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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

ORGANIZAÇÃO DO EMPRESÁRIO COMERCIAL


EM ESPECIAL A FIRMA

NAMPULA

2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

ADELAIDE IVONE SILVA MANE

BÚRIA SALIMO ABDALA

INÁCIO OLINDA INÁCIO

JOSEFINA GUERREIRO

MANUELA MATEUS JEQUE

MANQUETA MANQUE

MELITA ISMAEL BAPTISTA SALIMO

ROSEMA ELEUTERO

YUAN MARTINHO AMISSE

ORGANIZAÇÃO DO EMPRESÁRIO COMERCIAL


EM ESPECIAL A FIRMA

O presente trabalho de carater avaliativo


orientado pelo docente da cadeira de
Direito comercial e do Consumidor,
leccionado pelo do Dr. Olvanio de Fátima
Carlos Mutiniua

NAMPULA

2022
LISTA DE ABREVIATURAS

C.C – código comercial


Pág. – Pagina
PE – Pequeno empresário,
EI – A firma do empresário comercial, a pessoa singular
SNC – A firma das sociedades em nome coletivo.
Índice

Introdução....................................................................................................................................2

1. Organização do empresário comercial......................................................................................3

1.1. Acepções de empresas no direito comercial......................................................................3

1.2. Elementos da empresa comercial.......................................................................................4

1.3. Do estabelecimento comercial...........................................................................................5

2. Firma (generalidade)................................................................................................................9

2.1. Características da firma e vantagens do seu registo.........................................................10

2.2. Constituição da firma......................................................................................................11

2.3. Princípios da verdade, da novidade e da exclusividade...................................................11

2.4. Firma originária...............................................................................................................12

2.5. Composição da firma dos empresários comerciais..........................................................14

2.6. Protecção da firma...........................................................................................................15

2.7. Transmissão da firma......................................................................................................16

2.8. Extinção da firma............................................................................................................18

Conclusão...................................................................................................................................19

Referências bibliográficas..........................................................................................................20
Introdução

O presente trabalho em grupo exposto tem como tema a organização do


empresário comercial dando especial destaque a firma, no qual pertence a temática inerente
aos sinais distintivos do comércio, no qual é necessário fazer uma abordagem que mostre a
importância de tas componente com relação ao comercio, falando de tais com base a doutrina
e o ordenamento jurídico moçambicano.

Em especial destaque a temática no trabalho é importante fazer menção dos objetivos inerente
ao trabalho fazendo menção do objetivo geral, e o objetivos específicos a respeito dos tópicos:

Objetivo geral

O objetivo geral no trabalho é falar da organização do empresário comercial,


no qual importa fazer menção de forma directa e explicita a respeito do empresário comercial,
com relação ao tema em destaque “firma” o que importa fazer uma abordagem aprofundada e
explicar os aspectos mas relevante a respeito da firma.

Objetivo específico

O objetivo específico do trabalho é fazer uma explicação mas simplificada


tornando mas fácil a leitura e a compreensão do trabalho, no qual nos baseamos de forma
direta dos aspectos mas simples e de fácil compreensão da parte dos autores usados no âmbito
da compilação do texto, sem esquecer do enquadramento jurídico em alguns dos casos, com o
ordenamento jurídico moçambicano.

O que tornou possível a existência do presente trabalho, foram para tal


necessárias discussões para a sua compilação, no qual contou com presença dos integrantes do
grupo, no qual houveram debates de qual e como enquadrar alguns termos para melhor
compreensão do trabalho e por fim a metodologia utilizada para a feitura do trabalho foi a
pesquisa bibliográfica.

2
1. Organização do empresário comercial

Nos dizeres de Fábio Ulhoa Coelho, a empresa é a “atividade econômica organizada de


produção ou circulação de bens ou serviços”, ou seja, equivale ao perfil funcional da teoria de
Alberto Asquini. Dentro da mesma linha, Giuseppe Valeri dá uma ênfase maior para a
organização ao definir a empresa como “a organização de uma atividade econômica com o
fim de produção de bens ou serviços, exercida profissionalmente”. 1 no ordenamento jurídico
empresarial Considera-se empresa comercial toda a organização de factores de produção para
o exercício de uma actividade económica destinada à produção, para a troca sistemática e
vantajosa, designadamente:

 Da actividade industrial dirigida à produção de bens ou serviços;


 Da actividade de intermediação na circulação dos bens;
 Da actividade agrícola e piscatória;
 Das actividades bancárias e seguradora;
 Das actividades auxiliares das precedentes. 2

