma ilimitada. É essa a conclusão à luz do art. 1.157
do CC:
Art. 1.157cc: A sociedade em que houver sócios de
responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual
somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando
para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão
"e companhia” ou sua abreviatura.
Nota: O Código atribui aos comanditados as
mesmas características concernentes aos sócios
da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046,
parágrafo único).
Nota:Como a função precípua do comanditário é
contribuir para a formação do capital social, sua
prestação pode se dar em dinheiro ou em bens, mas
não em serviços.
O comanditário não pode praticar atos de gestão da
sociedade, apenas de fiscalização. Essa regra, todavia,
não é absoluta. O parágrafo único do artigo 1.047
permite que o comanditário seja constituído
procurador da sociedade,para negócio determinado
e com poderes especiais.

Art. 1.050.cc:No caso de morte de sócio


comanditário, a sociedade, salvo disposição do
contrato, continuará com os seus sucessores, que
designarão quem os represente.
Nota: O nome empresarial deve ser a firma social,
acrescendo-se a expressão “& Companhia”, fazendo-
se, ainda, referência ao tipo societário “comandita
simples”.
Em casos omissos serão aplicadas às sociedades em
comandita simples as regras das sociedades em nome
coletivo. Anote-se, assim, que a sociedade em
comandita simples é contratual, de pessoas e de
regime misto de responsabilidade.
SOCIEDADES COOPERATIVAS
As cooperativas têm seu regramento básico na Lei
5.764/71. Esta lei define a política nacional do
cooperativismo, instituindo o regime jurídico das
cooperativas. Os artigos 1.093 a 1.096 do Código Civil
trazem lições supletivas para as cooperativas.
Nota: A Constituição Federal assegurou o direito ao
cooperativismo ao estatuir que sua criação
independe de autorização estatal, bem como vedou
que o Estado interferisse em seu funcionamento: Art.
5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
Art. 982.cc:Salvo as exceções expressas,
considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu
objeto, considera-se empresária a sociedade
por ações; e, simples, a cooperativa.
Nota: A cooperativa é, grosso modo, a reunião de
pessoas físicas ou jurídicas, exercentes do mesmo tipo
de atividade econômica. Tal união permite a
otimização de custos e negociações de forma a
permitir melhores resultados para seus membros.
Muitas vezes os atos cooperativos são beneficiados
também por legislações tributárias. Um aspecto
interessante e digno de nota é que as cooperativas
não possuem finalidades lucrativas. O que os
cooperados pretendem é obter lucro com as suas
atividades próprias, pessoais, e não com as atividades
da cooperativa.
Nota: Os principais pontos que podem ser cobrados
sobre as cooperativas em concursos é o fato de serem
sociedades simples, de pessoas, não sujeitas ao
processo falimentar previsto na Lei 11.101/2005.
Art. 1.093.cc: A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no
presente Capítulo, ressalvada a legislação especial.
Art. 1.094.cc: São características da sociedade cooperativa:
I - variabilidade, ou dispensa do capital social;
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio
poderá tomar;
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à
sociedade, ainda que por herança;
V - quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no
número de sócios presentes à reunião, e não no capital social
representado;
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das
operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído
juro fixo ao capital realizado;
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em
caso de dissolução da sociedade.
Art. 1.095.cc:Na sociedade cooperativa, a
responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou
ilimitada.
§ 1o É limitada a responsabilidade na
cooperativa em que o sócio responde somente pelo
valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas
operações sociais, guardada a proporção de sua
participação nas mesmas operações.
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na
cooperativa em que o sócio responde solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Art. 1.096.cc:No que a lei for omissa, aplicam-se
as disposições referentes à sociedade simples,
resguardadas as características estabelecidas no
art. 1.094.
SOCIEDADES SIMPLES
Sociedades simples são basicamente aquelas que
não exploram o seu objeto social nos termos do
artigo 966do Código Civil. Exemplificamos, com o
artigo 966 parágrafo único do Código Civil, que fala
sobre as sociedades formadas por profissionais intelectuais,
de natureza científica, literária ou artística. Por exemplo,
uma sociedade de médicos, arquitetos, dentistas, artistas.
A condição, contudo, é que o exercício da profissão não
configure elemento de empresa.
DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES
SIMPLES A sociedade simples pode ser organizada
segundo as regras que lhe são próprias, estatuídas nos
artigos 997 a 1.038 do Código Civil. Caso não queira,
poderá também se registrar como sociedade limitada,
sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita
simples.
Nota: Sociedades simples podem adotar as regras
que lhes são próprias no código civil ou constituir na
forma de sociedade limitada, em nome coletivo ou em
comandita simples.
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
operações societárias serão propostas pelos órgãos da
Administração (Conselho de Administração, ou diretoria, se
não houver CA), aprovadas pela Assembleia Geral, ouvindo-
se a opinião do Conselho Fiscal sobre as propostas, antes
de sua submissão à AG, para a aprovação.
Art. 163.cc:Compete ao conselho fiscal:
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração,
a serem submetidas à assembleia-geral, relativas a
modificação do capital social, emissão de debêntures ou
bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos
de capital, distribuição de dividendos, transformação,
incorporação, fusão ou cisão;
Art. 122cc: Compete privativamente à assembleia-geral:
VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação
e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação, eleger e
destituir liquidantes e julgar-lhes as contas;
TRANSFORMAÇÃO
A transformação está prevista no artigo 220 da Lei
6.404/76, cujo teor é o seguinte:
Art. 220. Transformação é a operação pela qual a
sociedade passa, independentemente de liquidação ou
dissolução, de um tipo para outro.
É o caso, por exemplo, de uma sociedade em comandita
simples ou em nome coletivo que transmuda para uma
sociedade anônima.
