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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 4

Objectivos: ...................................................................................................................................... 5

Geral:............................................................................................................................................... 5

Específicos: ..................................................................................................................................... 5

Lista de abreviaturas ....................................................................................................................... 4

Administração das sociedades comerciais ...................................................................................... 5

1. Definição e conceito de empresa ............................................................................................. 5

1.1. Sujeitos da Empresa ............................................................................................................. 6

2. Conceito de Sociedades Comerciais ........................................................................................ 6

2.1. Personalidade Jurídica das Sociedades Comerciais ............................................................. 7

2.2. Capacidade Jurídica das Sociedades Comerciais ................................................................. 8

2.3. Objecto e Forma das Sociedades Comerciais ...................................................................... 8

2.4. O Princípio da Tipicidade das sociedades comerciais ....................................................... 10

3. Classificação das Sociedades Comerciais ............................................................................. 10

3.1. Tipos de Sociedades comerciais. ....................................................................................... 11

a) Sociedade em nome colectivo ............................................................................................... 11

b) Sociedade de Capital e Indústria ........................................................................................... 11

c) Sociedade em comandita (Simples e por Acções) ................................................................. 12

d) Sociedade por Quota .............................................................................................................. 13

e) Sociedade anónima. ............................................................................................................... 14

4. Responsabilidades, Direitos e Deveres dos Sócios. .............................................................. 14

5. Administração das sociedades comerciais em especial ......................................................... 15

Conclusão ...................................................................................................................................... 17

Bibliografia ................................................................................................................................... 18
Introdução
O presente trabalho de pesquisa tem como objecto o estudo sobre a administração das sociedades
comerciais, estas que sem sombra de dúvidas têm sido muito comuns nos dias que correm, pois
são o centro do exercício das actividades comerciais.

Não obstante, pretende-se neste trabalho abordar sobre as sociedades comerciais no geral, pois
não tem como falar da administração das mesmas sem antes conhecer ou ter um breve
conhecimento do que seriam sociedades comerciais. Há quem define sociedades comerciais
como sendo entidades que exercem o actos ou actividades mercantis, paradoxalmente há quem
defina as sociedades comerciais como sendo um contrato que se estabelecido para a prossecução
do principal se não o único objectivo das sociedades comerciais que é a obtenção do lucro.

Portanto, relativamente à figura das sociedades comerciais são levadas a cabo essas pequenas se
não, importantes discussões que têm vindo a desenvolver com o passar dos tempos deste a sua
introdução na França.

Pretende-se não só abordar da administração das sociedades comerciais de um modo geral como
também no caso em particular de Moçambique. Saber como é que o ordenamento jurídico regula
as actividades económicas exercidas pelas sociedades comerciais, quais os parámteros
estabelecidos pela lei.
Objectivos:

Geral:
 Relatar sobre a administração das sociedades comerciais no ordenamento jurídico
moçambicano;

Específicos:
1. Descrever as sociedades comerciais do seguinte modo:
 Explicar o conceito de empresa de modo a agrupar as sociedades comerciais dentro
destas;
 Apresentar os sujeitos da Empresa;
 Trazer o conceito e definição das sociedades comerciais;
 Detectar a importância do princípio da tipicidade;
 Desdobrar sobre a personalidade e capacidade jurídica;
 Apontar e caracterizar os tipos de sociedade comercial;

2. Ilustrar como é feita a administração das sociedades comercias:


 Definir administração no âmbito geral
 Listar como é feita a administração nos diferentes tipos de sociedade.
Lista de abreviaturas
Art- Artigo

Ccom- Código Comercial

CC- Código Civil

SA- Sociedades Anónimas

LTD- Limitada

SARL-Sociedades Anónimas de responsabilidade limitada


Administração das sociedades comerciais
O exercício da actividade comercial é realizado através de empresas. O empresário por sua vez
pode ser uma pessoa fisíca ou jurídica (Sociedade Comercial). Portanto, muito antes de se ir ao
encontro daquela que é a essência da administração das sociedades comerciais, importa antes
trazer aqui a definição e conceito de empresa, de modo a localizar (enquadrar) o âmbito das
sociedades comerciais.