1.1. Acepções de empresas no direito comercial

1.1.1. Empresa como sujeito ou agente jurídico


Numerosos textos referem-se à empresa sob o perfil da pessoa que exerce uma
actividade económica de produção ou distribuição de bens ou serviços, reduzindo-a, portanto,
à própria pessoa daquele que organiza e conduz a actividade, suportando o respectivo risco.3
O empresário como sujeito de direitos
Como já mencionado, a empresa é uma atividade e não um sujeito de direitos.
E “se não é sujeito, não tem nem pode ter direitos e deveres”. 4 O empresário é o sujeito de
direitos. Pode ele tanto ser uma pessoa física, na condição de empresário individual, quanto
uma pessoa jurídica, na condição de sociedade empresária. A Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada. “Como é pessoa jurídica que explora a atividade empresarial, não
é correto chamar de “empresário” o sócio da atividade empresárial”.5
1
TOMAZETTE, Marlon, Curso de Direito Empresarial, 8ª Edicao atlas, 2017. Pag 72.
2
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta no˚ 1 nas alíneas, a), b), c), d) e e), do artigo 3 Decreto-Lei no
2/2005, de 27 de Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de
Dezembro.
3
CORREIA, Miguel J.A Pupo, Direito Comercial, 7ª edição revista e actualizada, Lisboa, 2001., Pág. 238
4
WARDE JR, Walfrido Jorge. Teoria geral da empresa. Tratado de direito empresarial, p. 154.
5
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa, p. 127.
3
1.1.2. Empresa como actividade
Nesta acepção empresa significa actividade económica que o empresário
exerce de forma profissional e organizada, visando realizar fins de produção ou distribuição
de bens ou serviços.6
1.1.3. Empresa como objecto
Trata-se, neste sentido, do conjunto de factores de produção e outros elementos
congregado e organizado pelo empresário com vista ao exercício da sua actividade.7
Como objecto, a empresa apresenta-se integralmente constituída pela
diversidade de bens e serviços que o empresário dispõe para o exercício da sua actividade
económica.8
1.1.4. Empresa como conjunto activo de elementos
Este é o sentido dinâmico do termo empresa, que vê nela a expressão de um
círculo de actividade regido pela pessoa do empresário, fazendo apelo a factores e elementos
de natureza heterogénea, actuando sobre um património de coisas e direitos e dando origem a
relações jurídicas, económicas e sociais, polarizados numa organização apta a desenvolver
uma actividade económica.9

1.2. Elementos da empresa comercial

O conceito de empresa apresentado que a lei apresenta n.º1 do artigo 3,


decompõe-se nos elementos patrimonial, pessoal, organizacional, teleológico e formal.
1.2.1. Elemento patrimonial
Qualquer empresa alcança o seu objectivo contando com um conjunto de bens
afectos à actividade económica, bens que mesmo não pertencendo ao dono do
estabelecimento, este os possa utilizar para a prossecução dos fins da empresa:
 Coisas corpóreas ou materiais móveis e imóveis: dinheiro, títulos de crédito, matérias-
primas, mercadorias, instalações, equipamentos, e mobiliário.
 Coisas incorpóreas ou imateriais: marcas, patentes de invenção, firma, nome ou
insígnia do estabelecimento, modelos e desenhos industriais.
1.2.2. Elemento pessoal
A empresa, na concepção institucional, é o centro de confluência dos interesses
do capital e do trabalho, sem este elemento a empresa não funciona, porque o rendimento da

6
CORREIA, Luís Brito, Direito Comercial, 1º vol., AAFDL, 1987, Pág. 215
7
CORREIA, Miguel J.A Pupo, Direito Comercial, 7ª edição revista e actualizada, Lisboa, 2001, Pág. 239
8
ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, Maputo, 2009, Pág.157
9
CORREIA, Miguel J.A Pupo, Direito Comercial, 7ª edição revista e actualizada, Lisboa, 2001, Pág. 240
4
mesma depende da actividade do empresário e dos empregados e operários. É no decurso
surgem conflitos entre:
 O Empresário comercial cria a empresa e acaba por assumir o respectivo risco. Porem
o Trabalhador, também chamado de operário e proletário, é o indivíduo que presta
serviços subordinados e vive do seu trabalho
 Accionistas e os sócios quotistas, embora não sejam empresários participam através do
voto, na formação da vontade social;
 Diversos estratos de trabalhadores: elementos da direcção e subordinados directos ou
indirectos.10
1.2.3. Elemento organizacional
A vitalidade da empresa necessita de existência de relações com os
fornecedores das matérias-primas e fornecedores de capitais, bem como as relações com a
clientela, que compra os produtos para o seu consumo, relações essas que são uma das
manifestações de relevo da empresa organizada e um dos indicadores mais importantes da sua
capacidade lucrativa do seu aviamento.
1.2.4. Elemento teleológico
O empresário exerce a actividade económica destinada à produção, para a troca
sistemática e vantajosa (artigo 3, n.1 do Código Comercial), o que significa que esta
actividade pode ser exercida sem fim lucrativo, porque realizar uma vantagem patrimonial
pode não significar finalidade lucrativa em sentido restrito.
1.2.5. Elemento formal
As pessoas colectivas que exercem uma empresa comercial e as sociedades
comerciais regem-se por regras que condicionam a sua actuação e os fins que pretendem
realizar, bem como a composição dos seus órgãos e as respectivas funções. Relativamente às
pessoas colectivas, esse conjunto de regras consta de um instrumento denominado estatuto.11

1.3. Do estabelecimento comercial

A empresa, no seu significado objectivo, equivale ao estabelecimento


comercial, que é a organização do empresário mercantil, o conjunto de elementos reunido e
organizado pelo empresário para através dele exercer a sua actividade comercial, de produção
ou circulação de bens ou prestação de serviços.12