A transformação é plenamente possível para os outros
tipos societários, embora a operação de LTDA para SA seja,
disparadamente, a mais utilizada na prática.
A LSA exige que a transformação se dê por
consentimento unânime dos acionistas, salvo se
prevista em estatuto ou no contrato social, caso
em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se
da sociedade (LSA, art. 221).
TRANSFORMAÇÃO
Regra: Consentimento unânime.
Exceção: Sócio dissidente tem direito de
retirada. A lei das sociedades por ações dispõe
que: Art. 222. A transformação não prejudicará,
em caso algum, os direitos dos credores, que
continuarão, até o pagamento integral dos seus
créditos, com as mesmas garantias que o tipo
anterior de sociedade lhes oferecia.
FUSÃO
Art. 228.LSA: A fusão é a operação pela qual se
unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações.
§ 1º A assembleia-geral de cada companhia, se
aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os
peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das
demais sociedades.
§ 2º Apresentados os laudos, os administradores
convocarão os sócios ou acionistas das sociedades
para uma assembleia-geral, que deles tomará
conhecimento e resolverá sobre a constituição
definitiva da nova sociedade, vedado aos sócios ou
acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio
líquido da sociedade de que fazem parte.
§ 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros
administradores promover o arquivamento e a publicação dos
atos da fusão.
Assim, há a extinção de duas sociedades para a formação de
uma única, nova.
CISÃO
A cisão é a operação pela qual a companhia transfere
parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades,
constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a
companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio,
ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (LSA, art.
229).
INCORPORAÇÃO
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais
sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos
os direitos e obrigações (LSA, art. 227).Há extinção da
sociedade incorporada. Entretanto, a incorporadora continua no
mundo jurídico.
COLIGAÇÃO DE SOCIEDADES
De acordo com a Lei das SAs: são coligadas as
sociedades nas quais a investidora tenha influência
significativa (art. 243, §1º).
Ainda, de acordo com o Pronunciamento Contábil n. 18
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis:
Coligada é uma entidade, incluindo aquela não
constituída sob a forma de sociedade tal como uma
parceria, sobre a qual o investidor tem influência
significativa e que não se configura como controlada ou
participação em empreendimento sob controle conjunto
(joint venture).
Art. 243, § 4º Considera-se que há influência
significativa quando a investidora detém ou exerce o
poder de participar nas decisões das políticas financeira
ou operacional da investida, sem controlá-la.
GRUPOS SOCIETÁRIOS
A sociedade controladora e suas controladas
podem constituir grupo de sociedades, mediante
convenção pela qual se obriguem a combinar
recursos ou esforços para a realização dos
respectivos objetos, ou a participar de
atividades ou empreendimentos comuns (LSA,
art. 265).
A sociedade controladora, ou de comando do
grupo, deve ser brasileira, e exercer, direta ou
indiretamente, e de modo permanente, o controle
das sociedades filiadas, como titular de direitos
de sócio ou acionista, ou mediante acordo com
outros sócios ou acionistas (LSA, art. 265, §1º).
CONSÓRCIOS
As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o
mesmo controle ou não,podem constituir consórcio para
executar determinado empreendimento (LSA,art. 278).
O consórcio não tem personalidade jurídica e as
consorciadas somente se obrigam nas condições
previstas no respectivo contrato, respondendo cada
uma por suas obrigações, sem presunção de
solidariedade (LSA, art. 278, §1º).
SOCIEDADE SUBSIDIÁRIA INTEGRAL
A companhia pode ser constituída, mediante escritura
pública, tendo como único acionista sociedade
brasileira (LSA, art. 251).Trata-se, pois, a subsidiária
integral de espécie de sociedade unipessoal, isto é,que
possui um único acionista.
Nota: segundo a Lei das Sociedades por Ações: Art. 251, §
2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral
mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas
ações, ou nos termos do artigo 252.
Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital
social ao patrimônio de outra companhia brasileira, para
convertê-la em subsidiária integral, será submetida à
deliberação da assembleia-geral das duas companhias
mediante protocolo e justificação, nos termos dos artigos 224 e
225.
SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO
A sociedade de proposito específico é uma sociedade cuja
atividade é geralmente restrita. A sociedade de propósito
específico não possui personalidade jurídica, devendo adotar
um tipo societário existente, geralmente uma S/A. Após a Lei
11.079/2004 é comum a utilização das sociedades de propósito
específico no âmbito das parcerias público-privadas.
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
Segundo a LSA: Art. 280. A sociedade em
comandita por ações terá o CAPITAL DIVIDIDO EM
AÇÕES e reger-se-á pelas normas relativas às
companhias ou sociedades anônimas, sem prejuízo
das modificações constantes deste Capítulo.
As regras que se lhes aplica estão traçadas nos
artigos 1.090 a 1.092 do Código Civil, bem como nos
artigos 280 a 284 da LSA, bem como as normas
cabíveis relativas às sociedades anônimas.
Sobre o nome empresarial...
Art. 1.161.cc: A sociedade em comandita por ações
pode, em lugar de firma, adotar denominação
designativa do objeto social, aditada da expressão
"comandita por ações".
Nota: Com efeito, conclui-se que a sociedade
em comandita por ações pode utilizar tanto a
firma social como a denominação.
No mesmo sentido dispõe a LSA:
Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob
firma ou razão social, da qual só farão parte os
nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam
ilimitada e solidariamente responsáveis, nos
termos desta Lei, pelas obrigações sociais, os
que, por seus nomes, figurarem na firma ou razão
social.
Parágrafo único. A denominação ou a firma
deve ser seguida das palavras "Comandita por
Ações", por extenso ou abreviadamente.
DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DAS
SOCIEDADES
Dois são os ritos que podem ser aplicados à
dissolução das sociedades. O primeiro é aquele
utilizado para as sociedades contratuais, cujo
regramento está no Código Civil. Outro é aquele
utilizado para as sociedades estatutárias, regrado
pela Lei das Sociedades por Ações.

DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO


DAS SOCIEDADES DE ACORDO COM O
CÓDIGO CIVIL Com fulcro no Código Civil:
Art. 1.033cc: Dissolve-se a sociedade quando
ocorrer:
Nota: Além das hipóteses citadas acima, no artigo
1.033, a dissolução pode se dar também de modo
judicial, prevista no artigo 1.034 do Código Civil,
transcrito:
Art. 1.034.cc: A sociedade pode ser dissolvida
judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios,
quando:
I - anulada a sua constituição;
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua
inexeqüibilidade.
Outra causa de dissolução não prevista no Código
Civil é a falência da sociedade.Além destas, o
contrato pode prever outras causas de dissolução, a
serem verificadas judicialmente quando contestadas
(CC, art. 1.035).
Nota: Uma vez que tenha ocorrido qualquer das
causas previstas nos artigos precendentes, não é extinta
de plano a sociedade. Nos termos do Código Civil:
Art. 1.036 Ocorrida a dissolução, cumpre aos
administradores providenciar imediatamente a
investidura do liquidante, e restringir a gestão própria
aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas
quais responderão solidária e ilimitadamente.
DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DE
ACORDO COM A LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES
Segundo a Lei 6.404/76:
Art. 206. Dissolve-se a companhia:
I - de pleno direito:
a) pelo término do prazo de duração;
b) nos casos previstos no estatuto;
c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X);
(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em
assembleia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for
reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto
no artigo 251;
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para
funcionar.
II - por decisão judicial:
a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por
qualquer acionista;
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em
ação proposta por acionistas que representem 5% (cinco
por cento) ou mais do capital social;
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;
III - por decisão de autoridade administrativa competente,
nos casos e na forma previstos em lei especial.
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA

