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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMERCIO E FINANÇAS

LICENCIATURA EM DIREITO
CENTRO DE RECURSOS DE LICHINGA

Cadeira: Direito Comercial – II

DAS SOCIEDADES COMERCIAIS

Lichinga, 15 de Setembro de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMERCIO E FINANÇAS
LICENCIATURA EM DIREITO
CENTRO DE RECURSOS DE LICHINGA
Cadeira: Direito Comercial - II

DAS SOCIEDADES COMERCIAIS

Discente:

Ernestina da C.M. Matias

Manuel Cinquenta Naula

Tomas Joao Razuane

Sobrindo Búfalo

Docente:

Msc. Jorge Amido

Lichinga, 15 de Setembro de 2023


Índice
Introdução................................................................................................................................4
Objectivos................................................................................................................................4
Geral:.......................................................................................................................................4
Específicos:.............................................................................................................................4
Metodologia............................................................................................................................4
Sociedades Comerciais............................................................................................................5
Empresa vs Sociedade Comercial...........................................................................................5
Empresa...................................................................................................................................6
Empresa em sentido objectivo (empresa-estabelecimento e empresa-organização de factores
de produção):...........................................................................................................................6
Empresa é um bem (activo):....................................................................................................7
Elemento pessoal.....................................................................................................................7
Elemento patrimonial..............................................................................................................8
Elemento finalístico (fim imediato ou objectivo): a actividade social....................................8
Elemento teleológico: o fim lucrativo.....................................................................................9
Objecto comercial.................................................................................................................10
Forma comercial....................................................................................................................10
Princípio da tipicidade...........................................................................................................11
Tipos de sociedades comerciais............................................................................................11
A personalidade jurídica........................................................................................................12
Capacidade de direito............................................................................................................13
Resumo Sobre as Sociedades................................................................................................13
Estabelecimento de Empreses...............................................................................................13
Empresário Individual (E.I.)..................................................................................................14
Sociedades.............................................................................................................................14
Agrupamento de Interesse Economico (A.I.E.)....................................................................14
Conclusão..............................................................................................................................15
Referencias Bibliográficas....................................................................................................16
Introdução
As sociedades comerciais são a estrutura típica das empresas nas economias de mercado,
embora a empresa possa revestir outras formas jurídicas. O presente trabalho de pesquisa, tem
como tema “Das Sociedades Comerciais”. O investimento em Moçambique esta mais
atractivo, uma vez que o Governo Simplificou os processos para registar e abrir uma empresa,
bem como para obter licença.

Com este trabalho se pretende facilitar ainda mais a compreensão sobre o assunto, podendo
servir de uma ferramenta de auxílio a quem pretende constituir empresa em Moçambique.
Buscamos na medida do possível, fazer uma interpretação cuidadosa dos artigos que regulam
as sociedades comerciais em Moçambique, de modo a tornar a informação mais acessível sem
no entanto desviar da informação original.

Objectivos

Geral:
 Falar das Sociedades Comerciais.

Específicos:
 Conceituar as Sociedades Comerciais;
 Explicar a diferença existente entre empresa e sociedade comercial;
 Fazer menção aos elementos da sociedade comercial e tipos de sociedades comerciais.

Metodologia
Este trabalho foi abordado por meio de diferentes formais de pesquisa, das quais destacam-se
levantamentos de dados por meio de uso de TICS e levantamentos bibliográficos que
consistiu basicamente na consulta de manuais relacionados ao objecto do trabalho.

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Sociedades Comerciais
De acordo com o disposto no art. 1.º, n. º2 CSC, são sociedades comerciais “aquelas que
tenham por objecto a prática de actos de comércio e adoptem o tipo de sociedade em nome
colectivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita
simples ou de sociedade em comandita por acções”.

Nos termos do artigo 66 do novo Código Comercial Moçambicano, “A sociedade empresarial


é aquela em que uma ou mais pessoas se constituem, nos termos do presente Código, e se
obrigam a contribuir com dinheiro, bens ou serviços para o exercício da actividade
empresarial e a partilha, entre si, dos resultados.”