10
ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, Maputo, 2009, Pág. 161
11
ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, Maputo, 2009, Pág. 161.
12
CORREIA, A, FERRER, Lições de Direito Comercial, vol. I, Universidade de Coimbra, 1973, Pág. 201.
5
1.3.1. Do estabelecimento comercial (Conceito)
Considera-se estabelecimento comercial todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresarial”. 13 Ou seja, é
conjuntos de bens corpóreos e incorpóreos reunidos pelo empresário para o desenvolvimento
da sua actividade económica.14
1.3.2. Elementos do estabelecimento comercial
Infere-se da noção de estabelecimento comercial que as principais categorias
dos seus elementos são corpóreos, incorpóreos, a clientela e o aviamento.
1.3.2.1. Elementos corpóreos
São elementos corpóreos do estabelecimento comercial: Bens que integram o
estabelecimento, sejam eles móveis ou imóveis. Entre os móveis contam-se o dinheiro que é
um bem fungível. Dos infungíveis contam-se o mobiliário das instalações e outros dados
como essenciais para a actividade normal, incluindo os destinados a locação. 15
Entres os bens imóveis destacam-se as instalações do estabelecimento, quando
o proprietário seja o próprio empresário, uma vez que quando não o seja, somente o
respectivo uso integra o estabelecimento.16
1.3.2.2. Elementos incorpóreos
Incluem-se na categoria de elementos incorpóreos os direitos emergentes de
contrato e demais fontes respeitantes à vida do estabelecimento, designadamente:
 Direitos resultantes de determinados tipos de contratos, tais como de trabalho e de
prestação de serviços ao estabelecimento comercial: os relativos ao âmbito da
actividade comercial como, por exemplo, o contrato de agência, ou de concessão. 17
1.3.2.3. Clientela
Como diz MIGUEL J. A. PUPO CORREIA, citando CHARTIER, a clientela
não é o agregado dos clientes do estabelecimento comercial, é uma certeza e uma
virtualidade, a clientela é essencial para o prosseguimento normal da actividade do
estabelecimento transferido, o artigo 76 do C.C proíbe o empresário que der por locação,
usufruto ou trespasse o seu estabelecimento, por um período de cinco anos contados a partir
da data do negócio, estabelecer na área de influência e no mesmo ramo de actividade que
desempenhava aquando da efectivação do negócio, salvo o consentimento do outro que deve

13
SANTOS, Ricardo Simões Xavier dos, DIREITO COMERCIAL VII, Salvador, 2017. Pag 27.
14
DA SILVA, Geraldo Eliel. Estabelecimento Comercial, Brasil, 2015. Pág., 250.
15
IDEM, Pág. 250.
16
CORREIA, Miguel J.A Pupo, Direito Comercial, 7ª edição revista e actualizada, Lisboa, 2001, Pág. 247.
17
ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, Maputo, 2009, Pág. 164.
6
obedecer a forma do contrato, sob pena de se tornar responsável pelos danos sofridos pelo
outro contraente.
1.3.2.4. Aviamento
Para MIGUEL J. A. PUPO CORREIA, o aviamento consiste na capacidade
que uma empresa tem para fazer lucros, capacidade ou aptidão que pode resultar de vários
elementos do estabelecimento comercial, incluindo já referidos, bem como as relações com os
clientes, reputação comercial, e as relações com as instituições de crédito e com os
fornecedores de mercadorias, que, na essência, são situações de 1acto que potenciam a
lucratividade. 18
1.3.3. Valor do estabelecimento comercial
Relativamente ao valor do estabelecimento comercial, o artigo 72 do Código
Comercial estabelece que o mesmo é representado pela soma dos bens corpóreos e
incorpóreos registados na contabilidade do empresário comercial acrescido do valor do
aviamento, este entendido como a capacidade do estabelecimento de produzir resultados
operacionais positivos decorrentes de sua boa organização. O valor do referido aviamento
deve corresponder a mais-valia representada pela diferença entre os valores os bens móveis e
imóveis constantes da contabilidade do empresário e o valor das suas vendas na data do seu
apuramento.
1.3.4. Negócios sobre o estabelecimento comercial
Importa expor que a uma prevalência no nosso sistema judicial, com relação a
tese de que o estabelecimento, como objecto passível de propriedade é, consequentemente, de
posse, de usucapião, de acções de reivindicação e possessórias, de usufruto, de penhor.
Mas essa posição veio a ser posta em crise pelos doutrinadores PIRES DE
LIMA E ANTUNES VARELA com base no artº. 1302, segundo o qual o direito de
propriedade só abrange coisas corpóreas, pelo qual não abrangeria os estabelecimentos
comerciais por estes não terem esta natureza. 19
a) Trespasse
Trespasse é o negócio jurídico pelo qual o titular de um estabelecimento
comercial procede a transmissão do mesmo, no seu todo, definitivamente e inter-vivos, a
título oneroso, mediante celebração de escritura pública, conforme o preceituado n°3 do artigo

