Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROPÓSITO
Compreender a natureza jurídica do estabelecimento empresarial, relacionando-o com os
elementos de identificação da empresa e com as obrigações do empresário.
PREPARAÇÃO
Tenha o Código Civil (Lei n. 10.406/2002) em mãos, principal fonte legislativa para
compreensão e estudo do conteúdo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Fonte: Alphaspirit/Shutterstock
Vamos começar pelo esclarecimento dos conceitos de empresário, empresa e
estabelecimento.
EMPRESÁRIO
De acordo com o artigo 966 do Código Civil, é aquele (pessoa física) que exerce de forma
profissional uma ou mais atividades econômicas organizadas para a produção ou
circulação (intermediação) de bens ou de serviços.
PROFISSIONALISMO
O empresário deve exercer sua atividade de modo continuado, habitual, de maneira a extrair
seus rendimentos e sua manutenção desse trabalho. Portanto, não é empresário se a atividade
por ele exercida for esporádica, temporária, acessória. Tal elemento deve ser verificado na
prática como, por exemplo, se a única ou principal fonte dos rendimentos de uma pessoa
advém ou não de sua empresa. O termo profissional exige essa dedicação exclusiva ou
predominante à empresa.
EXERCÍCIO DA EMPRESA
Também é elemento de caracterização do empresário o exercício da empresa. Embora o
Código Civil não empregue o termo empresa, referindo-se apenas ao empresário, é possível
extrair o conceito de empresa do texto legal.
EMPRESA
ATENÇÃO
Entretanto, não é empresa qualquer atividade, é preciso que seja uma atividade lucrativa
(econômica), que propicie rendimentos, recursos para seu titular, pois o empresário também é
um profissional e visa ao lucro quando atua.
ESTABELECIMENTO
Na introdução, verificamos que a empresa é exercida de modo profissional pelo empresário,
que precisa organizar elementos para viabilizar a produção ou intermediação de bens ou
serviços.
EXEMPLO
Imagine que uma pessoa pretenda abrir um salão de barbeiro. Será necessário obter o local
apropriado, os equipamentos e materiais necessários e, talvez, contratar empregados.
O empresário precisa organizar os elementos de que necessita para atingir seu objetivo – o
exercício de empresa – e tais elementos são considerados em conjunto para efeitos legais
como estabelecimento.
ATENÇÃO
ARTIGO 1.142. CONSIDERA-SE ESTABELECIMENTO
TODO COMPLEXO DE BENS ORGANIZADO PARA
EXERCÍCIO DA EMPRESA, POR EMPRESÁRIO, OU
POR SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
EXEMPLO
Embora o Código Civil vigente seja uma lei já promulgada no século XXI, em fase adiantada da
disseminação de utilização da internet, não há tratamento para o estabelecimento virtual ou
imaterial. Todavia, não há nenhum obstáculo legal para que a empresa seja exercida sem um
imóvel para onde a clientela se dirija.
ARTIGO 1.143. PODE O ESTABELECIMENTO SER
OBJETO UNITÁRIO DE DIREITOS E DE NEGÓCIOS
JURÍDICOS, TRANSLATIVOS OU CONSTITUTIVOS,
QUE SEJAM COMPATÍVEIS COM A SUA NATUREZA.
COMENTÁRIO
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Entram no processo de produção ou circulação de bens ou serviços e variam de acordo com
múltiplos critérios, como porte da empresa, perfil de clientela, disponibilidade de recursos,
número de empregados, contratos de exploração etc.
INSUMOS
São a matéria-prima necessária para a empresa, podendo também englobar a contratação de
serviços de terceiros.
INSTALAÇÕES
Não se confundem com os imóveis ou o estabelecimento em sentido vulgar (loja), pois trata-se
dos bens móveis que guarnecerão os imóveis onde a empresa é exercida.
IMÓVEIS
São a base física da empresa, onde ela está assentada; contudo, pode o empresário alugá-los
ou arrendá-los de terceiros.
PRODUTOS
Produzidos ou distribuídos pelo empresário; são as mercadorias a serem destinadas a
terceiros, que constituem os estoques de que o empresário dispõe para atender sua clientela.
NOME EMPRESARIAL
É um elemento de identificação da empresa e será estudado na segunda parte deste módulo.
Sua função é identificar o empresário perante os órgãos oficiais e nos negócios jurídicos que
ele realizar.
TÍTULO DE ESTABELECIMENTO
É a identificação adotada pelo empresário para seu estabelecimento. Por exemplo: o
empresário Ivo Dias pode nomear seu estabelecimento como Lojas Campeão e, nesse caso,
Ivo Dias é o seu nome empresarial na modalidade firma, e Lojas Campeão o título do
estabelecimento.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Compreende os direitos que o empresário possui em relação às patentes de invenção ou de
modelos de utilidade, aos registros de desenho industrial ou de marcas. Todos esses direitos
são considerados por lei como bens móveis, passíveis, portanto, de cessão. A disciplina
específica dos direitos de propriedade industrial e sua proteção encontra-se na Lei n. 9.279, de
1996.