Empresa vs Sociedade Comercial


A sociedade é a forma ou estrutura jurídica típica da empresa:

É frequente afirmar-se que a sociedade comercial (sociedade por quotas, sociedade unipessoal
por quotas, sociedade anónima [S.A.]) é:

 A forma ou estrutura jurídica típica ou paradigmática da empresa;


 A forma, mecanismo ou técnica jurídica, por excelência, de organização de uma
empresa;
 A organização jurídica da empresa;
 O instrumento jurídico-organizativo por excelência da empresa;
 O esquema organizatório da empresa;
 A estrutura legal necessária para o funcionamento da empresa;
 A forma jurídica que «dá abrigo» à empresa;
 O sujeito de Direito (porque tem personalidade jurídica) que é titular da empresa, que
explora ou que exerce a empresa;
 A proprietária ou dona (directa ou imediata) da empresa (a sociedade é, por isso,
empresária);
 Um veículo jurídico apto à exploração de uma empresa;
 Uma estrutura jurídica patrimonial e organizativa que serve de instrumento para o
desenvolvimento de iniciativas empresariais;
 O mecanismo jurídico mais apto para o exercício de actividades ou projectos
económicos;

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 O expediente jurídico de que os titulares das respectivas participações sociais (quotas
ou acções) se servem para gerir as empresas de que são proprietários económicos,
indirectos e mediatos (propriedade económica ou propriedade corporativa) com o
benefício da responsabilidade limitada;
 Um mecanismo de gestão e estruturação da empresa, bem como de administração de
um património que se individualiza para o efeito;
 A “capa” da empresa;
 O revestimento jurídico da empresa; ou ainda que
 A empresa é o substrato ou o objecto da sociedade.

Empresa
“Empresa” é uma palavra polissémica: tem vários sentidos ou acções. Assim, a palavra
“empresa” pode ser empregue nomeadamente:

 Em sentido objectivo, para designar um estabelecimento ou organização de factores de


produção destinada ao exercício de uma actividade económica (empresa enquanto
estrutura, instrumento, sistema ou organização económico-produtiva, complexa e
unitária, objecto de direitos e deveres);
 Em sentido subjectivo, para designar um sujeito de Direito, via de regra, pessoa
colectiva, que exerce ou que que se encontra em condições de exercer, directa ou
indirectamente, uma actividade com natureza, via de regra, económica destinada, em
princípio à obtenção de lucro (empresa enquanto sujeito).

Empresa em sentido objectivo (empresa-estabelecimento e empresa-organização de


factores de produção):
Em sentido objectivo, a empresa é um estabelecimento (global) – comercial ou não comercial
-, ou seja, é uma estrutura, instrumento, sistema ou organização económico-produtiva,
complexa e unitária, composta por um conjunto de bens e elementos corpóreos e incorpóreos
devidamente organizada para o exercício de uma actividade económica.

Outra definição possível de empresa em sentido objectivo, mas que acentua o elemento ou
perfil de “organização” é a que entende que a empresa é uma organização de factores de
produção (terra ou natureza, capital e trabalho) destinada ao exercício de uma actividade
económica.

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Empresa é um bem (activo):
Neste sentido, a empresa é:

 Um bem que integra o património de um ou mais sujeitos de Direito (neste último


caso, em compropriedade ou em comunhão de mão comum, nomeadamente,
comunhão hereditária ou comunhão conjugal), especialmente sociedade comercial,
que a explora: esta é titular ou proprietária daquela;
 Sendo, por isso, objecto de relações jurídicas (direitos, deveres e outras situações
jurídicas activas e passivas).

A empresa é a célula base da economia moderna.

Tem-se que recorrer à lei civil, como direito subsidiário (art. 3º CCom). A sociedade
comercial é uma sociedade, obedecendo às características definidoras do art. 980º CC[2],
acrescidas dos requisitos específicos do art. 1º/2 CSC.