18
CORREIA, Miguel J.A Pupo, Direito Comercial, 7ª edição revista e actualizada, Lisboa, 2001, Pág. 260.
19
CORREIA, Miguel J. A. Pupo, TOMAS, António José, et il, Direito Comercial, Direito da Empresa, 12ª
Edição. Revista e Actualizada, Lisboa, Setembro, 2011.Pág. 65
7
1118, do Código Civil, segundo qual o trespasse só e valido se for celebrado por escritura
pública. O estabelecimento pode também ser objecto de uma transmissão mortis-causa.20
1.3.5. Locação e usufruto do estabelecimento comercial
Sobre usufruto ou locação do estabelecimento comercial, o artigo 78 do Código
Comercial impõe que a administração do usufrutuário e do locatário deve cingir na
preservação da unidade dos elementos constitutivos do estabelecimento comercial, sem lhe
modificar o fim a que destina de modo a manter a eficiência da organização. Naquelas
mesmas relações contratuais, o usufrutuário e o locatário, obrigam-se a zelar pelos bens
integrantes do estabelecimento comercial, assumindo as responsabilidades próprias do
administrador de bens de terceiros, inclusive pela sua guarda, podendo, na hipótese de
alienação indevida vir a responder como depositários infiéis. 21
1.3.5.1. Inadimplemento e rescisão do usufruto e do contrato de locação
Para obviar o risco de inadimplemento, o artigo 79 do Código Comercial
permite ao juiz, a requerimento do titular do estabelecimento comercial determinar ao
usufrutuário ou ao locatário que preste caução pelo cumprimento do contrato, ficando
assegurado aos credores o direito de intervir no processo para defender os seus interesses. 22
1.3.6. Penhora e execução do estabelecimento comercial
Quando falamos da insolvência, situação jurídica na qual o devedor está numa
situação de impossibilidade de cumprir com as obrigações a tempo, pode-se ter dois
resultados:
a) A recuperação da empresa;
b) Execução dos bens do devedor através da penhora, nos termos da responsabilidade dos
bens do devedor sobre as prestações, plasmado no art.º 817 do C.Civil.
Tratando-se do estabelecimento comercial uma coisa incorpórea mas com parte
corpórea com património avaliável pecuniariamente, pode ser susceptivel de execução em
caso de não cumprimento de obrigações. Essa penhora pode ser em todo ou em alguns dos
seus elementos passiveis de penhora, como os bens corpóreos, não afectando a sua
funcionalidade ou afectando em todo, em caso da perca total do mesmo. Pois na penhora,
pode-se vender em execução do estabelecimento comercial, sendo transferido ao adquirente
os direitos do executado sobre o estabelecimento comercial, ao abrigo do artigo 824 do
C.Civil. 23
20
COELHO, José Gabriel Pinto, Lições de Direito Comercial, 2a Edição revista, vol. I, Pág. 87
21
ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, Maputo, 2009, Pág. 170
22
IDEM, Pág., 170
23
Texto adaptado pelos Estudantes integrante do grupo.
8
1.3.7. Cessão de exploração do estabelecimento comercial
Cessão de exploração do estabelecimento comercial é um contrato pelo qual o
titular de um estabelecimento comercial (o cedente) entrega a outrem (cessionário) por tempo
determinado, mediante retribuição, para exploração comercial. Dai, que o seu objectivo não
seja o imóvel propriamente dito, mas somente o estabelecimento integrando todos os seus
elementos, mantendo-se o exercício da actividade inicial, isto e, a actividade comercial que
vinha sendo desenvolvida pelo cedente. 24

2. Firma (generalidade)

É espécie de nome empresarial formada por um nome civil – do próprio


empresário, no caso de firma individual, ou de um ou mais sócios, no caso de firma social.
Denominação só pode ser social – pode ser formada por qualquer.25 O comércio, como
qualquer outra actividade comercial é exercida sob uma designação nominativa, que constitui
a firma. Porém, no direito comparado, existem duas concepções diversas de firma:

Para o conceito objectivo, a firma é um sinal distintivo do estabelecimento


comercial. Daí decorrem,26 como corolários, a possibilidade de tal designação ser composta
livremente e ser transmitida com o estabelecimento, independentemente de acordo expresso.27

Para o conceito subjetivo, a firma é um sinal distintivo do comerciante, o nome


que ele usa no exercício da sua empresa: é o nome comercial do comerciante. Para o conceito
subjetivo, a firma é um sinal distintivo, em relação ao comerciante individual, nesta
concepção, a firma deva ser formada a partir do seu nome civil e, em princípio,
intransmissível. Toda via, na generalidade dos sistemas jurídicos que adoptam este conceito,
permite se, por motivos pragmáticos, conservação da clientela pelo adquirente de
estabelecimento, que, em certas condições, afirma seja também transmitida.28

Firma pode ser entendida na vertente de ser assinatura, nome de um


comerciante singular ou colectivo que dão o seu nome a uma sociedade, também que pode ser
chamado a firma social.

24
ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, Maputo, 2009, Pág. 169
25
SANTOS, Ricardo Simões Xavier dos, DIREITO COMERCIAL VII Salvador, 2017. Pag 25
26
Jurisdição in Joao Costa, Dicionário Moderno da Língua Portuguesa, escolar editora, Angola, Pág. 713.
27
CORREIA, Miguel.J.A. Pupo, Direito Comercial, 7a edição revista e actualizada, Coimbra editora,2001,
Pág.216. NB: O nome empresarial não se confunde com marca, nome fantasia e nome de domínio.
28
CORREIA, Miguel.J.A. Pupo, Direito Comercial, 7a edição revista e actualizada, Coimbra editora,2001, Pág.
216.
9
2.1. Características da firma e vantagens do seu registo

Quanto ao carácter da firma, podemos distinguir três tipos de firma:

 Firma nome, no qual é formada pelo nome de um ou mais sócios;


 Firma denominação, que é formada com uma expressão relactiva ao ramo da
actividade comercial;
 Firma mista, que é formada com ambos os elementos anteriores, isto e, com o nome de
um ou mais sócios com referência ao ramo da actividade comercial.29