1. Definição e conceito de empresa


O autor ALBERTO ASQUINI1 elaborou uma definição que compreende quatro perfis, 2ora veja-
se três (3) significados juridicos para o vocábulo técnico, que correspondente aos três primeiros
perfis:

a) Perfil subjectivo- A empresa é o empresário, pois empresário é quem exercita a


actividade económica organizada, de forma continuada. Nesse sentido, a empresa pode
ser uma pessoa física (natural) ou uma pessoa jurídica3, pois ela é titular de direitos e
obrigações.
b) Perfil funcional- A empresa é uma actividade, que realiza produção e circulação de bens
e serviços, mediante organização de factores de produção (capital, trabalho, matéria
prima etc).
c) Perfil objectivo (patrimonial)- A empresa é um conjunto de bens. A palavra empresa é
sinônima da expressão estabelecimento comercial. Os bens estão unidos para uma
actividade específica, que é o exercício da actividade económica. A empresa, portanto,
tem todos esses significados. Há também um quarto perfil, criticado pela doutrina por
não corresponder a qualquer significado jurídico, mas apenas por estar de acordo com a
ideologia fascista, que controlava o Estado italiano por ocasião da positivação da teoria
da empresa.

1
Célebre jurista italiano. Elaborou, em 1943, a teoria dos perfis - estudo sobre o conceito da palavra empresa.
2
Asquini focalizou os quatro perfis jurídicos do conceito econômico de empresa no Código Civil italiano de 1942.
3
Pessoa jurídica é a entidade abstracta com existência e responsabilidade jurídicas como, por exemplo, uma
associação, empresa, companhia, legalmente autorizadas. Podem ser de direito público ou de direito privado.

5
d) Perfil corporativo- A empresa é uma instituição, uma organização pessoal, formada
pelo empresário e pelos colaboradores (empregados e prestadores de serviços), todos
voltados para uma finalidade comum.

Ora, em linhas gerais empresa é toda a organização de natureza civil ou mercantil, destinada
a exploração, por pessoa física ou jurídica, de qualquer actividade com fins lucrativos.

1.1. Sujeitos da Empresa


Toda e qualquer que seja a empresa conta com um sujeito, ou seja, com a figura central da
actividade comercial e a este designa-se empresário comerciante, ou simplesmente
comerciante. Num contexto jurídico, Comerciante é, portanto, aquela pessoa capaz (dotada de
capacidade e personalidade jurídica) que realiza actos de comércio profissionalmente com intuito
de obter o lucro.

O proprietário da empresa pode ser apenas uma pessoa, casos das empresas individuais como
podem ser mais de uma, formando sociedades.

2. Conceito de Sociedades Comerciais


As sociedades comerciais são ou podem ser definidas em duas perspectivas: Legal e doutrinal.

I. Perspectiva Legal- Fazendo-se uma interpretação do art.2 do Ccom se pode


observar que na perspectiva legal, 4são sociedades comerciais aquelas que tenham
por objecto a prática de actos de comércio. Não obstante, o art. 980˚CC 5define
que o contrato de sociedade (sociedade comercial) é aquele em que reside a união
de duas ou mais pessoas que se obrigam a contribuir com bens e serviços para o
exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera
fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa actividade.
II. Perspectiva Doutrinal- segundo esta perspectiva, sociedade comercial é um
contrato mediante o qual duas ou mais pessoas se obrigam a prestar contribuição

4
Código Comercial Moçambicano aprovado pela Lei n˚. 2/2005 de 27 de Dezembro.
5
Código Civil Moçambicano aprovado pela Lei n˚.47 344, de 25 de Novembro de 1966.

6
para o fundo social destinado ao exercício do comércio, com a intenção de
partilhar os lucros entre si.6

Portanto, a sociedade comercial pode ser conceituada como sendo a pessoa jurídica de
direito privado não estatal, que tem por objeto social a exploração de atividade comercial
ou a forma de sociedade por ações.

2.1. Personalidade Jurídica das Sociedades Comerciais


Quando se fala em capacidade e personalidade jurídica já se tem a ideia de uma determinada
pessoa (física ou jurídica) ser titular de direitos e deveres (obrigações) no âmbito da sociedade
civil. Ora, sendo as sociedades comerciais pessoas jurídicas (sujeitos) estas não estão isentas da
personalidade e capacidade jurídica, portanto, “as sociedades gozam de personalidade jurídica
e existem como tais a partir da data do registo definitivo do contrato pelo qual se constituem
como vem previsto no art.86˚Ccom”.