Em face do art. 980º CC deparam-se quatro elementos do conceito geral de sociedade:

1. Elemento pessoal: pluralidade de sócios;


2. Elemento patrimonial: obrigação de contribuir com bens ou serviços;
3. Elemento finalístico (fim imediato ou objecto): exercício em comum de certa
actividade económica que não seja de mera fruição;
4. Elemento teleológico: repartição dos lucros resultantes dessa actividade.

O art. 1º/2 CSC[3], aponta dois elementos específicos do conceito de sociedade comercial:

 Objecto comercial: prática de actos de comércio;


 Tipo comercial: adopção de um dos tipos configurados e disciplinados na lei
comercial.

Pode-se definir empresa, como uma organização de pessoas e bens que tem por objecto o
exercício de uma actividade económica, em economia de mercado.

Elemento pessoal
Nele compreendem-se, quer o empresário e outros investidores de capitais, quer os
trabalhadores.

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Qualquer destas entidades tem, de uma forma ou de outra, interesse no desenvolvimento e
êxito da empresa, seja para rentabilização dos capitais investidos, seja para promoção pessoal,
estabilidade e retribuição do trabalho.

Em princípio, e porque a lei o define como um contrato, o acto gerador da sociedade deve ser
celebrado por pelo menos duas partes, dois sujeitos de direito. É o que expressamente refere o
art. 7º/2, 1ª parte CSC. Todavia esta norma, in fine, abre uma brecha em tal princípio, ao
admitir que a lei “permita que a sociedade seja constituída por uma só pessoa”

A regra da pluripessoalidade vale tanto para a sociedade – contrato como para a sociedade –
instituição. E, do mesmo modo, deverá pôr-se a questão da admissibilidade de excepções
àquela regra, ou seja, de sociedade com um só sócio (sociedades unipessoais), tanto no que
toca ao momento da constituição da sociedade, como no que toca à subsistência com um só
sócio de uma sociedade já existente.

Elemento patrimonial
O art. 980º CC, consagra um segundo elemento do conceito de sociedade, consiste na
chamada obrigação de entrada, através da qual os sócios efectuam contribuições que irão
formar o património inicial da sociedade.

Esta norma limita-se a exigir, para que surja a sociedade, que os sócios se obriguem a
contribuir com bens ou serviços, mas não exige a efectivação dessas contribuições logo no
momento inicial, podendo ser deixada para mais tarde, ao menos em parte.

As contribuições dos sócios podem revestir, a natureza de bens ou serviços.

As contribuições ou entradas dos sócios desempenham três funções da máxima importância


para a sociedade.

a) Formam no seu conjunto, o fundo comum ou património com o qual a sociedade vai
iniciar a sua actividade;
b) Definem a proporção da participação de cada sócio na sociedade;
c) Fixam o capital social.

Elemento finalístico (fim imediato ou objectivo): a actividade social


No que diz respeito às sociedades em geral, a referência do art. 980º CC, ao exercício de uma
actividade económica visa abranger todas as actividades destinadas à produção de bens ou
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utilidades de qualquer natureza, materiais ou imateriais, enquadráveis em qualquer dos
sectores da economia.

No que respeita às sociedades comerciais, é evidente que as actividades económicas a que se


dediquem terão se ser aquelas que se enquadrem no âmbito do comércio em sentido jurídico-
formal.

Por outro lado, o art. 980º CC, exige que a actividade económica seja certa, o que significa,
obviamente, que ela deverá ser definida, determinada de forma concreta e específica, de modo
a não se adquirirem indicações tão vagas do escopo social que acabem por se traduzir numa
incerteza da actividade ou actividades a que a sociedade se destine.

Elemento teleológico: o fim lucrativo


O fim último da reunião dos sócios, com os respectivos contributos para o exercício da
actividade comum, terá de consistir na obtenção de um enriquecimento patrimonial, de um
lucro, e não de outras vantagens ideais ou mesmo materiais.