2.1.1. A" firma" tem como caracteres essenciais:

 A obrigatoriedade: o empresário comercial é designado no exercício da sua empresa


sob um nome comercial que constitui a sua firma, e com ele deve assinar os
documentos aquela respectivos. Artigo 18 do código comercial;
 A verdade: que consiste em dar a conhecer ao público não só a pessoa ou pessoas, que
exercem o comércio explorado, por forma a corresponder a situação real do
comerciante, não contendo elementos susceptíveis de provocar confusão;
 Exclusivismo, significa que qualquer comerciante, com o legítimo direito ao uso da
sua firma, pode impedir que outrem adopte uma igual ou tão semelhante que se preste
a confusão.
 Unidade, os empresários individuais ou colectivos devem usar uma única firma.30

2.1.2. Obrigatoriedade da firma

No nosso ordenamento jurídico, a firma representa se como o nome sob o qual,


o empresário comercial exerce a sua empresa e com ele deve assinar os documentos aqueles
respectivos, o que permite ele puder identificar se como empresário perante as pessoas com
quem faz o negócio e diferenciar dos demais empresários do seu ramo ou dos outros ramos.
Consta Art.18 da Lei comercial.31,32

Em termos de outros requisitos, evidencia se, de certo modo, a limitação da


autonomia privada. Pois na escolha, os interessados devem saber que as firmas não podem ser
ofensivas da moral pública ou dos bons costumes, não podem desrespeitar símbolos
nacionais, personalidades, época ou instituições cujo nome ou significado seja de
salvaguardar por razoes históricas, cientificas, institucionais, culturais ou outras atendíveis, e

29
CARDOSO, J. Pires, Noções do Direito Comercial, 13ª Edição, Editora Rei dos Livros, Pá g. 99.
30
IDEM, Pág. 100.
31
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta no art.18 Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro, aprova o
Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
32
ABUDO, Jose Ibraimo, Direito Comercial, Maputo,2009, Pág.120.
10
nem nas mesmas podem ser utilizadas expressões a que correspondam qualidades ou
excelência em detrimento de outrem. 33

2.2. Constituição da firma

A firma, consoante os casos, pode ser formada com o nome de uma ou mais
pessoas (firma nome), com uma expressão relativa ao ramo de actividade, aditada ou não de
elementos de fantasia (firma - denominação), ou englobar uns e outros desses elementos
(firma mista). Em todo caso, ele será um sinal nominativo e nunca emblemático: sempre uma
expressão verbal, com exclusão de qualquer elemento figurativo. 34

2.3. Princípios da verdade, da novidade e da exclusividade

A firma é denominada essencialmente por princípios da verdade, da novidade,


e da exclusividade.35

De acordo com o princípio da verdade, a firma deve espelhar a realidade a que


se reporta, não induzindo em erro relactivamente a caracterização jurídica do ente, mas sem
prejuízo de utilização de vocábulos de uso corrente acima referida. Por isso, o art.19,
estabelece que os elementos utilizados na composição da firma, devem ser verdadeiro e não
induzir em erro sobre a identificação, natureza, dimensão ou actividade do seu titular, não
podendo ser utilizados na composição da firma, elementos característicos que sugiram
actividades diferentes da que o seu titular exerce ou se propõe exercer, nem expressões que
possam induzir em erros sobre a caracterização jurídica do empresário, quais sejam o uso, por
pessoas singulares, de designações que sugiram a existência de uma pessoa colectiva. 36

2.4. Firma originária

2.4.1. Comerciante em nome individual

33
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta nos nos 1, 2, e 3 do art. 22 Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de
Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
34
CORREIA, Miguel.J.A. Pupo, Direito Comercial, 7a edição revista e actualizada, Coimbra editora,2001,
Pág.218.
35
ABUDO, Jose Ibraimo, Direito Comercial, Maputo,2009, Pág.121.
36
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta nos 1e 2, nas als, a e b), do no2 do art.19 Decreto-Lei no 2/2005,
de 27 de Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
11
Como é sabido, o comerciante singular ou em nome individual, sob a sua única
responsabilidade; beneficia se de todos lucros ou sofre todos prejuízos da sua exploração
econômica. 37

2.4.2. Sociedade em nome colectivo

Primeiramente é necessário ter um conceito de sociedade empresarial no qual


e definida como organizações económicas dotadas de personalidade jurídica e património
próprio, constituídos, ordinariamente por mais de uma pessoa, que tem como objetivo a
produção ou a troca de bens ou serviços. 38 Nesta forma de sociedade, as responsabilidades de
todos sócios é como se sabe, limitada e solidaria. A sua firma deve quando individualizar
todos sócios, conter pelo menos o nome ou a firma de um deles com o aditamento abreviado
ou por extenso; ou por qualquer outro que indique a existência de outros sócios. 39

Com base do art. 26, a firma do comerciante individual tem de basear-se no seu
nome civil, completo ou abreviado, não podendo reduzir se a um só, vocábulo (a menos que a
dição de uma referência ou títulos acadêmico, profissional ou nobiliárquico a que tenha
direito o torne completamente individualizador). E os elementos que aditar não podem
consistir em simples indicações de fantasia: só pode ser aditada uma alcunha para que o
comerciante seja conhecido, ou uma expressão que designe ou sugira a espécie de comércio
exercida. 40 O " Estabelecimento individual de responsabilidade limitada".41

2.4.3. Firma adquirida

a. Transmissão do estabelecimento: como objectivo de proteger o interesse de terceiros


"fornecedores e clientes", cuja confiança decorre do conhecimento do titular do
estabelecimento (fator subjectivo), e do seu estabelecimento (fator objectivo). A
transmissão não pode ser consentida sem que, ao menos subsista factor objectivo.
b. Acordos dos interessados: quando e transmitida a titularidade do estabelecimento, a
transmissão da firma não se presume, antes se torna indispensável uma convenção
expressa neste sentido, quer nos casos de transmissão inter-vivos, quer por mortis
causas, devendo nesta última, como é logico, a concordância ser manifestada pelos
herdeiros.