CONTRATOS
São os que o empresário celebra para a instalação, manutenção ou ampliação de seu
estabelecimento; eles integram o estabelecimento e podem ser objeto de cessão, exceto
aqueles de caráter pessoal, isto é, celebrados em razão de alguma qualidade pessoal do
contratante, cujas obrigações são afetas apenas a ele, sem transmissão a terceiros.
CRÉDITOS E DÍVIDAS
Integram o patrimônio do empresário e podem ser transmitidos com o estabelecimento.
Falaremos sobre eles no item referente aos efeitos obrigacionais da transferência do
estabelecimento.
PONTO EMPRESARIAL
É o local onde o empresário instala sua empresa e que serve de referência para seus clientes,
ou seja, é o imóvel utilizado, e pode ser próprio, cedido gratuitamente ou alugado.
SAIBA MAIS
Existe norma jurídica protegendo o ponto empresarial para evitar que o empresário locatário
de um imóvel, após certo tempo nele desenvolvendo com regularidade sua empresa, seja
obrigado a deslocar seu ponto para outro local, com perda natural de sua clientela, porque o
locador não renovou o contrato. Contudo, a renovação compulsória da locação depende da
satisfação de três requisitos cumulativos, previstos no artigo 51 da Lei n. 8.245, de 1991:
o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e
ininterrupto de três anos.
por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na
sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o
valor do negócio ou da propriedade;
o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio
existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu
cônjuge, ascendente ou descendente.
TRANSFERÊNCIA DO ESTABELECIMENTO
Entretanto, essa transferência traz consequências jurídicas para as partes, que devem
observar as disposições do Código Civil em vários aspectos que serão apresentados nos
próximos tópicos.
RESPONSABILIDADE DO ALIENANTE E DO
ADQUIRENTE
De acordo com o artigo 1.146 do Código Civil, o adquirente do estabelecimento, seja pessoa
física ou jurídica, responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que
regularmente contabilizados. Dessa maneira, todas as obrigações que o alienante contraiu até
a data da alienação, e que estejam devidamente escrituradas, deverão ser cumpridas pelo
adquirente.
Essa vedação precisa ser prevista no contrato, pois é decorrente de lei, mas pode ser afastada
por cláusula autorizativa. O objetivo da proibição é resguardar o adquirente de eventual
concorrência desleal que ele sofreria se o alienante pudesse, imediatamente ou pouco tempo
após a transferência, restabelecer-se em local próximo ao primitivo estabelecimento, com
potencial desvio de clientela.
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre a proibição de concorrência na alienação
do estabelecimento e suas modulações (tempo, espaço e atividade):
ELEMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO DA
EMPRESA
A empresa, atividade econômica organizada, não tem personalidade e, como tal, não tem
capacidade para exercer direitos e contrair obrigações. Quem tem personalidade é o
empresário (pessoa natural) ou a sociedade empresária (pessoa jurídica).
Mesmo sem personalidade, é possível identificar a empresa por várias formas, sendo a
principal delas o nome empresarial, que é a identificação oficial e obrigatória do seu titular.
Existem também outras formas de identificação da empresa, facultativas, conforme veremos a
seguir.
NOME EMPRESARIAL
É definido pelo artigo 1.155 do Código Civil como a firma ou a denominação adotada para o
exercício de empresa. O empresário precisa ter um nome para exercer sua empresa e
identificá-la. Tal designação não se confunde com os demais elementos – título de
estabelecimento, marcas, expressões ou sinais de propaganda.
SAIBA MAIS
Como o nome empresarial diz respeito à pessoa do empresário, é diverso do título, que se
refere ao estabelecimento, desprovido de personalidade. O nome empresarial não é usado
para distinguir produtos ou serviços (para isso é usada a marca), nem para recomendá-los aos
consumidores (para isso faz-se uso da expressão ou do sinal de propaganda).
O nome empresarial pode ser uma firma ou denominação, com regras próprias para sua
formação e seu emprego; o uso de uma ou do outro não é livre e dependerá da forma da
empresa.
A empresa pode ser exercida de forma individual e sem criação de pessoa jurídica quando se
tem a figura do empresário, definido no artigo 966 do Código Civil. O empresário (individual)
somente poderá adotar firma como nome empresarial, que será a sua assinatura nos atos por
ele praticados no exercício de sua empresa.
SAIBA MAIS
Nas sociedades, dependendo do tipo adotado, a firma é coletiva – também conhecida pela
expressão razão social porque pode contemplar na sua formação o nome de todos os sócios
ou de mais de um deles.