A fórmula do art. 980º CC, parece incutir uma noção muito estrita de lucro: tratar-se-ia de um
aumento de património gerado na própria sociedade, para ser depois repartido entre os sócios,
seja periodicamente, seja no final da existência da sociedade.

O elemento teleológico não consiste apenas no intuito de que a sociedade reduza lucros: é
necessário que ela vise também a repartição destes pelos sócios (art. 980º CC).

 Direito (abstracto) aos lucros, que é inerente ao conceito de sociedade;


 Direito (concreto) aos dividendos, isto é, à distribuição periódica de lucros, o qual
resulta da deliberação que os sócios tomem de os distribuir.

Este direito dos sócios aos dividendos goza de protecção, que se cifra em três aspectos:

 O crédito dos dividendos vence-se, em regra, decorridos 30 dias após a deliberação de


atribuição de lucros (arts. 217º/3 e 294º CSC);
 É proibido o pagamento aos titulares dos órgãos sociais de participação nos lucros que
o estatuto social preveja, antes de estarem postos a pagamento os dividendos aos
accionistas (art. 217º/4 e 294º3 CSC);

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 É anulável a deliberação que porventura negar a distribuição do dividendo mínimo
obrigatório, ou mandar distribuir montante inferior ao legal, fora dos casos ressalvados
nos arts. 217º/1, 294º/3 CSC.

Objecto comercial
Para que uma sociedade seja comercial, ela deverá ter “por objecto a prática de actos de
comércio” (art. 1º/2 CSC). Assim, o primeiro elemento conceitual específico das sociedades
comerciais consiste no objecto comercial. No que toca às sociedades comerciais, portanto, o
elemento finalístico, também designado, por fim imediato ou objectivo da sociedade, tem uma
conotação própria: ele deve ter carácter comercial.

O objecto da sociedade consiste nos actos ou actividades que, segundo a vontade dos sócios,
ela deverá praticar e prosseguir. Por conseguinte, é o carácter comercial desses actos e
actividades que atribui às sociedades o carácter de comerciantes (art. 13º/2 CCom).

Deverá tratar-se, pois, de actos de comércio objectivos (art. 2º, 1ª parte CCom) e de
actividades qualificadas de comerciais pelo art. 230º CCom, ou por outras normas
qualificadoras.

Forma comercial
Para que uma sociedade seja comercial é ainda necessário que revista forma comercial,
comporta dois sentidos:

 Primeiro, ela significa que a sociedade deverá revestir um dos tipos caracterizados e
regulados na lei comercial;
 Num outro sentido, ela exprime a obrigatoriedade de a sociedade respeitar, na sua
constituição, os requisitos formais estabelecidos na lei comercial.

A primeira das acepções reporta-se ao princípio da tipicidade ou numerus clausus, que o


legislador adoptou quanto às sociedades comerciais.

Ainda por motivos de ordem pública, o legislador admite um número muito restrito de tipos
sociais. Estes distinguem-se, através de três características:

 Responsabilidade dos sócios pela obrigação de entrada: trata-se de característica


fundamental, pois identifica a responsabilidade dos sócios para com a sociedade no
que toca à formação do património inicial desta;
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 Responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade: é outro aspecto de suma
importância, pois por ele se fica a saber se os sócios são ou não responsáveis, perante
os credores da sociedade pelas dívidas desta;
 Modalidades de composição e titulação das participações na sociedade: trata-se de um
aspecto que, embora secundário, reveste muitas vezes importância assinalável, pois
permite caracterizar a natureza e a forma de cada parte do sócio na sociedade.

Princípio da tipicidade
As sociedades que tenham por objecto a prática de actos de comércio devem adoptar um dos
tipos previstos no Código das Sociedades Comerciais (art. 1º/3). A esta obrigatoriedade de
adopção de um dos tipos previstos na lei, a doutrina chama princípio da tipicidade das
sociedades comerciais.