37
CARDOSO, J. Pires, noções do direito comercial, Pág. 101.
38
Consta no site WWW.Brasil concursos.com, direito comercial, acessado no dira 2 de abril penal 16 horas e
20minutos. Pag 9.
39
IDEM.Pág.105.
40
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta no 1, as als. a, b, c, d, e) do art.2619 Decreto-Lei no 2/2005, de 27
de Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
41
CORREIA, Miguel.J.A. Pupo, direito comercial, 7a edição revista e actualizada, Coimbra editora,2001,
Pág.219.
12
c. Declaração da sucessão: trata se da salvaguarda do princípio da verdade, mediante o
firma do comerciante em nome individual das palavras" sucessor de, ou herdeiro de" e
da firma que tenha adquirido ou no caso de o adquirente ser sociedade ser sociedade,
uma menção que de a conhecer ter sucedido na firma do anterior titular. 42

2.4.4. Princípio da novidade

Por este princípio o nome empresarial tem que se diferenciar de qualquer outro
existente, tem que ser inédito. 43 as firmas e as denominações devem ser distintas e não
susceptíveis de confusão ou erro com as registadas ou licenciadas, no mesmo âmbito da
exclusividade, mesmo quando a lei permita a inclusão de elementos utilizados por outras já
registadas, ou com designações de instituições notoriamente reconhecidas. 44
E que pode
extrair do artigo. 20 do código comercial. 45

2.4.5. Princípio da exclusidade

O princípio da exclusividade impõe que a firma deve ser exclusiva, do ente a


que diz respeito, direito que só se constitui após o registo pelo respectivo titular na entidade
competente, sem prejuízo da possibilidade de declaração de nulidade, anulação ou caducidade
da firma nos do artigo 24 do código comercial, e pelo uso ilegal da firma, se confira aos
interessados o direito de exigir a sua proibição, bem como uma indemnização pelos danos daí
emergentes, sem prejuízo da correspondente acção criminal, se a ela houver lugar. 46

Trata se, pois, de reconhecimento ao empresário dos meios de tornar efectiva a


garantia de exclusivismo da firma, dando se lhe a conhecer o caminho de havendo uso ilegal
da firma, ou seja, a usurpação de firma, poder evitar os prejuízos daí emergentes, e conseguir
a devida reparação. Para tal, o interessado pode:

 Exigir que o usurpador de firma seja impedido de continuar a usar a referida firma,
afastando se a situação de confusão que por ventura tenha originado no público,
evitando assim e futuro os prejuízos que poderiam resultar dessa confusão, acção que
pode ser exercida mesmo que o interessado não tenha ainda sofrido ou reconhecido
prejuízo.
42
CORREIA, Miguel.J.A. Pupo, Direito Comercial, 7a edição revista e actualizada, Coimbra editora,2001, Pág
221.
43
RIBEIRO, Cláudia, MENEZES Priscilla TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL, 2014, Pág.15.
44
CORREIA, Miguel.J.A. Pupo, Direito Comercial, 7a edição revista e actualizada, Coimbra editora,2001,
Pág.222.
45
CARDOSO, J. Pires, Noções do Direito Comercial, Pág101. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta no 1
e 2 do artigo 20 Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da
República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
46
ABUDO, Jose Ibraimo, Direito Comercial, Maputo,2009, Pág.123
13
2.5. Composição da firma dos empresários comerciais

Na composição da firma, os empresários comerciais devem obedecer ao


disposto no art. 26, no 1 do código comercias pode ser composta:47

a) Pelo seu nome civil, completo ou abreviado, consoante se torne necessário para a
identificação da sua pessoa, podendo aditar-lhe alcunha;
b) Pelo nome ou firma de um, alguns ou todos os sócios ou associados;
c) Designação de fantasia;
d) Por expressões alusivas a actividade comercial ou a desenvolver;
e) Pela conjugação dos elementos referidos nas alíneas anteriores.

Havendo firma de empresário comercial, pessoa singular exclusivamente


composta pelo seu nome civil, completo ou abreviado, como se disse na alínea a), e se
verifique a homonímia entre a firma a registar e a outra já registada, deve o empresário, que
pretende registar a firma nova, alternativa ou conjuntamente, usar o seu nome abreviado, se
afirma corresponde ao seu nome; acrescentar-lhe ou retirar-lhe uns dos seus nomes, próprio
ou da família; ou aditar lhe a designação de fantasia ou expressão alusiva a actividade
mercantil desenvolvida ou a desenvolver ( no2).48

Relactivamente a composição da firma, o autor Ferreira Correia citado por José


Ibraimo, ensina que, a firma pode ser formada:49

 Por um ou vários nomes de pessoas, completos ou abreviados- firma nomes;


 Por uma expressão ligada ao comércio exercido na empresa- firma denominação;
 Por combinação das duas anteriores formas – firmas mistas.