A formação da firma individual deve observar as regras do artigo 1.156 do Código Civil. Nesses
termos, a firma individual é constituída pelo nome completo (exemplo: Miguel de Sá Leitão) ou
abreviado do empresário (M. S. Leitão), aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da
sua pessoa ou do gênero de atividade. Nota-se que o empresário não poderá usar como firma
apenas o gênero de atividade ou o apelido ou codinome, eliminando o nome civil da formação.
O exercício da empresa também ocorre por meio da constituição de pessoa jurídica, seja da
espécie Sociedade (artigo 44, inciso II, do Código Civil), seja Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada – EIRELI (artigo 44, inciso VI, do Código Civil).
ATENÇÃO
Quando a forma de sociedade for adotada, é preciso verificar qual o tipo será escolhido, pois
existem tipos que deverão usar apenas a espécie firma, tipos em que pode ser adotada
qualquer uma das duas espécies e, na sociedade anônima, o nome empresarial deve ser
denominação.
A EIRELI tem a mesma regra quanto à adoção do nome empresarial que a sociedade limitada,
ou seja, poderá ser firma ou denominação, seguida sempre do aditivo EIRELI ao final, de
acordo com o artigo 980-A, § 1º, do Código Civil.
De acordo com o artigo 34 da Lei n. 8.934, de 1994, o nome empresarial obedecerá aos
princípios da veracidade e da novidade.
PRINCÍPIO DA VERACIDADE
Aplicável na formação e manutenção do nome empresarial, de modo que não se pode usar de
informações falsas no nome empresarial tanto dos sócios quanto do objeto social.
Alguns exemplos de infração ao princípio da veracidade: a firma individual indicar nome fictício
do empresário ou uma atividade que ele não exerce; a firma social indicar nome de pessoa que
não é sócio; a denominação indicar que o objeto da sociedade é uma atividade que nunca foi
ou deixou de ser exercida por ela.
Em atendimento ao princípio da veracidade, o artigo 1.165 do Código Civil determina que o
nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar não pode ser conservado na firma
social, porque em todas essas situações o nome empresarial não estará sendo fiel à realidade
e deverá ser modificado.
PRINCÍPIO DA NOVIDADE
Seu enunciado é dado pelo artigo 1.163 do Código Civil: o nome de empresário deve
distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
A prioridade no uso do nome empresarial será daquele que tiver se registrado como
empresário primeiro e, no caso de sociedade, a anterioridade do arquivamento do ato de
constituição na Junta Comercial.
Nota-se, pela redação do artigo 1.163, que a novidade é relativa, ou seja, podem existir dois ou
mais empresários com nomes idênticos ou semelhantes, desde que em registros diferentes.
EXEMPLO
Se o empresário está registrado na Junta Comercial do estado do Pará, poderá haver outro
empresário com o mesmo nome ou semelhante registrado na Junta Comercial de outro estado.
Entretanto, se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos na mesma
circunscrição, deverá acrescentar designação que o distinga. É nesse ponto que se aplica o
princípio da novidade.
Não existe um registro específico para o nome empresarial, mas há uma proteção a esse
elemento de identificação da empresa que decorre automaticamente do registro do
empresário individual ou do arquivamento dos atos de sociedades empresárias ou de suas
alterações.
ATENÇÃO
O empresário deverá informar ao registro empresarial qual será sua firma, formada em
observância às regras legais e ao princípio da veracidade e, em se tratando de sociedade
empresária, constará do seu contrato o estatuto do nome empresarial a ser adotado, também
em conformidade com o tipo e a formação.
ART. 5º (...)
XXIX – A LEI ASSEGURARÁ PROTEÇÃO (...) AOS
NOMES DE EMPRESAS E A OUTROS SIGNOS
DISTINTIVOS, TENDO EM VISTA O INTERESSE SOCIAL
E O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E
ECONÔMICO DO PAÍS.
(CFRB, 1988)
Fonte: R. Classen/Shutterstock
A lei a que se refere o inciso XXIX é a Lei n. 8934, de 1994, mas também encontramos
previsão no artigo 1.166 do Código Civil quanto à proteção do nome empresarial quanto à
extensão geográfica da proteção – o âmbito do estado em que o empresário ou a sociedade
empresária estiver registrada.
É possível a extensão da proteção do nome empresarial a todo o território nacional, mas não
se trata de ato decorrente apenas do arquivamento. É necessário requerimento do interessado,
observando-se o disposto em ato do Departamento Nacional de Registro Empresarial e
Integração (Instrução Normativa n. 81, de 2020, Capítulo I, Seção V).
TÍTULO DE ESTABELECIMENTO
É a designação dada pelo empresário ao seu estabelecimento; pode ser composto por parte do
nome empresarial ou completamente distinto.
EXEMPLO
O nome empresarial de uma sociedade limitada é a firma Peixoto & Cia. Ltda. e o título de
estabelecimento é Padaria Confiança.