direito empresarial o princípio “societas distat a


singulis”, traduzindose,“a sociedade tem,
existência distinta de seus sócios”, tendo por
conseguinte, patrimônio, direitos e obrigações
próprios, os quais não podemos confundir com os
de seus sócios.
A figura da pessoa jurídica fora,
gradualmente, sendo desviada de sua finalidade,
possibilitando que, por detrás de sua estrutura,
se escondessem pessoas e patrimônios para fins
abusivos e fraudulentos.
Nota:os magistrados a se deparar com situações
em que considerar a autonomia da pessoa jurídica
como algo inatingível significaria prestigiar
interesses ilegítimos, consagrando a fraude e o
abuso de direito.
Assim, surge a desconsideração da personalidade
jurídica como remédio para evitar o uso desvirtuado
das pessoas jurídicas. Também conhecida por
teoria da penetração ou teoria da superação, a
teoria, portanto, relativiza o conceito, que antes era
tido como absoluto, da pessoa jurídica e da
separação patrimonial, permitindo ao juiz, e
somente a ele, penetrar o manto da personalidade
para coibir os abusos ou condenar a fraude, através
de seu uso.
A desconsideração da personalidade jurídica não ataca o
instituto da pessoa jurídica, mas o mau uso que dela se faz.
Não se anula, portanto, a personalidade jurídica, mas,
apenas, episodicamente, no caso concreto, suspende-se
o véu societário para, atingir os responsáveis por atos
abusivos ou fraudulentos.
A personalidade jurídica da sociedade atingida permanece
intacta. Não se anulam os efeitos de seus atos constitutivos
que, apenas, perdem eficácia temporária, episódica, no caso
concreto específico.
a desconsideração da personalidade jurídica pode ser
definida como a suspensão excepcional da autonomia
patrimonial da pessoa jurídica, quando verificado o
desvio da função para o qual foi criada mediante fraude
ou abuso de direito, penetrando-lhe a estrutura formal,
de maneira a estender os efeitos de suas obrigações à
pessoa de seus sócios ou administradores.
Em 2002, o Novo Código Civil positivou a teoria da
desconsideração, em seu artigo 50, com a seguinte
redação:
Art. 50 Em caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, que
os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Com a positivação do tema no Código Civil, não
houve revogação das demais disposições
infraconstitucionais concernentes à desconsideração
da personalidade jurídica, como o CDC.
TEORIA MAIOR E TEORIA MENOR
Existem duas correntes para o estudo da teoria da
desconsideração da personalidade jurídica: a teoria
maior e a teoria menor. De acordo com a teoria
menor a desconsideração pode existir com a
existência de mero prejuízo a credor. Por outro lado, a
teoria maior da desconsideração da
personalidade jurídica, só é cabível quando
demonstrado o abuso de personalidade jurídica
(através do desvio de finalidade ou confusão
patrimonial).
.Teoria menor Mera ocorrência de prejuízo a credor!
Simples insolvência.
.Teoria maior (regra!) Apenas nos casos de abuso de
personalidade jurídica!
Nota: O STJ reconhece que a teoria maior é a
regra em nosso ordenamento jurídico. Repita-
se: A teoria maior da desconsideração, regra
geral no sistema jurídico brasileiro, não pode ser
aplicada com a mera demonstração de estar a
pessoa jurídica insolvente para o cumprimento de
suas obrigações.
IMPUTAÇÃO DA TEORIA A SÓCIOS QUOTISTAS
A orientação jurisprudencial dominante em
nosso país é no sentido de que os sócios que sejam
meros prestadores de capital, alheios à
administração cotidiana da empresa, não podem ser
responsabilizados pelos atos que resultem em
desconsideração da personalidade jurídica.
STF: O simples ingresso formal de alguém em
determinada sociedade civil ou mercantil, sem exercer
função gerencial nem participar de forma efetiva na
regência das atividades empresariais, não basta só por
si,especialmente quando ostente a condição de cotista
minoritário, para fundamentar qualquer juízo de
culpabilidade penal, afirmou o ministro Celso de Mello
no julgamento do Habeas Corpus (HC) nº 844436-7
em 05 set. 2006.

TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO X IMPUTAÇÃO PELA


RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES
É errado dizer que a desconsideração da personalidade
jurídica pode ser intentada diretamente contra os
sócios/administradores que causaram prejuízo à pessoa
jurídica.
Nota: Quando os sócios ou administradores
extrapolam seus poderes violando a lei ou o
contrato social, a lei lhes impõe a responsabilidade
por tais atos. Entretanto, não se cogita da
desconsideração, mas de responsabilidade pessoal
e direta dos
sócios. Em tal caso, há simplesmente uma questão
de imputação. Quando o diretor ou o gerente agiu
com desobediência a determinadas normas legais
ou estatutárias, pode seu ato, em determinadas
circunstâncias, ser inimputável à
pessoa jurídica, pois não agiu como órgão, a
responsabilidade será sua, por ato seu. Da mesma
forma, quando pratique ato ilícito, doloso ou
culposo, responderá por ilícito seu, por fato próprio.
Nota: a autoria do ato é imputada diretamente
ao sócio ou administrador que o executou, não
havendo que se suspender, nem
momentaneamente a eficácia da autonomia
patrimonial, vale dizer, a pessoa jurídica não é
obstáculo ao ressarcimento.
Aprendam! A teoria dos atos ultra vires
importa na responsabilização pessoal e direta
dos sócios e administradores que agirem com
excesso de poder (excesso de mandato ou violação
de lei). Difere a teoria dos atos ultra vires da
desconsideração da personalidade jurídica. A
desconsideração é a responsabilização por atos que
tenha aparência de serem atos praticados de acordo
com o estatuto/contrato social, mas não são.
. Desconsideração : Os atos são praticados com aparência
de atos regulares.
.Teoria ultra vires : Os atos são praticados com excesso
de mandato ou contra lei, extrapolando a competência de
sócio/administrador.
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO INDIRETA
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor:
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver
abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato
ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A
desconsideração também será efetivada quando houver
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da
pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e
as sociedades controladas, são subsidiariamente
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
Nota: Adesconsideração indireta da
personalidade jurídica é aquela que ocorre
quando, diante da criação de constelações de
sociedades coligadas, controladoras e controladas,
uma delas se vale dessa condição para fraudar seus
credores. A desconsideração se aplica então a toda e
qualquer das sociedades que se encontre dentro do
mesmo grupo econômico, para alcançar a efetiva
fraudadora que está sendo encoberta pelas coligadas.
O Código Civil, por seu turno, propõe que “em caso
de abuso de personalidade, caracterizado, pelo desvio
de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o
juiz...”. Assim, o CC versa sobre a confusão
patrimonial, os outros diplomas
normativos não!
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO INVERSA
A desconsideração inversa, segundo o ilustre
professor Fábio Ulhoa Coelho, é nada mais do que o
afastamento do princípio da autonomia patrimonial
da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade
por obrigação do sócio.
Desconsideração “normal” : O patrimônio
do sócio é alcançado pelos “atos da sociedade”.
Desconsideração inversa : O patrimônio da
sociedade é alcançado pelos atos do sócio. A
desconsideração inversa é utilizada, por exemplo,
pela Lei 8.429/92, que proíbe de contratar com o
Poder Público as sociedades cujos sócios tenham
incidido em ato de improbidade adminsitrativa.
DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Direito de propriedade industrial está abarcado no
chamado direito de propriedade intelectual, gênero
que abrange as espécies direito de propriedade
autoral (circundada pelo direito civil) e direito de
propriedade industrial (regida pelo direito
empresarial).