Segundo a professa MARIA MIGUEL CARVALHO a atribuição de personalidade jurídica às


sociedades comerciais implica que estas sejam titulares de direitos e de obrigações e não os seus
sócios: cada sócio é titular de uma participação social (de um “conjunto unitário de direitos e de
obrigações actuais e potenciais do sócio”), não tendo direitos sobre o património da sociedade. 7

Ora, a personalidade jurídica de uma determinada sociedade comercial é passível de expeções ou


ainda, a personalidade jurídica está sujeita a desconsideração em alguns casos legalmente
previstos no art.87˚ do Ccom. Passa-se a mencionar:

 A sociedade for utilizada como instrumento de fraude e de abuso do poder económico;


 Em caso de violação dos direitos de consumidor;
 Quando visa a prejudicar todo e qualquer sujeito (sócio ou não);
 Em casos de falência legalmente previstos.

6
GRANZOTTO, Alexandre José, Resumo Direito Comercial, pág 18, Outubro 2002.
7
CARVALHO, Maria Miguel, Direito das Sociedades Comerciais (Capítulo I), pág, 91, 2013.

7
2.2. Capacidade Jurídica das Sociedades Comerciais
Importa lembrar que a capacidade jurídica pode ser considerada segundo duas perspetivas: a de
simples imputação de direitos e obrigações e a de atuação jurídica que estes envolvem para que
tenham sentido. (capacidade de gozo e de exercício). A capacidade de gozo é então a medida de
direitos e obrigações de que uma pessoa pode ser titular e a que pode estar adstrita. O conceito de
capacidade de gozo é igualmente aplicável às pessoas singulares e coletivas.

Ora, o CC estabelece analogicamente no art. 160˚CC a capacidade jurídica das sociedades por
remissão do art.157˚CC. Portanto, quanto à capacidade da sociedade importa referir que nos
termos do art.88˚ CCom conjugado com o art.160˚CC, esta compreende os direitos e obrigações
necessários, úteis ou convenientes á prossecução do seu objecto (fim). Isto significa que a
capacidade das pessoas colectivas, ou seja, das sociedades comerciais (neste caso em particular)
a capacidade jurídica abrange todos os direitos e obrigações necessários à prossecução dos seus
fins, excluindo os direitos vedados por lei ou inseparáveis da personalidade singular.

Nas sociedades comerciais, o fim é a obtenção de lucros para repartição pelos sócios. Isto
implica que só podem ocorrer todos os actos que visam o fim lucrativo. Portanto todos os actos
contrários à obtenção de lucros, ou seja, liberalidades ou actos equivalentes são atos nulos, como
é o caso das doações.

Em linhas gerais, sobre a capacidade das sociedades comerciais cumpre referir que esta
compreende tudo aquilo (direito e deveres) que seja implícito para a prossecução do seu objecto
ou finalidade (obtenção de lucro). Importanto salientar que o objecto da sociedade não limita a
capacidade da mesma, logo que lucrem com os mesmos, não acarretando a sua nulidade,
podendo os sócios ser responsabilizados pela não obtenção de lucros nos termos do art.
89˚Ccom.

2.3. Objecto e Forma das Sociedades Comerciais


Ora, no que se refere ao objecto e forma das sociedades comerciais importa destacar que
constituem elementos imprescindíveis para a sua constituição. Portanto, as sociedades comerciais
devem ter um objecto e por sua vez uma forma e a pergunta que se faz é: Qual é o objecto e
forma das Sociedades Comerciais?

8
Com relação ao objecto e forma das sociedades comerciais seguir-se a linha de pensamento
dosautor MIGUEL PUPO CORREA e a Professora MARIA MIGUEL CARVALHO.

Quanto ao objecto comercial importa referir que segundo o autor MIGUEL CORREA o objecto
comercial das sociedades comerciais consiste nos actos ou actividades que, segundo a vontade
dos sócios, ela deverá praticar e prosseguir.8 Não obstante, sabe-se que no que concerne ao
Direito Comercial só serão sociedades comerciais aquelas que tiverem como objecto os actos de
comércio nos termos do art.4 do C.Com.