Não há registro específico para o título de estabelecimento, assim como para o nome
empresarial, mas sua proteção não segue a mesma regra deste porque o empresário não é
obrigado a informar à Junta Comercial qual título dará a seu estabelecimento.
ATENÇÃO
MARCA
A marca é um elemento de identificação da empresa que diz respeito aos produtos ou serviços
oriundos de empresário ou sociedade empresária. Ao contrário do nome empresarial e do título
de estabelecimento, há um registro específico para a marca, a cargo do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI).
ATENÇÃO
Qualquer sinal distintivo visualmente perceptível, figura ou nome, pode ser registrado como
marca, desde que não esteja compreendido na relação de sinais não registráveis.
É extensa a relação de sinais não registráveis (artigo 124 da Lei n. 9279, de 1996) e nela se
inclui o sinal que reproduzir ou imitar elemento característico ou diferenciador de título de
estabelecimento ou nome empresarial de terceiros, suscetível de causar confusão ou
associação com esses sinais distintivos.
ESPÉCIES DE MARCA
Para efeito de registro da marca, são identificadas três espécies conforme o artigo 123 da Lei
9.279/1996:
marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro
idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa;
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
A proteção conferida pelo registro da marca não se estende a qualquer produto ou serviço,
sendo restrita à classe (ou às classes) de produtos ou serviços que o proprietário indicar ao
depositar o seu pedido no INPI.
Existe uma classificação de produtos e serviços adotada pelo INPI denominada Classificação
Internacional de Produtos e Serviços de Nice, que possui uma lista de 45 classes com
informações sobre os diversos tipos de produtos e serviços e o que pertence a cada classe. O
sistema de classificação é dividido entre produtos, listados nas classes de 1 a 34, e serviços,
listados nas classes de 35 a 45.
O princípio da especialidade tem como exceção a Marca de Alto Renome, isto é, a marca
registrada no Brasil que tem assegurada proteção especial em todos os ramos de atividade, de
acordo com o artigo 125 da Lei n. 9279, de 1996. O INPI considera como de alto renome:
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
A proteção conferida por lei fica limitada ao território do país onde a marca é registrada, ou
seja, a abrangência geográfica é nacional. Um empresário que tenha sua marca registrada no
INPI não poderá fazer valer sua exclusividade fora do território nacional.
Esse princípio tem como exceção a marca notoriamente conhecida, prevista no artigo 126 da
Lei n. 9.279, de 1996. Trata-se de um registro especial a certas marcas, pelo fato de terem um
reconhecimento notório em seu ramo de atividade, gozando de proteção especial internacional,
independentemente de estarem previamente depositadas ou registradas em mais de um país.
Com isso, o titular da marca notoriamente conhecida poderá exercer as prerrogativas de seu
direito marcário em todos os países signatários ou que aderirem à Convenção da União de
Paris para Proteção da Propriedade Industrial.
De acordo com o artigo 133 da Lei n. 9.279, de 1996, o registro da marca vigora pelo prazo de
dez anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e
sucessivos. Com isso, desde que haja pedido de prorrogação nas condições fixadas no artigo
133, o titular poderá exercer seus direitos sobre a marca por tempo indeterminado.
É possível ao titular, a qualquer momento durante a vigência do registro, renunciar aos direitos
sobre a marca, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços
assinalados no certificado.
ATENÇÃO
Qualquer empresário que se sentir prejudicado pela conduta desleal e dolosa (intencional) de
terceiro, empresário ou não, que se utiliza das expressões ou sinais de propaganda, ou as
imita, para desviar a clientela ou iludi-la pela confusão entre os produtos ou estabelecimentos,
poderá oferecer queixa-crime em face dos responsáveis. Independentemente da ação criminal,
o prejudicado poderá intentar as ações cíveis reparatórias dos prejuízos causados pelo ato de
concorrência desleal.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Sociedade empresária
C) Estabelecimento
D) Ponto empresarial
B) O alienante não poderá fazer concorrência ao adquirente apenas na localidade onde está
instalada a filial, mas poderá fazê-lo em outra localidade.
C) O alienante poderá fazer concorrência ao adquirente desde que o indenize dos prejuízos
causados pelos potenciais atos de desvio de clientela.
GABARITO
1. Almir e Carlos investiram suas economias para constituir uma sociedade que
explorará a atividade econômica de hotelaria. Para que seja possível a realização dessa
empresa, os sócios adquiriram imóvel para a instalação do hotel, mobiliário, máquinas,
celebraram contratos e escolheram uma denominação para a sociedade. Considerando o
cenário apresentado pela narrativa, bem como as noções que foram apresentadas, é
possível afirmar que o empreendimento hoteleiro que a sociedade vai explorar
denomina-se:
2. A sociedade Marina Modas Ltda. alienou uma de suas filiais para a sociedade Saturno
& Dias Ltda. No contrato de alienação, não ficou estabelecido qualquer prerrogativa do
alienante quanto a eventual restabelecimento, seja na mesma localidade onde está
instalada a filial alienada seja em outra localidade. De acordo com a disposição legal que
rege a alienação do estabelecimento (ou de suas filiais), é correto afirmar:
A disposição legal (artigo 1.147, caput, do Código Civil) determina que há uma proibição
implícita de concorrência na alienação do estabelecimento pelo prazo de cinco anos seguintes
à transferência, exceto se houver estipulação contratual diversa.