Carta Magna. Segundo o artigo 5º da Constituição


Federal: Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de
inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;
Lei da Propriedade Industrial LEI Nº
9.279/1996. Segundo a Lei:
Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade
industrial, considerado o seu interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se
mediante:
I - concessão de patentes de invenção e de modelo de
utilidade;
II - concessão de registro de desenho industrial;
III - concessão de registro de marca;
IV - repressão às falsas indicações geográficas; e
V - repressão à concorrência desleal.
a norma supra tutela basicamente os seguintes bens:
- patente de invenção;
- patente de modelo de utilidade;
- registro de desenho industrial;
- marca.
Nota: uma pessoa que seja titular de um direito
industrial poderá utilizá-la com exclusividade,
desde que proceda ao registro no Instituto
Nacional da Propriedade Industrial. Não é
cabível alegar a exclusividade se não houver
registro no órgão competente.

INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE


INDUSTRIAL -INPI
De acordo com a Lei 5.648/70:
Art 1º Fica criado o Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio,
com sede e foro no Distrito Federal.
Nota: INPI tem sede no Rio de Janeiro.
A finalidade do INPI, segundo a Lei é executar, no
âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade
industrial, tendo em vista a sua função social,
econômica, jurídica e técnica, bem como pronunciar-se
quanto à conveniência de assinatura, ratificação e
denúncia de convenções, tratados, convênios e acordos
sobre propriedade industrial (Lei 5.648/70, art. 2º).
PATENTES
A patente pode se referir tanto à invenção como ao
modelo de utilidade. Segundo Fábio Ulhoa Coelho,
a “invenção é algo original do gênio humano”. Para
a invenção, de acordo com a LPI:
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos
requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação
industrial.
os requisitos para se patentear uma invenção:
- Novidade,
- Atividade inventiva,
- Aplicação industrial.
o modelo de invenção, prevê a LPI que:
Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o
objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de
aplicação industrial, que apresente nova forma ou
disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em
melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
o modelo de utilidade é, como costumam
chamar doutrinariamente, uma pequena invenção,
pois se acrescenta utilidade a algum bem. Vejam que
a lei diz “objeto (...) que resulte em melhoria funcional
no seu uso ou em sua fabricação”.
Para a LPI, art. 10, não se considera invenção nem modelo de
utilidade:
I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis,
financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou
qualquer criação estética;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como
métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo
humano ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos
encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o
genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os
processos biológicos naturais.
- novidade: este requisito significa dizer que a
invenção ou modelo de utilidade deve ser por
todos desconhecida, até mesmo pelos
melhores profissionais do mercado. A LPI diz
que não podem estar compreendidos no
estado da técnica.
Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são
considerados novos quando não compreendidos no
estado da técnica.
§ 1º O estado da técnica é constituído por tudo
aquilo tornado acessível ao público antes da data de
depósito do pedido de patente, por descrição escrita
ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil
ou no exterior, ressalvado o disposto nos arts. 12,
16 e 17.
- atividade inventiva: de acordo com a lei:
Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva
sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de
maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.

Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato


inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não
decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica.
De acordo com o INPI, “as invenções, para serem
patenteáveis, não podem ser decorrência de justaposições
de processos, meios e órgãos conhecidos, simples mudança
de forma, proporções, dimensões e materiais, salvo se, no
conjunto, o resultado obtido apresentar um efeito técnico
(resultado final alcançado através de procedimento peculiar
a uma determinada arte, ofício ou ciência) novo ou
diferente (que resulte diverso do previsível ou, não óbvio,
para um técnico no assunto)”
- aplicação industrial:
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados
suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser
utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria.
Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança,
à ordem e à saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos
de qualquer espécie, bem como a modificação de suas
propriedades físico-químicas e os respectivos processos de
obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação
do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos
transgênicos que atendam aos três requisitos de
patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação
industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera
descoberta.
Nota: O pedido da patente deve ser feito pelo autor (LPI,
art. 6º) ou por seus herdeiros ou sucessores, pelo cessionário
ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de
prestação de serviços determinar que pertença a titularidade
(LPI, art. 6º, parágrafo segundo).
Deste modo, pouco importa quando foi efetivamente criada
a invenção ou o modelo de utilidade, àquele que primeiro
pleitear o pedido será garantido o direito à proteção.
Art. 19. O pedido de patente, nas condições estabelecidas pelo
INPI, conterá:
I - requerimento;
II - relatório descritivo;
III - reivindicações;
IV - desenhos, se for o caso;
V - resumo; e
VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao
depósito.
Art. 20. Apresentado o pedido, será ele
submetido a exame formal preliminar e, se
devidamente instruído, será protocolizado,
considerada a data de depósito a da sua
apresentação.
Pode ocorrer, contudo, de o pedido não estar
instruído corretamente, conforme dispõe o artigo
19, a lei então, diz que se o pedido contiver alguns
dados, como objeto, dados do depositante e do
inventor, poderá ser protocolado, mas o autor terá
30 dias para sanar o vício. Fazendo, considera-
se que o protocolo foi feito a partir da primeira
data. Não sanando, os documentos devem ser
devidamente devolvidos ou arquivados.
Art. 21. O pedido que não atender formalmente ao disposto
no art. 19, mas que contiver dados relativos ao objeto, ao
depositante e ao inventor, poderá ser entregue, mediante
recibo datado, ao INPI, que estabelecerá as exigências a serem
cumpridas, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de devolução
ou arquivamento da documentação.
Parágrafo único. Cumpridas as exigências, o depósito será
considerado como efetuado na data do recibo.
PRAZO DA PATENTE
Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20
(vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze)
anos contados da data de depósito.
Parágrafo único. O prazo de vigência não será inferior a 10
(dez) anos para a patente de invenção e a 7 (sete) anos para a
patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão,
ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder ao
exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada
ou por motivo de força maior.
- Patente de invenção: 20 anos (nunca menor do que
10 anos);
- -Patente de modelo de utilidade: 15 anos (nunca
menor do que 07 anos).
PROTEÇÃO CONFERIDA PELA PATENTE
A extensão da proteção conferida pela patente será
determinada pelo teor das reivindicações, interpretado com
base no relatório descritivo e nos desenhos (LPI, art. 41).
Segundo a LPI, a concessão da patente dá ao titular
proteção exclusiva da invenção.
Art. 42. A patente confere ao seu titular o direito de impedir
terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar,
colocar à venda, vender ou importar com estes propósitos:
I - produto objeto de patente;
II - processo ou produto obtido diretamente por processo
patenteado.
-
Nota: Ao titular da patente é assegurado o direito de
obter indenização pela exploração indevida de seu
objeto, inclusive em relação à exploração ocorrida entre
a data da publicação do pedido e a da concessão da
patente.
NULIDADE DA PATENTE
A concessão da patente será nula quando infringir os
dispositivos da LPI (art. 46).
Art. 47. A nulidade poderá não incidir sobre todas as
reivindicações, sendo condição para a nulidade parcial o
fato de as reivindicações subsistentes constituírem
matéria patenteável por si mesmas. Vejam que o artigo
47 estabelece a nulidade total ou parcial. A nulidade da
patente produzirá efeitos a partir da data do depósito do
pedido (LPI, art. 48).
DA CESSÃO DA PATENTE
Segundo a LPI:
Art. 58. O pedido de patente ou a patente, ambos de
conteúdo indivisível, poderão ser cedidos, total ou
parcialmente.
DA LICENÇA
A patente pode ser objeto de licença. Essa licença
pode ser voluntária ou compulsória.
O titular de patente ou o depositante poderá celebrar
contrato de licença para exploração (LPI, art. 61).O
licenciado poderá ser investido pelo titular de todos os
poderes para agir em defesa da patente.
Art. 62. O contrato de licença deverá ser averbado
no INPI para que produza efeitos em relação a
terceiros.
EXTINÇÃO DA PATENTE
A patente pode ser extinta de diversas formas, arroladas
no artigo 78 da Lei de Propriedade Industrial.
Art. 78. A patente extingue-se:
I - pela expiração do prazo de vigência;
II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de
terceiros;
III - pela caducidade;
IV - pela falta de pagamento da retribuição anual, nos prazos
previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e
V - pela inobservância do disposto no art. 217.
O artigo 217, por seu turno, estabelece que:
Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir
e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado
no País, com poderes para representá-la administrativa e
judicialmente, inclusive para receber citações.
DESENHO INDUSTRIAL
. Desenho industrial e marca : Registro.
. Invenção e modelo de utilidade :Patente.
Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma
plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental
de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
proporcionando resultado visual novo e original na sua
configuração externa e que possa servir de tipo de
fabricação industrial.
O desenho industrial, tal como o nome sugere, é o
design, desenho estético, que pode ser aplicado a um
produto industrial. Para atender ao critério de registro, o
desenho industrial tem de obedecer aos quesitos:
- novidade: aqui, vale tal como dissemos para a
invenção e modelo de utilidade. Segundo a LPI:
Art. 96. O desenho industrial é considerado novo quando
não compreendido no estado da técnica.
Nota: o desenho industrial deve ser desconhecido
até mesmo pelos melhores profissionais da área.
Deve possuir forma inédita, que mereça a
proteção.
- originalidade:
Art. 97. O desenho industrial é considerado
original quando dele resulte uma configuração
visual distintiva, em relação a outros objetos
anteriores.
desimpedimento: a LPI veda que alguns
tipos de desenhos sejam registrados.
Art. 100. Não é registrável como desenho
industrial:
I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que
ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente contra
liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia
e sentimentos dignos de respeito e veneração;
II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou,
ainda, aquela determinada essencialmente por
considerações técnicas ou funcionais.
Nota: Outro fator importante é discernir o trabalho
