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DIREITO EMPRESARIAL

AULA 01

PROF. DIOGEANO MARCELO DE LIMA


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1. ATUALIZAÇÃO JURÍDICA – divulgação e comentários sobre as decisões


judiciais mais recentes sobre as matérias lecionadas pelo professor;

1. COMPARTILHAMENTO DE MATERIAL EXCLUSIVO – acórdãos, doutrinas,


noticias, dentro das matérias lecionadas;

2. EXERCÍCIOS COMENTADOS – O aluno contará com exercícios para treinar o


aprendizado obtido em sala de aula;

3. NETWORKING - Criação de uma comunidade para desenvolver a habilidade


interpessoal que é importante para o futuro profissional.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Inicialmente, você sabe dizer o que é o direito


empresarial?

 É o pressuposto básico para se estudar qualquer


disciplina é saber do que ela trata.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Em síntese, é o regime jurídico especial de


direito privado destinado à regulação das
atividades econômicas e dos seus agentes
produtivos.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 O direito empresarial tem origem na Idade


Média, com o surgimento da necessidade de
normas que sistematizassem as transações
realizadas pelos comerciantes à época. Em sua
criação, os próprios comerciantes ditavam as
normas que seriam aplicáveis às relações, era
um direito feito pelas próprias partes, assim
vigendo por longo período

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Em uma segunda fase, já com a criação de


Monarquias, no início do século XIX, houve a
criação do Código Napoleônico, que, bipartindo
o direito privado em civil e comercial, criou a
teoria dos atos do comércio.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 De acordo com a teoria dos atos do comércio, sempre


que alguém praticava atividade econômica que o direito
considerava ato de comércio, submeter-se-ia às
obrigações do Código Comercial, a ele se sujeitando. A
caracterização de uma pessoa como comerciante era
feita com base em uma lista de atividades. Funcionava
basicamente assim: X praticava atividade de venda de
mercadorias, logo estava coberto por um manto
jurídico, que era o regime do direito comercial,
gozando de uma série de privilégios que lhe seriam
garantidos,
@Prof. DiogeanoMarcelo como concordata, celebração de contratos
mercantis, etc.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Ocorre que muitas atividades importantes, como a


prestação de serviços e as atividades rurais, não se
encontravam na lista, o que, em certo momento,
tornou inaplicável a teoria dos atos de comércio, já
difundida mundo afora.
 Como um prestador de serviço poderia olhar para o
vizinho que vendia mercadorias e, ambos exercendo
atividades econômicas, seriam submetidos a
tratamento tão diferenciado?
@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 A teoria perdurou até a segunda guerra mundial,


quando, na Itália, revolucionariamente, surge a
unificação do direito privado, com a criação da teoria
da empresa. E o que vem a ser?
 Segundo a teoria da empresa, o direito empresarial
não mais regularia a atividade de setores específicos.
A forma de produzir ou circular bens ou serviços, a
forma empresarial, é que seria agora levada em
consideração.
@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 A partir daquele momento, não se olharia mais para


quem era x ou quem era y, mas, sim, para o modo
como estes sujeitos organizavam seu trabalho. Em
regra, todo aquele que organizasse seu negócio
profissionalmente, para produzir ou circular bens ou
serviços poderia usufruir das benesses trazida pelo
Direito Empresarial.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 O Código Comercial brasileiro de 1850 fora fortemente


influenciado pela teoria dos atos do comércio. Todavia,
leis esparsas anteriores ao Novo Código Civil de 2002 já
previam a utilização da teoria da empresa, como o
Código de Defesa do Consumidor, juntamente de doutrina
e jurisprudência.

 O CC 2002 veio ao mundo apenas aniquilar a teoria dos


atos do comércio de nosso ordenamento.
@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Por esse motivo, torna-se, hoje, mais exata a


denominação direito empresarial, no lugar do já
consagrado nome direito comercial (embora ambas sejam
aceitas doutrinariamente).

 A expressão comerciante designava determinadas


categorias que estavam sob o manto das regras da teoria
dos atos do comércio. Já o termo empresário é deveras
mais moderno e abrangente.
@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 EMPRESÁRIO, QUE BICHO É ESSE?

 Empresário não é quem exerce a atividade X ou Y, mas,


sim, quem exerce atividade econômica profissionalmente
organizada para a produção ou circulação de bens e
serviços (Código Civil, art. 966).

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Excluídos do conceito de empresário:

 A despeito de desempenharem profissionalmente


atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços, nos termos do art.966
do Código Civil, alguns agentes econômicos, sejam
pessoas físicas ou jurídicas, não se caracterizam como
empresários por expressa determinação legal.
 São eles os profissionais intelectuais, os produtores
rurais, as sociedades simples e as sociedades
cooperativas.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Profissionais intelectuais:

 Excetua o Código Civil os profissionais que exercem


profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa (art. 966, parágrafo único, do
Código Civil).
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Profissionais intelectuais:

 São exemplos desses profissionais intelectuais o


advogado, o médico, arquiteto, o escritor, o pintor etc.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Profissionais intelectuais:

 Os sujeitos de profissão intelectual, de natureza científica,


literária ou artística normalmente não dependem de outros
fatores externos para produzir o bem pretendido, de forma
que essa organização é considerada, ainda que existente,
secundária.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Profissionais intelectuais:

 A atividade é desenvolvida pelo próprio agente, que,


individualmente, realiza todo o processo criativo. Ainda que
com a colaboração de terceiros, não haveria interferência
significativa de elementos externos de produção na atividade
desenvolvida, de forma que a profissão intelectual seria
desenvolvida basicamente mediante uma atuação pessoal do
agente.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Produtores rurais:

 Não são considerados como empresários pela lei também os


produtores rurais não registrados no Registro Público de
Empresas Mercantis.