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
Fonte: Sfio Cracho/Shutterstock
Essas obrigações não são as únicas impostas aos empresários, existindo outras dependendo
do ponto de vista analisado.
CONTRIBUINTE
O empresário tem obrigações de cunho tributário perante a Fazenda Pública.
EMPREGADOR
O empresário tem obrigações perante seus empregados, os órgãos governamentais e a
seguridade social.
COMENTÁRIO
No entanto, nosso estudo será dirigido para as quatro obrigações já mencionadas, que são
aquelas previstas no Livro II da Parte Especial do Código Civil, dedicado ao Direito de
Empresa.
A interpretação dos dois artigos citados nos leva à conclusão de que, se o empresário não
realizar sua inscrição, ele estará irregular (empresário de fato), mas nem por isso deixará de
ser um empresário, pois reúne os requisitos do profissionalismo e exercício da empresa.
Contudo, o empresário que se inscrever na Junta Comercial estará regular na sua atividade
e, por isso, é denominado empresário de direito.
EXEMPLO
Há uma exceção ao regime da inscrição obrigatória de que trata o artigo 967. Trata-se do
empresário rural e da sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de
empresário rural.
De acordo com os artigos 971 e 984 do Código Civil, respectivamente, o empresário que tiver
por principal atividade a empresa rural e a sociedade empresária com essa mesma
característica poderá pleitear a inscrição ou o arquivamento do ato de constituição perante o
Registro Público de Empresas Mercantis, cuja execução caberá às Juntas Comerciais. Caso o
empresário faça sua inscrição na Junta Comercial, ele não será reputado empresário para
efeito legal, pois somente com a inscrição é que ocorrerá sua equiparação ao empresário
regular.
EMPRESÁRIO RURAL
Situação muito específica, pois a regra no Direito Empresarial brasileiro é a de que, sem
inscrição, todo empresário é irregular. Porém, no caso do empresário rural, como se trata de
opção pelo registro empresarial, ou ele é empresário porque está inscrito ou não é empresário,
sendo reputado um profissional liberal. Jamais poderá ser considerado empresário irregular por
não ter exercido a escolha pelo registro empresarial.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA
A sociedade somente terá o tratamento de pessoa jurídica e poderá assumir obrigações e
exercer direitos em nome próprio caso seu ato de constituição (contrato ou estatuto) for
arquivado no registro próprio (registro empresarial ou registro civil de pessoas jurídicas), como
exige o artigo 985 do Código Civil. Assim, se a sociedade tiver por objeto uma empresa rural e
não realizar o arquivamento no registro empresarial por opção dos sócios, terá que fazê-lo no
registro civil de pessoas jurídicas, pois do contrário será uma sociedade irregular, sem
personalidade jurídica.
SOCIEDADE SIMPLES
Aquelas que não exercem empresa ou exercem empresa rural e não optaram pelo
registro empresarial.
ATENÇÃO
Exceção à regra do artigo 1.150 do Código Civil para efeito de vinculação ao Registro Público
de Empresas Mercantis é a sociedade cooperativa. Tal sociedade não é empresária, qualquer
que seja seu objeto, pois a lei lhe impõe a natureza de sociedade simples (artigo 982,
parágrafo único, do Código Civil). Entretanto, como a sociedade cooperativa é regulada em lei
especial, aplicando-se apenas de maneira subsidiária as disposições do Código Civil, há
dispositivo expresso na lei de cooperativas indicando ser competente para elas as Juntas
Comerciais para efeito de arquivamento de seu estatuto (artigo 18 da Lei n. 5.764, de 1971).
DREI
Sua finalidade mais importante é dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia
aos atos praticados pelos empresários e pelas sociedades empresárias que devam ser
submetidos a registro na forma da lei. Como a execução dos serviços de registro está a cargo
das Juntas Comerciais, a ênfase será nesse órgão.
DREI
ARTIGO 4º (...)
