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TEORIA DA EMPRESA

PROFª MSC. BRUNA BRASIL


AULA 02

TEORIA DA EMPRESA DE ALBERTO ASQUINI

Não se pode negar que o uso da expressão direito comercial se consagrou no


meio jurídico acadêmico e profissional, sobretudo porque foi o comércio, desde a
Antiguidade, como dito, a atividade precursora deste ramo do direito. Ocorre que, como
bem destaca a doutrina comercialista, há hoje outras atividades negociais, além do
comércio, como a indústria, os bancos, a prestação de serviços, entre outras.
Hodiernamente, portanto, o direito comercial não cuida apenas do comércio, mas
de toda e qualquer atividade econômica exercida com profissionalismo, intuito lucrativo
e finalidade de produzir ou fazer circular bens ou serviços. Dito de outra forma: o
direito comercial, hoje, cuida das relações empresariais, e por isso alguns têm
sustentado que, diante dessa nova realidade, melhor seria usar a expressão direito
empresarial.
Podemos, então, conceituar o Direito empresarial, em síntese, como o regime
jurídico especial de direito privado destinado à regulação das atividades econômicas e
dos seus agentes produtivos. Na qualidade de regime jurídico especial, contempla todo
um conjunto de normas específicas que se aplicam aos agentes econômicos, antes
chamados de comerciantes e hoje chamados de empresários.
Para Alberto Asquini, era necessário abandonar o conceito de “Comércio”, como
atividade principal do Direito Comercial, e passar a usar o conceito de “Empresa” para
basear esse ramo jurídico. Este autor entendia a empresa como um fenômeno
poliédrico, isto é, que tem diversas facetas, que ele chamou de perfis, são eles:
SUBJETIVO Considera-se a organização econômica da empresa pelo seu
vértice, utilizando a expressão em sentido subjetivo, como
sinônimo de empresário.
FUNCIONAL A empresa é considerada como a atividade empreendedora
determinada a um certo objetivo.
OBJETIVO Utiliza-se o complexo patrimonial como o centro de atenção do
conceito de empresa, sendo que poderá ser levada em
consideração todos os tipos de bens.
CORPORATIVO Aqui a empresa é considerada como uma especial organização de
pessoas, formada pelo empresário e prestadores de trabalho, seus
colaboradores

FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL


1 – FONTES FORMAIS: Constituem os mais variados elementos e fatores que
influenciam e determinam a criação de normas jurídicas
1.1 – Primárias ou Diretas: Normas que regem o exercício profissional de atividade
econômica organizada, ou seja, as normas que disciplinam a empresa e os
empresários. No Brasil, as normas nucleares que regem o direito
comercial/empresarial estão no Código Civil, mais precisamente entre os arts. 966 e
1.195 (Livro II do CC, chamado de “direito de empresa”).
1.2 – Subsidiárias ou Indiretas: Como os usos e costumes mercantis, sobretudo porque
o direito comercial, como visto, surgiu como um direito consuetudinário, baseado
nas práticas mercantis dos mercadores medievais.

2 – FONTES MATERIAIS: Constituem a forma pela qual se manifestam ou se


exteriorizam as normas jurídicas. Ex: Fatores econômicos - O arcabouço jurídico-
empresarial de um país será absolutamente influenciado pela economia desse país.

OBS: ELEMENTO DE EMPRESA (art. 966 do C.C.). Tem-se dois entendimentos, de


acordo com a doutrina:
a) Baseia-se na estrutura organizacional. Se tiver complexidade, haverá elemento de
empresa (atual entendimento do STJ).
b) Baseia-se na existência de outras atividades junto à atividade intelectual. Somente
havendo outras atividades que terá elemento de empresa.

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