 O Código Civil atentou-se à vastidão territorial do Brasil e


às diferenças entre as regiões para conceber o produtor
rural como organizado em economia familiar e cuja
atividade não possui qualquer organização, mas também o
grande produtor rurícola, cuja produção é desempenhada
por diversos empregados.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Produtores rurais:

 Diante de tão diversas concepções, facultou ao ruralista,


que desenvolve atividade profissional e habitual agrícola,
pecuária ou extrativista vegetal, optar pelo tratamento
como empresário. Para tanto, determinou, no art. 971, que
o empresário cuja atividade rural constitua sua principal
profissão pode requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os feitos,
aos demais empresários sujeitos ao registro.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Sociedades simples:

 As sociedades que tenham por objeto o desenvolvimento


de atividade dos profissionais intelectuais ou dos
produtores rurais também não serão consideradas
empresárias, exceto se essa atividade estiver envolvida
como elemento de empresa ou, no caso dos produtores
rurais, for registrada no Registro Público de Empresas
Mercantis.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Sociedades simples:

 Nos termos do art. 982 do Código Civil, considera-se


empresária a sociedade que tenha por objeto o exercício
de atividade própria de empresário sujeito a registro, e
simples as demais. Se diversos profissionais intelectuais
decidirem celebrar contrato de sociedade para explorarem
como objeto social justamente a profissão intelectual de
seus sócios, a sociedade por eles formada não será
considerada empresarial, mas sim terá a forma simples ou
não empresária.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Sociedades simples:

 Apenas quando organizarem os diversos fatores de


produção a ponto de tornarem o desenvolvimento da
atividade impessoal e desvinculado das características
pessoais dos sócios que a integram, a sociedade profissional
se tornará empresarial.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Sociedades cooperativas:

 Nos termos do art. 966 do Código Civil, o exercício


profissional de atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços
caracteriza o agente econômico como empresário.
 O parágrafo único do art. 982 do Código Civil cria exceção
legal a essa regra. Determina-se que, a despeito da
natureza da atividade explorada, considera-se empresária a
sociedade por ações e, simples, a cooperativa.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Sociedades cooperativas:

 A atividade empresária deve visar ao lucro. A cooperativa,


contudo, não possui essa finalidade. Conforme art. 4º, da
Lei n. 5.764/71, que disciplina o instituto da cooperativa
na omissão do Código Civil, as cooperativas são sociedades
constituídas para prestar serviços aos associados. Logo, não
é permitido as cooperativas terem como finalidade o lucro!
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Sociedades cooperativas:

 A atividade econômica desenvolvida pela cooperativa visa


ao proveito comum dos cooperados e não à obtenção do
lucro. Caso esse excepcionalmente ocorra, o lucro será
dividido proporcionalmente entre os cooperados. Deverá
ocorrer o retorno das sobras líquidas do exercício,
proporcionalmente às operações realizadas pelo associado,
salvo deliberação em contrário da assembleia geral.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 EMPRESA, QUE NEGÓCIO É ESSE?

 Há uma noção interessante de definição de empresa,


afirmada por economistas. Trata-se da teoria dos feixes
de contratos, firmada por Ronald H. Coase. Para este
autor a empresa é nada mais do que um conjunto de
feixe de contratos, a fim de reduzir os custos de
transação.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 As empresas são formadas por uma série de contratos


(compra, venda, mão de obra, serviços, fornecimento),
os quais servem para reduzir os seus custos operacionais.

 Gravem! Esses contratos (ou feixe de contratos)


permitem a organização dos fatores de produção e
redução dos custos de transação.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Uma outra teoria importante é a de Alberto Asquini, que


divide a empresa em quatro perfis, a saber:

1. Objetivo;
2. Subjetivo;
3. Funcional;
4. Corporativo/institucional.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Uma outra teoria importante é a de Alberto Asquini, que


divide a empresa em quatro perfis, a saber:

1. Objetivo;
2. Subjetivo;
3. Funcional;
4. Corporativo/institucional.

@Prof. DiogeanoMarcelo
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 No perfil subjetivo, a empresa equivale a figura do


empresário, pessoa física ou jurídica.
 No perfil objetivo, a empresa é vista como o patrimônio do
empresário, que se distingue do patrimônio utilizado pelo
empresário em sua vida particular.
 De acordo com o perfil funcional, a empresa é vista enquanto
atividade exercida pelo empresário.
 Por fim, o perfil corporativo/institucional, vê a empresa
como instituição, como um conjunto de pessoas que
trabalham para uma organização, do empresário e de seus
demais colaboradores. O perfil institucional tem foco, pois,
no conjunto de pessoas que trabalham no empreendimento.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO
EMPRESARIAL E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 Isso já foi cobrado em provas da seguinte maneira:

 (CESPE/Procurador do DF/2013) Para Ronald Coase, jurista


norte americano cujo pensamento doutrinário tem sido
bastante estudado pelos juristas brasileiros, a empresa se
revelaria, estruturalmente, como um “feixe de contratos”
que, oferecendo segurança institucional ao empresário,
permite a organização dos fatores de produção e a redução
dos custos de transação. Nesse aspecto, a proposta de Coase
coincide com o perfil institucional proposto por Asquini.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
E À ATIVIDADE EMPRESÁRIA

 GABARITO: A teoria da firma (de Coase) diverge da visão


institucional de empresa posta por Asquini, já que aquele vê
as entidades como conjunto de contratos, que visam a
reduzir os custos da produção e organiza-los, enquanto esta
vê as empresas como conjunto de pessoas que trabalham
para a organização.
 Se o plano não funciona, mude o plano,
NÃO A META!

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