II - ESTABELECER E CONSOLIDAR, COM
EXCLUSIVIDADE, AS NORMAS E DIRETRIZES GERAIS
DO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS E
ATIVIDADES AFINS; III - SOLUCIONAR DÚVIDAS
OCORRENTES NA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS,
REGULAMENTOS E DEMAIS NORMAS
RELACIONADAS COM O REGISTRO DE EMPRESAS
MERCANTIS, BAIXANDO INSTRUÇÕES PARA ESSE
FIM; IV - PRESTAR ORIENTAÇÃO ÀS JUNTAS
COMERCIAIS, COM VISTAS À SOLUÇÃO DE
CONSULTAS E À OBSERVÂNCIA DAS NORMAS
LEGAIS E REGULAMENTARES DO REGISTRO
PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS E ATIVIDADES
AFINS; VI - ESTABELECER NORMAS
PROCEDIMENTAIS DE ARQUIVAMENTO DE ATOS DE
FIRMAS MERCANTIS INDIVIDUAIS E SOCIEDADES
MERCANTIS DE QUALQUER NATUREZA.
AS JUNTAS COMERCIAIS
As funções executora e administradora dos serviços de registro, como órgãos locais, são
reservadas às Juntas Comerciais. Em cada estado brasileiro e no Distrito Federal há uma
Junta Comercial, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva.
ATENÇÃO
De acordo com o artigo 8º da lei 8.934/1994, a estrutura básica das juntas comerciais é
composta pelos seguintes órgãos:
ARTIGO 8º
SAIBA MAIS
O número de vogais e suplentes é fixado por lei estadual ou distrital, observados os limites
fixados no artigo 10 da Lei n. 8.934, de 1994, ou seja, mínimo de 11 e máximo de 23 vogais. O
mandato de vogal e respectivo suplente é de quatro anos, permitida apenas uma recondução.
ARTIGO 8º (...)
Fonte: wnprh collective/Shutterstock
Fonte: Pranch/Shutterstock
A pessoa responsável pela análise do pedido (julgador singular ou Turma), antes do deferir e
efetivar o registro, deve verificar a autenticidade e a legitimidade do signatário do requerimento
(no caso de sociedade empresária ou cooperativa, a legitimidade é do administrador), bem
como fiscalizar a observância das prescrições legais concernentes ao ato ou aos documentos
apresentados.
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre o panorama dos processos decisório e
revisional nas Juntas Comerciais:
ATENÇÃO
EFEITOS DO ARQUIVAMENTO
PUBLICIDADE
O documento se torna de conhecimento público e qualquer pessoa, sem necessidade de
provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas Juntas Comerciais e obter
certidões, mediante pagamento do preço devido.
EFICÁCIA DO ATO
O arquivamento torna eficaz o ato praticado pelo empresário, pela sociedade empresária ou
cooperativa tanto entre as partes quanto em relação a terceiros (eficácia perante todos ou erga
omnes). Tal efeito tem previsão no artigo 1.154 do Código Civil.
ATENÇÃO
Até o arquivamento, o ato sujeito a registro tem eficácia apenas entre as partes e não pode ser
oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia. Uma vez realizado o arquivamento com
o cumprimento das formalidades legais, o terceiro não pode alegar ignorância, mesmo que não
conheça de fato o conteúdo do documento. O efeito do arquivamento pode retroagir ou não
dependendo do cumprimento do prazo de trinta dias para seu envio à Junta Comercial.
ESCRITURAÇÃO DE LIVROS
O Código Civil impõe aos empresários e às sociedades empresárias a escrituração das
operações por eles realizadas.
ARTIGO 1.179. O EMPRESÁRIO E A SOCIEDADE
EMPRESÁRIA SÃO OBRIGADOS A SEGUIR UM
SISTEMA DE CONTABILIDADE, MECANIZADO OU NÃO,
COM BASE NA ESCRITURAÇÃO UNIFORME DE SEUS
LIVROS, EM CORRESPONDÊNCIA COM A
DOCUMENTAÇÃO RESPECTIVA.
Embora o texto legal se refira a “livros”, apenas é obrigatório o livro Diário, do qual falaremos
mais à frente.
O empresário deve seguir as normas da ciência da contabilidade para a escrituração mercantil
e, por essa razão, a lei impõe que a escrituração fique sob a responsabilidade de contabilista
ou técnico em contabilidade habilitado. A escrituração pode ser manual ou mecanizada, isto é,
com auxílio de máquinas ou programas de computador, aí incluída a escrituração eletrônica em
livros digitais.
Em complemento ao Código Civil, a Instrução Normativa DREI n. 11, de 2013, dispõe sobre
procedimentos para a validade e eficácia dos instrumentos de escrituração dos empresários
individuais, das empresas individuais de responsabilidade Ltda – EIRELI, das sociedades
empresárias, das cooperativas, dos consórcios, dos grupos de sociedades, dos leiloeiros, dos
tradutores públicos e intérpretes comerciais.
ARTIGO 2º DA IN 11
O artigo 2º da IN 11 enumera os instrumentos de escrituração autorizados para os
empresários e as sociedades empresárias atualmente admitidos:
Livros em papel.
Livros digitais.