O autor MIGUEL CORREA afirma categoricamente que a comercialidade das sociedades


determina-se pelo seu objecto: ‘’basta que o objecto seja comercial, para que o seja a sociedade
e, portanto ela seja comerciante (MIGUEL CORREA, pág 131). ’’

Posto isto, quanto ao objecto das sociedades comercial cumpre afirmar que só será objecto da
sociedade comercial todo o acto de comércio que visa à obtenção de lucro.

Quanto à forma refira-se de antemão que uma sociedade só será comercial se esta revestir uma
forma comercial, o que significa que primeiramente a sociedade deverá revestir um dos tipos
estabelecidos ou caracterizados ou ainda plasmados na lei (Código Comercial). Veja-se o nr 1 do
art.82˚ do C.Com: São sociedades comerciais, independetemente do seu objecto, as sociedades
em nome colectivo, de capital e indústria, em comandita, por quotas e anónimas.

Não obstante, a forma expressa a obrigatoriedade de a sociedade respeitar, na esfera


constitucional, nos requisitos e pressupostos formais legalmente estabelecidos9.

Portanto, a forma comercial obedece ao Princípio da Tipicidade, ou seja, as sociedades


comerciais devem revestir a forma estabelecida legalmente (lei comercial) o que significa que
existe aqui certa limitação ao princípio da autonomia privada.

Em linhas gerais, as sociedades comerciais para serem qualificadas como tais têm de ter por
objecto a prática de actos de comércio. Se for este o caso, a sociedade deve adotar um dos tipos
previstos no nr. 1 do art.82 do Ccom.Se não o fizer, não poderá dizer-se que tem objecto e
forma comercial ou que é sociedade civil”( MARIA MIGUEL CARVALHO, pág 25, 2013) .

8
CORREIA, Miguel Pupo, DIREITO COMERCIAL, pág 131, 10ª ed, Setembro de 2007.
9
CORREIA, Miguel Pupo, DIREITO COMERCIAL, pág 132, 10ª ed, Setembro de 2007

9
2.4. O Princípio da Tipicidade das sociedades comerciais
Como referido anteriormente, as sociedades que tenham por objeto a prática de atos de comércio
devem adotar um dos tipos previstos no C.Com (Princípio da Tipicidade das sociedades
comerciais).

Este princípio constitui uma limitação ao princípio da autonomia privada quanto à liberdade
contratual prevista nos termos do art.405˚CC, pois, nos termos do art. 82 do C.Com as
sociedades Comerciais só devem revestir a um dos tipos lá previstos.

Porém, uma vez escolhido um dos tipos legalmente admissíveis e observando todas as
disposições imperativas que o regem, as partes têm liberdade para fixar o conteúdo do contrato
da sociedade comercial (art.405˚ CC) que pode ser maior ou menor consoante o tipo societário
em causa10.

3. Classificação das Sociedades Comerciais


As sociedades comerciais elas classficam-se em: Sociedades de Pessoas e Sociedades de
Capital. Cumpre referir que dentro dessa classificação é onde se encontram cada tipo de
sociedades comerciais.

1) Sociedades de Pessoas- são aquelas em que as qualidades pessoais dos sócios são
imprescindíveis, são mais importantes para a existência da sociedade. Ou seja, nas
sociedades de pessoas a principal característica consiste na relevância das pessoas dos
sócios em diversos aspectos de regime de cada sociedade tais como o nome constar da
firma, a sua intervenção directa na gestão da sociedade e entre outros aspectos11·.
Exemplo: Sociedade em nome colectivo.
2) Sociedades de Capital- diferentemente das sociedades de pessoas, as sociedades de
capital caracterizam-se pelo simples facto de o interesse não residir nas qualidades
pessoais dos sócios, mas no quanto cada um participa no capital social da empresa. Ou
seja, o que importa aqui é o material e não a qualidade dos sócios.
Exemplo: Sociedade por quotas.

10
CARVALHO, Maria Miguel, Direito das Sociedades Comerciais, pág.27, 2013.
11
ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, 2009.