Este princípio constitui uma restrição ao princípio da autonomia privada, em especial na sua
vertente de liberdade contratual. Ao invés do estatuído no art. 405º/1 CC, as partes não têm a
faculdade de celebrar contratos de sociedade comercial diferentes dos previstos na lei.

O princípio da tipicidade só restringe, contudo uma das facetas da autonomia privada. As


partes no contrato não podendo embora adoptar um tipo diferente dos previstos no Código das
Sociedades Comerciais – o que traduz uma restrição à liberdade de fixação do conteúdo do
contrato – já podem decidir livremente se contratam – liberdade de contratar em sentido
estrito – assim como podem escolher também livremente com quem contratam – liberdade de
escolha dos outros contraentes. O art. 1º/3 CSC deixa pois intacta a liberdade de contratar em
sentido estrito e a liberdade de escolha da contraparte no contrato.

O princípio da tipicidade só abrange as sociedades que tenham por fonte um negócio jurídico
– as sociedades criadas ope legis podem desviar-se dos tipos previstos no Código das
Sociedades Comerciais, uma vez que tais sociedades provêm de instrumentos normativos de
valor hierárquico idêntico ao do próprio Código das Sociedades Comerciais onde o princípio
da tipicidade se estabelece.

Tipos de sociedades comerciais


Nos termos do art. 1º CSC, as sociedades que tenham por objecto o exercício de uma
actividade comercial têm de adoptar um dos tipos previstos no Código das Sociedades
Comerciais. Este prevê quatro tipos de sociedades comerciais:

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 Sociedades em nome colectivo: são as chamadas sociedades de responsabilidade
ilimitada, por os sócios poderem responderem pessoalmente com todo o seu
património pelas dívidas da sociedade, depois de esgotado o património desta (art.
175º/1 CSC).
 Sociedades por quotas: são de longe, o tipo societário mais utilizado na prática por
corresponder à estrutura típica da pequena e média empresa. A sua característica
principal é a elasticidade do regime jurídico constituído por grande número de
disposições supletivas, que podem ser afastadas pelos estatutos, ajustando a sociedade
às necessidades concretas de cada empresa, nomeadamente aproximando-a das
sociedades de pessoa dificultando ou mesmo impedindo a transmissão das quotas ou
optando por um modelo mais próximo das sociedades de capitais com livre
transmissibilidade das quotas.
 Sociedades anónimas: são o tipo característico da empresa de maior dimensão. O seu
capital mínimo é de 50 000€, e deverão ser pelo menos, cinco accionistas. Os
accionistas respondem apenas pela realização das acções de que são titulares.
 Sociedades em comandita: são um tipo misto em que existem sócios de
responsabilidade ilimitada – os comanditados – e os sócios de responsabilidade
limitada – os comanditários.

A personalidade jurídica
As sociedades de todos os tipos gozam de personalidade jurídica a partir do registo definitivo
(art. 5º CSC). E gozam dessa personalidade jurídica tanto em relação a terceiros, como em
relação aos próprios sócios.

Assim, é a sociedade que adquire a qualidade de comerciante em consequência do exercício


da actividade social e não os sócios. Por isso, é a sociedade que está sujeita às obrigações
impostas aos comerciantes e não os seus sócios. Além disso, a sociedade pode ter direitos
contra os seus sócios.

Com a constituição da sociedade, os bens com que os sócios entram para esta revertem para o
seu património e os credores pessoais dos sócios apenas poderão penhorar as respectivas
participações sociais a partir do momento em que as sociedades adquirem personalidade
jurídica.

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Pelo contrário, pelas dívidas da sociedade, apenas responde em princípio o património social.
Contudo, para além das sociedades em nome colectivo, em que os sócios respondem
solidariamente e subsidiariamente pelas dívidas da sociedade, outras situações existem de
“transparência” da personalidade jurídica.