DISPENSA DE ESCRITURAÇÃO
ATENÇÃO
O conceito de pequeno empresário para efeito de aplicação dos artigos citados encontra-se no
artigo 68 da Lei Complementar n. 123, de 2006. Considera-se pequeno empresário o
empresário individual caracterizado como microempresa na forma dessa lei complementar que
aufira receita bruta anual até o limite de R$81.000,00 (oitenta e um mil reais). Portanto, o
empresário deve estar inscrito na Junta Comercial (empresário regular) e, cumulativamente,
estar enquadrado como microempresa, além de manter o limite anual de receita bruta previsto.
LIVRO DIÁRIO
O livro Diário é o único previsto no Código Civil comum aos empresários e às sociedades
empresárias, e sua adoção está prevista no artigo 1.180 do Código Civil.
DIÁRIO
INDIVIDUAÇÃO
LEILOEIROS
Diário de Entrada, Diário de Saída, Contas Correntes, Protocolo, Diário de Leilões e Livro Talão
ARMAZÉNS GERAIS
Livro de entrada e saída de mercadorias.
EMITENTES DE DUPLICATAS
Livro de Registro de Duplicatas, exceto se a emissão da duplicata for escritural.
MICROEMPRESAS
Livro Caixa (exceto pequeno empresário, microempreendedor individual, e empresas de
pequeno porte).
Se o empresário não for enquadrado em nenhuma das situações que ensejam a utilização de
livros obrigatórios especiais, bastará o Diário. Isso não impede, porém, que sejam escriturados
outros livros, cujos número e espécie ficam a critério dos interessados. Esses livros são
denominados facultativos, sendo os mais conhecidos os seguintes:
LIVRO RAZÃO
Para escrituração das operações por conta contábil a que elas se referem.
LIVRO CAIXA
Para escrituração da movimentação financeira e bancária (quando não se tratar de
microempresa ou empresa de pequeno porte.)
De acordo com o artigo 226 do Código Civil, os livros e as fichas dos empresários e das
sociedades provam contra as pessoas a que pertencem e em seu favor, mas, nesse último
caso, apenas quando escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco e quando os lançamentos
forem confirmados por outros subsídios.
FORMALIDADES INTRÍNSECAS
As formalidades intrínsecas referem-se à escrituração dos livros, que deve ser feita em idioma
e moeda corrente nacionais e em forma contábil por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem
intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as
margens. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas que constem de livro
próprio, regularmente autenticado.
ABERTURA
O artigo 1.177 do Código Civil dispõe que os assentos lançados nos livros ou nas fichas do
empresário, por quaisquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, no caso o
contabilista, produzem, salvo se este houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o
fossem por aquele.
Assim, há uma responsabilidade direta do empresário pelo conteúdo de seus livros, sendo sua
a culpa presumida por qualquer irregularidade detectada no conteúdo dos lançamentos.
Caberá ao empresário afastar essa presunção de culpa e demonstrar a má-fé do contabilista.
O artigo 1.190 do Código Civil determina que nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a
sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e suas fichas, as formalidades
prescritas em lei.
Embora o texto do dispositivo legal seja incisivo, existem situações previstas em lei em que o
sigilo não pode ser invocado. São as hipóteses de exibição de livros, que podem ser
determinadas no curso de uma ação (exibição judicial) ou perante autoridades de fiscalização
(exibição extrajudicial).
Qualquer uma das duas modalidades de exibição de livros por ser realizada por inteiro (exame
de todo o conteúdo do livro) ou parcial (exame apenas da parte que interessar ou for
solicitada).
A exibição judicial dos livros é feita no curso de um processo ou antes de sua propositura se
for em caráter de urgência. Todavia, o juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e
das fichas de escrituração se houver requerimento nesse sentido e quando for necessária para
resolver questões relativas à sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à
conta de outrem, ou em caso de falência.
Fora essas situações apresentadas, a exibição pode ser parcial, sendo possível ao juiz, de
ofício ou a requerimento, determinar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam
examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de
pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão.
Fonte: Sebra/Shutterstock
ATENÇÃO
Sobre a exibição extrajudicial, o artigo 1.193 do Código Civil dispõe que as restrições
estabelecidas quanto ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às
autoridades fazendárias no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos
estritos das respectivas leis especiais.
Fonte: CrizzyStudio/Shutterstock
O artigo 1.179 do Código Civil impõe ao empresário e à sociedade empresária a obrigação
de levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
PEQUENO EMPRESÁRIO
Da mesma forma que está dispensado da escrituração de livros, também está isento da
obrigação quanto ao levantamento dos balanços.
Após a elaboração desses documentos contábeis, ambos devem ser lançados no livro Diário.
Caso o empresário ou a sociedade empresária tenha substituído o livro Diário pelo livro
Balancetes Diários e Balanços, também deverá lançar nele o balanço patrimonial e o
resultado econômico no encerramento do exercício. A adoção de fichas em substituição ao
livro Diário não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e
do de resultado econômico.