10
3.1. Tipos de Sociedades comerciais.
O nr 1 do art.82 do C.Com dispõe o seguinte: ‘’São sociedades comerciais, independetemente do
seu objecto, as sociedades em nome colectivo, de capital e indústria, em comandita, por quotas e
anónimas’’. Posto isto, se pode depreender que existem os seguintes tipos de sociedades
comerciais:

a) Sociedade em nome colectivo


Tem como disciplina legal o art.253˚Ccom. É um tipo de sociedade que é titulado por duas
pessoas ou mais, entre as quais podem estar sócios de indústria. Estes sócios respondem de
forma ilimitada e subsidiária perante a empresa e existe solidariedade entre eles perante os
credores. Apresenta a seguintes características nos termos do art. 253˚Ccom:

Quanto à responsabilidade- É o tipo societário onde todos os sócios respondem de forma


ilimitada e solidária (n˚. 1 e 4).

Quanto ao nome: Usa-se a firma, podendo os sócios usar o nome de todos os sócios ou usar o
nome de alguns dos sócios. Quando não forem colocados os nomes de todos os sócios, deve ser
colocada à expressão “e companhia”, seja por extenso ou em forma abreviada (&) ou outra
expressão que indique que existem mais sócios.

b) Sociedade de Capital e Indústria


Tem como disciplina legal o art.278˚Ccom. Segundo MANUEL GUILHERME, sociedade de
capital e indústria “é aquela em que um ou mais sócios concorrem unicamente com o seu
trabalho, actividade ou indústira, cabendo unicamente ao sócio ou aos sócios capitalistas a
responsabilidade pelas obrigações sociais e o direito de figurar na firma, que é vedado ao sócio
de indústria” (GUILHERME, 2013).

Apresenta as seguintes características nos termos do art.278˚Ccom:

Quanto à responsabilidade: Limitada em relação a terceiros pelas obrigações sociais.

Quanto aos sócios:

 Possui sócios que contribuem para o mesmo capital com dinheiro ou outros meios;

11
 Possuí sócios que não contribuem para o mesmo capital mas que ingressam com o seu
trabalho.

Quanto ao nome: usa firma ou razão social, composto pelo nome dos sócios de capital ou pelo
menos de alguns deste acrescido do complemento & Cia (ou por extenso).

c) Sociedade em comandita (Simples e por Acções)


Este tipo de soociedade encontra-se regulada nos termos do art. 270˚ Ccom. As sociedades em
comandita apresentam duas subdivisões: Comandita simples e Comandita por Acções, onde:

 Comandita simples- é a entidade constituida por sócios que possuem responsabilidade


ilimitada e solidária, e aqueles que limitam essa responsabilidade á importância com que
entram para o capital. Segundo MANUEL GUILHERME nas sociedades comanditas
simples é aplicável às disposições legais das sociedades em nome colectivo12.
 Comandita por Acções- neste tipo de sociedade o capital está representado por acções

Não obstante, as sociedades em comandita apresentam literalmente dois tipos de sócios dos
quais:

 Comanditados- Estes são os que assumem responsabilidade pelas dívidas da sociedade,


ilimitada e solidariamente entre si, nos mesmos termos dos sócios das sociedades em
nome coletivo. Cabe a estes a responsabilidade de saldar eventuais dívidas que a
organização venha a contrair. Sem se esquecer de mencionar que estes contribuem com
bens e serviços.
 Comanditários- Os comanditários são sócios cuja obrigação é limitada, eles respondem
somente pelas quotas subscritas, ou seja, é o tipo de sócio que contribui com o capital.
Estes respondem somente pela sua entrada no capital.

Fazendo uma interpretação do art.271˚ apresentam as seguintes características:

 Existência de dois sócios;


 Cada sócio responde apenas pela realização da sua participação de capital;
 Em alguns casos é aplicado o regime de sociedade em nome colectivo.

12
JUNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, pág.223.

12
 Usa firma pelos nomes apenas dos sócios comanditados ou pelo menos de alguns deste
acrescido do complemento & Cia (ou por extenso)
 A entrada do sócio comanditário não pode consistir em indústria
 O contrato de sociedade deve indicar distintamente os sócios comanditários e
Comanditados.