que seja mera e puramente artístico do desenho
industrial.
Assim estatuiu a Lei:
Art. 98. Não se considera desenho industrial qualquer
obra de caráter puramente artístico. Deste modo, sendo
o trabalho artístico, aplica-se-lhe o direito civil. Ao revés,
sendo desenho industrial, será regido pelo direito
industrial.
DO PEDIDO DE REGISTRO
O pedido de registro de desenho industrial também é feito junto
ao INPI. O procedimento para pedido é o seguinte.
Faz-se o pedido, nos termos do artigo 101, que passa por um
exame formal preliminar. Apresentado o pedido, será ele
submetido a exame formal preliminar e, se devidamente
instruído, será protocolizado, considerada a data do
depósito a da sua apresentação (LPI, art. 102).
Art. 101. O pedido de registro, nas condições estabelecidas pelo
INPI, conterá:
I - requerimento;
II - relatório descritivo, se for o caso;
III - reivindicações, se for o caso;
IV - desenhos ou fotografias;
V - campo de aplicação do objeto; e
VI - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito.
Havendo irregularidades no pedido, desde que não prejudiquem por
completo o entendimento pelo INPI, pode-se protocolar o pleito,
tendo o autor o prazo de 05 dias para sanear o defeito
DA EXTINÇÃO DO REGISTRO
Art. 119. O registro extingue-se:
I - pela expiração do prazo de vigência;
II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o
direito de terceiros;
III - pela falta de pagamento da retribuição
prevista nos arts. 108 e 120; ou
IV - pela inobservância do disposto no art. 217.
O artigo 217, por seu turno, estabelece que:
Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior
deverá constituir e manter procurador
devidamente qualificado e domiciliado no País,
com poderes para representá-la administrativa e
judicialmente, inclusive para receber citações.
MARCA
Marca, na lição de Fábio Ulhoa, é o “designativo que
identifica produtos e serviços”.
Segundo a LPI:
Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os
sinais distintivos visualmente perceptíveis, não
compreendidos nas proibições legais. Para que uma marca
seja registrada, deve atender a alguns requisitos.
Analisemo-los.
- novidade relativa: a marca não exige que não se
esteja compreendida no estado da técnica. Até por
que para ela seria deveras difícil estabelecer um
delimitativo deveras rígido. O que se deve sempre
evitar é a confusão por parte dos consumidores ou
que um empresário possa se aproveitar de êxito
logrado pelo árduo trabalho de outro.
- não colidência com marca notória:
Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu
ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da
Convenção da União de Paris para Proteção da
Propriedade Industrial, goza de proteção especial,
independentemente de estar previamente depositada ou
registrada no Brasil. Assim, não posso criar uma
lanchonete no Brasil e chamá-la de Mac Donalds, mesmo
que a marca não esteja aqui no Brasil registrada.
- não impedimento: De acordo com a Lei:
Art. 124. Não são registráveis como marca:
I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo
e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros
ou internacionais, bem como a respectiva designação,
figura ou imitação;
II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando
revestidos de suficiente forma distintiva;
III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal
contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a
honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade
de consciência, crença, culto religioso ou ideia e
sentimento dignos de respeito e veneração;
IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público,
quando não requerido o registro pela própria entidade ou
órgão público;
V - reprodução ou imitação de elemento característico ou
diferenciador de título de estabelecimento ou nome de
empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou
associação com estes sinais distintivos;
VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou
simplesmente descritivo, quando tiver relação com o
produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado
comumente para designar uma característica do produto
ou
serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época
de produção ou de prestação do serviço, salvo quando revestidos de
suficiente forma distintiva;
VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de
modo peculiar e distintivo;
IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou
sinal que possa falsamente induzir indicação geográfica;
X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência,
natureza, qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se
destina;
XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para
garantia de padrão de qualquer gênero ou natureza;
XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca
coletiva ou de certificação por terceiro, observado o disposto no art. 154;
XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural,
social, político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido,
bem como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando
autorizados pela autoridade competente ou entidade promotora do
evento;
XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e
cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios, dos Municípios, ou de país;
XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou
patronímico e imagem de terceiros, salvo com
consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome
artístico singular ou coletivo, salvo com consentimento do
titular, herdeiros ou sucessores;
XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os
títulos que estejam protegidos pelo direito autoral e sejam
suscetíveis de causar confusão ou associação, salvo com
consentimento do autor ou titular;
XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte,
que tenha relação com o produto ou serviço a distinguir;
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte
ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir
ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim,
suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia;
XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou
serviço, salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se
revestirem de suficiente forma distintiva;
XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de
acondicionamento, ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de
efeito técnico;
XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de
terceiro; e
XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o
requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua
atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado em território
nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha acordo ou que
assegure reciprocidade de tratamento, se a marca se destinar a
distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível
de causar confusão ou associação com aquela marca alheia.
ESPÉCIES DE MARCAS
Segundo a lei, existem três espécies de marcas, a
saber:
Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - marca de produto ou serviço: aquela usada para
distinguir produto ou serviço de outro idêntico,
semelhante ou afim, de origem diversa;
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a
conformidade de um produto ou serviço com
determinadas normas ou especificações técnicas,
notadamente quanto à qualidade, natureza, material
utilizado e metodologia empregada; e
III - marca coletiva: aquela usada para identificar
produtos ou serviços provindos de membros de uma
determinada entidade.
- marca de produto ou serviço: é o comum. Segundo
a lei, é aquela usada para distinguir produto ou
serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de
origem diversa. marca de certificação: a marca de
certificação atesta a conformidade de produto ou
serviço com especificações técnicas, como, por
exemplo, a ABNT, a e INMETRO. Diz respeito à
qualidade. O registro da marca é feito pelo órgão
certificador.