O artigo 1.188 do Código Civil determina que o balanço patrimonial indique, distintamente, o
ativo e o passivo e exprima, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa ao final do
exercício social, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis
especiais.
SAIBA MAIS
CONSERVAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE
ESCRITURAÇÃO,
CORRESPONDÊNCIA E MAIS PAPÉIS
Em conformidade com o artigo 1.194 do Código Civil, o empresário e a sociedade empresária
são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e os papéis
concernentes à sua atividade enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos
atos neles consignados.
PRAZO
O prazo máximo de prescrição no Direito brasileiro é de dez anos; segundo o artigo 205 do
Código Civil, o empresário não precisa guardar por tempo indeterminado os documentos
relativos à sua atividade, ou até em tempo menor poderá descartá-los, caso o prazo
prescricional específico para o exercício de determinada pretensão seja inferior a dez anos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Alceu poderá autenticar os livros empresariais na Junta Comercial, a qualquer momento, por
ser empresário.
B) Alceu não poderá autenticar os livros empresariais enquanto não realizar sua inscrição
como empresário individual na Junta Comercial.
C) Alceu não poderá autenticar os livros empresariais, mas estes farão prova plena em ações
judiciais tanto a favor quanto contra o empresário.
GABARITO
Das alternativas apresentadas, apenas a letra B é correta. A autenticação dos livros é uma
formalidade obrigatória para os livros empresariais de cunho extrínseco e está a cargo das
Juntas Comerciais, porém ela não será feita sem que estejam inscritos o empresário ou a
sociedade empresária, de acordo com o art. 1.181, parágrafo único, do Código Civil.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No módulo 1, vimos que a empresa é uma atividade econômica organizada pelo empresário
que se utiliza de vários bens para essa finalidade; ao conjunto desses bens, corpóreos e
incorpóreos denomina-se estabelecimento, que é uma universalidade.
Analisamos que o estabelecimento pode ser objeto de vários negócios ou os bens que o
integram separadamente. Nessas transferências, definitivas ou temporárias, as partes ficam
sujeitas a vários efeitos obrigacionais, como o arquivamento e a publicação do contrato,
responsabilidade do adquirente pelos débitos contabilizados, manutenção dos contratos
celebrados para a exploração, cessão dos créditos e proibição temporária e implícita de
concorrência.
Verificamos que a empresa pode ser identificada de várias formas, mas a principal delas é pelo
nome empresarial, aliás a única forma obrigatória. Outros modos de identificação, todos
facultativos, são o título de estabelecimento, as marcas e as expressões ou os sinais de
propagandas, cada qual com a sua finalidade e regra própria de proteção, sendo que para as
marcas existe a necessidade de um registro especial.
Por fim, apresentamos as demais obrigações dos empresários, como a escrituração dos livros,
o levantamento dos balanços patrimonial e de resultado econômico e a conservação de
documentos. Destacamos a importância dos livros empresariais como instrumento
complementar para a prova de obrigações contraídas pelo empresário em um processo judicial
e a necessidade de observarem as formalidades legais em caso de exibição judicial.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BARBOSA, P. M. N. E-stabelecimento: Teoria do estabelecimento comercial na internet,
aplicativos, websites, segregação patrimonial, trade dress eletrônico, concorrência online,
ativos intangíveis cibernéticos e negócios jurídicos. São Paulo: Quartier Latin, 2017.
BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso Avançado de Direito Comercial. 11. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.
BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988.
BRASIL. Casa Civil. Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Brasília, 1994.
BRASIL. Casa Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília,
2002.
COELHO, F. U. Novo Manual de Direito Comercial. 31. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2020.
REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. v. 1, 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
EXPLORE+
Para o estudo dos instrumentos de escrituração e dos livros digitais, leia o Decreto n.
6.022, de 22 de janeiro de 2007, que institui o Sistema Público de Escrituração Digital
(Sped).
Sobre o assunto das formalidades extrínsecas dos livros empresariais e da autenticação,
confira o Manual de Autenticação dos Livros Digitais SPED Contábil Escrituração Contábil
Digital – ECD, 2.ed. 2011.
Por se tratar de tema muito específico, com vários desdobramentos, leia o livro
Estabelecimento: Teoria do Estabelecimento Comercial na Internet, Aplicativos, Websites,
Segregação Patrimonial, Trade dress Eletrônico, Concorrência online, Ativos Intangíveis
Cibernéticos e Negócios Jurídicos, de Pedro Marcos Nunes Barbosa, 2017.
Para saber mais sobre os critérios para verificação de identidade ou semelhança entre
nomes empresariais, leia a Seção IV do Capítulo I da Instrução Normativa DREI n. 81, em
vigor desde 1° de julho de 2020.
CONTEUDISTA
Alexandre Ferreira de Assumpção Alves
CURRÍCULO LATTES