Aspectos a ter em conta nas sociedades comanditas por acções em especial:

 Não podem constituir conselho de administração.


 Não podem adotar esquema de capital autorizado.
 Não podem emitir bônus de subscrição.
 Trata-se de sociedade híbrida com características de Comandita Simples e Sociedade
Anônima. Esta sociedade tem seu capital dividido em ações.

d) Sociedade por Quota


Encontra-se regulado nos termos do art.283˚Ccom e é o mais comum das sociedades comerciais.

‘’É um tipo de sociedade onde o seu capital está divido em quotas e os sócios são solidariamente
responsáveis por todas as entradas convencionadas no pacto social. No entanto, quando
convencionado no pacto social, os sócios são responsáveis por outras prestações”.
(GUILHERME,2013).

No disposto no art.283˚Ccom têm-se as seguintes características das sociedades por quotas:

 O capital encontra-se divido em quotas;


 Os sócios apresentam uma responsabilidade solidária pela realização do capital;
 As quotas não podem ser incorporadas em títulos negóciveis;
 Os sócios são obrigados a outras prestações (que não estão dispostas no pacto social)
quando o contrato ou a lei estabeleçam.

13
e) Sociedade anónima.
Na legislação moçambicana tem como disciplina legal o art.331˚Ccom.

A sua designação deve-se ao simples facto da natureza dos accionistas que não carrecer de
conhecimento múto entre eles, portanto trata-se de uma sociedade de capital não sendo relevante
a qualidade dos seus sócios.

Apresenta como principal característica o facto de o seu capital social ser dividido em ações e
cada acção representa a percentagem do capital social.

As acções podem ser feitas de duas maneiras:

 Particular (fechada): caso os sócios tenham a totalidade do capital social inicial;


 Pública (aberta): caso os sócios não tenham a totalidade do capital social inicial e as
ações sejam oferecidas ao público para subscrição.

Não obstante, as ações poderão ser:

 Nominativas - o emitente conhece a identidade dos titulares.


 Ao portador - o emitente não conhece a identidade dos titulares.

4. Responsabilidades, Direitos e Deveres dos Sócios.


Sobre a responsabilidade, direitos, deveres dos sócios, ALEXANDRE GRANZOTTO 13afirma o
seguinte:

• A responsabilidade dos sócios é sempre subsidiária em relação às da sociedade, no


sentido de que se segue à responsabilidade da própria sociedade.
• Esgotadas as forças do patrimônio social é que se poderá pensar em executar o
patrimônio particular do sócio por saldos inexistentes no passivo da sociedade. Os sócios
respondem, pelas obrigações sociais, sempre de modo subsidiário, mas limitada ou
ilimitadamente.
• Desta forma em alguns tipos de sociedade os credores poderão saciar seus créditos até a
total satisfação, enquanto suportarem os patrimônios particulares dos sócios. Em outras

13
Autor Brasileiro.

14
sociedades, os credores somente poderão alcançar dos patrimônios particulares um
determinado limite, além do qual o respectivo saldo será perda que deverão suportar.
• O sócio da sociedade limitada e o sócio comanditário da sociedade em comandita simples
respondem pelas obrigações sociais até o total do capital social não integralizado, mesmo
que um sócio já tenha integralizado totalmente a sua parte poderá ser responsabilizado
pelas obrigações sociais dentro do limite que o seu sócio não integralizou, tendo o direito
de ação de regresso.
• É preciso salientar que independentemente da espécie de sociedade, os sócios
administradores, enquanto dirigentes da empresa, respondem ilimitadamente pekas
obrigações contraídas quando constatar-se a negligência ou má fé dos mesmos em suas
gestões.

5. Administração das sociedades comerciais em especial


Tendo-se observado a classificação das sociedades comerciais, cumpre agora ilustrar com base
na lei comercial, como é feita a administração de cada tipo de sociedade, tendo em conta as suas
características e peculiaridades. De forma a transmitir uma boa assimilação compilar-se-á as
várias de administração de cada sociedade em uma tabela.