No que respeita as regras a quem deve obedecer a composição da firma


originária, o código comercial estabelece as seguintes regras:

 Relactivamente ao pequeno empresário, além das regras da composição da firma,


enumerado no código comercial, e obrigatório o aditamento da expressão de" pequeno
empresário" ou abreviadamente " PE" vide 27o do código comercial50;

47
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, no1 do atrigo 26o Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro, aprova o
Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
48
ABUDO, Jose Ibraimo, Direito Comercial, Maputo,2009, pág.124.
49
ABUDO, Jose Ibraimo, direito comercial, Maputo,2009, pág.125.
50
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, o artigo 27o, Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro, aprova o
Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
14
 A firma do empresário comercial, a pessoa singular, pode conter o aditamento o
"empresário individual" ou abreviadamente " EI" conforme reza o artigo 28o da mesma
lei comercial;51
 A firma das sociedades em nome coletivo, deve conter o aditamento " sociedade em
nome coletiva ou abreviadamente "SNC", salientando se que a pessoa que, a pessoa
não sendo sócio, consentir que o seu nome ou firma, figure na firma da sociedade em
nome colectivo, responde solidariamente, como os sócios pelas obrigações sociais
artigo 29o, da lei comercial.

No concernente as restantes regras da composição da firma originariam, pode


encontrar, nos artigos 30o e seguintes.

2.6. Protecção da firma

A protecção da firma efectiva se, assegurando ao empresário comercial o


direito ao uso exclusivo da sua firma, bem como a reparação nos casos, em o seu direito se
acha violado. 52

Os meios de protecção da firma, podem ser preventivos, para evitar o uso ilegal
da firma, e repressivos, convista a fazer cessar e punir esse mesmo uso. Constituem meios
preventivos as cautelas constantes do código da propriedade industrial.

A quando do registo do nome comercial e da insígnia do estabelecimento,


exige se que ao requerimento do respectivo pedido se juntem a certidão do registo predial, ou
outro titular demonstrativo de que o requerente e o legitimo titular do estabelecimento, bem
como a certidão negativa do nome comercial ou da insígnia a registar, conforme o artigo 147,
da lei comercial. 53

O interessado pode solicitar ao tribunal comum, para decretar a providencias


cautelares julgadas convenientes para salvaguardar os direitos da propriedade industrial
previstos na lei. Conforme ao artigo 187o da lei comercial. Para além dos meios repressivos já
mencionadas no ponto respeitantes ao princípio do exclusivismo, indicam as penas de multa
de cento e doze, salários mínimos, caso se trate de pessoa singular, e de duzentos e vinte e

51
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Os artigos,28,29, segs. do Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro,
aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
52
ABUDO, Jose Ibraimo, direito comercial, Maputo,2009, pág.126.
53
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, o artigo 147 do Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro, aprova o
Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
15
quatro salários mínimos, caso se trate de pessoa colectiva, que podem ser aplicáveis por
pratica de infracção, de concorrência desleal. 54

2.7. Transmissão da firma

O adquirente, por qualquer título entre vivos, de um estabelecimento comercial


pode aditar a sua própria firma, a menção de haver sucedido na firma do anterior titular do
estabelecimento, se esse titular o autorizar por escrito. Por outo lado, é proibida a aquisição de
uma firma sem a do estabelecimento a que se achar ligada, permite se, pós, que a firma se
transmita com o estabelecimento, mas torna se obrigatória a declaração do sucesso em relação
ao adquirente. 55

De acordo com o disposto no artigo 35, o adquirente duma empresa comercial


pode continuar a geri-la sob a mesma firma, quando para tal seja autorizado, aditando lhe ou
não a declaração de haver nela sucedido, autorização que compete ao alienante. Mas no caso
de transmissão por morte, sem que o de cujus tenha disposto, por escrito, sobre o assunto, a
mesma será dada pela maioria dos herdeiros, independentemente de se tratar de transmissão a
terceiro ou aquém seja herdeiro. 56

2.7.1. Alteração da firma

A saída ou falecimento de sócio ou associado cujo nome ou firma figure na


firma do empresário comercial, pessoa colectiva, não determina necessidade da alteração
desta, salvo se a outra coisa tiver sido convencionada, no acto constitutivo, mas o sócio ou
associado deixa de ser responsável pelas obrigações sociais, contraídas na exploração da
empresa transmitida, a partir do registo e publicação do acto de transmissão. 57

O artigo 39 estabelece que, o direito a firma caduca com o termo do prazo


contratual, por dissolução da pessoa colectiva e pelo não exercício da empresa, mas é
susceptível de caducidade e renúncia.58

Assim tratando de empresário em nome individual, a caducidade pode ocorrer:

54
ABUDO, Jose Ibraimo, direito comercial, Maputo,2009, pág.126.
55
CARDOSO, J. Pires, noções do direito comercial
56
ABUDO, Jose Ibraimo, direito comercial, Maputo,2009, pág.127.
57
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta no no1 do artigo 37 do Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de
Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
58
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, constam nas als), a, b, c, do artigo 39 do Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de
Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
16
 Quando tendo cessado o exercício da empresa, não transmite a firma com
o estabelecimento;
 Se falecer e os seus sucessores não prosseguirem com o exercício da
empresa, ou transmitirem, por seu turno, o estabelecimento e firma.