- marca coletiva: a marca coletiva informa que aquele


produto ou serviço vem de pessoa filiada a uma
entidade, como associação de produtores. O
registro da marca é feito pela entidade.
DOS REQUERENTES DE REGISTRO
Podem requerer registro de marca as pessoas físicas
ou jurídicas de direito público ou de direito privado
(LPI, art. 128).
As pessoas de direito privado só podem requerer
registro de marca relativo à atividade que exerçam
efetiva e licitamente, de modo direto ou através de
empresas que controlem direta ou indiretamente,
declarando, no próprio requerimento, esta condição,
sob as penas da lei (LPI, art. 128, parágrafo primeiro).
O registro de marca coletiva só poderá ser
requerido por pessoa jurídica representativa de
coletividade, a qual poderá exercer atividade distinta
da de seus membros (LPI, art. 128, parágrafo
segundo). O registro da marca de certificação só
poderá ser requerido
DOS DIREITOS SOBRE A MARCA
A propriedade da marca adquire-se pelo registro
validamente expedido, conforme as disposições da
LPI, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo
em todo o território nacional.
O pedido de registro de marca coletiva conterá
regulamento de utilização, dispondo sobre
condições e proibições de uso da marca (LPI, art.
147).
Art. 148. O pedido de registro da marca de
certificação conterá:
I - as características do produto ou serviço objeto de
certificação; e
II - as medidas de controle que serão adotadas pelo
titular.
DO PEDIDO DE DEPÓSITO DA MARCA
O pedido deverá referir-se a um único sinal distintivo
e, nas condições estabelecidas pelo INPI, conterá (LPI,
art. 155):
I - requerimento;
II - etiquetas, quando for o caso; e
III - comprovante do pagamento da retribuição relativa ao
depósito.
DA VIGÊNCIA
O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez)
anos, contados da data da concessão do registro,
prorrogável por períodos iguais e sucessivos (LPI,
art. 133). O pedido de prorrogação deverá ser
formulado durante o último ano de vigência do registro,
instruído com o comprovante do pagamento da
respectiva retribuição (LPI, art. 133, parágrafo primeiro).
FIM
PENSAMENTO:

“ Sonhos são
Gratuitos.
Transformá-los
em realidade
Tem um peço.”

E.J.Gibs

Que Deus abençoe cada um de vocês e que guie por caminhos


cheios de paz, amor e prosperidade.

Prof: Marcondes Bezerra

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