TIPO DE SOCIEDADE FORMA DE ADMINISTRAҪÃO


Sociedade em Nome Colectivo (267 268˚)  Todos os sócios são administradores;
 Pessoas que não sejam sócios podem
ser eleitas administradores;
 A gestão e representação da sociedade
competem aos administradores;
 A impugnação de actos pode ser feita
por qualquer administrador;
 A destituição de um administrador só
pode ser decidida pelo tribunal;
 A destituição é feita por justa causa.
Sociedade de Capital e Indústria (280˚)  A Administração pertence a um ou
mais sócios capitalistas;
 Os sócios de indústrias podem exercer
o cargo de adminstradores se assim for
fixado no contrato de sociedade;
Sociedade por Em Comandita (275˚)  Todos os sócios comanditados são

15
administradores;
 Podem ser eleitos a administradores
pessoas que não sejam sócias;
 Um administrador sócio só pode ser
destituído por justa causa e por eleição.
 Em caso de um ou dois sócios a
destituição é declarada judicialmente.
Sociedade por Quotas (320˚-323˚)  Administrada por um ou mais
administradores;
 Obrigatoriedade na elaboração da acta
em qualquer reuinião;
 A designação dos administradores é
feita por contrato sociedade ou por
eleição;
 Os administradores exercem o seu
cargo quatro (4anos)
 Em caso de ausência dos
administradores, os sócios podem
praticar actos de carácter urgente;
 Em caso de existência de um
administrador só são considerados os
actos praticados por este;
 Em caso de dois administradores,
ambos se encontram em pé de
igualdade, dispondo dos mesmos
deveres e direitos.
Sociedades Anónimas (418˚-420˚)  A administração é composta por
accionistas assim como não da
sociedade;
 Existência de administradores suplentes
 Suscpetibilidade de existência de um
administrador;
 Os administradores têm um mandato de
quatro anos;
 Os administradores podem nomear
procuradores para a prática de
determinados actos.

16
Conclusão
Findo o presente trabalho de pesquisa, se pode depreender que o estudo das sociedades
comerciais apresenta de certa forma uma complexidade quer no âmbito doutrinal assim como
legal dando a perceber que são vários os elementos, aspectos que compõem as sociedades
comerciais deste o conceito, classificação, formas de administração até a dissolução das mesmas.

Ora, no que concerne a administração das sociedades comerciais cumpre apontar que são
inúmeros os aspectos que se devem levar em conta, consoante o tipo de cada sociedade
comercial.

A administração das sociedades comerciais varia consoante o tipo de sociedade, como fora
referido anteriormente assim sendo, cumpre apontar que no âmbito de selecção de qual tipo de
sociedade se pretende constituir, que sejam analisados os métodos, formas, instrumento e outros
aspectos de modo a se fazer uma escolha acertiva e futuramente obter-se o principal objectivo do
exercicío da actividade comercial que é o enriquecimento do património, neste caso, o lucro.

17
Bibliografia
Manuais:

CORREIA, Miguel; TOMÁS, José António; PAULO, Octávio Castelo. Direito Comercial:
Direito da Empresa. 10ª ed, 2007.

ABUDO, José Ibraimo. Direito Comercial, 2009.

JUNIOR, Manuel Guilherme. Manual de Direito Comercial Moçambicano. Vol I, 1ª ed, 2013.

BRAGA, Maria Miguel Carvalho, Direito das Sociedades Comerciais, 2013.

SALVADOR, Ricardo Simões, Direito Comercial, 2017.

Legislação:

Código Comercial-aprovado pela lei n˚.2/2005 de 27 de Dezembro.

Código Civil- aprovado pela lei n˚. 47344 de 25 de Novembro de 1966.

Constituição da República - aprovada pela lei n˚.1/2018 de 12 de Junho.

Disponivel na Internet:

https://blook.pt/publications/publication/e9d1e950fc2f/

https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/176693/2/eBook_Direito_Comercial_VII-
Ciencias_Contabeis_UFBA.pdf

https://blook.pt/publications/publication/b40b3e8e9940/

https://www.studocu.com/pt/document/instituto-politecnico-do-cavado-e-do-ave/direito-das-
sociedades/apontamentos/capitulo-iv-da-personalidade-e-capacidade-das-sociedades-
comerciais/12072668/view

https://dre.pt/

http://marcusmarques.com.br/empresas/sociedade-comandita-simples-como-funciona/

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