Tratando se sociedade comercial, a caducidade ocorre pela verificação das causas


previstas na lei, no contrato da sociedade e ainda nos arrolados no n o1, do artigo 229o da lei
comercial, sabendo-se que a partir da dissolução, afirma deve ser aditada a menção, sociedade
em liquidação ou em liquidação. Artigo 235o.59

A caducidade da firma, é declarada pela entidade competente para o registo a


requerimento dos interessados, para o que se notificara o titular do registo para se pronunciar
sobre o requerimento do interessado, no prazo de um mês, seguindo a decisão da entidade
competente para o registo que deve ser proferida, no prazo de quinze dias. Da mesma, cabe
recurso para o tribunal e devendo ser registada oficiosamente e publicada, conforme artigo
40.60

Sobre a renúncia a firma, o artigo 41, permite que ela possa ser feita, desde que o
titular declare expressamente a entidade competente para o registo, declaração que deve ser
feita por escrito com assinatura do titular reconhecida presencialmente1.61

A renúncia da firma assim declarada, deve ser registada na entidade competente


para o registo comercial e deve ser publicada num dos jornais de maior circulação no local da
sede ou, na falta deste, por outra forma pública.62

2.8. Extinção da firma

A extinção da firma individual ou de sociedade mercantil é o término da sua


existência; é o perecimento da organização ditada pela desvinculação dos elementos humanos e
materiais que dela faziam parte. Dessa despersonalização do ente jurídico decorre a baixa dos
respectivos registros, inscrições e matrículas nos órgãos competentes. 63

59
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, constam nos artigos 229o e 235o, ambos do Decreto-Lei no 2/2005, de 27
de Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
60
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, constam nos nos,1 ,2 ,3 ,4 e 5, do artigo 40, do Decreto-Lei no 2/2005, de
27 de Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
61
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, constam no1 do artigo 40 do Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro,
aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
62
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, consta no no 3 do artigo 40 do Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de
Dezembro, aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de Dezembro.
63
IDEM, consta nos nos 1 e 2 do artigo 269
17
A extinção, precedida pelas fases de liquidação do patrimônio social e da partilha dos
lucros entre os sócios, dá‐se com o acto final, executado em dado momento, no qual se tem por
cumprido todo o processo de liquidação.64

64
IDEM, consta nos no 3 do artigo 269
18
Conclusão

Apos a termino do presente trabalho importa fazer menção dos aspectos mas relevantes para a
compreensão do presente tema, que o grupo notou que merece um especial destaque, dos
quais importa fazer menção da organização do empresário comercial que e especial esta
previsto no nosso ordenamento jurídico, ou seja, no código comercial moçambicano no artigo
3, no qual considera-se empresa comercial toda a organização de fatores de produção para o
exercício de uma atividades económica destinada à produção, para a troca sistemática e
vantajosa, ou seja, o empresário não é somente quem possui enormes empresas ou investe de
forma que os outros se cintão expluídos o ordenamento jurídico já da destaque e explica quem
é necessariamente um empresário, designadamente coloca os seus requisitos para a sua
aquisição. Para ser um comerciante, é necessariamente praticar uma actividade voltada à
produção de bens ou serviços visando o lucro.

A respeito da firma importa fazer menção, que a Firma de forma mas simplificada, pode ser
entendida numa vertente, de que a mesma somente é e será uma assinatura, nome de um
comerciante (dono) singular ou colectivo que dão o seu nome a uma sociedade, também que
pode ser chamado a firma social.

Concluímos que o trabalho faz menções aprofundadas e bem ordeiras, a respeito da


“Organização do Empresário Comercial” e a “Firma”. E dizer em primeira mão que
concluímos que para a existência de uma Firma é necessário primeiro passar pela organização
do empresário comercial, e que só depois é que vem a formação da firma, no qual, apenas será
uma distinção das demais formas de sinais distintivos do comércio.

19
Referências bibliográficas

1. Legislação:
 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-Lei no 2/2005, de 27 de Dezembro,
aprova o Código Comercial, in Boletim da República no 51, I Série de 27 de
Dezembro.
 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-Lei no 47344, de 25 de Novembro de
1966, e Portaria n.o 22869, de 4 de Setembro de 1961.
2. Doutrina:
 ABUDO, José Ibraimo, Direito Comercial, Maputo, 2009.
 CARDOSO, J. Pires, Noções do Direito Comercial, 13ª Edição, Editora Rei dos
Livros.
 CORREIA, A, FERRER, Lições de Direito Comercial, vol. I, Universidade de
Coimbra, 1973.
 COELHO, José Gabriel Pinto, Lições de Direito Comercial, 2ª Edição revista, vol. I.
 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: Direito de Empresa.
 CORREIA, Luís Brito, Direito Comercial, 1º vol., AAFDL, 1987.
 CORREIA, Miguel J.A Pupo, Direito Comercial, 7ª edição revista e actualizada,
Lisboa, 2001.
 CORREIA, Miguel J. A. Pupo, TOMAS, António José, et il, Direito Comercial,
Direito da Empresa, 12ª Edição. Revista e Actualizada, Lisboa, Setembro, 2011.
 Jurisdição in João Costa, Dicionário Moderno da Língua Portuguesa, escolar editora,
Angola.
 RIBEIRO, Cláudia, MENEZES Priscilla TEORIA GERAL DO DIREITO
EMPRESARIAL, 2014.
 SANTOS, Ricardo Simões Xavier dos, DIREITO COMERCIAL VII Salvador, 2017.
 TOMAZETTE, Marlon, Curso de Direito Empresarial, 8ª Edicao atlas, 2017.
 WARDE JR, Walfrido Jorge. Teoria Geral da Empresa. Tratado de direito
empresarial.
 Consta no site WWW.Brasil concursos.com, Direito Comercial, acessado no dira 2 de
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