Capacidade de direito
A capacidade de direito das sociedades comerciais como pessoas colectivas está delimitada
pelo seu objecto (art. 160º CSC). Mas, aqui há que distinguir o objecto mediato, que é a
realização de lucros – necessários, para todas as sociedades (art. 980º CC) – do objecto
imediato, a actividade comercial concreta que a sociedade se propõe exercer e que deve
constar dos estatutos (arts. 9º/1-d e 1º CSC).

Esta distinção é importante, porque o princípio da especialidade, que limita a capacidade


jurídica das pessoas colectivas aos actos necessários ou convenientes à prossecução dos seus
fins (art. 160º CC) só tem aplicação nas sociedades comerciais, ao objecto mediato –
finalidade lucrativa – servindo o objecto imediato apenas para limitar os poderes de
representação dos administradores e, mesmo assim, só verificadas certas condições.

Resumo Sobre as Sociedades

Estabelecimento de Empreses
Qualquer investidor é livre de estabelecer o seu negocio em Macau e beneficiar das muitas
vantagens ao dispor das empresas do Territorio. Para tal, entidades ou empresários
estrangeiros tem apenas de seguir os mesmos procedimentos estipulados para os empresários
locais. Macau desenvolveu já uma vasta legislação que regula diversas actividades
económicas, algumas as quais requererem apenas licença especificas ou autorização previa
para serem exercidas.

De acordo com Código Comercial de Moçambique, poder ser registadas as seguintes


entidades comerciais para desenvolver actividades empresariais:

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Empresário Individual (E.I.)

Sociedades
os sócios podem deter participações de capil em dinheiro ou em espécie, tendo em qualquer
dos casos direito a quinhoar os lucros. Existem os seguintes tipo de sociedades:

 Sociedade em nome colectivo (S.N.C.)


 Sociedade em comandita simples (S.C.)
 Sociedade em comandita por acções (S.C.A.)
 Sociedades por cotas unipessoais (Sociedade unipessoal Lda.)
 Sociedade por quotas (Lda.)
 Sociedade anónima (S.A)

Agrupamento de Interesse Economico (A.I.E.)


Dois ou mais empresários comerciai podem, sem prejuízo da sua personalidade jurídica,
construir entre si um agrupamento de interesse económico, a fim de facilitar ou desenvolver a
sua actividade económica ou melhorar ou aumentar os resultados da mesama.

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Conclusão
Após termino do trabalho importa-nos salientar que: no que diz respeito às sociedades em
geral, a referência do art. 980º CC, ao exercício de uma actividade económica visa abranger
todas as actividades destinadas à produção de bens ou unidades de qualquer natureza,
materiais ou imateriais, enquadráveis em qualquer dos sectores de economia. No que respeita
às sociedades comerciais, é evidente que as actividades económicas a que se dediquem terão
de ser aquelas que se enquadram no âmbito do comércio em sentido jurídico formal.

Por outro lado o art. 980º CC, exige que a actividade económica seja certa, o que significa,
obviamente, que ela devera ser definida, determinada de forma concreta e específica, de modo
a não se adquiri indicações tão vagas do escopo social que acabam por se traduzir numa
incerteza da actividade a que a sociedade se destina.

Quanto os tipos societários, ou, nas palavras do novo código, sociedade empresarial, temos
agora os seguintes: a) sociedade em nome colectivo de responsabilidade limitada; b)
sociedade por quota; c) sociedade anónima; e d) sociedade por acções simplificada.

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Referencias Bibliográficas
Balcão de Atendimento Único – Licenciamento de Actividades Económicas. Disponível em
https://www.pmaputo.gov.mz/por/Servicos/Balcao-de-Atendimento-Unico. Acessado
06/09/2023 as 12:00.

Código Comercial de Moçambique. Decreto-Lei n.º 1/2022, de 2022, que aprova o novo
Código Comercial.

DIREITO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS (CAPÍTULO I). (2013). Sumários


desenvolvidos das aulas de Direito para a Economia e Gestão. Universidade do Minho.

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